The Killers II- Interativa escrita por White Rabbit, Neve de Verão


Capítulo 10
09- The Wolf Among Lambs


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, antes de tudo, centenas de milhares de perdões pelo atraso, espero que gostem desse capítulo assim como eu gostei. Kisses



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O Lobo entre Cordeiros

“Um dia as máscaras dos falsos vão cair, afinal as cobras tem que mudar de pele”

O local estava cheio, a multidão encarava o palco a sua frente com uma admiração gigantesca, os olhos arregalados, um sorriso estampado no rosto. Era como se estivessem hipnotizados- e talvez estivessem- o palco mostrava um cenário como um trono em um palácio, as luzes apontavam para a mulher sentada no trono, os cabelos loiros e ondulados, vestida de forma rica.

Ela levantou-se do trono dando alguns passos à frente, a coroa em sua cabeça cintilava com a luz dos holofotes, ela ria e acenava como se fosse uma rainha de verdade. A rainha dos desesperados, a rainha dos oprimidos, a rainha dos que não tinham mais esperança. Ele fez um sinal para que todos fizessem silêncio:

— Olá meus súditos- ela falou de forma animada, mas com um tom sério- o motivo de eu ter convocado essa reunião urgente, é que algo está ameaçando o nosso reino mais uma vez. E não estamos falando da Grande Inimiga, causadora de tudo isso, mas sim de pessoas más que querem nos capturar- as pessoas murmuravam- sim meus súditos, não podemos permitir que esse reino seja destruído por mãos imundas como a de nossos inimigos.

As pessoas aplaudiam e gritavam de forma louca e alucinada:

— E para isso precisamos de ajuda. Eu soube que meus antigos companheiros estão nessa região, se os trouxermos até aqui, eles irão nos ajudar a vencer esse mal, quem está comigo?- todos se levantaram uivando, todos serviriam as suas vontades- vamos comemorar, pois eu tenho certeza amigos, esta noite nosso destino será traçado. Nossa vitória é certa!

Red Queen sentou-se mais uma vez em seu trono enquanto os seus súditos gritavam e aplaudiam. Ela os traria de volta, iria formar o seu reino perfeito- o reino que ela teria formado a muito tempo atrás se não fosse a Grande Inimiga- e agora, seus amigos estavam de volta e ela finalmente teria o que sempre quis, o seu Feliz Para Sempre.

° ° °

Yuuka Misaki

Toxic- Yael Naim

Levantei-me lentamente, Monokuma tinha meu pai em suas mãos e eu não podia fazer nada para detê-lo, mal tinha conseguido pregar os olhos ontem a noite sem ser atormentada por pesadelos horríveis. Quando finalmente eu achava que iríamos superar tudo e nos unir para procurar uma saída, o desespero vence mais uma vez. Tenho medo de sair do meu quarto apenas para encontrar um corpo no meio da rua.

Tenho medo que mais um de nossos colegas tenha nos traído e participado desse jogo horrível criado pelo Monokuma.

Tomei um banho rápido e troquei de roupa, tentei esconder as olheiras com alguma coisa, mas elas estavam bem visíveis. Era realmente chato. Abri a porta deixando os raios de sol me acordarem de vez. Olhei em volta procurando por outro estudante. Nenhum sinal de vida. Estava tudo parado como da outra vez, comecei a andar na direção do restaurante, mesmo sabendo que quase ninguém sairia do seu quarto hoje.

Assim que atravessei a porta do hotel, escutei que alguém chamava por mim. Virei-me rapidamente, dando de cara com um Cody muito preocupado, tinha os olhos arregalados de medo e por um segundo foi como se toda felicidade e energia do loiro tivesse sumido, era realmente muito estranho vê-lo daquela maneira:

— Ainda bem que apareceu Yuuka-san, acho que deve ter acontecido de novo... Você sabe.

— Achou algum corpo?- perguntei apreensiva- sangue, alguma coisa?

— Não, mas Aya, Miya, Nathan, Kon, nenhum deles apareceu para o café há algumas horas atrás- espere, então por isso eu não vi ninguém, eu estava atrasada- então começamos a procurar e eu não se encontraram alguém.

— Entendo, então vamos procurar também não é?

— S-sim- peguei em sua mão e corremos pela rua como loucos, pensei em ir ao novo bairro, talvez estivesse lá o que quer que estivéssemos procurando.

Eu e Cody passamos pelas ruas rapidamente em direção ao portão, olhando para os lados tentando procurar algum vestígio de alguém que estivesse machucado ou pior que isso. Passamos pelo portão como pássaros, pensei em verificar primeiro os parques e depois os locais restantes, assim teríamos mais tempo. Corremos como louco até o parque aquático e paramos em sua porta, estávamos ofegantes, depois de alguns segundos eu e Cody entramos no parque.

