Perfect Match escrita por Ary Chases


Capítulo 1
We're The Perfect Match! - Único


Notas iniciais do capítulo

One-shot Leyna pra vocês, semideuses u.u Espero que curtam.



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Perfect Match

* * *

Reyna não era o tipo de garota que gostava de demonstrar emoções – pelo contrário: ela era quieta, reservada, não gostava de incomodar ninguém e muito menos de ser incomodada, chegando a ser grossa em certas circunstâncias.

Ela podia não gostar, mas sentia tudo de forma tão intensa que mal conseguia explicar – Se não gostava, detestava. Se sim, amava inteiramente. Essa talvez fosse a explicação do por que estava ali, sentada no gramado da Half Blood School, em baixo da maior árvore com as mãos sobre o rosto para abafar o choro.

Isso mesmo, choro. A garota que era conhecida como ‘sem-sentimentos’ estava chorando por um cara. Bastante improvável certo? Bem, não para Reyna, já que essa não era a primeira e ela tinha certeza de que não seria a última vez.

Acontecera exatamente o mesmo quando ela descobrira sua recém-paixão por Percy Jackson, seu parceiro nas aulas de Física, todas as quartas de manhã. O cheiro do mar e o os olhos verde-água a encantavam de uma forma que a deixava sem fôlego.

Porém, tudo fora por água abaixo quando descobriu que o moreno era loucamente apaixonado por sua melhor amiga, Annabeth Chase e que ela nutria o mesmo. Passara semanas de angústia tentando juntar os pedaços de seu coração partido até que Jason Grace, seu amigo de infância fora transferido para sua escola e os sentimentos voltaram, a alegria voltou e tudo parecia bem.

Hoje mesmo ela se declararia e finalmente seria correspondida depois de uma decepção traumática. Mas não foi bem isso que aconteceu, ela percebeu, quando o loiro chegou de mãos dadas com uma morena facilmente descrita como descendente indígena e disse as seguintes palavras que iniciaram a quebra do feitiço que sustentava sua ilusão romântica: “Reyna, essa é a minha namorada Piper McLean”.

Pelos deuses, Reyna nem ao menos conseguira insistir para que os dois conversassem depois de ver o sorriso da outra garota e seus olhos brilhando quando dizia que Jason falara muito dela, que mal podia esperar para conhecê-la e que as duas seriam grandes amigas. A morena até a abraçara, claramente animada e feliz – aliás, os dois pareciam felizes e apaixonados, eles se olhavam como Percy e Annabeth, era evidente que se amavam – Ela não teve outra ação senão dizer que precisava estudar para sua prova de matemática, desejar toda a felicidade para o casal e fugir para o único lugar onde estaria totalmente só para sofrer em silêncio.

As lágrimas começaram a cair com mais intensidade e ela se xingou mentalmente, não tinha conseguido odiar Piper. Quer dizer, a garota parecia ser uma ótima pessoa: bonita, simpática, gentil, amável... Era impossível odiá-la. Chutou a árvore se arrependendo na mesma hora que ouviu um murmúrio baixo e estremeceu. Quem poderia ter sido? Ela estava sozinha, não estava?

A garota começou a virar o corpo em direção ao outro lado até enxergar uma silhueta encostada na madeira e se virar bruscamente. Afinal, ela era Reyna Avila Ramirez Arellano, ninguém podia vê-la naquele estado em hipótese alguma.

Os murmúrios foram ficando cada vez mais altos e só quando encostou seu ouvido no tronco pode constatar que se tratavam de soluços, alguém que chorava como ela. Logo, não teve o menor problema em virar a cabeça completamente e olhar para a tal pessoa do outro lado.

Sua boca se abriu em um perfeito ‘o’ ao perceber que na sua frente, o garoto que mais sorria, brincava e fazia os outros rirem, parecia completamente devastado no momento. Ela jamais vira Leo Valdez daquela forma desde que Esperanza morrera em um trágico acidente de carro. O que teria acontecido?

O garoto notou que estava sendo observado e enxugou as lágrimas com as costas de sua mão, forçando um sorriso.

– Oi Rey, o que faz por aqui? – Algo dentro de seu coração se aqueceu, ele estava se fazendo de forte para ela. – Você estava chorando? – Perguntou, uma preocupação assumindo seu rosto. Ela nada disse, apenas sorriu forçado da mesma forma que ele fizera antes. – Não quer conversar comigo não é? Eu sei, eu sei, não sou importante como os seus amigos. – Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos. – Então... Até mais. – Leo começou a se levantar para ir embora, mas Reyna não deixou. Quando deu por si, sua mão estava por cima da dele, o impedindo. Ela arregalou os olhos.

