No capítulo anterior:

–Você acha que eles faziam isso? – Perguntei, impressionado.

–Não duvide. Vamos dar-lhes uma pequena lição… - Kate, riu.

Algo me diz que isto não vai acabar bem.

Pov Kate

Eu e Castle fomos pegar um fio de pesca, amarramos à porta e deixamos a imaginação de Lanie e de Esposito fazer o resto…

Pov Lanie

Eu bem que espreitava para dentro de casa através da janela grande, mas estava tudo escuro.

–Lanie… - Espo segurou o meu braço, tremendo.

–Você está tremendo? – Perguntei, admirada.

–É que… - Apontou o dedo para a porta. Fiquei estática no meu lugar. A porta se estava abrindo sozinha.

–Espo? O que está esperando? – Tentei convencê-lo a ir na frente. Abanei os braços, esperando que ele avançasse.

–Primeiro as senhoras… - Riu, fraco. Não posso! Ele está com medo.

–Não acredito! Você está com medo! – Torcei dele e acabei rindo.

–Eu? – Apontou o dedo para ele próprio e soltou um risinho sarcástico.

Eu e Javi estremecemos ao mesmo tempo assim que as luzes começaram a acender e a apagar. Sozinhas.

Eu queria correr. Gritar. Mas estava em pânico – nem falar eu conseguia.

–Eu vou da…dar o fo…fora daqui, Lanie! – Espo, gaguejou, amedrontado.

Eu apenas permanecia em silêncio.

–Foi bom te conhecer… - Espo começou a virar as costas.

–Javier Esposito! – Chamei, firme. Neste momento eu não sabia o que ele estava temendo mais: a casa assombrada que estava na nossa frente ou eu falando com ele desse jeito.

–Lanie, vamos embora. Deve ser outra casa… - Concluiu, aproximando-se de mim novamente.

–Nunca pensei que você acreditasse nestas coisas… - Admiti.

–E não acreditava, só que agora está acontecendo bem na minha frente! – Defendeu-se.

–Está aqui qualquer coisa errada… E eu vou descobrir! – Ganhei coragem.

–Onde você vai?! – Espo, quase gritou e segurou o meu braço.

–Se eu estava esperando a sua proteção, bem que estava ferrada! – Abanei a cabeça, desiludida.

Pov Castle

Eu e Kate segurávamos a gargalhada. A briga entre Lanie e Espo estava a ser hilariante.

–Eu queria te proteger, mas não consigo! – Esposito dizia, triste.

–Como assim não consegue?! – Lanie.

–Eu não os consigo ver! – Espo.

–Não consegue ver quem?! – Lanie.

–Aos fantasmas, não é óbvio?

Dessa eu tive que rir. Javier Esposito com medo de fantasmas. Épico.

Tapei a boca a Kate para que eles não conseguissem nos ouvir. Fui surpreendido com um beijo.

Esqueci de tudo e puxei-a para mim, intensificando o nosso beijo.

–Acha mesmo que são os fantasmas que estão acendendo as luzes? Eu vou entrar!

Ao ouvir isto, eu e Kate separamo-nos rápido. Com dificuldade.

–Quem está aqui?! Eu sou Lanie Parish e exijo saber!

A voz autoritária de Lanie, fez uma gargalhada minha e de Kate explodir.

–Eu não sabia que os fantasmas riam… - A voz de cachorro abandonado de Espo, provocou ainda mais gargalhadas.

Eu e Beckett decidimos aparecer e eles nos encaram em choque. Lacrimejava de rir.

–Eram vocês?! – Javi nos olhava com espanto.

Depois de um tempo rindo, finalmente conseguimos parar.

–O que vocês estão fazendo aqui? – Kate, ficou séria.

–Viemos surpreender os nossos amigos! – Lanie, respondeu.

–E não sabiam avisar? – Beckett encarou a melhor amiga.

–Era preciso avisar? Estavam fazendo algo que poderia ser interrompido? – Lanie ergueu a sobrancelha.

Eu e Javi apenas olhávamos as duas garotas, que pareciam querer iniciar uma discussão a qualquer altura.

–Claro que não! Só acho que deviam ter avisado, nós poderíamos nem estar em casa… - Kate deu de ombros, tentando disfarçar.

–Então vai me explicar que marca é essa no seu pescoço? – Arregalei os olhos. Eu deixei uma marca no pescoço de Kate, mas era minúscula. Como é que a Lanie conseguiu ver?!

–Isso é dos insectos! – Respondeu de cara e prendi o riso. Kate quase me matou com o olhar.

–Um insecto chamado Castle?! – Lanie acusou a amiga.

–Eu… eu?! – Gaguejei, nervoso.

–Cale-se! – Lanie e Kate me olharam e falaram ao mesmo tempo. – Ok… - murmurei baixinho, entendendo o recado.

–E se fossemos todos sair? – Espo perguntou e entreolhamo-nos todos.

–Boa ideia, mas quero saber tudo! – Lanie ordenou e Kate riu. Abraçaram-se de seguida, deixando-me a mim e a Esposito confusos.

Eu nem falei mais nada.

Decidimos ir até um bar que havia ali perto.

…

Pov Kate

Eu já estava alegre. Quer dizer: nós quatro já estávamos alegres. A música era boa e a bebida também.

Lanie me puxou para um canto.

