Capítulo 10

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Nos arredores o Santuário, totalmente alheio à importante reunião que acontecia no salão do Grande Mestre, Murilo caminhava tranquilamente. Havia vindo correndo até ali, mas depois passou a caminhar, achando que era melhor não chegar às doze casas aparentando ter acabado de participar de uma maratona.

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O canceriano estava perto do rio que passava pelo Santuário quando sentiu um cosmo conhecido. Curioso, ele vai na direção de onde vinha aquele cosmo e acaba avistando Oceanne. A amazona estava perto da margem do rio, olhando para uma espécie de taça gigante de metal. Aproximou-se dela por trás e quando estava mais perto, perguntou, fazendo a garota se assustar:

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Murilo- O que você está fazendo?

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Oceanne- Eu estava treinando, mas agora perdi a concentração. Ah tudo bem, não ia conseguir ver nada mesmo. Isso é muito difícil.

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Murilo- Ver?

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Oceanne- É, ver o futuro. Sabe, ativar a habilidade especial da armadura de... Murilo?!?

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Oceanne, que só agora havia virado-se para ver com quem conversava, espantou-se ao encontrar o cavaleiro de Câncer. Afinal, o que ele ainda estava fazendo ali?

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Murilo- Eu mesmo. Pensou que fosse quem?

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Oceanne- Um cavaleiro de prata ou bronze, sei lá. Só não imaginei que ainda tivesse algum cavaleiro de ouro por aqui. Você tem ideia de como está atrasado?

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Murilo- Atrasado? Olha, eu sei que demorei um pouco lá na vila, mas por que eu estaria atrasado? Por acaso, tem alguma reunião dourada acontecendo no salão do Grande Mestre?

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O canceriano falou aquilo de brincadeira, mas depois de ver a expressão da amazona, considerou verdadeiramente a hipótese.

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Murilo- Por favor, não me diga que tem mesmo.

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Oceanne- Ok, não digo. Mas você está MUITO atrasado para ela.

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Murilo- Ah, não! Droga, agora que eu tô ferrado de verdade!

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Ele disse, já começando a correr na direção das doze casas. Oceanne, por sua vez, rapidamente esvaziou sua armadura e a guardou de volta na urna, colocando-a no ombro e correndo atrás do outro. Alcançou-o um pouco depois, pegando em seu braço e o conduzindo em outra direção.

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Murilo- Anne! O que você está fazendo? Eu tenho que ir para o salão do Grande Mestre agora!

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Oceanne- Eu sei, é por isso que estamos indo por um atalho!

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A amazona exclamou, entrando por uma passagem semi-escondida na rocha. Murilo então se lembrou. Oceanne crescera no santuário e conhecia várias passagens secretas do lugar, claro que deveria saber de um jeito de se chegar mais rapidamente ao salão.

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O caminho que eles percorriam era um subida íngrime e escura, o cavaleiro de vez em quando tropeçava em alguma pedra solta ou pequenos buracos que havia pelo caminho, mas a amazona seguia à frente no mesmo ritmo, ainda segurando-o.

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Parecia mais que ela o estava guiando por lá e fazendo-o evitar as partes mais perigosas. Essa sensação se confirmou alguns minutos depois, ela disse.

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Oceanne- Cuidado Murilo, tem um buraco enorme à sua direita! Ah, e também não vá muito para a esquerda que tem um tronco caído por lá!

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Murilo- Nossa, você parece conhecer bem esse lugar!

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Oceanne- Claro, eu brincava muito por aqui quando era pequena!

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O canceriano notou por seu tom que Oceanne estava se divertindo muito com aquilo e por um momento perguntou-se se ela não o estava enganando para fazê-lo se atrasar mais. Mas então, Oceanne parou repentinamente, quase fazendo com que ele trombasse na urna da armadura de Taça.

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Oceanne- Pronto, chegamos!

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Murilo- Mas já?

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Ele se lembrava que a subida das doze casas era bem mais longa que aquilo.

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Oceanne- Claro! Do outro lado dessa porta está a entrada do salão.

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Murilo- Porta?

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O canceriano olhou com mais atenção para a escuridão à frente e conseguiu ver um fraco contorno de luz, do tamanho e formato de uma porta.

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Murilo- Por que tem uma porta num lugar como esse?

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Oceanne- Ah, esse é um caminho secreto utilizado pelos cavaleiros em épocas passadas. Na verdade, há outros que dão para algumas das doze casas. Dizia-se que eram saídas de emergência, mas hoje em dia quase ninguém sabe sobre elas.

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Oceanne disse, abrindo a porta. A luz do lado de fora o fez cerrar os olhos, até que se acostumou com a claridão e pôde sair da passagem, vendo que os dois se encontravam mesmo do lado de fora do salão do Grande Mestre.

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Teria que se lembrar dessa passagem depois, ela era mesmo muito útil. Mas por agora precisava entrar no salão e encarar a fúria do Grande Mestre.

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Murilo- Muito obrigado, Oceanne. Agora eu vou entrar.

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Oceanne- Boa sorte.

