Las Vegas --- Hotel Five Stars

Eliza Schreave

Já estávamos no fim da primeira semana em Las Vegas, e eu só havia trazido problemas para a minha província. Meus pais, meu irmão e até mesmo Henry e Caleb não deixavam de tentar falar comigo ao menos uma vez ao dia. Mas eu não estava disposta para falar com ninguém. Annabel estava curtindo a viagem ao extremo, já eu, estava com a consciência pesada. Eu e Tyler, o menino da primeira balada que fomos, estávamos ficando desde o primeiro dia, mas eu já estava cansada dele também, e então o mandei embora.

–-Anna, vou sair para fazer umas comprinhas, tudo bem? –perguntei, a fim de sair um pouco e ficar sozinha.

Ela só um “sim” com a cabeça, sem dar muita importância. Toquei um banho rápido e me vesti. Peguei um taxi, e fui até o shopping principal da cidade.

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Era lindo, como tudo lá. Algumas crianças me viram, e pediram para tirarem fotos, outras me viram e queriam vir ao meu encontro, mas seus pais as puxaram e diziam “Ela não é um exemplo de donzela”.

Entrei em uma loja da Tiffany e dei uma olhada nas pulseiras. Acabei comprando uma linda, com pedrinhas de brilhante. Não satisfeita, também fui a Channel, onde comprei alguns batons e uma bolsinha. E então, finalmente fui para a praça de alimentação. Estava lotada. Tanto de pessoas com fome, quanto de paparazzi. Logo que me avistaram, correram ao meu encontro, formando um verdadeiro formigueiro ao meu redor.

Princesa, o que você tem a nos dizer sobre aquelas matérias no jornal?

Não esta envergonhada?

Onde está sua prima?

O que sua família achou de tudo aquilo?

Ainda será rainha?

Eu precisava responder algo. Minha tutora, Karla, sempre me dizia que mesmo perante pressão, sempre argumente algo. Respirei fundo, e tentei elaborar a melhor resposta que eu poderia dar.

–Acho que como toda pessoa, eu cometo erros. Foi um deslize de minha parte, que nunca mais acontecerá. Sim, eu pretendo ainda ser a rainha, afinal fui criada a minha vida toda para isto, e como todos vocês sabem, nunca fui de “sair da linha”. Realmente foi a primeira vez, e ultima. Peço desculpas a todos vocês, e dizer que fui totalmente inconsequente. Espero que me entendam! –e com isso, tentei me livrar da multidão.

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Illéia --- Palácio Schreave

David Schreave

Papai e mamãe ficaram totalmente aliviados depois de verem a reportagem sobre Eliza, pedindo desculpas a todos. Mas mesmo assim, disseram que seus castigos seriam rígidos, pois a França desistiu de fazer um acordo conosco por decorrer destas noticias.
O meu dia estava indo de mal a pior. Minha câmera fotográfica havia queimado. Meus pais estavam totalmente histéricos, e Tessa não queria falar comigo, pois ontem de noite ela pediu para ir à piscina e eu disse que não podia. Foi quando avistei Charlotte andando pelo palácio, e pensei em desfrutar um pouco de sua companhia. Aproximei-me e reverenciei. Ela sorriu, e retribuiu.

–-Poderíamos passar um tempinho juntos? Tipo agora? –perguntei sorrindo.

–-Podemos sim, só preciso ir até meu quarto trocar de roupa. Estou voltando do Salão das Mulheres agora, e como hoje é o único dia em que podemos usar calças, não vou desperdiçar –ela respondeu, totalmente prazenteira.
Sentei e esperei seu retorno.

Ela voltou minutos depois, com uma roupa deslumbrante. Havia retocado o batom, que era vermelho, por sinal.

–-Tenho duas opções de passatempo: cozinharmos algo para jantarmos depois, ou passearmos pela estufa. O que você prefere?

–-Se eu escolher passear na estufa, mesmo assim vamos jantar juntos? –ela perguntou em um tom gozador.

–-Visivelmente, senhorita!

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Lotte havia me dito que suas flores favoritas eram as tulipas holandesas. Uma bela flor. Evidentemente havia estas flores em nossa estufa, então fomos procura-la, em meio tantas outras.

–-Achei! –ela gritou visivelmente orgulhosa.

Caminhei até onde as flores estavam, e puxei uma de seu vaso.

–-Uma flor para uma flor! –indaguei.

Ela sorriu, envergonhada, pegando a flor e colocando atrás da orelha.

Quando nos demos conta do horário, já eram quase sete horas, então decidimos entrar para jantarmos.

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Las Vegas --- Hotel Five Stars

Eliza Schreave

Quando cheguei das compras, Annabel estava dormindo, agarrada a uma garrafa de vodca. Guardei minhas compras, e tomei um banho. Quando fui me deitar, recebi uma mensagem de texto.

Henry: Oi.

Eliza: Oi.

Sem resposta. Talvez ele só quisesse saber se eu estava bem, eu acho. Preferi ir dormir, pois o dia amanhã seria bem cheio.

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Acordei com os gritos da minha prima. Ela estava radiante, falando que hoje iriamos a uma balada diferente. Nós não, ela! Porque para mim, já deu de baladas. Por incrível que pareça, eu não via a hora de voltar para casa. Estava pensando em ir até mesmo hoje ou amanhã.

–-Você vai com que roupa? Eu estava pensando em ir com um vestido azul ou Pink, bem decotado! Precisamos ir ao shopping e também... –Annabel parou de falar, quando percebeu que eu não estava prestando atenção –Eliza?

–-Oi Anna. Olha me desculpa, de verdade, mas eu vou embora hoje ou amanhã... Não consigo deixar de pensar no Henry, no Caleb, minha cabeça está muito confusa.

–-Tudo bem Liz. Eu entendo... –Mas eu sei que ela mentiu, pois sua face demonstrava que ficou chateada com a minha escolha.

Peguei meu celular para avisar aos meus pais que iria voltar hoje, e foi quando eu me surpreendi. Uma mensagem nova, do Henry. Que havia sido enviada ontem de noite, cinco minutos depois do meu “Oi”.

Henry: Liz vou ser bem claro e rápido com você, antes que eu perca a coragem de lhe falar. Eu amo você, e disso você já sabe. Mas somos de mundos completamente diferentes. Não pedir para que você abra mão de um possível casamento, ou de um namoro de verdade por trinta ou vinte minutos que posso lhe dar de madrugada e ainda escondido. Nunca seria digno de ter você como minha Liz. Me doí falar isso, porque eu realmente não queria te perder. Você é, e sempre vai ser única... Mas espero que entenda minha decisão, e não tente reverte-la. Quando você chegar, por favor, finja que eu não existo. Não quero mais ficar perto de você, não quero mais sentir seu cheiro e nem falar com você. Não quero pensar que farei você sofrer, então, acho melhor pararmos antes que vire algo mais sério. Obrigada pelo nosso curto intervalo de felicidade. Você me deu nesse tempo, toda a felicidade que eu nunca tive. Beijos.

Quando terminei de ler, as lagrimas já rolavam soltas pelo meu rosto. Jamais pensei que ele fosse me dizer isso, pelo contrário, achei que quando eu chegasse iriamos nos ver de madrugada, e ele iria me beijar até minha boca não aguentar mais. Mas pelo visto, ele não iria. Pensei em continuar mais esse mês em Vegas. Porem de que adiantaria? Mês que vem, eu teria de voltar. De um jeito ou de outro, eu teria de vê-lo. E que seja logo. Assim, quem sabe doí menos?

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Arrumei minhas coisas, me despedi de minha prima, e parti para o aeroporto.