Enfurecida - Até onde você iria por uma mentira? escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 2
Sem controle




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/604993/chapter/2

–Onde você vai? - Perguntei ao notar que Felicity seguia um rumo diferente ao da sala de aula, a mesma sorrio travessa.

–Vou dar uma volta. -Respondeu.

–Dimitri vai te matar, sabe disso não é?

–Preciso sair um pouco, me sinto uma prisioneira, e alias existem ótimos lugares onde podemos praticar um pouco de você quiser.

Me sinto indecisa, a essa altura o corredor está quase vazio e as poucas pessoas que passam por ali parecem nem notar ao menos notar minha existência.

–Tudo bem, vamos nessa.

Felicity sorri animada enquanto me puxa pela mão.

–Pensei em tantos lugares para visitar hoje.

–E quanto aos caçadores?

Felicity deu de ombros.

–Não é o estilo deles caçar durante o dia, e tenho certeza que iremos embora daqui logo.

–Do que está falando?

A essa altura estamos saindo pelo portões da escola.

–Dimitri é muito cismado, dará um jeito de lhe levar embora daqui. - Ela suspira. -Ele realmente gosta muito de você.

Eu a encaro.

–Isso é bom, certo?

Felicity sorri.

–É ótimo, não o vejo tão feliz desde...

Felicity para subitamente desviando os olhos dos meus.

–Desde quando Felicity? -pergunto

Ela balança a cabeça como se afastando pensamentos ruins.

–Deixa isso pra lá.

Eu quero insistir, realmente quero mas algo em seus olhos me faz desistir segundos antes de abrir a minha boca.

Nós pegamos um táxi até o parque do ibirapuera enquanto Felicity tratava de conversas comigo sobre coisas bobas, havia descobrido que os pais dela haviam morrido quando ela era pequenininha e ela foi criada junto com Dimitri, o que com certeza explicava a preocupação dele com ela.

No parque o dia estava realmente encantador, o sol brilhava ao pino enquanto diversas crianças corriam para lá e para cá, adolescentes passeavam em conversas animadas e até mesmo adultos e idosos pareciam sorrir de forma harmonioza.

Felicity retirou uma grande toalha de sua mochila e a forrou no meio da grama do parque, olhei para todos os lados para ter certeza que ninguém nos observava e as pessoas pareciam alheias, preocupadas demais com suas próprias vidas.

–Vamos fazer algum piquinique? -Pergunto

–Não, sem comida hoje. - Ela levanta a cabeça e eu vejo um sorriso brincalhão em seus lábios. -Já estou gorda o suficiente.

Eu rolo os olhos.

–Porque pessoas magras sempre tem o abito de falarem que são gordas?

Felicity dá de ombros.

–Mas eu estou.

Eu solto um suspiro de indignação enquanto me junto a ela sentada com perninhas de indio na toalha.

–Vamos fazer Yoga?

–Você é curiosa em!

Eu rio enquanto sou de ombros.

–Vou te ajudar a controlar os seus poderes. -Ela sussurra.

–Aqui? no meio dessas pessoas?

–Não há problema, não vou te expor, apenas mostrar como relaxar e se controlar.

Eu assento com a cabeça.

–Feche os olhos. -

Eu fecho.

–Respire fundo. -Instrui ela. -Pense no seu poder.

–Como?

–Imagine como ele é, como é sua cor.

–Vermelho. -Digo

–Sim. -Ela responde. -Sabia que existem dois tipos de cores para invocadores?

Eu abro um dos olhos e ela me olha com uma sobrancelha arqueada.

–Não mandei abrir os olhos. -Ela diz

Eu o fecho novamente.

–Me conte sobre as cores. -Digo

–A cor natural dos poderes de um invocador é o vermelho, mostra assim nossa chama interior, nosso fogo. A segunda cor é mais complicada, é azul.

–Por que?

–Invocadores com a cor azul apresentam fúria e raiva, são o tipo de invocadores que não seguem bons caminhos.

–Pensei que só houvessem um tipo de invocador.

–Somos 8 invocadores, 8 raizes e tipos diferentes.

–E estamos juntos agora.

–Apenas nós três, ainda existem 5 espalhados por ai, Pelo o que saiba, pois podem haver mais invocadores.

–Você e Dimitri já se encontraram com algum outro?

Respiro profundamente enquanto imagens das pequenas faíscas vermelhas saindo de minhas mãos piscavam em minha mente.

–Sim 2 na verdade, o nome de um era Henrique.

–E o que houve?

–Digamos que ele não era muito amigavel, agora, respire fundo e tente não pensar em muitas coisas, apenas relaxe.

–E o segundo?

–Relaxe Rose.

Reprimo minha vontade de fazer perguntas e tento relaxar, no entanto, imagens de mim usando meus poderes piscam com muitas mais frequencia em minha mente até parar na morte de Lissa.

Lissa.

–Rose Para!

Eu abro meus olhos de imediato enquanto percebo o olhar preocupado de Felicity sobre algo abaixo de mim, sigo seu olhar e olho para minha mão que nesse instante possuiu alguns cortes de unha que sangram.

–Nossa, eu nem senti. -Digo

Uma ruga se forma na testa de Felicity.

–Tudo bem, já deu por hoje, vamos para casa.

Eu levanto e Felicity me oferece um pequeno pedaço de pano para eu colocar em minha mão.

–Seus poderes são evidentes, você só precisa ter controle sobre eles.

–Eu sei, entendi essa parte, mas na teoria é bem mas fácil.

Felicity sorri.

–Você vai pegar jeito. -Disse. -Consegui controlar os meus com 13 anos.

–E Dimitri?

–Aos 11.

–Uau.

–Uau mesmo. - Concorda Felicity

*****

–Sinto muito te fazer bolar aula. -Lamenta Felicity

Eu dou de ombros pouco me importando.

–Tudo bem, de qualquer forma hoje é sexta feira, não somos as únicas a fazer isso.

–Mas somos as únicas a bolar aula para treinar seus poderes paranormais.

–Colocando desse jeito...

Nós continuamos a caminhar pelos corredores agora com poucos alunos até que Felicity bateu em meu braço levemente, eu a encarei.

–O que foi? -ela apontou com a cabeça a frente.

–Parece que temos visita. -respondeu

Meus olhos seguiram sua direção encontrando o porte forte e atletico de Dimitri, juntamente com uma garota não muito mais alta que eu, só havia um pequeno problema ali, a garota parecia saida direto de uma de revista de moda, seus cabelos longos perfeitos e lisos na cor mogno e um corpo incrivelmente atletico debaixo da apertada calça jeans e a blusa colada demais.

–Quem é aquela? -Pergunto

Felicity suspira alto.

–Lembra quando falei que conheci 2 invocadores além de Dimitri?

Eu balanço a cabeça.

–Ela é a segunda.

A garota da capa de revista se inclina sobre Dimitri e sussurra algo em seu ouvido, o mesmo vira imediatamente em nossa direção.

–Ele parece bravo? -Pergunta Felicity

Eu desvio meus olhos dele.

–Acho que não.

Dimitri caminha até nós com a garota a seu alcance.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Postar 1 vez por semana demora tanto!!! vou tentar ao máximo postar mais vezes. Comente! Beijinhos e feliz páscoa!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Enfurecida - Até onde você iria por uma mentira?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.