Las Vegas --- Hotel Five Stars.

Eliza Schreave

Minha prima colocou-se de pé, totalmente vidrada no jornal.

–-Meu Deus prima! Olha só o que diz aqui –ela disse, me entregando o jornal.

De princesa para strip-tease?
A querida princesa, Eliza Schreave, foi vista nesta madrugada em uma boate, chamada Amnesia, situada em um dos bairros mais nobres de Las Vegas. A herdeira estava rodeada de amigos, que fumavam cigarros de maconha e bebiam descontroladamente. Porem, o que causou mais impacto não foi à roupa extremamente sensual e deixando o corpo da princesa exposto por inteiro, mas sim um striper-tease feito por ela, para um sujeito de idade. Testemunhas dizem que avistaram Eliza subindo em uma mesa, levando o vestido, logo tirando o sapato e por fim, jogando sua roupa intima no rosto do sujeito desconhecido. Homens jogavam notas de dinheiro nela, a tratando como se fosse uma verdade prostituta. A pergunta que não quer se calar é: Onde está aquela moça totalmente comportada que a província de Illéia teria como rainha?

Terminando de ler a matéria, fiquei sem ação. Sem duvida nenhuma, meus pais me matariam. E que história foi essa de striper? Eu não fiz isso! Pelo menos não me lembro... Portanto se eu não lembro, é obvio que eu não fiz.

–-A tia Meri vai te matar Liz!

–-E eu não sei? Mas, quer saber Anna? Se for para morrer –eu disse fazendo um sinal de aspas com as mãos –Que seja feliz. Vamos curtir o máximo que pudermos aqui, começando agora! Manda uma mensagem no grupo, pedindo que todos venham ao nosso apartamento no hotel, e tragam bebidas!

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Não demorou mais que quarenta minutos para que as ligações começassem, ou até mesmo, as mensagens no Skype.
Caleb foi o primeiro a me procurar.

Caleb: Está ocupada?

Ai meu Deus, eu queria dizer que sim, mas não consegui.

Eliza: Não.

Caleb: Não vim julgar você, pois acho que muitos já fizeram isto. Só queria dizer, que pode contar comigo para qualquer coisa.

Eliza: O que você poderia fazer? Merda nenhuma. A não ser que, você possa retirar está noticia de todos os lugares e desmenti-la, não vejo como possa ajudar.

Caleb: Ok.

Eliza: Era só isso?

Caleb: Não.

Eliza: Então fala logo o que você quer.

Caleb: Seu beijo.

...

Eliza: Preciso ir, não vou fazer besteira, só vou me divertir. Saudades. Tchau.

Caleb não pode responder, pois está off-line.

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Illéia --- Palácio Schreave.

David Schreave

A única explicação para toda essa loucura era de que minha irmã havia pirado. Nunca tinha visto meu pai desta forma, ele estava totalmente fora de si. Minha mãe só conseguia chorar, dizendo que não criou Eliza para ela jogar a reputação da nossa família, e da nossa província, no lixo. Tessa disse que quando crescesse queria fazer a mesma coisa que Eliza fez sair para a balada. Foi ai que meu pai entrou em assombro. Disse que Eliza deveria ser o exemplo para mim e Tessa. E foi quando ele telefonou para ela, que desligou sem nem ouvir uma palavra. As coisas realmente não estavam nada boas para ela.

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Havia cominado de me encontrar com Clarissa Lovegood. Não havia muitas alternativas de encontros, então ela decidiu que o melhor era caminhar pelo jardim.
Ela estava linda quando chegou, vestia um vestido na altura dos joelhos, azul, com lindos bordados nos ombros. Pedi que ela viesse da forma mais confortável possível, e então ela calçava sandálias, que ajudariam na caminhada.

Durante a caminhada, Clarissa me contou alguns de seus sonhos. Um deles era ser uma grande estilista. Também contou, que seu antigo namorado, Oliver, disse para ela que estavam juntos apenas porque não havia outra garota interessada por ele, e que desde então ela havia desistido do amor.

–-Mas me conte um pouco de você, eu já disse muito! –ela pediu.

–-Não tenho nada de muito especial, entende?

–-Qual é David, você é o principie! Algo deve ter sim, e pode ir falando.

Cocei a nuca atrás de algo bom para falar. Minha vida não havia nada de emocionante, pelo menos Eliza teria historias para contar a seus filhos...

–-Planeta Terra chamando! –falou Clarissa, abanando a mão na frente de meu rosto.

–-Eu gosto de fotografar, e se você quisesse, poderíamos ir ver algumas de minhas fotografias.

Ela sorriu, e disse que adoraria!
Meu escritório estava uma bagunça, então de certa forma, fiquei envergonhado de leva-la lá neste estado.

–-Está tudo uma bagunça, não repara não...

Ela não respondeu, estava admirada demais olhando minhas fotos na parede. Ela apontou para uma foto que paisagem. Neve, morro, bonecos de neve, rios quase congelados e ursos.

–-Sem duvidas, esta foi tirada no Alasca. Eu e minha família viajamos sempre que possível, e como meu pai também é um amante da fotografia, tentamos reservar um tempo só para fotos. Essa é uma das minhas favoritas –eu disse, apontando para uma foto do Taj Mahal, aquele castelo indiano.

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Passei o resto da tarde tentando falar com Eliza, mas quando vi que não teria sucesso, tratei de caminhar pelo palácio. Encontrei Elena, sentada no jardim lendo um livro. Ou uma revista de fofoca gigante. Aproximei-me.

–-Atrapalho?

Ela não respondeu.

–-Eu sinceramente, não sei o que te fiz.

–-Precisamos conversar. Vamos para um lugar reservado –ela pediu.

–-O cinema.

Quando entramos no cinema, Elena tratou de se sentar. Sentei ao seu lado, e um silencio constrangedor invadiu o ambiente. Fui eu quem o quebrou:

–-Elena eu juro que tentei encontrar todas as palavras necessárias para me desculpar, mas eu nem mesmo sei qual foi meu erro!

Ela se levantou rapidamente, e disse gritando.

–-Que droga David! Esse é o seu problema, você fala demais.

Quando me dei conta, Elena estava sentada em minhas pernas, beijando-me. Fiquei desnorteado, sem ter a mínima ideia do que fazer. A empurrei, com medo de fazer algo errado.

–-Elena, eu preciso te contar uma coisa.

Ela ficou parada, me escutando.

–-Nunca beijei uma garota.

–-Não se preocupe, eu te ensino. Não precisa ficar nervoso, eu gosto de você do jeito que você é.

E então, ela realmente me beijou. Com movimentos lentos e sensíveis, e eu a segui. Por fim, ela disse que eu levava jeito pra coisa, me fazendo sorrir. Decidimos ligar um filme, já que nós dois queríamos passar mais um tempo juntos. Decidi assistir o filme que ela pediu, Titanic. Como se não bastasse mamãe vendo estes filmes comigo, precisava vê-lo em um encontro também... Maldito Titanic.

Na metade do filme, percebi que Elena estava com a cabeça encostada no meu ombro, adormecida. E só então eu me toquei, Elena disse que gostava de mim mesmo?