- Foi tão horrível pra você quanto pra mim? – ele perguntou para Alice, de um jeito corado.

 - Se você preferiu ter uma bala na cabeça ao enfrentar isso de novo, então, a resposta é exatamente sim. – ela revirou os olhos no sofá.

 - Quase fomos pegos. – observou Jazz.

 - Sexo pra mim, chega por um tempo. – ela teve um súbito arrepio.

- Por mim... – Jasper suspirou pesadamente – Tudo bem.

 - Alice? – uma voz conhecida dela, ecoou pela porta do hall.

 - Treinador. – ela disse, limpando seu rosto melado de lágrimas.

 - Vamos? O estadual é amanhã; e não pode deixar de treinar. Vamos. Agora. – ele chamou. E Alice assentiu.

 - Vou trocar de biquíni. Nos vemos na piscina. – ela disse, e correu escadas acima. Deixando Jasper para trás.

Ela subiu as escadas imaginando como ela sentiria falta de Jasper em seu quarto, para cochilar em seus braços e conversar com ele durante a noite. Mas as coisas ultimamente para ela, não estavam dando tão certo, quanto ela gostaria. Infelizmente.

Ela vestiu seu biquíni de treinamento, e voltou á piscina. A água estava tão fria, quanto a voz que seu treinador usava com ela.

 - Vamos. Não quero que Carlie vença. Jacob vai zombar de mim para o resto de minha vida... -  ele reclamou, e Alice limitou-se a chorar de raiva por dentro. Em segundos, seu corpo estava completamente submerso pela água. – Quero menos 3 segundos para o começo... – o técnico Billy, mandou, e Alice prontamente se jogou ao meio da água e foi o mais rápido que pode. Ela estava completamente desesperada. Ela tinha o problema Carlie. Que era a base de qualquer outro problema que ela estava tendo. E ela tinha o problema amigos, o problema família, o problema popularidade, o problema natação e acima de tudo o medo de perder a fé em si mesma. Mas ela testemunhou, quanto carinho Jasper tinha por ela. E que ele se colocaria em qualquer problema pra ajudá-la prontamente. E isso a dava confiança. E era certamente isso que ela faria. Acreditaria nela mesma, com a confiança que Jasper tinha colocado nela.

 Ultimamente, nem a água calma conseguia deixar a aflição dos nervos de Alice, um tanto menor. Ela simplesmente não conseguia pensar em deixar que a água á levasse á outro mundo, enquanto ela sabia, que Carlie a superaria facilmente nas braçadas do campeonato.

Enfim, ela atravessou a piscina ofegando.

 - E aí?

 - Menos 4 segundos. Um bom tempo. Tenho bastante confiança em você, garota. Acho que mais do que qualquer um, no momento.

 - Não é bem assim. – ela disse com um sorriso – no seu interior sei que está torcendo para Carlie. Mas minha vida não é vencer esse campeonato, e sim, vencer minha vida. – ela disse mais pra si mesma, do que para Billy Black.

 - Carlie tem de se sentir em casa. Acho que ela se sentiria um pouco melhor com o prêmio, não acha? – ele sorriu.

 - Acho que ela está se sentindo bem de mais, com tudo que era meu, e ela pegou para si. – deu de ombros.

 - Sei que vocês duas tem diferenças. Mais em certo tempo vão ter de se apaziguar. – ele aconselhou, anotando algumas coisas em sua caderneta.

- Bem. Ela estragou completamente tudo o que eu tinha. Na verdade, estragou para MIM. Essa é a questão. – Alice brincou com a água em seus dedos.

 - Então, se vencer Carlie, a motiva tanto, pense em vencê-la, que estaremos nas federais. – ele terminou a anotação.

 - Farei isso... mas não apenas. – ela riu, de um jeito que demonstrou toda a mentalidade perversa que ela teve naquele momento.

 - Não faço idéia do que está planejando. Só espero que não faça pegarem-na no exame anti-doping.

 - Não. Essa já é uma coisa velha, e ruim. Não seria capaz de fazer algo nestes escrúpulos. – ela revirou os olhos.

 - Menos conversa, e mais treino. – exigiu o técnico. Alice assentiu, e jogou-se água à dentro, mais uma vez.

~~*~~

 - Jacob – sussurrou Carlie, no banco de carona, do carro de Jacob.

 - Nessie – ele sorriu, e olhou pra ela.

 - Pode me deixar nessa esquina? Volto em um minuto. Eu prometo. – ela pediu, com seu olhar suplicante, e sabia exatamente, que Jake não resistiria á ela, e não iria dizer não. Não tão facilmente.

 - Claro, meu anjo. – ele sorriu mais uma vez – o que vai fazer lá? – ele pediu sem muito interesse.

 - Bem. Tenho algumas garotas para avisar sobre eu ser a nova chefe das lideres de torcida. Elas vão gostar da notícia... – ela disse de seu modo mais dengoso, o que deixou Jacob mais amolecido com ela.

