The Troublemaker escrita por Clara Vieira


Capítulo 1
A minha Realidade




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/604711/chapter/1

Mais mortes. Mais sangue inocente derramado. Crianças, jovens, adultos, velhos, ninguém está a salvo desse massacre.

Tive outro pesadelo hoje. Sonhei que eles estavam me procurando e à minha família. Pegaram meu irmãozinho e o levaram para longe de mim, tenho a impressão que o tinham matado. No meu sonho, eles não tinham rostos e corpos humanos, mas sim de bestas terríveis, o que eles são na verdade: montros horríveis que matam, e matam sem ressentimento. Nunca vi um Agitador chorar, ou muito menos ser bom com ninguém. Eles são maus. Na escola, falamos bastante sobre eles. Eu acho que até demais, já que eles são uma ameça, deveríamos aprender sobre como combatê-los, e não sobre suas histórias.

Na minha casa temos um bunker onde nos escondemos dos bombardeios. Gosto de estudar e passar meu tempo, sei que ali estou segura. Costumo ler livros sobre botânica, ou engenharia básica. Apesar de todos que eu conheço acreditarem que o governo vai mandar helicópteros quando as coisas apertarem, eu sou realista. Isso não vai acontecer. É preciso saber de tudo um pouco. Na escola, costumo ser ótima em biologia, física e química, mas um desastre quando se fala em história ou línguas. É inútil.

Todos os dias pego a bicicleta do meu pai e vou para a floresta correr. Meu condicionamento físico é uma maravilha. Faço o meu lanche com o que encontro por aí e mato o meu amigo Logan. Brincadeira. Treinamos combate. Normalmente eu ganho. Ele é do tipo de pessoa que é super do bem, que não gosta de machucar um bicho, e que prefere apenas fugir dos perigos, sem saber nem fazer uma fogueira ou montar um abrigo. Tenho a certeza que em um apocalipse zumbi, seria o primeiro a morrer.

Normalmente não fico muito tempo com ele. Ele não é da minha escola, então não nos vemos muitas vezes. Não é uma coisa que me agrade, pois gosto de estar com ele, mas às vezes é um alívio, pois parece até que ele fica de TPM, todo meloso, sentimental e agarrento. Cruzes! Prefiro quando ele está mais carrancudo. Apesar de sermos bons amigos,muitas vezes não nos damos bem. Eu sou o oposto dele! Sou madura, confiante, tenho um génio forte, sou extremamente teimosa, independente, e boa em amizades (sei escolher deireitinho os meus amigos, mas quase todo mundo gosta de mim), e gosto de um bom desafio. Quando as coisas ficam muito monótonas, desisto. Ele é um bom amigo, mas as vezes cansa. Ele é muito exigente com coisas bobas, e fica pegando no meu pé... ninguém merece. Além disso é muito Maria-vai-com-as-outras

Nesses momentos vou conversar com Liam, meu melhor amigo de todo o sempre. Ele é muito mais legal. A mãe dele simplesmente me ama (porque não amaria?), e adora quando eu estou com o filho dela. Sempre que eu fico muito tempo na casa dele, faz para nós o seu maravilhoso bolo de chocolate.

Gosto do quarto dele. Sempre que vou lá, dou uma volta no quarto inteiro, passo pelas fotografias coladas na parede, brinco com a bola de neve de vidro com bonequinhos de Natal que uma tia deu para ele a dois Natais atrás, seguro em um dos tacos de baseball do pai dele e finjo fazer um home run, e finalmente sento na cama dele.

Conversamos sobre tudo (tudo mesmo, chego até a pensar se deveria mesmo falar sobre algumas coisas...). Somos melhores amigos desde o 5º ano, quando estávamos na mesma turma na escola.

No ano que conheci Liam, conheci também Johanna, minha melhor amiga de sempre. Dormi na casa dela umas tantas vezes. A irmãzinha dela, Cecily, me amava. Eu era super legal com ela, e ela comigo. A mãe dela chegou até a fazer uma touquinha para mim, pois onde nós moramos é muito frio. Guardo essa touquinha com muito carinho, mesmo que já não me sirva à anos.

Depois de uma grande discussão com a mãe, Johanna foi embora, e levou Cecily junto. Elas se juntaram aos Agitadores. Dói-me muito ao dizer isso, pois sinto muita falta dela. Ela era tímida, nunca se abria muito com as pessoas, tinha medo de que, se falasse muito de si para as pessoas, poderia desaparecer de sua vida com todos os seus segredos.

Por esse motivo, tive muita dificuldade de fazer ela ser minha amiga. Aos poucos, decobriu que eu gostava mesmo dela. Esse foi o tempo de nos conhecermos, virarmos melhores amigas, e desaparecer da minha vida sem dar notícias, sem saber ao menos, se estava viva.

Todos os dias, desde o dia em que foi embora, pergunto-me a mim mesma se influênciei ela a se juntar aos Agitadores.

Bom, eu acho que isso é uma coisa que nunca saberei


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Troublemaker" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.