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Murilo assentiu para ela e, respirando fundo, abriu a porta. A cena que encontrou do outro lado o surpreendeu, mas não era totalmente inesperada. O Grande Mestre estava sentando em seu trono com Hikishi de pé ao seu lado.

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E em frente à ele se encontraam os onze cavaleiros de ouro. O detalhe que fazia aquela cena ser atípica era que alguns dos cavaleiros pareciam discutir entre si, enquanto duas amazonas, Annemie e Angelina, estavam trocando socos quase na velocidade da luz.

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Alexander quase caía na gargalhada com a cena e Yusuke tentava separar as duas sem machucá-las, ou ser acertado, no processo. O cavaleiro de Gêmeos não parecia estar tendo muita sorte, e o Grande Mestre já parecia prestes à explodir, quando finalmente notou as portas abertas e o cavaleiro de Câncer parado em frente à entrada.

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GM- Murilo?!? Então finalmente resolveu aparecer?

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O cavaleiro engoliu em seco. Era mesmo muita falta de sorte entrar bem quando o Grande Mestre se encontrava de péssimo humor. Todos os outros cavaleiros pararam ao ouvir aquilo, inclusive as duas amazonas, e se viraram para olhá-lo. Murilo caminhou decidido até ficar entre Yusuke e Guilherme e ajoelhou-se.

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Murilo- Grande Mestre. - Disse, saudando-o e levantando-se, para depois acrescentar.- Lamento pelo meu atraso, mas só fiquei sabendo dessa reunião há pouco.

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GM- Eu imagino. Você estava muito ocupado passeando pela feira de Rodória, não é?

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Câncer ficou em silêncio por um instante, olhando discretamente para a direita, na direção dos cavaleiros mais adiante.

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Murilo- Eu... não estava exatamente na feira...

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GM- Chega! Não quero ouvir suas desculpas, câncer! Fique sabendo que não permitirei que isso fique impune. Mas agora não é a hora disso, depois da reunião acertarei qual será seu castigo. Por agora...

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Kiki se voltou para as duas amazonas à frente dos demais.

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GM- Touro e Sagitário, sabem que não gosto de brigas entre cavaleiros, ainda mais sendo dourados! Não quero ver isso se repitindo. Entenderam?

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Ele fez a pergunta para todos os dourados, que confirmaram com a cabeça.

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GM- Muito bem, agora vamos voltar ao assunto. Annemie, Alexander, eu entendo perfeitamente que com o cosmo de Poseidon rondando Athena, é necessário trazê-la ao Santuário o mais rapidamente possível. No entanto, como Angelina destacou, as coisas não são tão simples. Aparentemente, ele ainda não sabe exatamente quem é Athena, e por isso está vigiando não só o colégio em que ela se encontra, mas vários outros ao redor da região. Ele deve estar só aguardando que nós façamos algum movimento suspeito que denuncie onde exatamente está Athena. Com isso Poseidon poderia mandar um ataque em massa ao local.

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Alene- Mas então por que não mandar vários cavaleiros para buscá-la?

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Sakura- Não, isso deixaria o Santuário muito desprotegido no caso de ele mandar tropas para cá também.

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GM- Exato. Com isso, só nos resta uma alternativa. Trazê-la para cá sem que eles percebam.

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Hikishi- E é isso que queremos discutir aqui. Qual seria a melhor forma de fazê-lo?

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Medeia- E vocês não tiveram nenhuma ideia?

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Os dois se entreolharam antes de o Grande Mestre responder.

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GM- Tivemos, claro. Mas ao invés de apresentá-las, quero saber da opinião de vocês sobre o que devemos fazer.

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Fez-se um momento de silêncio em que todos os cavaleiros tentavam pensar em alguma coisa, até que Alene começou a falar devagar, ainda pensando.

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Alene-  Para se fazer uma missão assim é preciso um pequeno grupo... um grupo de elite, que não chame muita atenção...

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Sakura- Ou seja, precisaria-se que as pessoas que estam lá não desconfiem de nada até o último momento...

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Angelina- Para que não desconfiem, o ideal é que o grupo se infiltre no lugar com alguma antecedência.

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Murilo- E se Athena está em um colégio, o melhor é que esse grupo seja formado por crianças de mais ou menos a idade da deusa.

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Alexia- Crianças que já se tornaram cavaleiros e são habilidosas, ...seriam alguns dos cavaleiros de ouro?

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Guilherme- Não, mesmo que fossem poucos, tirar mais do que dois ou três dourados do Santuário é muito arriscado.

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Medeia- Sem falar que poderia chamar a atenção se o inimigo conhecesse a identidade de algum cavaleiro. E quanto mais forem, mais arriscado é.

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Annemie- Então seriam alguns cavaleiros de ouro, com mais alguns de prata ou bronze. Ótimo, que belo plano.

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O Grande Mestre não conseguiu conter um sorriso e um suspiro de alívio. Até de vez em quando eles podiam mesmo trabalhar juntos sem brigar.

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Grande Mestre- Sim, essa é uma ótima ideia. Alguém tem algo a acrescentar?

