ALLYSON

Não é consideravelmente fácil tentar explicar a uma criança de apenas cinco anos de idade que você irá com ela para outro estado, principalmente no momento em que ela lhe pergunta por que seu pai não irá junto.

Arrumei várias desculpas para todas as perguntas de Anna, por sorte a mesma acreditou, porém eu ainda sabia que a mesma não deixaria esse assunto morrer aqui.

{...}

Depois de algumas horas finalmente cheguei ao aeroporto, Anna não havia ido para escola hoje, eu não deixara, pois sabia que algum aconteceria e não conseguiríamos embarcar.  Sei que parece rápido, porém eu estava preparada, eu já havia reservado as passagens, e as malas... Foram rápidas de arrumar.

Eu já estava no avião com Anna, a criança assistia algum desenho enquanto eu estava aérea. Pensamentos, ou melhor, memórias invadiam minha cabeça sempre que necessário. Era só eu fechar os olhos...

Senti uma leve vibração e peguei o IPAD em minha bolsa de mão, desbloqueei a tela, mas não havia notificação de nada, suspirei e bloqueei a tela, mas não havia a bloqueado e sim ido para minha pasta de vídeos, suspirei e observei a miniatura do vídeo que se expandia pela tela, peguei rapidamente os fones e os pluguei no aparelho logo dando o play.

“Logo no inicio do vídeo poderia se ouvir risadas de Austin e Anna, minha pequena corria na calçada em direção á casa de minha mãe, Austin vinha por trás da mesma, ele era quem a gravava, Anna segurava um buquê de flores cujas mesmas eu não havia identificado.

—Ela vlai gostar, papai?

—Claro que vai, Sunshine.

—Ta. - a criança falou e saiu saltitando em direção á casa de minha mãe, parou aos pouquinhos seus pulinhos e olhou para a câmera logo levantando o rostinho para encarar seu pai.

—A mamãe tá ai?-a criança apontou para a porta de madeira na qual seu pai havia parado na frente.

—Está sim, Sunshine.

Austin deu leves batidos na porta, observei sua mão e depois olhei Anna que sorria. Austin ainda havia a mão encostada na porta, sendo que desta vez a aliança em seu dedo dava uma destacada maior.

Logo observei a porta ser aberta por minha mãe, cuja é geneticamente bem parecida com Anna, ambas são Loiras de olhos verdes.

Austin e Anna cumprimentaram minha mãe e entraram na casa em seguida, Austin ainda gravava, estava eu e minha irmã sentadas conversando sobre algum assunto, logo vejo Anna correndo em minha direção e me abraçando forte, retribui de imediato e beijei a testa da criança.

—Feliz dia da mamãe!- Anna sorriu e entregou as flores para mim.

—Obrigada meu bebê!- eu sorria a observando.

—Feliz dia da mamãe!- Jamie, filho de Vanessa repetiu a frase para mãe. Vanessa sorriu e abraçou o filho.

—Mamãe! Mamãe! –Nathan e Freddie desciam as escadas correndo, ri baixo observando o loirinho e o branquinho de cabelos negros.

—Oi! –Vanessa exclamou e pegou Jamie no colo.

—O Freddie fez bagunça, mamãe!- Nathan, o mais velho falou apontando o dedo para o irmão mais novo.

—A culpa é do Nathan, mamãe!- Freddie deu um berro e eu olhei Austin dando um meio sorriso e observei Anna e Jamie brincando.

—Amor... -fiz beiço.

—O que houve Honey?- Austin fazia com que eu sentasse em seu colo e ele selava lentamente nossos lábios.

—Eu quero ter outro... -olhei Vanessa com os filhos e encostei minha cabeça em seu ombro.

—Vamos ter... Ok? Posso te dar de presente?- ele falou enquanto pôs a mão em meu ventre.

—Pode.

—Então vamos brincar um pouquinho mais tarde, está bem?

Sorri o observando e afaguei sua mão que havia ficado parada ali.

—Te amo. - falei e afaguei o rosto de Austin.

—Também te amo,Honey. - Austin falou e virou a câmera para as crianças que corriam  pela casa.

