The Killers II- Interativa escrita por White Rabbit, Neve de Verão


Capítulo 29
Capítulo 24- Bombs are falling


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, aqui está o nosso último Free Time Events, contendo Onihiru e Nathan- a Yuuka dispensa apresentações. Vocês podem se perguntar, mas e os outros? Bom, eu iria fazer um bônus especial porque chegamos aos 100 comentários, e decidi que seria um bônus sobre os nossos alunos que ainda não apareceram no FTE. Enfim, vamos ao capítulo.



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Bombas estão caindo

"Qualquer explosão, a qualquer momento"

Bombs on Monday- Melanie Martinez

Olhou mais uma vez para o relógio, eram três da manhã e o escuro se fazia por toda a cidade. Todos os estudantes dormiam e por isso era a hora de esticar as pernas e dar uma olhada no que tinha feito, era chato ter de ficar naquela sala de comando o tempo inteiro sem poder participar do jogo, mas era a regra, o manda-chuva tinha de controlar tudo sem se envolver diretamente. Pelo menos foi o que ela lhe disse.

“ – É preciso estar de fora para entender o que causa desespero nas pessoas- a voz doce de Clarabell voltara a sua mente- quando se convive muito com elas, acaba criando laços, você não vai querer criar laços e estragar todo o plano não é mesmo? Junko-chan não iria gostar.”

Ela estava certa, não poderia criar laços com nenhum deles. Precisava se manter longe, como um mero observador, movendo peças aqui e ali para que um a um todos eles cedessem ao desespero. E seu plano dera certo até então, conseguira levar todos ao desespero completo. Alguns viraram assassinos, outros se tornaram as vítimas, e ainda teve o audacioso que teve de ser punido. Restavam apenas cinco deles agora, só mais cinco coelhinhos para serem abatidos. Entrou no anfiteatro dando uma risada alta, adorava aquele lugar, era onde podia pensar sem ser incomodado porque ninguém nunca ia ali- e não sabia o porquê, era um lugar tão magnífico- subiu ao palco encarando a plateia vazia, não fosse pelos quadros com as fotos dos alunos mortos que ele dispôs entre os bancos, como se os seus fantasmas estivessem assistindo aquela cena. Oh sim, era um espetáculo maravilhoso.

— Esperança é apenas um pensamento falho que o ser humano criou para tentar encontrar sentido nessa vida tão cheia de desgraças- falava alto como se declamasse um monólogo- mas a verdade é que não há sentido nenhum em nossa existência, somos tão especiais quanto um grão de areia. Queremos nos destacar, queremos que lembrem-se de nós, queremos ser eternizados, mas sabemos que um dia a humanidade nada será nas longas areias do tempo... Oh e aqueles que são especiais, aqueles que tem talento, como são azarados, sim, pois a vida lhes cobra o dobro. Ela lhes presenteia com um dom especial e depois os faz pagar por isso... Oh pobres e desesperados estudantes talentosos...

Começou a rir descontroladamente, abraçando o próprio estômago e caindo de joelhos enquanto o barulho ecoava por todo o anfiteatro. Estava enlouquecendo? Não, isso já havia acontecido, aconteceu a muito tempo atrás quando juntou-se a Junko por não ver sentido no que fazia e pelo fato da única pessoa que um dia já amou de verdade ter se juntado a ela também, aconteceu quando assistiu ao primeiro jogo de Assassinatos Mútuos, aconteceu quando deixou que introduzissem o sangue de Junko em seu corpo, sim, o sangue dela corria em suas veias, o sangue da Rainha do Desespero.

— Oh minha amada Clarabell, estava tão certa- gritou para os quatro cantos- o desespero é maravilhoso.

° ° °

Yuuka Misaki

(Rest in Peace)

Pela primeira vez em muito tempo haviam todos se reunido para almoçarem juntos. Eu quem dera a ideia afinal estavam todos se distanciando aos poucos e era um momento onde precisávamos nos manter cada vez mais unidos. Era um dia ensolarado e muito bonito, perfeito para passar um dia na piscina. Por isso escolhemos como local do almoço o parque aquático do segundo bairro. Colocamos três mesas unidas umas as outras para que todos pudessem sentar juntos, não pegamos os pratos do restaurante e preferimos cozinhar por nós mesmos, e havia de tudo ali. Sim, seria um dia divertido.

— Aproveitando que estamos todos reunidos- Onihiru disse com um sorriso presunçoso, enquanto se servia de um pouco de suco- o que acham de uma pequena brincadeira?

