Quando O Futuro Vem Dos Céus - Ascensão escrita por LYEL


Capítulo 16
Scars of Time - 04 (2017)


Notas iniciais do capítulo

Se quiserem lembrar sobre o que aconteceu nos capítulos anteriores leiam a página da Web que têm no final dos capítulos.

Para quem não sabe ou já não lembra eu tinha avisado que a fic ia ficar sem previsão de relançamento e instável, contudo, por já ter algumas partes escritas eu resolvi postar esse capítulo e dar continuidade à história. Não posso garantir como vai ficar a postagem dela, mas pretendo atualizar pelo menos mensalmente e dependendo do meu humor até mais cedo.

Com o final do mangá Bleach decaiu muito e como se não bastasse eu sofri bastante ataque online por causa dessa FIC e por causa dos grupos a qual fazia parte, tive de deletar contas, mudar nicks, etc, porém, muitos leitores com o passar do tempo começaram a perguntar se eu pretendia continuar a fic, dando a entender que apesar do final catastrófico que o Kubo deu à sua obra eles queriam que o final fosse outro... Mais especificamente o meu final, então resolvi voltar a escrever.

Vamos ao que interessa.

Sei que vc vão precisar reler muita coisa para pegar o enredo novamente, não quero dar nenhum resumo senão vamos enrolar demais e eu tipo... Já enrolei um ano e sei que ninguém quer isso de novo.



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Abertura de Ascensão

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Game of Thrones — Light of the Seven.

Em algum lugar desolado do que um dia foi o Japão, Katsuya olhava sério para o horizonte de sua posição estratégica dentro de um prédio abandonado, ele parecia pensativo e lembrando-se de algo incomum que havia lhe acontecido dias atrás quando patrulhava Karakura.

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Katsuya corria sorrateiramente pela cidade a mando de sua mãe em busca de rotas ocupadas por deep hollows e qualquer sinal de vida quer fosse inimiga ou não.

Ele sente uma reiatsu familiar e se esconde observando a movimentação da criatura. Para sua surpresa suas suspeitas se tornam reais quando ele reconhece Kaliver pousando no meio da rua parecendo procurar algo.

— Esse desgraçado filho da mãe!? O que ele está fazendo aqui? — o rapaz pensa por um instante no que fazer e percebe que o abissal parecia desconfiado.

— Eu sei que está por aqui... Katsuya. Pude sentir sua reiatsu infimamente antes de ocultá-la, apareça, pois é com você que preciso falar.

Uma armadilha? Provavelmente. Por qual motivo um abissal se arriscaria sozinho a falar com alguém da resistência? Aliás, por que Katsuya arriscaria falar com um abissal sozinho?

Aquilo era perigoso, embora sua sede de vingança e rancor que nutria por aquele abissal fosse enorme, sua natureza racional não ia se deixar perder naquela situação tão incomum.

— Preciso falar com você sobre Kurosaki Hisana.

Katsuya fica surpreso.

— Hisana!? — sussurra.

— Ela precisa de sua ajuda.

Dito isso, Katsuya surge por entre escombros de casas e se aproxima cautelosamente do abissal ficando cara a cara de seu inimigo.

— O que fez com Hisana? — ele pergunta com evidente frieza.

— No momento não fiz nada a ela, mas em breve algo irá acontecer e se você realmente preza sua amiga ouça com atenção: Daqui alguns dias, Hisana passará por um teste supervisionado de Solomon e Magnus. Neste dia todos os principais deep hollows e abissais estarão presentes, por isso as rotas de fuga e algumas áreas mais isoladas da Soul Society estarão desprotegidas, portanto neste dia esta será a única chance que Hisana terá de escapar do laboratório e supervisão de Solomon.

— Como!? Que teste!? O que farão com ela?! — a voz do rapaz começa a ficar alterada.

— Solomon e Magnus irão obrigar Hisana a manifestar um poder único que ela mostrou anos atrás na batalha sobre a cidade de Karakura, mas para isso precisarão de um catalisador para suas emoções.

— Não... Aquele monstro... Mas como...? — Katsuya parecia misturar raiva à preocupação em um jogo de emoções expostas em sua face conturbada.

— Hisana matará aquela conhecida como Matsuda Hisa.

A expressão de Katsuya empalidece.

— O-o que... Disse? Hisa-chan está com ela?

— Magnus tem usado aquela menina como uma maneira de amenizar a personalidade destruidora de Kurosaki Hisana, contudo o momento de testar sua verdadeira força está chegando e Magnus só conseguirá expô-la destruindo o seu coração e a única maneira de fazer isso é quebrando o último laço sanguíneo que Hisana ainda possui com aquela menina.

— Desgraçados...! — Katsuya pega Kaliver pelo colarinho com veias de ódio à mostra em sua testa e face enfurecida. — Por que eu deveria acreditar em você?!

— Você não deve acreditar em mim, seria burrice de sua parte humana acreditar em um abissal, porém você não tem escolha, agarre-se à sua dúvida e poderá perder a única chance de reencontrar sua amiga, mas se mesmo assim decidir acreditar em minhas palavras, então esteja preparado para o que vou dizer e como as coisas irão funcionar, pois você só terá uma chance e quase nenhum minuto para consegui-la.

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Katsuya volta de seus devaneios demonstrando ainda seu evidente humor aborrecido, ele detestava estar ali sozinho sem apoio algum de seus amigos que estavam longe o suficiente para ser tarde demais caso algo acontecesse, mas Kaliver havia falado para aguardá-lo sozinho naquele local, além do mais, o abissal estaria fazendo algo proibido pondo em risco sua própria existência o que levava a se perguntar o porquê dele se arriscar tanto assim por alguém que capturou anos atrás.