Ela detestava usar Jacob do jeito que ela o usava. Porém, ela o amava de verdade. Amava muito. Mais do que qualquer pessoa que estava viva. Ela precisava dele. Tudo para que ela conseguisse o que tanto queria... A popularidade de Alice.

 Ela não tinha nada contra Alice. Absolutamente nada. Pelo contrário, ela até a admirava. Alice era legal, e construíra seu império, sobre pedras fortes e bastante concretas. Ela tinha amigos, admiradores e era sincera com todos. Uma exímia nadadora e perfeita aluna em inglês. Carlie sentia-se culpada em fazer com ela, tudo que estava fazendo. De qualquer forma, estava magoando uma querida e possível ente de sua família. E ganhando ódio de uma pessoa que em um futuro, fosse odiá-la.

 Mas Carlie queria fama, glória, popularidade e amigos – nem que não fossem tão verdadeiros, quanto eram de Alice – apenas queria um pedacinho de casa. Da casa que ela deixara no Texas, pra começar alguma vida estranha, do zero. Ela tinha amigos, popularidade e era a melhor atleta na maioria dos esportes em sua casa.

 E aqui, uma proposta fora feita a ela, em segredo. Por duas garotas, que no começo ela achava geniais... agora, apenas duas garotas cheias de veneno e com vontade de espalhá-lo á todos que estavam á toda parte. Jessica e Ângela. Esse era o nome delas. Elas não eram mais alunas, mas fizeram um convite irrecusável para Carlie, que ela não pode dizer não. Elas ofereceram tudo que Carlie procurava. Popularidade. Amizades. Conhecimento por todos. E foi o que ela aceitou. Ela faria o que as duas a indicassem, e deixaria Alice como uma má garota, que falava coisas ruins por detrás das costas de todos. E isso ela fez. Entreviu-se como a melhor em muitos esportes, e superou Alice. E levou o jornal das garotas ao topo. E deixou Alice e Jasper caídos na impopularidade.

 - Aqui, meu bem. – Jacob sorriu – pode demorar o quanto quiser...

Ela sorriu, e o beijou nos lábios. Ela pensava, insistentemente... Cara... como ELE é gostoso.

 - Te amo, meu cachorrinho. – ela soprou um beijo, e desceu do carro, na casa das garotas que estavam á sua espera. Alice. Ela pensava. Aquilo certamente machucou muito Alice. As mentiras que Carlie foi obrigada á contar para Jacob, deixar de amá-la da forma como ele amava... que se despenhava a sofrer e chorar por ela. E até mesmo aceitar ela com outro cara. Mas as mentiras que ela contou á ele... foi realmente, um tiro em sua cabeça.

 Doera mais em Carlie do que em qualquer um que ela estivesse afetado, com suas armações e mentiras.

Ela marchou para a porta da casa, com um peso tremendo em suas costas. O fato de ela acordar de manhã, já era um motivo que ela se sentiria pior do que no anterior.

Ela bateu na porta, que foi prontamente atendida por Ângela. – Veja quem o vento trouxe... – ela riu com deboche.

 - Eu fiz o que pediram. Eu disse a Esme pra dar uma boa olhada no quarto deles. – Carlie se sentou no sofá.

 - Você foi uma boa aprendiz garota. – Jessica disse, cruzando as pernas. – Agora é hora do cheque mate.

 - O que quer dizer? -  olhos inocentes de Carlie se esbugalharam.

 - Você vai fazer isso... – disse Ângela sentando á frente de Carlie e a entregando uma cartela de comprimidos. – Vai colocar na bebida de Alice.

 - O QUÊ? – perguntou Carlie alarmada – eu não vou envenená-la!

 - Você vai deixar ela... com alucinações e um pouco... hm... sonolenta. – comentou Jessica.

 - Faz isso... ou todos vão saber da verdade, Carlie. – sussurrou Ângela sentando-se ao lado de sua irmã monstro.

 - NÃO! – Carlie disse rápido demais.

 - Pense bem, Carlie. Você topou desde o início. Não nos trairá agora – sibilou Jessica.

 - A escola adoraria saber toda a história sobre a garota nova, que mentiu para todos, para comprar a popularidade... – incitou Ângela.

 - Okay. Eu faço isso... – Carlie sentiu um grande aperto em seu peito.

 - Temos você em nossa mão, Carlie. Sabemos claramente o que você fará... e sua escolha tende a ser a correta. Não temos pena. Fica a dica. – Jessica, contrariou o movimento da irmã, alcançou a cartela de remédios e foi abrir a porta – Coloque qualquer um desses na bebida ou na comida de Alice. O máximo de comprimidos que você conseguir. Ou se não... – ela imitou uma faca cortando a garganta, e Carlie engoliu seco.

 - Já sei. Estarei enrascada. – ela disse com a voz tremida.

 - Garotinha esperta... – riu Ângela do sofá.

 - Estou indo. E... – ela tentou dizer alguma coisa, mas a expressão dura e fria das garotas a impediram – nada. Deixa pra lá. Até.

 Ela saiu da casa, com uma energia carregada e um peso de mil toneladas sobre suas costas.