— Lá vem- Cody suspirou pesadamente, apoiando os cotovelos sobre a mesa, recebendo apenas um olhar frio do perito- e qual seria essa brincadeira?

— Bom, apesar de termos vivido juntos esse tempo inteiro. Acho que não sabemos muito bem uns sobre os outros, eu pelo menos sei muito pouco sobre vocês. Então o jogo é o seguinte, eu vou girar a garrafa e em quem parar vai ter de contar um pouco sobre você, o que acham? – todos suspiraram e ele apenas riu pondo uma garrafa de vidro no centro das mesas e girando-a, a mesma parou com o gargalo apontando para ele- ora, então sou eu.

Sorriu um pouco desconcertado e pigarreou um pouco. Estava menos sério do que costumava ser, eu sempre vira Onihiru como um perito sagaz e frio, que parecia estar apenas analisando a situação e não que realmente quisesse se entrosar conosco. A única pessoa que conseguira certa aproximação com o perito fora Miya, mas nos últimos dias ele tem se mostrado bastante prestativo.

— Bom, o motivo de eu ter me tornado perito criminal tão cedo, foi a morte do meu pai. Ele sempre foi um homem justo e correto, se esforçava para fazer o melhor para as pessoas e isso era uma inspiração para mim. Quando ele foi assassinado no entanto, eu vi que todos viraram as costas para a situação, que ele ter sido justo e correto a vida inteira de nada adiantara... Então resolvi procurar o culpado por mim mesmo e o achei, era parente de um dos homens que meu pai mandara para cadeia- ele falou um tanto cabisbaixo, tentando disfarçar o sentimento de tristeza- mas foi ai que percebi que eu era bom nisso, que eu poderia prender os caras maus e orgulhar meu pai. E foi por isso que me tornei perito.

— E os outros peritos não se incomodam por ser tão jovem? – Onimaru perguntou curiosa.

— No início sim, eles me olhavam com certo nojo até, mas com o tempo eu conquistei a confiança deles. Afinal eu sei manipular as pessoas- falou num tom presunçoso, seguido de uma longa risada- para ser sincero sinto saudade deles, querendo ou não eram o que eu tinha mais próximo de serem amigos... Até conhecer vocês claro.

— Nossa, estou emocionado com sua declaração- ironizou Nathan enquanto se servia de alguns bolinhos de queijo- não precisa ficar tão meloso.

— Engraçadinho- ele sentou-se com um olhar zangado- mas para resumir é isso, sempre vivi pelo meu trabalho, então não posso dizer que eu tenha tido uma vida social agitada.

— Algum caso chegou a te abalar emocionalmente- eu perguntei de imediato, mas no fundo eu me arrependi de ter perguntado isso- digo, não precisa responder se não quiser...

— Está tudo bem Yuuka-san, acho que nenhum chegou a tanto...- ele encarava um ponto qualquer enquanto parecia tentar se lembrar, arregalou os olhos rapidamente como se tivesse lembrado de algo horrível, mas logo voltou ao normal- não, não tem nenhum.

— Entendo- falei sem entender porque ele tinha tido aquela reação.

— Bom- ele falou pegando a garrafa- vamos ver quem é o próximo.

° ° °

Nathan havia me chamado para jogar com ele aquele dia, e como eu realmente estava sem nada para fazer aceitei. Não que eu não gostasse da presença de Nathan, mas é que tinha algo nele que me intrigava, ele poderia se esconder naquela casca antissocial e agir como um psicopata na maioria das vezes- não podia me esquecer do que ele fizera com Miya-, mas ao mesmo tempo aspirava certa inocência e um ar de sofrimento, como que por dentro ele estivesse pedindo socorro. E essa curiosidade me levara a querer me aproximar um pouco dele, para tentar descobrir qual era o real problema.

O garoto ligou uma das máquina e estendeu uma das mãos me oferecendo um console com um sorriso bobo no rosto. Eu ri desconcertada e peguei o conselho sentando-me ao lado dele. O jogo iniciou-se, Nathan havia escolhido Mortal Kombat— uma escolha bem normal para alguém com a personalidade dele- e não demorou muito para eu perceber o quanto eu era um fracasso naquele jogo, pois perdi todas as partidas. Nathan apenas ria:

— Desculpe Yuuka-san, não queria que fosse uma experiência negativa para você- ele disse em tom de zombaria, seguido de um singelo “opa” logo após- se quiser podemos trocar por um que você goste mais, acho que você não curte muito jogos sangrentos.