— Maldição quanto tempo terei de esperar? Quanto mais tempo fico aqui, mais desconfio das palavras daquele desgraçado! — resmungava irrequieto olhando para todos os lados em busca de armadilhas.

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Na Soul Society Hisana estava imóvel e acuada em seus próprios sentimentos cheios de angústia. Ela olhava para a poça de sangue não muito longe de onde estava, mas nada lhe vinha à mente. Sua cabeça estava mais leve, seu corpo também, contudo, por algum motivo, seu coração estava pesado como se ela sentisse suas batidas na garganta prestes a sair pela boca.

Solomon e Zerus atentos aos monitores percebem a alteração no corpo espiritual de Hisana.

— MAGNUS! — Solomon exclama alertando-o.

Mas o shinigami primordial já havia sentido algo diferente emanando de dentro da jovem antes de ser alertado.

— Venha... Venha...

Kaliver olhava sério para o centro da redoma e assim como os demais abissais ele toma posição ao lado de Lanathel. Longe deles os deep hollows pareciam alucinados; alguns com medo, outros enlouquecidos, amedrontados... Solomon analisava cada reação em suas máquinas e esperando todas as possibilidades acontecerem.

— Preparem-se! — Lanathel alerta e os abissais se posicionam.

Os olhos de Hisana se tornam negros e opacos enquanto uma trilha de sangue negro desce de seus olhos, ela começa a se levantar calmamente enquanto uma energia negra esfumaçante densa envolve seu corpo simbioticamente, é possível sentir uma reiatsu cheia de sentimentos conturbados e desconexos. Sua mente enevoada e olhares distantes pareciam indicar que aquela diante deles não era mais a mesma pessoa que conheciam.

Algo dentro dela gritava por socorro... Mas ninguém viria lhe ajudar...

Existia um monstro dentro dela... E ela iria libertar...

Hisana comprime o corpo como uma criança segurando-o de uma forma que parecia conter sua dor e desespero, mas tão repentinamente se comprime ela abre os braços em um grito agonizante assustador metálico e paralisante que empurra os abissais para trás incluindo Magnus que protege o rosto sentindo uma pressão espiritual diferente em sua direção.

Quando o efeito do grito passa eles enxergam outra Hisana em sua frente com as mãos na cabeça confusa e aquela massa negra de reiatsu e o brilho fosco enegrecido de seus olhos se intensificavam como se ela estivesse lutando para se aceitar naquela forma enquanto se contorcia naquela posição, até que os presentes se assustam quando um buraco se abre no peito da jovem, mas ele era diferente daqueles que se viam em hollows, pois ele não atravessava para o outro lado de seu corpo, ele era escuro e profundo, não tinha brilho, não se enxergava nada além dele que parecia sugar-lhes as forças como um buraco negro.

— Essa energia—!? — Magnus cerrava os dentes recobrando a visão, mas se surpreendendo quando enxerga Hisana indo em direção a Lanathel entre passos que suprimiam o espaço contorcido entre ela e a abissal que parecia paralisada por algum motivo. — Lanathel! — ele some com um shunpo surgindo na sua frente empurrando-a.

Hisana estende sua mão como uma garra na tentativa de arrancar o coração de Magnus, porém ele consegue pular para trás, mesmo assim ela puxa a carne de seu peito como papel arrancado à força de um caderno fazendo-o cuspir sangue entre os dentes cerrados devido à dor.

— Magnus-sama! — Lanathel vendo seu senhor sendo ferido volta a si.

O shinigami primordial consegue acertar um soco em Hisana que voa longe, mas ele cai de joelhos logo em seguida devido o ferimento no peito sendo amparado pela abissal.

— Não se preocupem comigo! Ela está em "fase dois", detenham-na até o portal se abrir! — ordena o shinigami.

— SIM SENHOR! — seus abissais respondem.

Na sala de observação do laboratório, Zerus e Solomon detectam uma anomalia em forma cônica nos gráficos que se mostravam nas telas. Nele é possível ver uma energia em forma de funil vindo em direção a Hisana como se ela fosse o epicentro.

— Está acontecendo! Está acontecendo! Magnus!

O shinigami primordial olha para cima e percebe que o céu estava escuro e relâmpagos negros preenchiam sua extensão em uma dança frenética e perigosa de energias que se cruzavam estrondosamente entre as nuvens.

— Começou...

Todos olham para cima quando um buraco negro minúsculo começa a surgir no céu sugando lentamente as nuvens ao redor, mas sua atenção se volta novamente para Hisana que caminhava em suas direções.

— Está aqui... Posso sentir... — Magnus sangrava muito, mas entra em posição de combate invocando uma asauchi. — Preparem-se!

Hisana olha para cima vendo o pequeno buraco que se abria no céu e seu olhar negro parece ressoar ao vislumbre daquele evento como se a deixasse em um estado de hipnose, neste instante ela volta sua atenção aos presentes, especialmente a Magnus que regenerava seu ferimento e sua boca trêmula reconhece aquele nome:

—M-a-g-n-u-s. — soletra.

O shinigami primordial pisca sentindo um desconforto indescritível no coração.

— Essa sensação! — parecia surpreso. — Não pode ser!

Hisana tremia como se tivesse frio e ela olhava para o buraco negro em seu peito e muito confusa, ela estava com medo da nuvem negra que recobria seu corpo e ouvia uma voz sussurrando em seus ouvidos, mas ela não sabia de quem era e não entendia o que dizia.

A jovem agonizava e olhava novamente em todas as direções lutando contra si mesma, em seguida se vira novamente para o shinigami primordial com olhos de súplica.

— Magnus...

Mas antes que pudesse reagir ao chamar de seu nome, os olhos de Hisana se tornam mais rígidos assim como sua expressão e ela ruge correndo na direção dos seus algozes com uma fúria incontrolável trazendo o que poderia ser considerado o inferno consigo.

