Royalty escrita por Radami


Capítulo 4
Quatro




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O dia seria cheio. O mais complicado, porém perfeitamente organizado.

Ellen chegou com um caderno grande e uma caneta na mão, fazendo várias anotações.

– Bom dia Princesa! – Krista e Sydney falaram em sincronia.

– Bom dia... – disse a garota ainda sonolenta e esticando os braços. – Temos muita coisa hoje não é?

– Nem fale isso perto da Ellen – Sydney deu uma risadinha, logo ajudando Krista com o banho dela.

A Princesa se levantou da cama e esticou as cobertas de qualquer jeito, olhou para si mesma e correu para pegar o roupão fino, se cobrindo. As três criadas se viraram quando a moça ficou envergonhada. Deixando-a mais calma.

– Vamos logo com isso. – disse a Princesa sem mais e nem menos indo para o banheiro.

Assim que as portas se fecham, Ellen senta-se em um banquinho ali perto fazendo algumas anotações.

– Como será o dia de hoje? – Krista olha para as companheiras arrumando a cama. – Está tudo uma bagunça lá embaixo.

– Parece que é hoje o dia... Foi o máximo de informação que eu recebi. Não seu bem o que quer dizer. – disse Sydney retirando um vestido do armário vendo se há alguma coisa errada nele. – Este está bom? – ela exibe o vestido para as amigas.

– De acordo com o meu cronograma o dia vai ser bem cheio. – Ellen sorri de canto e concordando. – Este é exatamente o esperado.

Krista e Sydney se olham e caem na gargalhada. Logo Ellen manda as duas ficarem caladas, mas logo se rende e ri junto com as garotas.

• • •

Não podia ser mais lindo. Era tudo que ela queria naquele dia.

– Obrigado! – A Princesa sorriu e agradeceu as três – O vestido. O cabelo e até o colar. Não podia ser mais bonito.

– Mas eu ainda nem terminei – Krista brincou logo fazendo uma trança embutida na lateral. - Sydney, por favor, pegue aquelas presilhas que tem formato de flor?

Sydney pegou o acessório e entregou três na mão da outra. Krista colocou no meio de cada dobra do cabelo.

A Princesa se levantou e sorriu em agradecimento para as três.

– Estou nervosa... – ela desabafou.

– Respire, vai dar tudo certo. – Sorriu Ellen – Não me parece tão difícil conhecer trinta e cinco garotos... – todas riram e deixaram de lado.

– Quem me dera se fosse assim fácil...

As quatro amigas se retiraram do quarto rindo juntas pelo corredor.

• • •

Andrew Evans saiu do seu suposto quarto assim que lhe pediram para ir até o jardim. A cada minuto ele mexia no próprio cabelo louro de tanto nervosismo.

Sentia seu coração nas mãos. Além de não ter a mínima ideia de onde ficava o tal jardim, mas não parecia tão difícil de achar. O único medo que ele tinha era como a tal conversa aconteceria. Ele não era de puxar assunto, mas sabia fazer piadas. Pelo menos algumas.

Descendo as escadas, ele procurou algum dos outros jovens. Nada. Ele afrouxou a gola da camisa que lhe fizeram e ajeitou o blazer cinza que ganhara na frente de um espelho na parede. Observou a sai mesmo e parecia mais arrumado do que de costume. Pelo menos não se queixava do modo que o tratavam. Era melhor do que pensava.

Ao andar mais um pouco, ele se deparou em um salão grande com portas gigantes e de vidro.

– Para onde está indo rapaz?

O garoto se virou, logo dando de cara com um guarda alto e de olhos azuis, encarando sem o assustar.

– Bom. – ele parou para refletir por um momento – Estou procurando o jardim para encontrar-me com a Princesa, senhor! – disse no tom que parecia correto para com o guarda.

Ele assentiu e pediu para que o seguisse. Que Andrew logo o fez, sem questionar.

Eles seguiram por um longo caminho onde tinha um corredor comprido entre o salão de vidro e a cozinha, onde tinha várias moças cozinhando em panelas grandes e também pareciam cansadas. Ao longo do percurso, deu-se para enxergar um campo verde através de uma janela redonda.

– Bom, te deixo aqui – disse o guarda, sendo simpático – Tem outros caminhos, mas este é um pouco mais rápido. – ele sorriu para o garoto, após abrir uma porta de aço.

– Obrigado pela ajuda. Aqui é muito grande de fato... – ele retribuiu o sorriso e antes de ir embora se virou – Qual o seu nome, senhor Guarda?