— Eu ficaria muito grata se quisesse trocar...- disse timidamente, ele levantou-se da cadeira e foi mexer numa pilha de jogos que estava ao lado da máquina- você gosta muito de jogos não é?

— Sim, desde os meus quatro anos. Meus pais trabalhavam muito, eu não tinha amigos e então os jogos me faziam companhia. Conforme fui crescendo, me apeguei mais ao mundo virtual do que o real- ele me olhou com um sorriso sarcástico- acho que isso fez com que eu perdesse alguns parafusos da minha cabeça.

— Isso é bem bizarro...

— Na verdade não, eu nunca tive respeito por nada. Acho que ver os personagens se matando naquela tela, todo aquele sangue jorrando acabou me deixando meio pirado. E nunca tive amigos de verdade que pudessem me ajudar com isso, para ser sincero vocês são as primeiras pessoas com quem eu dialogo normalmente depois dos meus pais.

— Nossa Nathan, eu sin...- eu ia falar algo, mas ele me interrompeu rapidamente, pegando um dos jogos da pilha.

— Estranho, esse jogo me parece novo...

— Qual jogo? – ele me mostrou a capa do jogo, mostrava um Monokuma sorridente segurando uma espécie de besta e vários jovens abaixo dele, o jogo dizia “Caçando os Super Highschool Level Students”.

Sem que eu dissesse nada, Nathan pôs o jogo no aparelho. A tela inicial mostrava um Monokuma sentado em uma espécie de trono, do nada surgiu a sala de julgamento- a qual já estávamos familiarizados- de forma pixelada, e lá estavam dezesseis jovens em seus pódios, mas aqueles jovens não eram nós. Nathan iniciou o jogo, estávamos no controle do Monokuma e tínhamos que aumentar a tensão dos alunos para que eles cometessem assassinatos. Basicamente haviam pequenas telas mostrando o “Nível de Desespero” dos estudantes, e opções que diziam coisas como:

Vídeo Motivacional para Motivar coisas Desmotivas.

Segredos Cabulosos que você NÃO vai querer saber

Dinheiro, dinheiro, dinheiro!!

Vamos falar de Desespero?

Parentes Mortos? LEGAL!

Um corpo no jardim

Memórias perdidas, que desesperante.

— Parece que só podemos escolher um por vez, só uma opção está disponível... É a do vídeo...- ele escolheu a opção e a tela se encheu de vermelho, surgindo depois três imagens pixeladas que representavam pessoas mortas.

Uma garota de cabelos azuis com uma mancha de sangue no abdômen, abaixo dela havia a inscrição “A Idol idiota Sayaka Maizono, morta pela própria burrice”. Ao lado dela uma garota de cabelos pretos que tinha várias lanças fincadas no corpo: “Mukuro Ikusaba, a prova viva de que soldados não tem um pingo de bom senso”. E por fim um garoto de cabelos ruivos que parecia ter sido espancado até a morte: “Leon Kwata, só mais um perdedor qualquer, ninguém liga para ele”. E continuamos a jogar aquele joguinho maldito, vendo os personagens morrerem de diferentes formas. Até sobrarem somente seis e o Monokuma se revelar como sendo a famosa modelo Enoshima Junko e a tela mostrar um “Game Over”.

— Esse foi o jogo mais sem sentido que eu vi na vida- Ele largou o console desanimado- Monokuma devia ser mais criativo, isso já está enchendo o saco. Mas esses nomes no jogo, não são familiares para você?

— Bem- eu pensei por alguns segundos me concentrando naqueles nomes, até que finalmente me lembrei- sim... Sayaka Maizono, Junko Enoshima, Leon Kwata, Aoi Asahina... Eles são todos populares na mídia, se não me engane eles são SHSL Students também.

— Acha que isso pode estar acontecendo a mais alguém? Digo, que outras pessoas passaram por essa situação?

— Não faço ideia- eu tirei o jogo do aparelho e o pus na capa, segurando em mãos firmemente- se aconteceu, então eles também estão mortos. E Junko Enoshima, tem alguma coisa a ver com isso...

— Aquela modelo? Acha mesmo?

— Não tenho certeza, mas é melhor guardar isso por precaução.

E depois saímos dali rapidamente.

° ° °

O cheiro de poeira era gigantesco e ficar em meio aqueles destroços não era nem um pouco confortável. Angel e Demon sentaram-se em um bloco enorme de concreto, estavam de mãos dadas enquanto olhavam de um lado para o outro tentando descobrir algum sinal de vida. Havia dois dias que encontraram um antigo colega e ele lhes dissera que se reuniriam ali. Estavam quase indo embora quando os outros começaram a chegar. Um a um, estavam tão diferentes, os olhares vazios, sorrisos um tanto loucos, mas estavam todos ali.

