Royalty escrita por Radami


Capítulo 1
Um




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A Princesa de Leondys deu mais uma volta no quarto, fitando cada cortina que escondia a janela que dava para vista do jardim. Mais uma vez parou em frente ao espelho comprido com detalhes em dourado na sua moldura. Fitou o corpo coberto pelo pijama. Suspirou e observou a penteadeira encostada na parede ao outro lado do quarto, pensou em arrumar as caixas com suas joias. Ignorou e tentou ficar se acalmar, sentada ao pé da cama.

Algumas horas depois, a Princesa estava novamente em frente ao espelho, penteando o cabelo com um pequeno pente inquieta. Ela se levantou e foi até a grande cama de casal com grandes almofadas e travesseiros que possuía. Deitou-se e afundou quase imediatamente no colchão junto com os cobertores.

Após alguns minutos ela se virou e olhou para o criado-mudo ao lado da cama e pegou o um fichário grande. Ela folhou aquelas fichas durante as ultimas 4 horas seguidas. Cada rosto diferente, sorrisos diferentes, olhares diferentes, e tudo diferente.

[FLASHBACK ON]

Lembrou-se do dia da semana anterior, quando estava tomando chá no jardim com o Rei e a Rainha, que mal se atrevia em chama-los de pai ou mãe.

O dia estava ensolarado, sem nuvens. Naquela tarde, os três ali estavam reunidos para tomar uma decisão sobre o futuro do país. Com mais de cem fichas cadastradas, era recomendado escolher no mínimo cinquenta participantes para depois remover mais quinze. Dando o resultado de apenas trinta e cinco rapazes que passariam o tempo necessário para que a princesa decidisse qual deles teria lugar para seu coração e do trono.

A escolha seria difícil, pois tanto ela quanto os seus pais sabiam que não poderia ser apenas alguém que só iria ama-la ou só iria cuidar de sua terra natal. “Deve ser alguém dedicado! Tanto no amor de nossa querida filha quanto nessa grande responsabilidade.” disse a Rainha. Todos concordaram, saboreando o chá que parecia interminável.

Aquele provavelmente foi o dia mais exaustivo e produtivo que os três poderiam ter. Após uma longa conversa de decisões, finalmente escolheram os trinta e cinco melhores candidatos (tanto sobre aparência, habilidades, caráter e castas). Antes mesmo do anoitecer naquele dia, os três se despediram e foram cada um para seus aposentos para tomarem um banho e se preparem para o jantar.

Para a Princesa, foi um alivio poder tirar o vestido após um dia exaustivo, mesmo sentada debaixo de uma sombra. Depois de um longo banho com a ajuda se suas empregadas, ela se preparou para logo ir ao salão. E no meio do caminho ela fez uma trança em seu cabelo longo. Sempre achou um exagero o tamanho do cômodo. Mas ele era assim desde há muitos séculos atrás. Não iriam trocar ou mudar algo tão grandioso e majestoso como aquele. Principalmente por eventos como o que estava prestes a chegar.

Não demorou nem cinco minutos que o Rei e a Rainha de Leondys chegarem para o jantar. Logo, os três foram aos seus devidos lugares no meio da mesa enorme. Com o Rei no meio, a Rainha na sua direita e a Princesa à sua esquerda.

Após uma maravilhosa refeição, a família real fica mais um tempo ali mesmo no salão falando sobre mais alguns detalhes sobre o evento que já estava se aproximando. O Rei se levanta e um empregado foi em sua direção com uma bandeja de prata nas mãos com um grande caderno em forma de ficheiro que foi entregue nas mãos da Princesa. Ele reverenciou e saiu.

Assim que recebe o caderno, ela se levanta junto com a Rainha. Os três se olharam por um momento.

“Você deve olha-los novamente para ter absoluta certeza de que são todos esses.” Disse o Rei orgulhoso. A Princesa concorda apenas acenando com a cabeça e então todos se separam novamente, desejando uma boa noite de sono.