Apocalyptica — Bring them to Light.

He's a large and ugly giant

monster headless on my back

This urgent haste in my head

Materialized in this dark hole world

No one can help me there

I know this pain has gone too far

The fear is now so loud

Hisana pula e some com um passo rápido onde surge arrastando Tidus Wave pelo chão estraçalhando-o pelo caminho.

Kill a child I'm trying to protect myself

Against your old controlled hate

Pollution of mind filled all the space and destroyed my light

At least mine were never allowed

Hisana pega a cabeça de Tidus que era a única coisa que havia sobrado e pisa destruindo-a.

The hardest thing to me is

Facing the fear I live

No one can help me now it's under my heart

I'll come to know the living

My demons are inside

I'll bring them all to light

Hisana ruge com ódio em seu coração que agora era um buraco negro.

I wanted to hate, I wanted to die

I wanted to see you sacrificed

I had to deal with the fear you gave me

But you fucking never tried to help me

I was jealous and I was scared

Nobody ever replaced my pain

To say I'm not evil, to tell I'm not bad

Too late - I'm lost in human nature

Leave me be

Set me free

Aquilo era ódio

Leave me be

Set me free 

O que se sentia era seu desespero envolto naquele turbilhão de energia. Uma mistura de raiva, dor, medo e angústia mexendo com os ares do ambiente que já era pesado por causa daquele ser que não tinha mais uma identidade definida.

Aquilo não era mais Hisana, era algo mais, embora os que ali estavam presentes se esforçassem para entender a verdadeira natureza daquele ser, somente Magnus e Solomon conseguiam sentir o peso de estar face a face com aquela criatura.

Re:Zero — 20. Overture to the Decisive Battle

Mesmo que os abissais pudessem sentir todo aquele poder, algo neles gritava lhes chamando e os instigando a algo mais primordial e inumano, porém eles resistiam graças a sua constituição especial criada por Solomon, mesmo sabendo que a insistência daquela força os seduzia de maneira provocativa e irracional.

— O que é isso... Essa sensação fluindo para dentro de mim... — a abissal ajudante de Magnus parecia confusa.

Mas Hisana se vira aparentemente mirando Lanathel e Droon Tanker. Este último aumenta sua reiatsu na tentativa de se tornar mais resistente.

— Acorda Lanathel! — o abissal gigante grita.

Lanathel ouve a voz do outro e ela foca sua atenção em Hisana que os fitava de maneira penetrante. A abissal entra em posição de combate e espera pelo primeiro movimento dela.

Porém é inútil, Hisana pula em sua direção e atravessa o corpo de Tanker como uma bala puxando suas vísceras e usando-as para enforcá-lo até ele perder as forças e cair no chão de onde ela começa a socá-lo até formar uma poça de sangue no centro da redoma.

A esta altura os hollows do lado de fora já estavam loucos dançando em uma nuvem frenética matando uns aos outros.

— KALIVER! — Zerus grita para o abissal que estava de prontidão.

O abissal assente e pula em direção aos hollows de fora da redoma para contê-los assimilando suas emoções e destruindo os mais descontrolados.

— HISANA! — Lanathel pula em sua direção, mas comete um erro grave.

A jovem apara a espada de Lanathel e fica encarando a abissal que estava surpresa.

Lanathel havia exposto suas emoções.

Hisana usa a fumaça negra e a torna mais espessa atravessando a abissal e levando-a em direção a abóboda da redoma em que se encontrava e a violência com que se choca é tamanha que destrói o escudo que trinca como vidro e explode em minúsculas partículas de reiatsu.

Assim que tudo quebra a pressão espiritual que era contida cai como chumbo no campo de batalha e os deep hollows começam a despencar como granizo no chão abrindo crateras onde de chocavam ou se desfazendo em cinzas quando chegavam perto demais de Hisana, Magnus ou os abissais que possuíam pressão espiritual esmagadora.

— Lanathel! — Magnus enxerga a abissal caindo ferida longe dali e se volta para Hisana. — A pressão espiritual é totalmente sem igual e aumenta exponencialmente, preciso segurá-la tempo suficiente para que o portal se abra. — a reiatsu do shinigami primordial aumenta e chama a atenção de Hisana que se vira para ele.

— Magnus! O portal está abrindo muito devagar, ela precisa liberar mais poder! — Solomon avisa.

— Mais poder... Quer dizer que mesmo nestas condições ela não está completa? — ele segura firme o cabo da espada. — Quanto poder aquilo tem afinal? Quanto poder eu preciso ter?!

Hisana corre na direção de Magnus, porém Kaliver surge na frente fazendo-a parar repentinamente hesitando ao ver a figura do abissal lhe encarando profundamente.

— Magnus-sama, eu me encarrego de contê-la. — o abissal se prontifica.

— Você?

— Usarei as emoções dela contra ela mesma até que tenhamos reiatsu suficiente para o portal. — ele revela seu plano.

— Impossível. O poder que ela emana é demais até mesmo para você. Lembre-se que há um limite para o que consegue sustentar em seu corpo. — Magnus lembra.

Kaliver olha para Magnus.

— Foi o senhor mesmo quem me ensinou que trabalhar com probabilidades impossíveis e superá-las é a melhor estratégia para se tornar mais forte. — Kaliver diz.

—... Que assim seja.

— Não me entenda mal meu senhor. Apenas precisamos que poupe sua verdadeira força para quando o portal for aberto. Neste momento, somente o senhor terá condições de manter-se de pé diante do que há além da barreira.

Magnus fica em silêncio, mas logo assente.

— Faça como quiser.

Kaliver faz uma reverência a Magnus que se distancia com um shunpo e o abissal invoca sua espada encarando Hisana.

— Agora somos apenas eu e você... Kurosaki.