– Pode me chamar de Arty – ele assentiu para o rapaz e olhou além da porta – Acho que o senhor está um pouco atrasado não é? E eles não gostam muito de atrasos... – Arty piscou para ele, o incentivando a continuar.

– Obrigado de novo.. – ele atravessou a porta, onde viu um caminho de pedrar entre a grama verde – Valeu Arty. Sério mesmo!

O Guarda logo se retirou, sem mais nenhuma expressão.

Andrew retomou ao seu curso e foi andando até achar um grande pátio com mesas e cadeiras brancas, juntamente com algumas sombrinhas. Logo viu duas moças de vestidos parecidos olharem para ele e sussurrarem alguma coisa. Ele olhou para as pessoas que estavam ali: dois empregados e três criadas ao que se parecia no total. Com o sol era meio dificil enxergar algo a mais, mas enfim a viu.

A garota ruiva com uma longa trança jogada no ombro esquerdo. Com um vestido que caia maravilhosamente bem nela.

Andrew mal podia acreditar que teria um momento privado com a Princesa. Lembrou-se quando o chamaram no quarto. Onde disseram que era urgente, e receberia dois empregados para arrumar o rapaz com novas roupas que lhe foram feitas. Foi bem depressa, mas já estava ansioso desde a noite passada.

– Com a sua licença senhor – chamou uma das moças, com cabelos longos e pretos. – A minha senhorita está um pouco atrasada com seus afazeres, poderia? – ela indicou uma cadeira para ele se acomodar.

– Ah claro, por que não? – ele sorriu timidamente e foi até o acento e ficou de frente com uma mesa, com duas xicaras e o sol não atrapalhava, pois tinha a cima de suas cabeças uma sombrinha grande o suficiente para agregar os dois e até mesmo os empregados que estavam de pé.

– Boa tarde, Princesa – ele disse do jeito mais formal possivel, pois o seu número de casta não lhe propusera uma oportunidade de alto ensino, e teve que sair da escola logo aos 14 anos para ajudar seu pai que já estava velho com os serviços dele.

– Olá... – ela parou por um segundo para pensar mas logo sorriu para o rapaz – Andrew! Como está passando a tarde em minha humilde casa? – ela disse num tom meio forçado.

– O prazer é todo meu – ele sorriu e viu as xicaras serem servidas pelos dois homens, que logo se retiraram para o que parecia o mesmo caminhos que veio, onde daria para a cozinha.

– O meu também! – a Princesa quase deu um berro com aquela resposta. – Opa, me desculpe por isso...

Ele a olhou e percebeu que estava um pouco incomodada.

– Não tem problema, eu consigo entender. – Andrew esticou as pernas, relaxando um pouco. – Gostaria de dizer algo?

Ela o olhou aflita, não pôde evitar. Abaixou a cabeça e assentiu para o garoto. As três moças foram para ao encontro dela, para socorrê-la, porém a Princesa as impediu, apenas levantando a mão.

– Ellen, Sydney, Krista. – ela disse com um tom sério, porém firme. Andrew um pouco chocado, apenas observou a cena. – Eu esqueci o meu lenço... E preciso de uma sapatilha confortável. – antes mesmo que qualquer uma das três pudesse retrucar, ela continuou - Gostaria também de pedir um favor, para que o rapaz se sinta mais a vontade... – ela olhou para ele como se pedisse que alguma desculpa para as moças pegarem algo.

– Ah sim..! – ele pensou rapidamente após olhar para o lado – Agora que a Princesa me lembrou, esqueci um embrulho em cima do criado mudo... Jake e Ender sabem onde estão. – ele sorriu simpaticamente para as moças, que logo se foram, um pouco apreensivas.

Depois de alguns minutos, o tempo que as moças demoraram em se retirar, a Princesa suspirou e olhou para o rapaz envergonhada.

– Desculpe-me por isso – ela pós as mãos sobre o rosto – Não sei o que falar e nem como reagir a algo assim.

O garoto se pós ao trabalho de se levantar e chegar perto da princesa para dar-lhe um pouco de suporte naquele momento.

– Não sei se consigo entender o que você sente – ele se ajoelhou e apoiou uma mão nas costas dela – mas imagino que dê bastante trabalho... Faz bastante sentido a sua reação com isso. Deve ser mesmo complicado.

A Princesa parou de repente e olhou para o garoto um pouco alerta. Ele logo percebeu e tirou a mão dela, se colocou de pé novamente e coçou a nuca.