Assim que chega ao quarto, fitou a capa e contracapa do caderno que recebera. Curiosa demais, ela abriu e folheou aquelas páginas. Virando a noite apreciando cada foto dos rapazes.

[FLASHBACK OFF]

• • •

Logo que o dia seguinte amanheceu. As criadas entraram sem fazer um único ruído. Juntas abriram as cortinas, fazendo a luz o sol refletir em todas as paredes do quarto.

– Senhorita. – uma delas chamou, tocando levemente na cama – A senhorita deve se levantar para se trocar. – e enfim retirou metade da coberta até chegar à cintura da Princesa, saindo em seguida para ajudar a companheira com preparo do banho.

Com um leve bocejo, a Princesa senta-se na cama e olha ao redor do quarto. Poderia ser um dia como todos os outros. Mas é claro que hoje não seria um dia completamente normal, seria parcialmente normal. A única diferença é que o palácio hospedaria trinta e cinco garotos completamente desconhecidos.

Após ela se levantar da cama, uma de suas criadas: Ellen corre até seu encontro para despi-la. Antes de entrar na banheira, a Princesa colocou a mão dentro da água, logo retirando em seguida.

– É de seu agrado senhorita? – perguntou a outra criada, Sydney.

– Está ótimo, obrigado! – disse olhando para as duas com um sorriso sonolento. As duas sorriem em de volta e saem dali.

A Princesa espera as duas fecharem a porta e suspira. Ela coloca o primeiro pé dentro na banheira e o outro em seguida. Enfim ela se senta e deixa o cabelo solto para cair dentro da água, molhando ele. Pegou a esponja e começou a se banhar. Sem ajuda e nem nada do tipo, pois a Princesa se sentia mal em ter que ficar de pé, sentindo outras mãos tocarem seu corpo e ela ficar parada sem fazer nada. Preferia ela mesma se limpar. E as suas criadas já estavam acostumadas com esse tipo coisa. Após limpar o corpo ela ensaboou o cabelo, fazendo ficar cheio de espuma. Minutos se passaram enquanto massageava o cabelo, pegou um balde de água levemente morna e jogou no cabelo, deixando também percorrer pelo corpo. E não se importou com as criadas entrando no banheiro logo atrás dela com algumas toalhas. Ellen cobriu o seu corpo e Sydney prendeu o cabelo, juntas saíram do cômodo levando-a para o quarto para troca-la.

– Onde está Krista? – perguntou a Princesa.

– Está a caminho senhorita. – respondeu Ellen rapidamente, sorrindo como sempre.

Logo pode se ouvir três toques na porta.

– Oh! Deve ser ela senhorita. – disse Sydney levantando-se. – Vou atender. – disse indo à porta, limpando a borda do vestido.

Outra criada, com um cabide em mãos estava do outro lado da porta, entrou apressadamente pedindo perdão pela demora. A Princesa não se importou e sorriu.

Era impressionante como cada uma delas tinha sua própria beleza. Sem vestidos grandiosos, joias e sapatos altos. As três criadas ficavam lindas com seus vestidos de trabalho.

As três tinham a mesma idade, porém eram dois anos mais velhas que a Princesa. Se não fosse pelo jeito mais adulto delas, poderiam ser confundidas de ter a mesma idade.

Ellen tinha o cabelo louro bem claro e era curto até a altura do pescoço onde criava alguns cachos no final; seus olhos eram bem verdes, bonitos a luz do sol; ela era a mais magra e ajudava no que era necessário, pois organizava os horários da Princesa.

Sydney tinha o cabelo tão comprido que passava da sua cintura, o seu cabelo era bem escuro e liso; os olhos eram azuis como o mar; e ela era quem arrumava os vestidos.

Krista tinha um corte de cabelo interessante, era repicado e mais curto, porém tinha uma mecha grande de cabelo onde sempre fazia uma trança que ficava bonito no cabelo castanho dela, por mais estranho que parecesse; e os seus olhos eram da cor mel e às vezes parecia ter um tom mais alaranjado; ela fazia o seu cabelo com cada penteado mais lindo que o outro.