O que estou fazendo? Perguntou a si mesma, assustada. Por que algo dentro de mim está implorando para que ele fique?

O garoto olhava do mesmo jeito que ela, surpreso. Reyna percebeu que continuava com a mão sobre a dele e a tirou, corando.

– Pode ficar. – Disse ela. – Mas se contar pra alguém que me viu assim, eu te quebro e transformo seus ossos em pecinhas de Lego, entendeu? – Leo riu da ameaça e ela sorriu por ter conseguido uma risada do rosto até então tristonho dele.

– Sim, senhora. Você que manda. – A morena riu dessa vez e não impediu quando ele fez menção de sentar ao seu lado. Ela até se afastou para que os dois coubessem no mesmo lugar.

Leo estava sofrendo pela mesma razão que ela, contara, o tal do amor. Tudo bem que Reyna já o vira ser dispensado por várias garotas com apenas uma ‘cantada’ mas verdadeiramente ele só se apaixonara por duas: Calypso, a qual não correspondeu-lhe e Hazel, sua melhor amiga que tinha acabado de anunciar estar namorando Frank Zhang, que também era amigo de ambos. Era uma situação tão semelhante a da morena... Como eles podiam ser tão diferentes e tão parecidos ao mesmo tempo?

Reyna passara anos imaginando que isso só acontecia com ela, que o amor jamais funcionava quando se tratava dela. E agora ali estava um garoto completamente oposto dizendo o mesmo, passando o mesmo?

– Acho que eu não dou muito certo pra esse tipo de coisa. – Disse ele, com um ar de riso. – Nunca dei, na verdade. – Ela assentiu decidida a contar tudo que acontecera e confiar no garoto.

– Você não é o único – Murmurou, narrando cada um dos fatos e parando algumas vezes para controlar as lágrimas que já não caíam com tanta frequência. – Esse será o nosso segredo o.k.? – Disse ao final da narrativa. Leo estendeu seu dedo mindinho e a garota riu, enroscando seu dedo no dele.

– Eu prometo. – Disse. – E você?

– Prometo. – Ela sorriu.

Eles decidiram não conversar mais sobre as decepções, isso tornaria mais fácil esquecê-las e começaram a falar sobre coisas banais e ridículas – como o dia, que estava ensolarado, a prova de matemática que seria no dia seguinte... – e ela até rira das tentativas do garoto de arrancar-lhe um sorriso sincero.

Como podia eles se conhecerem há anos e nunca terem conversado como agora? Reyna se arrependia de não ter tentado ser amiga de Leo ou responder quando ele lhe dirigia a palavra nos corredores. Talvez tudo tivesse sido diferente.

– Isso mesmo. – Disse ele, retirando a morena de seus devaneios. – Você fica muito mais bonita com esse sorriso no rosto. – Elogiou. A garota sentiu seu rosto queimar um pouco e sorriu ainda mais. Foi quando se deu conta de que ela não costumava fazer isso. A maior parte do tempo vivia brava, irritada, ocupada...

– Culpa sua. – Ousou dizer. – Seu palhaço! – Ambos riram. A risada de Leo causava uma sensação ótima nela. Era como se estivesse em casa, protegida, segura, amada, jamais sentira aquilo antes.

Oh, você não é otária Reyna Avila! Disse uma voz do fundo de sua mente. Já sentiu isso antes sim, só que mais fraco com Percy e Jason!

Levou a mão a boca, mas... Ela era apaixonada por Percy e Jason, tinha acabado de sofrer uma decepção amorosa com o loiro, como podia sentir tudo isso de novo tão rápido, tão forte, intenso e depois de tão pouco tempo? Virou a cabeça para observar o garoto ao seu lado que olhava sonhador para o céu, sentindo alguma coisa se agitar em seu estomago e o medo de sofrer de novo voltou.

Não posso me apaixonar por Leo! Disse a si mesma. Não agora, não quero sofrer de novo, não pela única pessoa que me fez rir como nunca em anos.

Seu cérebro estava certo, ela não era otária, conhecia todos esses sentimentos e de alguma maneira louca eles estavam sendo provocados pelo garoto. Tinha que sair dali antes que estivesse totalmente envolvida.

Discretamente, começou a se levantar sem perceber que estava sendo observada e saiu correndo pelo jardim. Para onde? Não sabia, mas seria qualquer lugar bem longe dali, talvez sua casa, a casa de Annabeth ou a de Thalia, qualquer lugar longe de Leo Valdez.