– Foi sem querer... Eu juro! – ele disse sem jeito, mas ela tinha um olhar tão doce que o fez ficar ainda mais desajeitado. Ele deu um passo para trás e resolveu olhar para a grama, sem graça.

A Princesa colocou ambas as mãos no peito e parou para refletir.

O clima tinha ficado um tanto estranho, mas Andrew ficou olhando para frente, onde se via uma grande floresta, mas logo escutou o som da cadeira se mexendo. Ele congelou ali mesmo e esperou até ver uma sombra do seu lado.

A Princesa olhou junto com ele para além das árvores.

– Tudo é um pouco mais complicado... – a garota disse calma, sem perder o foco o olhar - Você é o primeiro, sabe? Que eu chamei. Acho que fiz bem, por enquanto.

Andrew se virou e a viu mexendo no cabelo. Mas antes que pudesse falar qualquer coisa, as três moças voltaram com o que pediram.

Sydney puxou uma cadeira para a Princesa para poder trocar de sapatos. Ellen foi até o encontro do rapaz para entregar o embrulho que ele pedira.

– Aqui está. – ela entregou com cuidado o pacote – Jack e Ender disseram que chegou algo para o senhor.

Ele olhou para a moça e se perguntou o que seria.

– Eu agradeço pela informação – ele sorriu com delicadeza e voltou-se a sentar na cadeira que havia se levantado. A Princesa novamente na sua frente tomou um gole do chá que já parecia frio.

– Eu gostaria de saber mais um pouco de você, se puder Andrew – a Princesa sorriu tímida como se as garotas nunca tivessem saído dali.

– Eu não tive muitas oportunidades na vida, mas gostaria de ser ao menos sincero como sempre fui. – ele não hesitou em momento nenhum com aquelas palavras – Não sou de competir, não sei como os outros garotos são, mas sei que se conseguir te conhecer melhor, poderá ter alguma coisa que nos agrade em comum.

A Princesa refletiu sobre aquelas palavras e ficou mais tranquila.

– Espero que tenhamos mais tempo juntos não é? – ela sorriu.

– Princesa, menos de cinco minutos. – Krista disse baixinho perto dela, mas Andrew pode ouvir.

– Foi um prazer ter essa conversa com a senhorita – disse ele já se levantando, onde ele deixou o embrulho em cima da mesa. – Este é um presente que gostaria que você recebesse. Eu mesmo fiz. – ele fez uma reverencia e agradeceu pela tarde antes de ir.

Krista indicou o caminho que ele tomaria para voltar até seu quarto, um caminho contrário ao que ele tinha feito para chegar até ali. A Princesa ficou olhando para o pacote pequeno e assim que o pegou, decidiu guardar em uma cesta que tinha ali perto.

Voltando para o castelo, uma porta de vidro se abre sem ao menos perceber e Andrew quase tropeça.

– Cuidado amigo. O “bordel” não é aqui – um rapaz ri maldosamente – Bem, estou atrasado... Não causarei uma boa impressão se chegar tarde. Ah! E boa sorte em encontrar o seu quarto. – ele vai embora assim que termina de falar, provavelmente na mesma direção onde a princesa está.

Andrew se sentiu bastante irritado, mas sem questionar ele foi embora.

Caleb Newhouse é um garoto um tanto arrogante. Mas altamente classificado e muito bem humorado na maioria das vezes.

Naquela manhã ele tinha acabado de fazer a barba, ajeitou o cabelo escuro para traz e arrumou o fraque com estilo. Indo rapidamente e agia como se fosse um príncipe de verdade. Só de longe podia sentir uma boa energia vinda para ele, pois seu dia não poderia ser melhor, só de encontra-la seria uma honra.

– Bom dia senhoritas. – disse ele chegando com um sorriso largo no rosto. – É muito bom finalmente conhecer a linda Princesa – ele reverenciou. Como esperado da atitude de um número Dois.

As quatro moças se entreolharam e deram um sorriso tímido entre elas.

– Eu é que agradeço pela sua presença, Caleb – a Princesa sorri e o convida para sentar.

Ele sorri de volta para a garota e apenas olha para ela de um jeito que a fez sorrir e corar ao mesmo tempo.

– Gostaria de conhecer mais a senhorita, Princesa. Não seria mais honrado do que isso.

Não se podia negar o charme daquele garoto. Isso fez o coração da Princesa bater rapidamente. Assim que lhe serviram o chá, mal podia esperar em conhecê-lo melhor.


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