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Yusuke- Poderíamos mandar alguns dos cavaleiros mais conhecidos para outros lugares vigiados, com o objetivo de distrair e confundir Poseidon.

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Grande Mestre- Hum, seria meio arriscado, mas acho que valeria a pena... Certo, faremos isso.

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O Grande Mestre deu uma pausa perdido em pensamentos, ele assentiu consigo mesmo como se estivesse acabado de confirmar algo.

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GM- Muito bem, agora temos de decidir quem irá na missão de busca à Athena. Alguma sugestão?

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Hikishi- Hum, teria que ser alguém entre treze e quinze anos... Quem tem alguma dessas idades?

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Sakura- Acho que eu, Alenne, Kakeru, Alexia e Narciso, não é?

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Ela falou, meio em dúvida. Os outros dourados apenas concordaram com ela.

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Hikishi- Hum, cinco cavaleiros. Ok, Grande Mestre, o que você acha?

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GM- ...

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Hikishi- Grande  Mestre?

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Kiki ainda parecia perdido em seus próprios pensamentos. Hikishi olhou para ele, curioso. Por um instante fez-se um silêncio absoluto no local, até que o Grande Mestre pareceu ter tomado uma decisão em seus pensamentos.

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GM- Muito bem, já decidi quem irá comandar essa missão. E é você, Narciso.

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Narciso- E-eu?

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O cavaleiro parecia verdadeiramente surpreso com isso.

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GM- Sim, você, e para acompanhá-lo irão mais dois cavaleiros de prata ou bronze. Alexia, você irá para um dos outros lugares que também estão vigiados, apresente-se aqui daqui há duas horas para que eu dê mais detalhes sobre isso. Por enquanto, é só estão todos dispensados, menos Narciso. E você Murilo.

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Ele declarou, deixando bem claro que não haveria discussão sobre esse assunto. Os cavaleiros foram se retirando aos poucos, alguns ainda relutantes. Annemie foi a última a sair do salão, fechando a porta atrás de si.

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OoOoOoO

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Arthur estava pálido como papel e de olhos arregalados.

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Arthur- Você está falando sério? Eles... onde... quando... como soube?

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Nicolas- Acabou de passar no noticiário. Parece que houve uma tempestade, o capitão perdeu o controle e...

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Ele parou de falar ao perceber que só estava piorando a situação. Arthur deu um passo vacilante para trás, parecendo perder o equilíbrio. Isadora o apoiou.

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Isadora- Fique calmo, Arthur. Sei que não é fácil, mas você não pode fazer nada quanto a isso. Vem, é melhor entrarmos para você se sentar.

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O garoto olhou para ela, sem dizer nada, apenas concordando com a cabeça. A diretora deu um passo à frente, tentando retomar o controle da situação.

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Diretora- Sim, é melhor todos entrarmos agora. Lá dentro podemos providenciar um telefone e você pode ligar para alguém e esclarecer melhor tudo.

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Ele não pareceu escutá-la, apenas começou a caminhar em direção ao prédio, com Isadora acompanhando-o de um lado e Allan e Maro do outro. A diretora olhou para os meninos, que pareciam tão preocupados com Arthur, e uma onda de tristeza se abateu sobre ela.

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E pensar que o destino poderia ser irônico à ponto de fazer com que mais uma criança perdesse seus pais de forma tão trágica. Ela balançou a cabeça, recompondo-se, e foi atrás deles.

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Depois que todos haviam entrado na diretoria e Nicolas voltado para seu serviço. Arthur pegou um telefone e ligou para o número da secretária de seu pai. A moça atendeu no sexto toque. E todos puderam ouvir seu grito.

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Helena- Olhe, se for outro reportér para falar sobre o acidente...

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Arthur- Helena? Sou eu, Arthur.

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O rapaz respondeu baixinho e depois ficou em silêncio, ouvindo. Após alguns minutos, ele respondeu.

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Arthur- Entendo, então é verdade. E o que eu... estou naquele colégio... hum, sim gostaria. Que horas?... ok, vou para lá...até, e obrigado por tudo Helena.

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Arthur desligou, com uma lágrima insistente descendo por seu rosto. Ele limpou-a com a mão e depois virou-se para a diretora, tentando parecer firme.

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Arthur- Eu lamento senhora,mas em vista dos recentes acontecimentos... eu precisarei adiar a inspeção. Depois minha secretária marcará uma nova data.

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Diretora- Ah, sim. Quer que eu o leve de volta ao aeroporto?

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Ele concordou com a cabeça, ainda parecia pálido e triste.

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Allan- Arthur, você vai ficar bem para voar de avião? Não quer ficar aqui mais um pouco? Perto da escola tem um gramado lindo, é muito tranquilo por lá.

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Marco- É, dá pra por os pensamentos em ordem, cara!

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Arthur- Obriagado, mas preciso mesmo ir, organizar as coisas por lá...

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Isadora- Então até um dia, Arthur, cuide-se.

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A garota deu um abraço em Arthur que acabou recuperando um pouco da cor e ficou corado.

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Arthur- T-tudo bem, até.

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Ele se despediu e saiu da sala rapidamente, com a diretora seguindo-o.

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Continua...