Hisana solta uma risada metálica e começa a andar na direção de Kaliver.

— Venha! — os olhos do abissal brilham e ele muda de forma se tornando Tenebrae.

Fairy Tail — Fushi no Tenpesuta

Hisana pula na direção do abissal que apara o soco da jovem decolando como um foguete para longe dali. Ele consegue sentir a pressão espiritual absurda do punho dela e absorve o impacto usando sua habilidade especial de absorver as emoções desenfreadas do adversário.

— Pesado...! — resmunga.

Hisana vendo que tinha sido parada desfere novamente um novo soco, mas com seu outro punho e sem hesitar começa a desencadear uma chuva de socos e chutes em Tenebrae que começa a ser levado para longe da arena.

— Maldição ela está batendo muito mais forte do que antes! — Tenebrae olha rapidamente para trás e percebe que estavam invadindo a porção mais central de Rukongai. — Tem que ser agora! — ele abre uma garganta atrás de si e ambos atravessam com tudo.

Magnus percebe quando os dois desaparecem e olha imediatamente para Solomon que apenas assente e volta a olhar para a fenda dimensional.

— Limpem a arena! — ele ordena.

— Sim senhor! — Zerus responde e se dirige ao local onde existiam restos de abissais espalhados por todos os cantos e poeira de deep hollows.

Dentro da fenda as duas criaturas envoltas em emoções desenfreadas se enfrentavam com golpes fortes e precisos. Quando enxerga a saída da garganta o abissal desvia do soco de Hisana e pegando pelo seu braço a arremessa para fora da fenda.

Assim que atravessam de mau jeito eles caem cambaleando pelos céus de Karakura e demoram até pegar jeito e caírem de joelhos no chão abrindo uma enorme cratera, os dois se levantam e voltam a se encarar.

— Isso já está começando a se tornar bastante irritante. — ele cospe para o lado.

Hisana olha de um lado para o outro e fica parada como se estivesse tentando reconhecer o lugar.

— Karakura. — Tenebrae responde.

A figura esfumaçante olha para o abissal.

— Se já descobriu onde está então vamos continuar de onde paramos, pois tenho pouco tempo antes deste setor se encher de parasitas. — ele entra em posição de combate.

Longe dali Katsuya sente as reiatsus opressoras de Tenebrae e de Hisana que ele logo reconhece como a da criatura que tanto lhe assustara no passado.

— Droga... Aquele desgraçado não estava de brincadeiras! — suava frio, mas logo balança a cabeça e bate e aperta as bochechas. — Não pense nisso Katsuya, recomponha-se e se concentre. Essa será sua melhor chance de salvar Hisana. — diz olhando afiado na direção das reiatsus e pulando do seu local de observação se dirige para onde as duas reiatsus digladiavam.

Hisana levanta a mão ao céu que começa a fechar ficando mais escuro de onde sombras se juntam e as trevas vão em direção ao seu corpo.

Tenebrae apenas observava o que ela fazia e ao ver as sombras se juntando ao redor dela e fluindo para dentro de seu corpo percebe que o ar se tornava mais denso e a matéria ao redor distorcida ou instável.

— Absorção de massa... Ela começou a absorver a matéria mais leve e instável (escuridão)... Quer dizer que no estágio final o que ela absorverá será a luz? — se questionava.

Hisana estava parada lhe observando.

— Tsc! — ele expande sua reiatsu. — VENHA! — grita.

Fairy Tail — Kyouka Shuugeki (Enhancement Raid)

Hisana continuava encarando Tenebrae, mas logo começa a andar em sua direção estalando os dedos das mãos e murmurando palavras desconexas, até que finalmente sorri e começa a correr.

Tenebrae a vigiava com cautela e enrijece o corpo instintivamente quando percebe que ela vem em sua direção, mas assim que pisca sua surpresa é automática quando ela surge na sua frente lhe desferindo uma cabeçada que ele nem sequer enxerga a sombra e sai voando quicando pelo chão quebrando tudo pelo caminho, mas Hisana acompanhava sua velocidade e puxando-lhe pelos cabelos arremessa o abissal no ar e pula na sua direção lhe enchendo de socos ferozes que o faz cuspir sangue negro e ter costelas quebradas que perfuram seus órgãos.

Hisana posiciona suas mãos em martelo e atinge a cabeça do abissal que abre uma cratera no chão levantando metros de poeira e entulhos no ar que se dispersam em todas as direções, mas ela não parava e queria deixar seu inimigo em milhares de pedaços por isso desce como um foguete em sua direção e continua o ataque desenfreado no abissal que não conseguia reagir e mais e mais entulho pulava para fora da cratera que ficava mais profunda.

Mas Tenebrae segura nos seus braços e gritando começa a absorver a energia negra ao redor de Hisana que tenta se soltar, porém furiosa começa a concentrar um cero negro na boca, mas antes de ser atingido à queima-roupa o abissal empurra Hisana no ar e some com um shunpo a tempo de sentir a poeira quente lhe arremessar mais violentamente ainda com a explosão de poder da criatura esfumaçante.

Ela por sua vez virava lentamente o rosto para Tenebrae como se debochasse de seu desespero na hora de fugir. Seu inimigo longe dali se levantava curado da maioria de seus ferimentos após utilizar a energia que tinha absorvido de Hisana, ele limpa a sujeira do corpo e a encara.

— Agora é a minha vez.

A reiatsu de Tenebrae se expande e seus olhos se tornam semelhantes ao de Hisana que parece ficar curiosa ao perceber a mudança na fisionomia de seu adversário.