Olhamos em volta e não vimos nenhum sinal de vida, até que avistamos Nathan que estava indo na direção do aquário, chamei por ele e ele parou, nos encarando com seus olhos vermelho e azul, estava com uma expressão cansada como se não tivesse dormido:

— Que bom saber que você está bem- comentou Cody- encontrou alguém por aí?

— Não, eu estava procurando por outros estudantes, então vim dar uma olhada aqui.

— Tudo bem, vamos logo- e nós estramos no aquário.

O local estava do mesmo jeito de sempre, não havia nenhum vestígio de sangue ou algo do tipo, talvez ninguém tivesse matado ninguém e tudo isso fosse apenas uma ilusão da nossa cabeça, o assassinato de Albert foi realmente um choque, mas todos viram o que aconteceu a Kazuyo por ela ser descoberta. Olhei os peixes nadando pelo vidro, ninguém havia morrido, não havia nada ali, apenas peixes corais... Não pude conter um grito de horror.

Corpo Descoberto

Lá dentro do aquário, com um peso amarrado nos pés e uma expressão pacífica como se dormisse, estava Miya. Estava usando roupas de dormir, havia muitos cortes de vários tamanhos em seu corpo, ela flutuava em meio a água com os peixes nadando a sua volta, Cody caiu para trás ao ver a cena e Nathan apenas arregalou os olhos, mas dava para ver que ele estava surpreso. Pudemos então ouvir a voz de Monokuma que confirmava nossos medos:

— Upupu, um cadáver foi encontrado. Depois de um tempo de investigação, teremos o nosso querido julgamento escolar!

— Mas não se passou nem um dia- sibilou Cody- e-ela está morta!

— Temos que investigar agora- falei tentando esconder o nervosismo, mas aquela imagem era realmente aterrorizante- vamos logo chamar os outros.

° ° °

— Eu realmente não posso acreditar que isso aconteceu- Aya sibilou, estava usando o vestido de outro dia- logo ela, eu não entendo.

— Temos que tirar o corpo daí não é? Não podemos deixar o corpo dela a mercê dos peixes- Watashima falou temerosa.

— Tem uma claraboia aí em cima, o corpo dela não está muito longe- comentou Percy- podemos tirá-la- ele e Onihiru então começaram a pequena operação para remover o corpo de dentro do aquário.

— Mas como merda isso foi acontecer- Annie gritou enquanto Onihiru e Percy retiravam o corpo da garota de dentro de água por uma pequena claraboia e o depositavam calmamente no meio do corredor- eu a vi ontem, estava viva, como ela foi morrer e acabar ai dentro?

— É isso que temos que descobrir- Onihiru comentou em tom tristonho, devia estar escondendo o pesar, pois os dois passaram muito tempo juntos- descobrir quem fez tudo isso.

O corpo de Miya estava um tanto inchado pelo tempo que passou dentro da água, seu rosto estava pacífico e pálido, seus cabelos sujos de areia e alga. Mas o mais estranho é que havia diversos cortes em seu corpo, nos braços, nas pernas, nas costas, foi como se alguém tivesse torturado ela com uma navalha antes de mata-la. E não haviam sinais de luta ou mesmo de amarras

— Vamos nos dividir como da outra vez- Mikamaru sugeriu- assim cobrimos mais área e descobrimos outras pistas. Concordam?

Todos acenaram em positivo, não havia mais nada a fazer a não ser descobrir quem era o assassino de Miya e porque fizera isso. Eu ainda não conseguia acreditar que ela estava morta, a garota enérgica que causou confusão no primeiro dia e que estava sempre animada, a garota que nos levou naquela montanha-russa e que nos fez sentir um pouco de alegria em meio a tanto desespero. Ela era uma boa pessoa, uma pessoa maravilhosa na verdade e eu sequer tive tempo de conhecê-la melhor. E agora tudo o que nos resta é continuar tentando, por ela, por Kazuyo, por Albert, por todos.

Ficamos apenas eu, Mikazuki e Kocho com o corpo, os demais saíram para investigar em outras localidades. Tínhamos de dar o máximo de nós para conseguir resolver aquele caso.