– Já está quase pronta senhorita. – anunciou Ellen com Sydney que estava ajoelhada no chão ajeitando sua saia, junto a Krista que estava acabando de prender a parte de trás do vestido não tão apertado.

Ela adorava o trabalho que faziam com os seus vestidos sob medida. O Rei e a Rainha não a questionavam o seu gosto, queriam que ela se sentisse bem quando quisesse. Suas criadas ficavam bem satisfeitas sempre que acabavam de arruma-la. Sentia-se uma bonequinha sendo dividida pelas três moças.

O vestido do dia seria um pouco mais arrumado naquela tarde:

A única coisa que faltava era arrumar o cabelo, colocar alguns brincos, sapatos e mais um detalhe ou outro para finalizar todo aquele trabalho.

Depois elas guiaram a Princesa para se sentar em frente à penteadeira. Era reconfortante o jeito de como cada uma delas faziam seu trabalho com perfeição!

Krita escovando seu cabelo com cuidado e soltando os fios uns dos outros. Sydney organizando vendo qual colar ela usaria com aquele vestido. E Ellen passando um pouco de pó em seu rosto e as bochechas mais rosadas. Quando finalmente se olhou no espelho viu uma garota de pele clara, cabelos vermelhos soltos, cacheados e com os brincos à mostra e um simples colar.

A Princesa de Leondys. A sucessora da família real Reinaldz.

As criadas a olharam com um sorriso no rosto, como se dissessem “trabalho comprido!”. Depois, foi atrás de um sapato no armário e o colocou no pé. Indo atrás do caderno em seguida.

Assim que foi olhar novamente para onde as criadas estavam a Princesa viu a porta se fechar. Elas tinham saído tão discretamente que mal percebera. Antes de abrir o caderno ela olhou para o teto, pensando em como seria ver cada um daqueles homens estranhos na sua casa. Era um pouco assustador. Porém deixou de lado e assim abriu a capa, virando a próxima podia se ver a lista dos nomes:

Nome e Casta:

Marco James, Quatro

Edwin Stiles, Três

Thomas Kruim, Quatro

Oliver Walter, Três

Fellipe Campbell, Três

Caleb Newhouse, Dois

Edson Brends, Quatro

Sammuel Lownd, Três

Tarence Lee, Três

Kyle Amacure, Três

Benjamin Parkins, Dois

Adel Britan, Três

Jefferson Stanford, Três

Alan Evendark, Três

Theodore Bulle, Dois

Anthony Foster, Quatro

Kevin Pitol, Três

Ethan Anderson, Três

Estevan O’Dylan, Três

Nathaniel Lifewood, Quatro

Leon Bones, Cinco

Hector Cornnel, Cinco

Edan White, Quatro

Joseph Barnes, Três

Castiel Kaminlee, Dois

Cesar Lantis, Quatro

Lass Tanyl, Quatro

Richard Tuner, Quatro

Michael Crowley, Três

Cristopher Ariser, Dois

Malcom Bolye, Três

Zacary Paul, Quatro

Leonardo Sylan, Três

Andrew Evans, Quatro

Marchel Leandrz, Cinco

Passou uma hora e mais uma vez a Princesa havia terminado de ver o caderno. E logo depois de alguns minutos bateram na porta do quarto. As três criadas entraram e reverenciaram diante dela.

– Tudo pronto. – disse a Princesa, erguendo a cabeça e respirando fundo. Estava nervosa e um pouco tremula. Ela ajeitou a saia do vestido e saiu do quarto, acompanhada com suas empregadas logo atrás.

Ela sentia seu estomago embrulhar e as pernas tremerem. Sabia que não era grande coisa, mas mesmo assim toda aquela agitação a deixava sem “base”. Mal havia começado a Seleção e já queria que acabasse. Logo cruzou o interminável corredor, indo em direção as escadas, mas não se atreveu a passar dali, parada erto da parede. Mais uma vez respirou fundo e deu uma pequena espiada pelo canto.