— Você deve estar se perguntando por que eu tenho essa habilidade que tanto lembra a sua, então deixe que eu lhe refresque a memória. No dia que atacamos Karakura e a capturamos, você manifestou seu poder pela primeira vez contra nós, como abissal eu tenho a habilidade de absorver as emoções ao redor e converter em força, no momento que absorvi suas emoções elas me contaminaram e distorceram o meu organismo, Solomon regenerou meu corpo e o modificou adaptando meu poder para que ele fosse exclusivamente efetivo contra você, por isso eu consigo não só absorver suas emoções, mas como assumir sua forma. — Tenebrae invoca uma espada feita só de reiatsu esfumaçante. — Por isso eu vou ser aquele que vai acabar com você Kurosaki Hisana!

Como se estivesse desafiando a resolução de Tenebrae a criatura aumenta ainda mais a sua reiatsu e absorve mais e mais as sombras da cidade.

Katsuya conseguia enxergar Hisana e Kaliver próximos a prédios tombados duelando com suas energias e lembra-se do que havia combinado com o seu “aliado temporário”.

— Hisana não será a mesma quando voltar. — dizia o abissal. — para poder levá-la de volta com você é preciso quebrá-la e isso só é possível fazendo o meu poder e o dela colidirem.

— Como assim? O que pretende fazer?

— Eu sou um abissal modificado exclusivamente para lidar com o poder misterioso de Kurosaki Hisana, por isso, quando ela começar a usar tal poder eu vou absorver e esperar o momento certo para usar contra ela e contê-la, porém você só terá uma chance, é melhor que aproveite.

Assim que Katsuya se lembra das palavras de Kaliver o jovem fica tenso enquanto de prontidão esperava a hora certa de agir.

— É melhor que não esteja mentindo seu desgraçado! — rangia os dentes.

Longe dali a batalha continuava e Kaliver desfere um corte vertical contra Hisana que mesmo distante é atingida em cheio pelo golpe. Por ser uma lâmina negra feita do mesmo material que se formava ao redor do corpo de Hisana é possível ver a fumaça se dispersar e o verdadeiro rosto de Hisana surgir por um momento, mas seus olhos estavam negros e ela parecia em transe.

Com o ataque uma ferida profunda é feita na jovem que grita com sangue jorrando para todos os lados, mas enfurecida faz com que a fumaça a envolva mais uma vez.

— Como eu disse... Eu absorvo as suas emoções, não é como se elas fossem difíceis de absorver já que as expõe como esta fumaça negra cheia de ódio.

Hisana ruge e voa na direção de Kaliver.

— Seu único defeito é estar incompleta, pois se você e o ego que assume se tornassem uma só... Então talvez... Somente talvez, você fosse invencível.

Barras de luz prendem Hisana no ar e ela cai no chão se contorcendo e tentando se desprender, ela se levanta do chão e começa a forçar a quebra da barreira, só então eles percebem que ela começava a absorver a matéria espiritual que fazia o kidou.

— Agora Kaliver! — grita Katsuya se concentrando para manter as barras de luz do Bakudou #61. (六杖光牢) Rikujou Kourou selando os movimentos de Hisana.

O abissal libera sua reiatsu de maneira densa e concentra em um único ponto ao passo que mesmo sua transformação regride. Uma pequena esfera de reiatsu negra se forma na palma de sua mão ele se prepara para disparar, mas Hisana vendo a concentração de reishi na palma da mão do abissal ruge quebrando o kidou e liberando sua própria força em similar demonstração de técnica.

— Suma de uma vez, criatura desprezível! — Kaliver corre na direção de Hisana que faz o mesmo.

Os dois chocam suas forças e causam uma explosão quilométrica semelhante ao cogumelo de uma bomba atômica que devasta praticamente metade da cidade e quase mata Katsuya que é protegido por seu próprio kidou que se quebra, mas após ter amenizado boa parte dos danos.

Assim que a poeira começa a diminuir o rapaz enxerga Hisana jogada no chão sem resquícios de fumaça ao redor do corpo, mas muito ferida e inconsciente. Não muito longe dali está Kaliver sem o braço que tinha utilizado no ataque e o corpo completamente em frangalhos sentado no chão olhando para Hisana afastada dali.

Katsuya se aproxima de sua amiga e calmamente toca na morena atestando sua vitalidade, então ele a vira e finalmente a segura nos braços levantando-a do chão e indo até Kaliver.

— Feh... Se vai me agradecer essa é a hora. — o abissal diz cinicamente.

— Não estou pensando em lhe agradecer, mas sim se eu devo aproveitar essa chance e matá-lo de uma vez por todas. — Katsuya responde.

— Mesmo que faça isso será em vão, pois Solomon me ressuscitará outra vez. — Kaliver dá de ombros.

— O prazer de te ver morrer já faria valer a pena.

Kaliver sorri de canto.

— Hisana ainda não está fora de perigo e não me refiro somente a Solomon e Magnus... Seus próprios companheiros não ficarão felizes em tê-la por perto.

— Isso não vai me impedir de trazê-la de volta e lembrar quem ela é de verdade. — Katsuya fala.

— O corpo dela não foi a única coisa que se quebrou hoje, lembre-se disso. — Kaliver o encara.

—... Então buscarei cada fragmento até ela se sentir como Hisana de novo.

— Que seja. O que vai ser dela daqui em diante não é mais problema meu, faça o que quiser.

Katsuya começa a se retirar.

— Eu realmente quero muito te matar, te apagar da vida e das memórias de Hisana, mas só não faço isso agora mesmo tendo a chance por que... — ele olha para sua amiga machucada em seus braços. — Tenho algo mais importante pra me preocupar.

Kaliver apenas observava os dois se distanciando cada vez mais até sumirem, então não aguentando mais fica quase para desmaiar de cansaço após gastar toda sua energia e quase morrer.

— Hi... Sana...

Mas não sem antes chamá-la uma última vez.

