Assumo, fiquei assustada, tudo parecia tão real.
Matthew me beijando, a notícia que ele me deu.
— Tris. Vamos jantar. Você vem? — Convida Zeke.
Descemos as escadas, eu meio tonta, quando chego à cozinha, há hamburger, legumes, frutas e um pouco de molho. Todos nos sentamos na mesa.
— Matthew, como está indo o consultório? — Pergunta Shauna.
— Que consultório? — Me intrometo.
— Matthew virou psicólogo. Ele tem um consultório à duas quadras daqui. — Explica Caleb.
— Parabéns Matthew. — Digo, sorrindo.
— Obrigado, Tris.
— Tris você estava chorando, enquanto dormia. O que houve? — Pergunta Caleb. O que falo pra ele? Já sei.
— Foi um pesadelo. Eu sonhei que matava mamãe e papai. E também… — Olho para Christina, ela desvia o olhar. Isso vai doer mais em mim do que em você. — E também Will.
— Mentira! — Diz Christina.
— O que? — Sussurro. Ela não vive dentro de mim para saber o que eu sonho ou não.
— Eu sei quando mentem. E você está mentindo Tris. — Vejo o fogo em seus olhos. O que aconteceu? Christina mudou de humor de uma hora para outra.
— Não importa. — Digo, levantando-me da mesa. — Matthew, você pode vir comigo?
— Claro! — Matthew se levanta e vem me seguindo. Quase não comi, lembrar do tal sonho me embrulhou o estômago, mas mesmo assim tenho forças o suficiente para subir ou descer escadas.
— Matthew, quero que me responda algo.
— Tudo bem.
— Onde Tobias está morando?
— Ao… — Por que ninguém quer me responder isso. Acho que é por que Matthew foi a primeira pessoa que perguntei.
— Responda!
— Ao norte do rio. — É o lugar que vou agora. Desço as escadas correndo, ouço Matthew gritando meu nome, ignoro.
É agora, finalmente poderei vê-lo. Não há quase ninguém pelas ruas. Eu acho. Pois no meu campo de visão, não vejo ninguém.
Vou correndo até que vejo um rio.
— Norte. — Sussurro à mim mesma.
Corro em direção norte. Vejo um apartamento. Algumas luzes acesas. Corro até o pequeno portão e pulo a cerca.
Não há tantas escadas como o Hancock, então já é mais fácil para mim. Vou até a cobertura. É tão bom ver a cidade de noite. Algumas luzes acesas. Agora sim, sinto-me realmente viva.
De repente um alarme soa, muito alto. Alarme de Invasão. É tudo o que consigo ouvir. A frase ecoa por toda a cidade. Ouço gritos.
— Rebeldes! — Alguém grita. Desço as escadas o mais rápido que posso. O barulho dos tiros começam. Olho de relance para os degraus, pessoas caídas sendo pisoteadas. Esbarro em alguém. Caio, mas não atinjo o chão. Alguém me pega antes. Sinto seu toque. Lembro de nosso primeiro beijo.

Olho para cima e o vejo. Tobias. Solto-me de seus braços. Corro escada a baixo. Consigo sair do apartamento. Um tiro. Meu ombro lateja. De novo não. Grito, mas mesmo assim não paro de correr. Aperto meu ombro com meu braço livre.
Pouco tempo depois acho o beco em que eu e Matthew nos escondemos.
— Tris?! — Acabou! Ele vem em minha direção. — Você está viva?!