The Luke Family escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 3
No Exit - Pt. 2


Notas iniciais do capítulo

HELLO
Por conta de umas coisas que aconteceram comigo e com o grupo, a fic ficou parado. Mas aí eu pensei: ai, que se foda, vou terminar e postar esse caralho.
Aqui está



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Marina se lembrava da primeira vez que tinha ido ver os malditos gatos de dona Grasi. Ela iria com o pai pedir um pouco de açúcar na casa da velha, pois Maneira (na época, ainda sã) queria fazer bolo, e o mesmo tinha acabado. Ela se lembrava dos gritos de “POMPEU, DEIXA WHISKAS PARA O TEDDY, SEU NOJENTO” antes dela abrir a porta, enquanto uma enxurrada de gatos saia junto. Marina e Luke levaram umas três horas saindo pelo bairro procurando os 27 gatos que conseguiram fugir, para só depois irem pegar o açúcar. Afinal, a velha não tinha açúcar e o bolo ficou para outro dia.

Depois desse episódio, Marina ia ao mercado o máximo de vezes possível.

E, depois de anos, a velha ainda conseguia estragar os bolos da família.

O pior de tudo foi procurar os gatos dentro do bolo. Eles ainda eram filhotes, então um havia ficado preso lá dentro. Marina suspirou ouvindo o riso histérico de Maneira e os gritos chorosos de Grasi.

–TIRA ELE, TIRA ELE, É SÓ UM BEBEZINHO, AINDA NEM PROVOU WHISKAS SABOR PEIXE FRITO, TADINHO, TIRA TIRA TIRA.

E ela não tinha escolhas. Colocou o braço dentro do bolo enquanto o outro gatinhos tentava escavar o glacê. Após alguns minutos, ela sente um arranhão no dedo, e com relutância por causa da dor, puxa o que acreditava, e estava certa, ser o gato. Ele parecia um boneco de neve suja em forma de gato. O outro gato começou a miar e Marina deixa o gato salvo na mesa, e então o outro começa a lamber ele. Grasi dava gritos de alegria e Maneira ria mais histericamente.

Marina se sentiu satisfeita por um momento, mas depois subiu ao banheiro para lavar o dedo machucado e chamar os meio-irmãos para tentar fazer outro bolo.

*~*~*~*

É incrível a capacidade das pessoas serem surdas. Três tiros para o teto, e ninguém na vizinhança ouve ou chama a polícia?

Era isso que Luke se perguntava.

O ladrão estava sentado na porta de vidro, lendo uma revista Capricho. Ela trazia na capa um cantor ruivo que um dos ex-colegas de Luke gostava e ouvia de vez em quando. Não produziu em Luke o mesmo efeito de Black Veil Brides, mas ele até que curtia o som.

–E aí, já conseguiu um celular? - Um xingamento que Luke usara bastante no exército fora “mongo”. Pela primeira vez, a frase “você parece um mongo”, aplicada a alguém, se afirmava além da zoeira. Não tinha como aquele cara ter um Q.I maior que 10.

–Não, e nem vou conseguir, deitado aqui.

–Se vira.

–Entrega logo um celular pra ele! - Disse um cara deitado perto deles.

–Você é tão inteligente quanto esse ladrão. - Diz Paulo, revirando os olhos. - E você também, pai. - Diz ele, sussurrando

Luke se sentiu indignado. Se um soldado fizesse isso com um superior, seria fortemente castigo. Mas se bem que era só um garoto.

–Você tem físico suficiente para chegar numa academia de fisioculturismo, gritar “vou ser o novo diretor” e te aceitarem como diretor e tudo que você quiser. Te dão até uva na boca. - Sussurra, novamente, Paulo. O que, querendo Luke ou não, era verdade. Quinze anos seguidos, sem descanso, no exército dava um físico de Hulk a qualquer um. - Ele tem uma arma, sim, mas não sabemos quantas balas ele tem. Mas sabemos que ele burro e que você é forte.

Então, o filho começa a sussurrar um plano para saírem dali.

*~*~*~*

A pior parte de ficar presa dentro de uma sala de café com um cafajeste é ele ficar soltando cantadas de How I Met Your Mother. Que, aliás, são horríveis.

Yagami sempre gostou de ler e escrever, e sempre teve o sonho de lançar um livro. Então, em certos momentos da vida ela descrevia, em frases curtas e diretas, o que estava acontecendo e como ela estava se sentindo. Provavelmente, aquela passagem seria a de um pior momento por algum tempo.