Investigação

Senti meu ID vibrar, puxei-o do bolso e percebi que as páginas haviam aumentado. No título havia a inscrição Monokuma File #2. E o que estava escrito ali eram detalhes importantes sobre o segundo assassinato. A vítima é Miya Watanabe, o horário de sua morte foi entre as 00h35min e as 1h15min, o local onde o corpo foi encontrado foi o Aquário. A causa de sua morte foi por traumatismo craniano, acertada uma única vez na nuca por algum objeto de metal com uma alta velocidade, seu corpo está inchado devido ao tempo que passou na água, seu corpo exibe também diversos cortes coagulados, alguns foram recém-feitos, mas outros mais cicatrizados estão desde antes, existem ainda algumas manchas de tinta branca em seus braços. Isso com certeza pode ser útil.

(Prova N°1- Monokuma File)

— Então significa que ela foi morta, teve seu corpo torturado e logo depois jogada dentro da água- Mikazuki agachou-se junto ao corpo, aquela cena só me lembrava do assassinato de Albert- Provavelmente a pessoa usou a claraboia que se usa para acessar a parte de dentro do aquário, por onde eles tiraram ela. Fico me perguntando se essa foi a verdadeira cena do crime.

— Como assim?- perguntei curiosa.

— Bom, se ela morreu de traumatismo craniano, então deveria haver sangue, mas não vejo nada parecido com isso, e ninguém limpou nada também, não sinto cheiro de alvejante. Ela foi morta em outro lugar e arrastada até aqui, o tecido da roupa dela está muito gasto e esse tecido não fica assim com facilidade.

— Era de se esperar que uma “Super Highschool Level Maid” soubesse dessas coisas- comentei a ela com um pequeno sorriso- mas se ela foi morta em outro lugar, porque trazê-la até aqui? Porque não deixar o corpo onde estava?

— Talvez porque- Kocho sibilou, nos encarando com seus olhos multicoloridos- tenha algo na verdadeira cena do crime que nós não possamos ver.

— É, faz sentido- comentou Mikamaru- vou dar mais uma olhada por aqui com Kocho, você poderia ir procurar pistas da “verdadeira cena do crime”?

—Claro. Mas, e quanto a tinta? Não me lembro de nenhum lugar com tinta por aqui.

— Tenho certeza que vamos descobrir isso em breve.

(Prova N°2- Corpo foi movido de lugar)

Saí do aquário um tanto zonza, era o segundo assassinato, eu já havia visto duas pessoas morrerem de forma brutal, mas a sensação de primeira vez não saía de minha mente. Era como rever tudo em um flash centenas e centenas de vezes. Sentia o estômago embrulhar cada vez mais, mas não podia dar lugar ao desespero agora. Precisava me focar em ajudar meus colegas. Pisei em algo metálico e senti o pequeno barulho que produzia. Olhei para o chão e peguei o objeto, era uma espécie de colar, havia um pingente um tanto longo com o símbolo do jogo Asteroids. Suas extremidades eram um pouco afiadas e tinha sangue coagulado nelas, seria aquilo uma pista? Saí do parque aquático e olhei em volta, não sabia o local certo onde eu devia procurar as pistas. Comecei então a andar pela rua, procurando por um pedaço de tecido, uma navalha, qualquer coisa. Iria mostrar o colar aos outros depois.

(Prova N°3- Colar manchado de sangue)

Percebi então certo movimento na loja de presentes, andei até lá e vi que lá dentro estavam Cody e Aya, vasculhando as prateleiras. Pelas suas caras não estavam encontrando nada de útil, entrei na loja de fantasias ao lado e dei uma olhada no local, não havia ninguém lá. No entanto eu senti como se algo estivesse faltando ali. Balancei a cabeça, devia ser só impressão.

— Não tem nada aqui, eu já procurei- a voz de Cody me chamou a atenção- vasculhamos tudo isso, mas não achamos nada.

— Entendo, mas eu sinto como se estivesse faltando alguma coisa por aqui, sabe da última vez que estive aqui teve algo que me chamou a atenção, mas não consigo lembrar o que é.

— Talvez tenha sido alguma das fantasias, alguém deve ter pegado. Tinham umas bem chamativas aqui.

— Ei gente- Aya apareceu no corredor que ligava as duas lojas, ela arrastava consigo um manequim um pouco mais alto que ela- eu encontrei isso lá nos fundos da loja, estava escondido atrás de uma estante. Pensei que ele fosse daqui.

— Espere- eu falei eufórica- era isso, o manequim vestido de palhaço que ficava na entrada da loja, era isso que estava faltando.

— Tem razão- Cody falou- mas cadê as roupas dele? E porque ele não está no lugar?

— Talvez tenha alguma ligação com todo o resto- disse Aya- vou continuar procurando por aqui, talvez eu encontre as roupas dele ou algo mais.