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Attack on Titan Movie - 15. Attack on Titans

Quando acorda o abissal está entubado em uma capsula de líquido amniótico artificial, ele logo retira o tubo o líquido seca e o vidro se abre.

— Que bom que acordou. — Lanathel se aproxima.

O abissal analisa sua condição de saúde e finalmente olha para ela.

— O que aconteceu?

— Você foi encontrado desmaiado no meio de um centro de destruição, Hisana havia desaparecido e não conseguimos localizá-la. No momento temos algumas equipes procurando, mas acredito que será em vão. — Lanathel fecha a cara como se não estivesse nada contente. — Perdemos o experimento primordial.

— Falando em experimento... Como foi? — ele pergunta.

— Falhou. Assim que entraram pela fenda o portal continuou crescendo e conseguimos ver algo surgindo dentro das expectativas de Magnus-sama, contudo ele logo se tornou instável e desapareceu. No momento Solomon está analisando o local onde a fenda estava surgindo em busca de algum resquício de distorção para tentar estabilizar e quem sabe abrir artificialmente.

— Entendo... — ele começa a se vestir.

— Kaliver?

— Hmm?

— Por que ao abrir a fenda naquela hora você se dirigiu para Karakura? — ela o questiona.

— Você viu o tamanho do buraco onde eu estava quase morto? Se aquele buraco fosse feito aqui o experimento não só teria sido um fracasso completo como teríamos sérios danos substanciais e casualidades em praticamente todos os setores. — ele explica com naturalidade.

— Não foi isso o que eu quis saber, pois esse é o único detalhe inquestionável que o impediu de estar sendo interrogado por Solomon ou Magnus-sama neste momento. — Lanathel fica mais séria. — O que eu quero saber é o motivo de ter sido Karakura e não outro lugar qualquer do globo.

— Porque foi o único lugar que me veio à cabeça naquela hora, afinal, a cidade de Karakura é o nosso principal centro de operações, sendo que ao estar sendo pressionado pelo poder daquela coisa eu não tive muito tempo para pensar em uma cidade bonita com clima agradável e uma praia ensolarada. — ele rebate se virando para ela. — Por que a pergunta?

—... Por nada, apenas acho estranho você ter agido daquela forma tão decidida sendo que você nunca foi muito de tomar uma atitude por si só. — ela cruza os braços.

— Não me analise. Você não tem moral para falar qualquer coisa de mim quando não conseguiu sequer reagir diante de Hisana naquela forma. — Kaliver volta a ficar mais frio.

Lanathel se irrita e pega o abissal pelo pescoço e o levanta do chão.

— Só porque fomos treinados por Magnus-sama, não pense que isso nos torna melhores amigos Kaliver... Não abuse da sorte na minha presença, eu ainda sou a sua comandante. — ela o solta e ele começa a tossir.

— Então eu tinha razão... — ele respira e a encara. — Aquela coisa consegue mesmo mexer com vocês.

—... Aquela “coisa” tem algo que eu não sei descrever... Ouvi algo sussurrando em meus ouvidos me instigando... Convidando para... Não sei bem o que é aquela sensação, mas eu sentia como se algo quente e confortável me chamasse. — ela olha para o outro. — Por que só você não foi afetado?

— Provavelmente por causa do meu coração humano. — ele toca no detalhe. — Acredito que por causa da sua habilidade de expor emoções sua percepção se tornou mais aguçada e por isso a voz ficou mais evidente para você e a paralisou, no meu caso, já que possuo um coração humano isso faz de mim uma existência diferente da de vocês por me dar um senso de auto existência que um hollow normalmente tem apenas como instinto.

— Esse erro não vai se repetir da próxima vez que nos encontrarmos. — Lanathel cerra os punhos.

— Se quiser um conselho, da próxima vez que lutar contra ela, não tente expor as emoções dos outros e sim as suas. Quem sabe assim você fique mais poderosa.

— “Minhas emoções”? Não seja ridículo eu não tenho sentimentos humanos. — ela debocha.

Kaliver fica olhando alguns instantes para Lanathel, mas logo se vira e começa a ir embora.

— Pode não ter... Mas eu sei que ainda lembra como é ser humana afinal... — o abissal olha de soslaio para ela — Esse foi um defeito que ao analisar melhor as circunstâncias Solomon considerou ainda mais abominável que o meu.

Lanathel pisca surpresa para Kaliver que se retira do laboratório e deixa a companheira sozinha. A abissal baixa a cabeça pensativa quando a imagem de uma mulher de cabelos escuros longos e lisos, vestida socialmente entra em uma casa de classe média de algum país, ela anuncia sua chegada e começa a retirar os sapatos quando um garotinho parecido com ela chega correndo e a cumprimenta de volta. Ela faz carinho na cabeça do garotinho e pergunta algo para o mesmo que aponta para a cozinha gritando pelo nome de alguém. Alguns segundos depois quando ela já havia retirado os sapatos e colocado sua bolsa pendurada na parede os passos de um homem chama sua atenção, ele ainda não tinha retirado suas próprias roupa de trabalho, mas estava vestido com um avental indicando que ele era o responsável pelo jantar naquela noite. Os dois se cumprimentam enquanto se aproximam e trocam um beijo carinhoso, logo notam algo e ao olharem para baixo o garotinho tinha a língua de fora fazendo cara de nojo arrancando uma risada do casal.

A expressão de Lanathel tremia quando ela sente algo quente escorrer de seus olhos, a abissal toca em seu rosto e em seguida para sua mão molhada, então balança a cabeça e olha frustrada para a porta do laboratório.

— Eu não sou humana... Não sou humana... Não sou humana... — repetia como um mantra para fazer as memórias irem embora, então ela enrijece a expressão e a voz. — Eu não preciso ser humana!

A abissal se retira do laboratório com o rosto completamente seco.