Já fazia meia hora. Meia maldita hora. Em que ela estava presa na sala com Miralha, enquanto ele passava diversas cantadas. O mais impressionante era que ele tirava tudo de cabeça, sem uma ajudinha qualquer da internet. Provavelmente, ele fazia um curso intensivo, ou, na pior das hipóteses, dava o curso.

–Ah, vamos lá. Me responde, pelo menos. Já que não vai rolar nada, quero pelo menos me sentir o Marcos Castro. - Diz ele, dando o talvez milésimo sorriso cafajeste do minuto.

–Ér, não.

– A gente deveria estar aproveitando, se conhecendo melhor. Mas nããããão, vamos ficar andando de um lado para o outro.

É, ele não ia parar, de jeito nenhum. Mas ela tinha que admitir que os pés já estavam doendo. Se senta e olha diretamente para ele.

–Quer me conhecer melhor? - Pergunta, indo um pouco para frente na mesa, como se fosse subir em cima dela.

–Agora estamos progredindo - Ele solta outro sorrisinho cafajeste - E aí, o que quer conhecer primeiro?

–Qual sua cor favorita?

Ele olhou espantado, provavelmente procurando o duplo sentido na pergunta. Não achou, e nem iria achar. Ela realmente estava fazendo uma pergunta inocente, já que era para brincar.

–Ahn…azul-marinho. E a sua? - Ele provavelmente ainda estava analisando a pergunta.

–Roxo. Já leu algum livro? - Ele diria algum livro clássico para fingir ser intelectual. Ela já vira isso tantas vezes que até dava sono.

Ele pegou o celular, deu uma procurada nele, até que entregou para ela. Ela um blog literário. Ele estava logado na plataforma, e - contrariando as “expectativas” dela - o blog era dele. Estava recheado de resenhas, de best-sellers a clássicos.

Naquele momento, a única coisa “certa” a se fazer era ficar boquiaberta e de olhos arregalados. Jurava que ele nunca tinha lido nada além de O Código Bro.

–Achou que eu não gostava de ler, não é? Olha o pré-conceito.

–Eu… nossa… uau. - As resenhas eram boas, aliás. Muito bem argumentadas e escritas.

–Será que agora eu tenho alguma chance agora?

–Não vai ser com um blog que… - A frase é interrompida pelo barulho da porta sendo destrancada.

–YAGAMI! MIRALHA! DESCULPA, DESCULPA MESMO, EU TRANQUEI, DESCULPA, DESCULP… - Antes que ele pudesse se explicar, Yagami saiu correndo. Foi só com o celular na mão que percebeu que estava atrasada para a festa surpresa de seu irmão.

*~*~*~*

–AQUI ESTÁ FALANDO PARA COLOCAR OS OVOS ANTES DO LEITE. MEU DEUS GABI, VOCÊ É ANALFABETA OU CEGA? - Grita Enzo.

Por mais que o pai e Paulo estivessem demorando para chegar em casa, ela não sabia quanto tempo tinha até fazer o bolo. Então, colocou os irmãos para fazer um bolo simples de chocolate, enquanto ela limpava a bagunça na sala e dava calmantes para as duas velhas.

–ENZO, NÃO IMPORTA A ORDEM, O IMPORTANTE É TER OS INGREDIENTES! - Gabi retruca.

–DEUS AMADO, CALEM A BOCA! - Grita Marina. Por mais que não parecesse, os irmãos tinham quinze anos.

Mas ela não podia reclamar. Tinha 5 anos de diferença dos irmãos, então não sabia direito como era ter uma pessoa da mesma idade, passando pelo mesmo período da puberdade, tendo que dividir o mesmo espaço. Provavelmente, algum psicólogo pediatra já deveria ter falado “isso é normal nessa fase de crescimento”.

Mas bem que essa “fase de crescimento” poderia passar em cinco minutos. Credo.

–ÔH MARINA, QUAL É A ORDEM QUE TEM QUE COLOCAR OS INGREDIENTES? - Grita Enzo, fazendo Marina derrubar um pouco mais de bolo destruído no chão.

–NA ORDEM DA RECEITA. - Respondeu. Qual o problema daquelas crianças?