(Prova N°4- Manequim de Palhaço)

— Tem muita coisa estranha por aqui- comentou Cody.

— E desde quando esse foi um lugar “normal”?- respondi- vou dar uma olhada em outros lugares. Até mais.

Tínhamos algumas pistas até então, mas nada que nos levasse a um culpado de verdade. Assim como no caso anterior existem provas ocultas, e o assassino com certeza não vai cometer os mesmos erros que Kazuyo cometeu, tenho certeza de que terei que me esforçar muito se quiser desvendar esse caso. Comecei a andar pela rua, talvez voltar ao bairro antigo fosse uma boa ideia, talvez fosse houvesse alguma pista lá que pudéssemos usar numa tentativa de descobrir a identidade do assassino. Enquanto andava pela rua, senti alguém segurar meu ombro. Virei-me dando de cara com Onihiru, tinha a expressão séria e em sua mão direita segurava um pé de cabra:

— Onde encontrou isso? – perguntei surpresa, não tinha visto nenhuma ferramenta como aquela desde que cheguei aqui- não me lembro de ter visto isso em lugar nenhum.

— Também não, isso estava no parque de diversões, parece que lá tem uma casa de concerto ou algo assim. Tem alicates, chaves de fenda e muitas outras, só que esse pé de cabra me chamou a atenção- ele apontou para um ponto no cabo que parecia estar mais escuro que o resto da ferramenta- usaram produtos químicos aqui, por isso o tom está diferente. E pelo que diz no Monokuma File, essa pode ser a arma do crime.

— Mas nenhum de nós sabia dessa casa de ferramentas, como alguém a encontrou?

— Eu não, talvez um de nós soubesse mais sobre esse novo bairro do que todos os outros. Deve fazer parte do plano de Monokuma para que mais um assassinato acontecesse, foi a mesma coisa com Kazuyo. Ela tinha o plano aparentemente perfeito em suas mãos, até hoje me pergunto se alguém não a ajudou a formulá-lo.

— Entendo, então parece que temos a arma do crime em mãos, a propósito, a Mikamaru falou que ela pode ter sido arrastada até o aquário, que o local de sua morte tenha sido em outro lugar. No entanto não tem nenhuma marca de sangue ou resíduos na rua.

— O assassino pode ter limpado o local do crime- ele levou a mão direita ao queixo- mas quanto ao resto, não sei te responder.

— Upupu- Monokuma surgiu quase que automaticamente ao nosso lado, uma expressão vitoriosa, ele com certeza havia conseguido o que queria- isso eu posso responder. Não devia estar ajudando vocês dessa maneira, mas é que eu me esqueci de explicar isso antes. Sabe sou um urso muito ocupado.

— O que você quer?- falei no tom mais seco possível.

— Bom é que todas as ruas dessa cidade tem um sistema de limpeza automático que é ligado todos os dias às 5h30min, ele tira toda a sujeira e mancha magicamente, é uma forma de manter tudo higienizado.

— E como achamos o corpo pela manhã, talvez o sangue já tenha sido limpado já que o assassinato ocorreu ontem a noite- falei- isso pode vir a ser útil.

— Bom, eu tenho de ir. Boa sorte com a investigação- e ele sumiu tão rápido quanto tinha aparecido.

(Prova N°5- Pé de Cabra)

(Prova N°6- Sistema de limpeza de ruas )

— Acho melhor nos separarmos- sugeri- guarde esse pé de cabra, podemos leva-lo ao julgamento como uma prova.

— Sim senhora- Onihiru respondeu dando um rápido sorriso enquanto virava-se indo na direção do parque aquático.

° ° °

Voltei ao primeiro bairro, me perguntei se havia mais uma peça desse quebra-cabeça que ainda precisasse ser encontrada. O assassino provavelmente não sabia do sistema de limpeza, então me pergunto que artimanhas ele usou para tentar disfarçar o sangue que provavelmente ele deixou ao mover o corpo. Era realmente tudo muito confuso.

— Yuuka, eu preciso falar com você- a voz de Annie me tirou dos meus pensamentos, a ruiva tinha um semblante preocupado e mantinha os braços cruzados por sobre os seios fartos- é realmente sério.

— Aconteceu alguma coisa com você?

— Não, mas a ontem à noite eu vi a Miya, tinham acabado de anunciar o horário noturno e eu resolvi voltar para o meu quarto. Ela estava no fim da rua, provavelmente iria sair com alguém, não sei ao certo. Ela parecia preocupada, talvez fosse com o motivo que tinha sido dado ou algo do tipo, mas tinha alguém com ela- pelo tom que a ruiva usava eu podia perceber o quanto aquilo era verdadeiro, ela provavelmente sabe a identidade do assassino- eu não contei isso mais cedo porque “ele” estava lá, e não queria causar confusão. Não tenho certeza se foi ele que a matou, mas ele estava lá com ela e pode bem ter sido ele.