—Tem certeza que você quer esse presente?- o mesmo brincou e eu ri logo o puxando pela nuca para um beijo um tanto demorado.”

Acredite ou não... Mas eu tenho saudades daquela época, quanto Austin havia espirito paterno e quando o mesmo sabia que havia uma esposa. O meu problema é que eu sinto falta de quem não sente de mim.

Olhei ao lado e observei minha loirinha dormindo abraçada ao seu ursinho favorito, O Teddy. Fechei os olhos e tentei dormir, ainda restavam duas das quatro horas de voo e eu ainda estava aqui tendo uma conversa mentalmente comigo mesma e revivendo várias memórias de meu romance alienado com Austin.

{...}

Desci do avião com Anna no colo, a criança ainda estava sonolenta e pude ver que às quatro horas de voo não foram suficientes para ela “matar” seu sono.

Peguei meu celular do bolso, cujo mesmo vibrava freneticamente.

 -Ótimo! 12 mensagens de minha mãe 23 ligações da mesma e 17 ligações de Austin. –O que será que eles tanto queriam comigo?

Resolvo ligar logo para minha mãe, vai que tenha acontecido alguém e além do mais, ela é a pessoa mais próxima de mim no momento.

—Mãe? Não, está tudo bem. Eu estou esperando um táxi com a Anninha, Sim no aeroporto, Ok já estamos indo, beijos! Também te amo. - desliguei o telefonema e logo vi um táxi estacionar a nossa frente, dei um meio sorriso e ele me ajudou á por as malas no porta-malas, entreguei o endereço e apenas observei o caminho enquanto afagava os fios loirinhos escuros de minha filha.

Logo quando o taxista parou o carro eu já fui descendo do veiculo, o mesmo me ajudou com as malas e eu agradeci novamente logo o pagando e entrando na enorme mansão de meus pais, a qual não frequentava há bastante tempo.

—Ally!- ouvi a voz de minha mãe e sorri.

—Mamãe!- andei até ela com cuidado por conta de Anna e a abracei. -Ela me fazia tanta falta. -

—Venha, vamos pôr a Anna no quarto. - minha mãe subiu as escadas e eu fui atrás da mesma.

Ela abriu uma das portas na qual revelou um quarto infantil muito fofo.

Eu só fico imaginando uma coisa, como ela havia preparado isso em menos de vinte e quatro horas?

Abri a boca para falar alguma coisa.

—Esse quarto sempre pertenceu á Anna, Lembra que seu pai queria que você e Anna morassem conosco? Porém você escolheu ficar com o Austin, então...

Anna foi meio que parte de uma gravidez indesejável, o plano de meu pai sempre foi me separar de Austin e afastar a criança dele, porém... Deu no que deu.

—Tudo bem. - dei um meio sorriso e deitei Anna na cama, coloquei as malas de Anna perto do closet e sai do quarto acompanhado de minha mãe.

—Quer ver seu quarto?- minha mãe perguntou animada.

—Pode ser. - não me segurei e acabei rindo.

Ela abriu a porta do quarto revelando meu quarto simplesmente intacto de quando eu havia apenas quatorze anos de idade, olhei minha mãe e dei um meio sorriso.

—Você gostou?- minha mãe perguntou.

—Sim, adorei! Obrigada mamãe.

Ela riu e me puxou para fora do quarto e abriu outra porta, cuja mesma era ao lado do quarto de Anna.

Minha mãe abriu a porta revelando o quarto, sorri a observando.

—Obrigada!-sorri e adentrei em meu quarto logo pondo uma das malas em cima da cama.

—Que bom que gostou meu anjo!

Senti meu celular vibrar-Austin continuava ligando-. Logo atendi.

—O que você quer?- falei num sussurro, porém a linha ficou muda e eu não ouvi sua resposta.

—É verdade? Ela voltou?-ouvi vozes no fundo.

—ALLY!-A latina gritou vindo até mim e me abraçou forte, retribui na mesma intensidade e sorri a olhando.

—Vou deixar vocês sozinhas, qualquer coisa é só chamar. - minha mãe sorriu e saiu do quarto.

Apenas assenti e encarei a tela de meu celular. -Porque Austin não estava respondendo? O que havia acontecido?-