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Audiomachine - When It All Falls Down

— Como ousa traze—es— Aberraç——— para nós?!

Hisana estava sendo levada nos braços de alguém e abre os olhos ainda fracos tendo o lapso da visão de várias silhuetas lhe cercando, mas cansados do jeito que estavam seus olhos não conseguiam se manter abertos e ficavam alternando entre abrir e fechar, assim como o restante de seus sentidos como a audição que só lhe permitia ouvir uma conversa nervosa entrecortada.

— Não seja ridículo é da Hisana que —— falando —— ela é min——— miga! — Katsuya bravejava para um homem.

— Ela é uma genocida! Um mons ——— Matou muito de nós!

— Ela é noss —— Esperança!

Hisana perde a consciência outra vez.

Não se sabia quantos dias haviam se passado, talvez semanas ou meses, mas por algum motivo Hisana parecia ter perdido a vontade de levantar, porém, seu corpo reage por si só e a obriga abrir os olhos.

Ela estava em uma cela escura iluminada por algumas lamparinas do lado de fora e algemada com correntes espirituais tantos nas mãos como nos pés. A jovem se sentia estranha, ela não sabia onde estava, o motivo de estar ali e tinha uma lembrança nebulosa de quem realmente era.

Ao ouvir passos no corredor do lado de fora ela olha na direção das grades e percebe o rapaz loiro de olhos castanhos claros com a expressão trêmula lhe encarando, ele tenta dizer alguma coisa, mas só consegue se expressar emocionado ao vê-la acordada.

— Seja bem vinda de volta... Hisana.

Hisana? Ah... Então aquele era seu nome...

— Eu vou chamar os outros, tá? Nós já iremos tirá-la daqui. — ele sai apressado.

“Tirá-la daqui” pensa olhando para seus pés e mãos atados.

Alguns minutos depois alguns homens mal encarados cercam a cela fria e um homem loiro de roupa listrada e uma mulher morena acompanhados de outros jovens incluindo o rapaz loiro se aproxima dela.

— Abram a cela. — a mulher morena ordena.

— Mas comandante Yoruichi... — um soldado parecia receoso.

— Não se preocupe, apenas abra.

Mesmo desconfortável com a ordem dada o soldado obedece e os dois mais velhos entram primeiro sendo acompanhados pelos jovens que os acompanhavam.

— Hisana você se lembra de mim? — a mulher pergunta se ajoelhando para ficar em sua visão que estava baixa naquele momento olhando para o vazio do chão úmido.

—...

Yoruichi sorri e toca em seu ombro, mas assim que o faz uma cascata violenta de memórias surgem na cabeça de Hisana que começa a gritar se contorcendo no chão e suando muito da cabeça aos pés enquanto tentava segurar sua cabeça com a maior força possível antes que ela explodisse.

— Hisa-chan!? Hisa-chan!? — Tomoe grita desesperada.

— Hisana! — Yoruichi tenta segurar a garota que se esperneava no chão como se procurasse respirar arranhando ar dos pulmões.

— Faz alguma coisa Tomoe! — Alessa gritava para a loira que tenta se ajoelhar para ajudar a segurar Hisana, mas leva um chute espasmódico da jovem que estava se contorcendo no chão e bate de costas na parede.

— Tomoe! — Soryuu corre pra ajudar a irmã.

Hisana só conseguia ter visões e imagens de atrocidades lhe invadindo, consumindo cada canto de suas memórias lhe preenchendo com horrores que tinha ela como personagem principal, até que aquelas pessoas que agora tentavam segurá-la surgem em algum lugar profundo de suas lembranças e então ela se dá conta de algo.

 (— Ah... Então foi minha culpa... Por minha causa que eles...).

Por fim, quando a figura alegre e saltitante de uma garotinha parecida com ela surge na sua frente até o momento que ela é esmagada diante de seus olhos aparece na sua cabeça, o espírito de Hisana quebra como a um vaso de vidro frágil e ela fica no chão estirado como uma boneca sem sopro de vida e mesmo de olhos abertos a garota não enxergava mais um centímetro a sua frente.

— Hisa-chan! Hisa-chan!? — Katsuya segura o corpo da amiga que estava vazio por dentro.

— O... O que aconteceu...? — Alessa estava tão confusa quanto os outros suando fria depois da cena que haviam presenciado.

—... Eu não tenho certeza, preciso examiná-la. — Urahara olha para o filho. — Traga Hisana para meu laboratório, Alessa eu preciso que você prepare um quarto para ela.

— Sim. — a jovem morena se retira.

— Urahara-san você pretende tirá-la da cela?! É arriscado demais! — um soldado questiona.

— Hisana não pode fazer nada no estado em que se encontra. — Soryuu lembra enquanto apoiava sua irmã que curava um arranhão na cabeça.

— Quem sabe ela não esteja fingindo essa situação esperando uma chance de nos matar! Se ela se levantar é possível que nos traia e chame os abissais diretos pra a nossa base e eles nos exterminem! — outro retruca evidentemente nervoso.

— Eu já examinei o corpo de Hisana e não existe qualquer tipo de localizador que nos denuncie, além disso, ela vai continuar com as algemas. — Urahara toca no ombro do soldado. — Volte ao seu posto, deixe Hisana conosco.

—... Sim senhor...

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Audiomachine - Eternal Flame

Como era de se esperar, a saúde de Hisana estava perfeita o que faz Urahara rapidamente concluir que a jovem estava com um problema que ele não tinha como resolver com o conhecimento que possuía. Logo Hisana é levada para uma nova acomodação menos fria agora e com uma cama mais aconchegante, contudo ainda algemada e sob a vigilância de soldados mal encarados.

Urahara estava conversando com Yoruichi e Andressa dentro do quarto enquanto observavam a jovem que dormia depois de serem aplicados alguns sedativos para tentar fazê-la dormir sem sonhos.