Logo eram dezoito pessoas em pé em meio aos destroços, olharam-se um tanto desnorteados esperando que alguém tivesse a coragem de falar. Mas antes que qualquer um deles falasse algo, um gás começou a emergir entre os destroços, Angel sentiu a vista embaçar e começou a tossir enquanto cambaleava tentando sair dali. Demon caiu no chão desmaiado, enquanto os outros também sentiam os efeitos do gás. Foi quando ela percebeu: foram traídos.

Sim, havia um traidor desde o início. Desde que fugiram da academia, por isso eles sempre os cercavam em qualquer lugar que se escondiam. Por que um deles delatava tudo, e mesmo quando se separaram, sempre que se encontravam com aquela pessoa eles apareciam de novo, e de novo, e de novo. Agora tudo fazia sentido. Ela caiu de joelhos em meio aos escombros, tentando enxergar algo em meio ao gás. Mas só conseguia ver uma figura de pé, uma figura que usava uma máscara de gás com os padrões do Monokuma, ao lado de uma garota de cabelos loiros e com vestes de bailarina.

— Você conseguiu- ela disse feliz, por detrás da máscara- Upupu... Agora sim a festa vai começar.

E então apagou, sabendo que todos os esforços para fugir deles foram completamente inúteis.

° ° °

Unused Executions

Onihiru Mikamaru

Despair Killer's Criminal Scene

Onihiru está em um estacionamento frio e escuro, ele olha ao redor assustado como se procurasse uma saída. Há várias figuras de giz desenhadas pelo chão que lembram corpos de pessoas mortas e vários Monokumas caídos pelo estacionamento, com manchas de sangue pelo corpo. Então as luzes do estacionamento se acendem, mostrando no fim dele um Monokuma vestido com uma roupa de serial killer, segurando uma enorme faca, e começa a correr em sua direção. Onihiru então corre pelo estacionamento atrás de uma saída.

As luzes então começam a apagar e acender diversas vezes, dificultando a visão do garoto que tenta fugir do Monokuma assassino. Quando este se aproxima de Onihiru, as luzes se apagam e tudo fica escuro, quando se acendem Onihiru está sozinho no estacionamento, os Monokumas sumiram. Ele então começa a caminhar temeroso pelo local, atento a qualquer movimento. Quando as luzes se apagam de novo e ouve-se um grito de dor, quando elas se acendem, Onihiru está caído no chão, com a faca transpassando seu abdômen. Um carro de polícia chega prendendo o Monokuma assassino e um Monokuma-legista desce dele, contornando o corpo de Onihiru com um giz.

(Essa execução foi meio a forma de ironizar o sonho de Onihiru de pegar todos os que ele considere criminosos, mas nesse caso ele morreu no processo).

 

Yuuka Misaki

Oh! Tragic Disaster on TV Show

Uma enorme TV é mostrada aos estudantes, mas lá dentro está tudo escuro. As luzes se acendem revelando o que parece ser os bastidores de um noticiário, Yuuka está acorrentada a cadeira atrás do balcão dos âncoras, enquanto todas as câmeras apontam para ela. Ela tenta se soltar, mas sem sucesso. Logo ouve-se um barulho ao longe e uma legenda surge na tela: "Plantão Urgente: Ataque terrorista a emissora, salve-se quem puder!!!"

Logo um barulho de explosão é escutado e tudo começa a tremer, Yuuka desespera-se tentando se soltar das correntes enquanto mais e mais barulhos de explosões acontecem, e destroços começam a cair no cenário derrubando câmeras e telas. Quando se ouve o barulho de mais uma bomba caindo ao longe, ouve-se mais uma explosão e o teta desaba em Yuuka, matando-a. Logo a tela começa a chiar e mostra-se a imagem de um Monokuma mecânico ao lado de uma inscrição que diz: Desculpe! Problemas Técnicos.

(Ela sempre quis ser a âncora do próprio noticiário).

 


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Notas finais do capítulo

Oiiin, espero que tenham gostado, por favor comentem nem que seja um "Oi" para eu saber que ainda estão aí .u. Estamos definitivamente na reta final, creio que faltem três ou quatro capítulos para que essa fanfic chegue ao fim e no próximo eu trago novidades.
Beijos!



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