–NOSSA GABI, VOCÊ TÁ SENTINDO FRIO? EU NÃO, POIS ESTOU COBERTO DE RAZÃO. - Grita o irmão, se vingando. Marina não consegue deixar de dar uma gargalhada. Aquele Enzo sempre a surpreendia.

–Ai, que se dane, Enzo. Vamos terminar logo isso pro papai.

*~*~*~*

Por incrível que pareça, o ladrão estava usando um headset roubado do caixa do posto de conveniência.

Luke achou isso muito estranho.

Quer dizer, que tipo de vendinha de conveniência vendia headsets?

Enfim, o importante era que ele ouvia, de olhos fechado, algum tipo de música. Paulo fez uns testes com a voz e com coisas caindo no chão, e eles constaram que estava alto o suficiente para ele não ouvir nada.

Um, dois, três. Um, dois, três.

Andar, andar, andar, observar. Andar, andar, andar, observar. Finalmente, os treinamentos do exército serviram para alguma coisa. O ladrão não abriu os olhos em momento algum, o que era ótimo.

A burrice dele se concentrava principalmente em perder a consciência do que acontecia ao redor quando se tinha um cara com mais músculos que o Johnny Bravo no local. Dar um soco na cara dele e fazer o vidro da loja se partir foi fácil demais.

Luke pegou a arma, colocou no balcão e pegou os artefatos que o ladrão tinha roubado, devolvendo-os a cada dono, pedindo para que ligassem para a polícia e para a ambulância. O cara estava desmaiado, e a cabeça sangrava um pouco.

–Obrigado!!! Por favor, peguem o que quiserem! - Disse o dono da lojinha de conveniências. Luke tentou recusar, mas Paulo pega alguns CD’s, algumas camisas e dois bolos confeitados.

–Ahn, acho que já vamos… - diz Luke. Ele percebeu o quanto tinha demorado, e não queria deixar a família preocupada. Então, em meio a alguns repórteres chegando (Luke realmente não entendeu de onde que eles saíram) e os funcionários e as pessoas que estavam na loja gritando “herói! Herói! Herói!”, ele entrou no carro com Paulo e voltou para casa.

*~*~*~*

–SURPRESA!

Era essa a visão: um cupcake Grasi e Maneira no sofá vendo a novela e o resto do pessoal, com alguns chapeuzinhos de jornal.

–A intenção era fazer um bolo bonito, mas ouve uma longa história que explica o chantilly no teto. - Diz Marina, um pouco vermelha. - Desculpa ser só um cupcakezinho, mas acho que dá para todo mundo com…

–A gente deveria dividir em uns pedaços menores que um cent…

–Cala a boca, Enzo! Vamos comer log…

–Eu trouxe bolo. Da loja de conveniências. - Paulo leva a sacola plástico com os dois bolos ganhos na loja de conveniência, interrompendo Gabi e Enzo - Sabia que ia dar uma coisa errado.

Marina solta um sorriso para o meio-irmão. Mesmo ele sendo fechado e reservado, ele ainda o surpreendia.

Yagami contava o que aconteceu no serviço, e depois Luke contou o que aconteceu no posto de conveniências. No meio de tantos sustos e risadas, Luke faz uma questão:

–Onde está o Faes? - A última vez que ele o vira, ele estava no sofá.

O silêncio, ignorando as duas amigas idosas, tomou conta da sala. Todos olhavam para os outros.

–Merda.


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Notas finais do capítulo

-MAKING OFF-
Yagami

— Ela é aquela típica moça alta, de roupa social, com um corpo bonito, um coque DIVO, cabelos escuros e só de olhar para você, você já fica POR QUE EU NÃO SOU TÃO BEM SUCEDIDX ASSIM?
—Mesmo assim, ela é um amorzinho de pessoa e faz praticamente qualquer coisa pela família, por mais que, ás vezes, o emprego suba á cabeça.
—Se alguém parar ela na rua falando "ui, delícia, ai se eu te pego ein? Danadaaaaaaa", ela coloca a agulha do salto direito no olho do ser e do esquerdo no pênis.

Pra terminar, uma mensagem da Yagami original para vocês:
OI LINDOS LEITORES QUE EU AMO AQ EH A YAGA, EH PRA LER ATE O FIM DA PO**A DA FIC SE N VAI TER CENSURA DE MIRAGAMI EM
CAMBIO, DESLIGO

Até o quarto cap o/



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