— “Psicológico”? — Andressa estava preocupada.

Urahara assente.

— Lembra o que Katsuya falou sobre o que aconteceu com a pequena Hisa que havia desaparecido anos atrás?

—... Então...

— Conforme Kaliver havia contado para Katsuya, ela foi usada como uma bomba emocional cronometrada para que Hisana pudesse fazer uso inconsciente de seus poderes para alguma espécie de experimento que falhou graças aos dois que haviam planejado de antemão o resgate de Hisana. — ele explica.

— O laço afetivo e sanguíneo que foi destruído serviu de estopim para o psicológico de Hisana quebrar... Não imagino nada menos que traumático acontecendo para deixá-la nesse estado... — Yoruichi morde os lábios e cerra os punhos.

— O que faremos então? — Andressa pergunta.

Yoruichi e Urahara se entreolham, mas ele suspira enquanto Yoruichi baixa a cabeça.

— Não faço idéia do que fazer... Hisana sofreu coisas que nem conseguiremos jamais imaginar, tudo isso a levou a este resultado... Sinceramente... Depois de tudo o que ela passou... Eu já não tenho tanta certeza se a quero vê-la de pé novamente.

— Urahara! — Andressa o repreende não acreditando no que tinha ouvido.

O cientista de chapéu listrado pensa por um instante e olha para a mulher revoltada com suas palavras.

— Andressa-san... Você realmente teria coragem de depois de todas as atrocidades que Hisana passou e cometeu trazê-la de volta para este mundo de violência e destruição? Um mundo que foi o único que ela conheceu depois de ter passado tão pouco tempo com os pais e amigos ao ponto de provavelmente mal se lembrar de suas vozes? — ele pergunta, mas também sentia o peso de suas palavras. — Eu sei que parece cruel, mas... Prefiro que Hisa-chan passe seus últimos dias sem precisar se sacrificar de novo e se envolver em tudo isto.

—...

— Andressa... Urahara possui uma razão para pensar assim, ele prometeu a Ichigo e Rukia que protegeria Hisana e o seu desparecimento e mudança tão brusca em algo que mal conseguíamos reconhecer nos afetou profundamente... Entenda que sempre desejamos o melhor para ela mesmo que não tenhamos mais forças e o direito de dizer isso depois de tudo que deixamos acontecer... — Yoruichi sussurrava mais para si do que exprimia um pensamento na conversa.

Andressa sorri para os dois.

— Ichigo e Rukia devem estar muito orgulhosos de tê-los como amigos. — ela caminha até Hisana que dormia e começa a fazer carinho em sua testa. — Eu entendo o sentimento de vocês, afinal, somos pais, porém é por isso mesmo que ao desejar o melhor para os nossos filhos não podemos impor nossas vontades ou mostrar a eles um caminho igual ao nosso desejando que eles o sigam. — Andressa olhava para o rosto de Hisana que dormia profundamente. — Mesmo que o filho siga na mesma direção ele nunca nos seguirá pelo mesmo caminho... Sempre escolherá caminhos diferentes para experimentar resultados diferentes. Ele pode tropeçar várias vezes, claro que pode, mas ao se levantar ele vai lembrar que os seus pais conseguiram chegar até o final e se eles sentirem orgulho do que nos tornamos jamais vão desistir de chegar ao mesmo lugar sendo eles mesmos.

— Andressa...

Ela se vira para Urahara.

— O que eu quero dizer é que somente Hisana poderá decidir se sua luta terminou, ou se ela pretende seguir em frente por outro caminho em busca de um resultado que só ela através de seus próprios esforços é capaz de alcançar.

—... Tem razão... — Urahara assente após refletir melhor nas palavras de Andressa.

— Mas como vamos tirá-la desse estado? — Yoruichi pergunta.

— Não se preocupem... Ela não estará sozinha. — Andressa os lembra.

Só então Yoruichi e Urahara entendem que aquela era uma luta que Hisana deveria lutar usando suas próprias forças, contudo, existiam pessoas que jamais desistiriam de trazê-la de volta.

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Continua...

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Notas finais do capítulo

Com Hisana de volta uma nova luta tem início: Reabilitação. A jovem precisará entender mais uma vez o sentido da vida e se realmente vale a pena, depois de constantes perdas e sofrimento, se reerguer mais uma vez para lutar por um mundo que ela ajudou a destruir.

Mas ela não está mais só... Mesmo assim, poderia alguém como ela ser ajudada por pessoas que presenciaram de perto tudo o que fez? Poderá ela se perdoar por pecados tão abomináveis?

Não percam o next chapter!

Notas 2: Não foi fácil decidir voltar a escrever essa fanfic depois da maneira que Bleach acabou e nem sei se pretendo trabalhar com Bleach depois que encerrar essa Fanfic tamanha decepção que sofri, mas aqui estou mais uma vez porque percebi que gosto mais dessa fanfic que de Bleach e por isso quero ver como Hisana vai superar tudo isso com sua família.

Mas no geral, se quiserem continuar lendo essa fanfic sem doer, lembrem que o final não existe, ele é uma ilusão hipócrita de um autor traidor que tacou o foda-se em que mais deveria ter respeitado: Seus leitores.

Até hj tenho nojo das mentiras que ele conta, inclusive recriar conta de twitter pra contar a história de um moleque que morreu AH VSF Kubo. Dizer que Ichihime era planejado desde o primeiro capítulo é o mesmo que dizer que Berserk e HxH já tem final escrito... Ou seria One Piece?

E é isso kkkkk.

PS: Não se preocupem, a fic não fica mais violenta do que já tá mesmo com o meu humor.

Bjus na bunda e vejo vcs na review... Isso se eu tiver algum...



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