Lá estavam eles. Trinta e cinco rapazes passando pela porta. Alguns mais altos que os outros. Todos com o mesmo porte físico, destemidos e atléticos. Loiros, morenos e cabelos pretos, com roupas que os deixavam ainda mais lindos. Ela examinou alguns apenas e reconheceu seus rostos. Idênticos à foto que tiraram. No momento que fecharam as portas a Princesa perdeu a respiração. As criadas entendiam a agitação da Princesa, mas mesmo assim correram para socorrê-la. Krista tinha em mãos um leque para abanar seu rosto. Ellen buscou rapidamente uma cadeira para que se sentasse e Sydney que havia saído para buscar ajuda, voltou com um guarda que veio para leva-la ao seu quarto, que logo não recusou.

A Princesa se sentiu um pouco enjoada e se apoiou na parede, tentando se levantar.

– Avise o Rei e a Rainha que ocorreu um imprevisto comigo e que não irei vê-los esta noite. – pediu delicadamente.

Mesmo com ela tento se dirigido para o guarda, Ellen e Sydney saíram às pressas e logo desceram as escadas juntas, indo para o encontro do Rei e a Rainha que estavam em outro cômodo.

Então guarda pegou a Princesa pelo colo e a leva para o quarto, com Krista logo ao lado. Envergonhada com o gesto do guarda a Princesa se agarra do colarinho do casaco dele e afunda o rosto no peito dele. Não passa mais de cinco minutos e ele já estava entrando no quarto, logo após Krista abrir a porta. O guarda a deixa sentada na cama e antes de se retirar ele reverencia tanto para a própria Princesa quanto para Krista, que fica vermelha com o gesto cavalheiro dele.

Assim que a porta é fechada, a Princesa agarra o travesseiro mais próximo e enfia o rosto nele. Krista em desespero corre até ela, querendo acalma-la e que não recusa o carinho e fica grata por tudo aquilo. Estava nervosa é claro. Nunca tinha visto tantas pessoas no castelo, do sexo oposto para conquista-la. Um rápido e gelado arrepio percorreu sua espinha. Ela não sabia o que tinha que fazer ou como se comportar na frente de tantos homens.

Após alguns longos minutos, Sydney e Ellen voltam para o quarto e as três criadas então ficam em volta da Princesa, com Ellen falando palavras calmas e encorajadoras, Krista atrás mexendo em seu cabelo e Sydney ao lado afagando suas costas. Ela estava tão agradecida que não sabia como retribuir. Ela levantou o rosto, com algumas lágrimas, estas de alegria, e sorriu do jeito mais sincero que já lhe ocorreu. Ellen, Sydney e Krista, surpresas, correspondem o sorriso, graciosamente.

– Qual foi a reação do Rei e da Rainha? – perguntou a Princesa, com Ellen penteando seu cabelo formando depois uma longa trança, Krista arrumando sua cama e Sydney abrindo as cortinas para o sol iluminar o resto do quarto.

– Devo dizer que não estão bravos com a senhorita. – disse Sydney num tom suave.

– Não estão mentindo pra mim, estão? – A Princesa olhava para Ellen e Sdyney.

– É claro que não. – diz Ellen dessa vez – Ambos estavam preocupados com a senhorita. O único problema...

– Mas nada muito especial – interrompeu Sydney rapidamente, querendo evitar o assunto.

A Princesa olhou confusa para Sydney, mas logo se virou para Ellen em busca de respostas.

– Bom – continuou Ellen – Alguns dos rapazes que chegaram e soberam na noticia... Não gostaram muito.

A Princesa parou por um segundo, refletindo.

– Mas não houve nenhum problema. – acrescentou Ellen, antes que a Princesa temesse o pior. – Apenas teve uma breve discussão e logo fomos liberadas para voltar até a senhorita.

A Princesa suspirou aliviada. Porém, agora tinha certeza que seria difícil tal estadia dos garotos.

– Espero estar mais confortável amanhã – riu.

Logo depois de um longo dia. A Princesa queria apenas dormir e esperar que o dia seguinte fosse melhor.


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Notas finais do capítulo

Houve uma alteração nos nomes dos trinta e cinco garotos



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