— Espere Annie, eu acredito em você, mas de quem você está falando?

— De quem mais seria Yuuka? Quem mais teria inteligência o suficiente para cometer um assassinato desses do que ele? Nunca confiei em Mikamaru-kun.

— Acha que o Mikamaru fez isso?

— Eu não sei ao certo, mas acho que pode ser.

— E depois o que você viu?

— Depois disso eu voltei ao meu quarto, eu vi que outra pessoa tinha saído também, mas esta eu não consegui ver quem era. Se Onihiru não for o assassino, tenho certeza de que essa pessoa que saiu depois deles é.

— Boa Annie, tenho certeza de que isso é de grande ajuda, vou dar uma olhada no quarto da Miya, você quer vir comigo?

— S-sim.

(Prova N°7- Testemunho de Annie)

° ° °

O quarto de Miya era bem parecido com o meu, com alguns objetos diferentes, mas tinha basicamente a mesma arquitetura. Por algum motivo a porta estava destrancada, o que não consegui entender. Comecei a mexer nas gavetas dela a procura de alguma pista, de qualquer coisa que pudesse nos ajudar a resolver esse caso. Annie olhou na lixeira, na porta, em todos os locais possíveis.

Levantei o colchão, tirei as cobertas, os travesseiros. Eu não conseguia encontrar nada, acho que não havia nenhuma pista ali. Annie pigarreou e fez um sinal para que eu me aproximasse, ela estava olhando a cômoda da garota e me mostrou uma espécie de bilhete, o peguei para ler seu conteúdo. Havia um desenho de Monokuma, feito a lápis e junto a ele os dizeres: “Upupu, Miya Watanabe-chan, preciso falar com você sobre o seu tesouro, é algo muito importante, por favor, venha até a loja de presentes”.

(Prova N°8- Bilhete)

— Isso é muito estranho- sibilei, a televisão do quarto ligou repentinamente.

— O tempo acabou seus bastardos, já sabem onde se encontrar, vamos começar o nosso segundo julgamento escolar!

E havia chegado a hora. A hora de participar de mais um jogo de mentiras, cheio de traições e armadilhas onde iríamos decidir o destino de nossas vidas, precisávamos resolver aquele caso para que fossemos salvos, não havia como fugir do futuro. Alguém iria morrer, e se saíssemos com vida, teríamos um elemento a menos. Tínhamos de ir logo a fonte para podermos chegar ao tribunal, eu não tinha todas as peças em mãos e sabia disso, mas o que eu tinha era suficiente para revelar a verdade de uma vez por todas.

° ° °

A presidente do clube de teatro, Miya Watanabe, atravessou o pátio com certa pressa. Era a primeira vez que iria dirigir a maior peça da escola. Apesar de ser atriz por natureza, ela sempre sonhou em produzir algo grande, em levar os créditos e a fama por algo que ela tenha feito e dirigido. E seu sonho estava prestes a se realizar, ela levaria todo o crédito. Com os roteiros em mãos, ela passou pelos seus colegas de classe com um sorriso no rosto, acenando para eles.

Ela tropeçou nos próprios pés, derrubando todas as folhas no chão. Bufou alguma coisa e ajoelhou-se, pegando uma por uma, logo todos foram até ela, recolhendo as folhas rapidamente, ela agradeceu com um leve sorriso enquanto organizava-as mais uma vez.

— Obrigado pessoal- falou com sua voz doce, uma voz doce e nauseante como o canto de uma sereia.

— Nós agradecemos- responderam em coro.

Ela sempre recebera atenção, fosse pela sua atuação, ou pela sua beleza. Ela era como uma rainha para eles, eles eram como seus servos. Alguns fariam qualquer coisa por ela, tudo que ela pedisse, tudo que ela desejasse. Embora fosse dona de uma capacidade incrível, ela não se vangloriava por isso, já havia alguém naquela escola que gostava de manipular as pessoas e ela achava isso algo horrível. Mas se o desespero estava entre eles, ela poderia criar esperança. Sim, ser a líder deles, ser a diretora, ser a rainha. A Rainha da Esperança.

° ° °


 

Alunos Restantes 13/16

 

 


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, até o julgamento, mandem-me suas teorias. Quem será o assassino? Perdão a criadora da Miya, mas os mortos nunca morrem nas mãos de um escrito- é o que dizem- até mais :3



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