– Reyna! – Ouviu seu nome ser gritado. Droga, ele a vira fugir. – Reyna, espere! – Suas pernas pararam no lugar e o seu corpo não obedeceu nenhuma das suas ordens para continuar a correr, como se estivesse paralisado pela voz do garoto. – O que aconteceu? – Ela suspirou e olhou para baixo, sentindo as lágrimas se formarem em seus olhos, mas não as deixou cair. – Eu fiz alguma coisa errada? – Perguntou.

Sim, respondeu mentalmente, Sim, você apareceu e agora eu tenho que fugir antes que comece todo o ciclo de Amor Não Correspondido.

– Não. – Disse, ainda sem erguer o rosto. – Eu só estou me sentindo meio... estranha.

– Como assim? – Perguntou. Ela revirou os olhos e soltou a respiração que segurava.

– Nada, só uma coisa no estomago... Olha, eu preciso mesmo ir, Leo, eu –

– Tipo... borboletas batendo asas? – Reyna levantou a cabeça imediatamente. Como ele... – E uma sensação esquisita de estar no lugar certo? – Estar em casa, completou. Claro, ele estava apenas descrevendo o que sentia por Hazel, fazia sentido. – É isso?

– É. – Ela assentiu. – Tem razão, é exatamente isso. Pode me deixar ir agora? Eu estou atrasada para aula de... – Ela não conseguiu terminar sua frase porque a boca de Leo cobriu a sua. Ele a beijou.

Os olhos da morena se arregalaram. O que estava acontecendo? Por que ela estava retribuindo o beijo? E por que as sensações que ele descrevera estavam vindo a toda? Por que seu coração estava batendo forte daquele jeito e...

Por Deus, Reyna. Cala a boca e aproveita a droga do beijo! Disse sua consciência e ela não teve outra escolha a não ser entrelaçar as mãos no pescoço do garoto e deixar que ele segurasse sua cintura, firmemente, aumentando a sensação de estar segura e protegida. Leo pediu passagem e ela prontamente concedeu, deixando que ele explorasse sua boca e fazendo o mesmo com a dele. Os lábios dos dois se moviam em uma sincronia perfeita. Aquele era o melhor beijo da vida dela.

– O que você... – Perguntou, recuperando o fôlego lentamente depois que encerraram com alguns selinhos.

– As sensações que você disse... – Ele estava igualmente ofegante. – Sentiu agora? – Reyna ponderou se responderia ou mentiria e acabou optando por responder, ele já a beijara mesmo, certo?

– Sim. – Assentiu. – Mas e esse beijo? – Por um instante, ela viu o rosto de Leo corar. O garoto coçou sua nuca e sorriu nervosamente.

– Pode parecer muito estranho e é. – Começou. – Eu meio que senti tudo que já tinha sentido pela Calypso e pela Hazel por você lá na árvore, só que mais...

– Forte? Intenso? – Ela interrompeu, fazendo com que ele a olhasse nos olhos. – Diferente? Como se tudo estivesse voltando? – Ele assentiu, surpreso. – Vai parecer estranho. Eu senti a mesma coisa. – Reyna sorriu, mas algo em sua mente se encaixou. Espera... ela estava sendo correspondida? Por Leo Valdez? Isso nunca tinha acontecido, o que tinha que fazer agora?

– Sabe, eu nunca fui correspondido por garota alguma. Não tenho ideia do que fazer. – Os dois riram. Como podiam ser tão parecidos? – Acho que talvez a gente seja a combinação perfeita. – Comentou, se aproximando da garota.

– Talvez. – Concordou, dando um passo a frente.

– E sabe, demoramos muito tempo pra perceber isso. – Ele chegou mais perto.

– Sei. – Assentiu, sorrindo sapeca. Ela já sabia o que ia acontecer e não faria o menor esforço para impedir.

– E eu estava pensando... – Continuou.

– Sim? – Reyna riu.

– Será que eu podia, tipo, te beijar agora? – A morena sorriu, quebrando a distância que faltava e sussurrando no ouvido do garoto:

– Eu te faria em pedaços se não fizesse. – Os dois riram, unindo os lábios novamente como se não fosse a segunda vez que o faziam.

Talvez ele estivesse certo, eles realmente eram tão diferentes e tão iguais. Ela, a garota fria, sem sentimentos. Ele, o garoto que sempre tinha um truque para fazer as pessoas rirem. E mesmo assim, quando se tratava do amor, nunca eram correspondidos, até encontrarem um ao outro.

Talvez eles fossem mesmo a combinação perfeita, pensou ela enquanto se beijavam de forma apaixonada? Única? E que se repetiria muitos vezes dali em diante.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Até a próxima!xoxo, Ary



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