–Vai me contar o que está rolando entre vocês? – Lanie apontou para Castle, que estava conversando com Esposito.

–Nada… - Desviei o olhar.

–Kate você sabe que não me pode enganar! – Lanie virou-se para mim, me encarando.

–Eu não estou a enganá-la, Lanie. Se tivesse acontecido alguma coisa, você seria a primeira a saber. – Menti.

–Espero bem que sim. – Retorquiu.

Pov Castle

–Então bro… - Espo levou a mão ao meu ombro, apertando-o.

Engoli em seco.

–O que está havendo entre vocês? – Espo inclinou a cabeça na direção de Kate.

–Nada… - Bebi mais um gole da minha bebida.

–Qual é? Já todo mundo topou! – Riu.

Olhei para ele confuso. Não podia contar para Espo.

–Não faça essa cara! – Pediu. – Você e Kate andam…?

–Espo! Você está mesmo me perguntando isso? – Fingi aborrecimento.

–Não vai mesmo contar, pois não, bro? Eu nem estou pedindo detalhes! – Protestou.

–Não há detalhes! – Expliquei, impaciente.

–Ok, mas se eu descubro que você está mentindo para mim, pode esquecer a nossa amizade. – Disse.

Fiquei reticente. Mas ainda assim não vou contar. Eu quero guardar isto para mim e para Kate, apesar de ainda não saber o que nós somos ao certo.

–Olha só aquelas garotas… - Javi, riu, safado apontando para um grupo de amigas que estavam dançando.

Desviei o meu olhar para ver. Nem chamava a minha atenção. Não mais. Meu pensamento só estava em Kate e como eu estava desejoso de voltar para casa para puder trazê-la para junto de mim. Para puder beijá-la.

Senti o meu corpo ser puxado.

De repente, estava num sítio mais escondido do bar.

–Estava se divertindo com Esposito? – Kate me olhava com uma expressão séria no rosto. Eu não estava a entender o que ela queria dizer.

–Estava. – Respondi, inocente.

–Ainda tem a coragem de me dizer isso?! – Abriu a boca, incrédula.

Acho que fiz besteira.

–Mas é verdade… - Disse a medo, temendo a minha própria resposta.

Socou o meu peito.

–Au… O que foi que eu fiz? – Perguntei, confuso, acariciando o local.

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–Vai dar uma de inocente agora? Eu bem vi como vocês estavam olhando para aquelas garotas! – Tudo isto por causa das garotas? Fiquei com um sorriso bobo no rosto. – Eu não estou para aturar as suas mentiras! Se não gosta de mim, não precisa de dizer! Se quer só me levar para a cama, pode admitir!

Virou a costas e impedi-a de ir embora. Agarrei o seu braço e virei-a para mim novamente.

Os nossos olhares cruzaram-se, senti o seu hálito fresco contra o meu rosto. A sua respiração estava pesada. Podia sentir os seus nervos percorrerem cada milímetro do seu corpo.

–Não volte a repetir uma besteira dessas, ouviu? – Falei, sério. Ela me olhava com atenção, analisando cada traço da minha cara.

–Eu não quero levar você para a cama, Kate! Quer dizer, claro que eu quero, mas tenho tempo para isso. – Apertei mais o seu braço, reforçando a ideia. – Eu gosto de você, Kate. Gosto mesmo.

O meu coração apertou. Estava com medo do que estava sentindo. Cada vez mais este sentimento crescia.

–Não precisa de dizer isso só para que eu me sinta bem…

Soltei-a e afastei-me. Como ela pode ser tão confiante e ao mesmo tempo tão insegura?

Silêncio.

–Rick…? – Fechei os olhos. Ouvir Kate me chamar de Rick, tirava o meu chão.

–Kate, eu só quero que você entenda… - Voltei-me para ela e olhei bem nos seus olhos. – Você não é apenas mais uma qualquer. Eu sei que você nunca percebeu, mas eu sempre andei correndo atrás de você. Mesmo quando nós brigávamos. Eu sempre estava lá. Já se perguntou porquê? Porque eu acabo sempre voltando. Eu preciso de estar junto de você, nem que seja para ter aquelas brigas idiotas que nós tínhamos. Eu sinto a sua falta a todo o instante. – Segurei as suas mãos. - É difícil de entender?

Ficamos nos olhando por um tempo. Aquele seu olhar doce que ela tinha me prendia mais um bocadinho a ela. Se isso fosse possível.

–Me desculpe, Rick. – Suspirou, triste.

–Ei… - Levei uma das minhas mãos ao seu queixo, fazendo-a olhar para mim. – Eu não quero que fique triste. Só quero que saiba que eu gosto mesmo de si e que não me importo com nenhuma outra garota. Você é a minha garota.

Sorri e recebi de volta um sorriso.

–Promete?

–Prometo. – Beijei a sua testa. – Always…

Olhou para mim de novo e riu.

–Qual a piada? – Perguntei, curioso.

–Você lembra daquela vez que eu fiz o dedo do meio para você e depois você disse “Always” com aquele risinho que me irritava?

Acabei rindo. Como poderia esquecer? Eu lembro de todos os momentos que passei com Kate.

Envolvi-nos num beijo carinhoso, demonstrando que estava sendo sincero no que estava dizendo. Eu realmente gostava dela e isso me assustava.