Amor e Tempo - Um conto da saga Conspiração dos Se escrita por HNRibeiro


Capítulo 1
Adele


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, eu não resisti. Os Anima são minha Família, e obviamente eu tinha que deixar algumas questões. Ai vai a explicação do triângulo amoroso Adele-Luca-Sabrina. Espero que entendam ^.^



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Meus dedos percorriam suavemente as mechas do cabelo de Sabrina, formando uma trança. Ela estava deitada de bruços, e eu estava sentada em suas costas, arrumando seus cabelos, enquanto a ouvia tagarelar.

– Então, quando eu fizer 10 anos, espero ser como meu pai, um Vidente.

– Por que você quer ser uma Vidente? – Eu perguntei, assustada. Imaginar-me tendo vislumbres de um futuro que não podia modificar me assustava. E se as coisas ficassem ruins?

– Serei uma Anciã um dia, assim como mamãe. Quero saber de tudo o que virá, antes que seja tarde.

Mesmo com 8 anos, Sabrina Bazzo era inteligente. Seus dedos brincavam com o colar em seu pescoço. Amarrei a trança com um laço e sai de cima dela, deixando-a sentar-se. Então olhou pelo quarto, certificando-se de que a porta estava fechada.

Suas bochechas coraram.

– O que foi? – Perguntei.

– Quero ter certeza de que ficarei com Luca. Gosto dele.

Eu ri. Sabrina seguia Luca por tudo quanto é lado desde que começara a andar.

– Ele é bonito, não é? – Ela perguntou. Algo em minha expressão deve ter feito ela se acanhar. Acenei que sim, apesar de que eu não me interessava muito por ele. Luca fizera 10 anos ano retrasado, e virou um Determinador, como o pai. – E então, quando eu for uma Vidente, terei certeza do meu futuro.

Ela vinha implicando com isso desde que tia Alessa explicou sobre poderes. Revirei os olhos.

– Você sabe que não escolhemos.

– Eu sei. Mas eu quero ser uma Vidente.

Eu ri, e ela riu junto.

– Você não deseja um poder em especial? – Sabrina perguntou, agora interessada em mim. – Amanhã você completa 10 anos, Dele! Não pensa por um segundinho o que deseja fazer?

Dei de ombros. Não ligava muito para essas coisas.

– Talvez uma Infligidora.

Os olhos dela se arregalaram.

– Por quê?!

– Assim eu te torturo quando você me atormentar durante a noite.

Ela sorriu, revirando os olhos.

– Mas, se eu não tiver esse poder, te torturo de outra forma.

Ela levantou as sobrancelhas. Sabrina ficava parecendo muito chata desse jeito.

– Cócegas! – Gritei, pulando em cima dela.

Os olhos dispares dela me assustavam. A mulher morena era claramente uma elementar, mas seus olhos eram errados. Tia Alessa disse que cada Família tinha uma cor de olhos, mas a mulher tinha cada olho de uma cor – um verde e um vermelho.

Levantei-me rapidamente, a respiração ofegante. Sacudi o ombro de Sabrina.

– Levanta, levanta! – Gritei, meus olhos enchendo-se de lágrimas. Sabrina acordou num pulo.

– Que foi Dele? – Ela perguntou. Não consegui responder. Algo naquela imagem era muito intima. – Pesadelo?

Acenei que sim, e ela me abraçou.

– Vou cantar até você dormir.

Sorri um pouco.

– Assim eu não durmo.

Demos risadas baixas, e eu deixei o pesadelo pra lá, indo dormir.

Alessa tinha os olhos vinho. Sempre me espantei de como os Anima representavam algo como uma mistura dos Aqua e dos Ignis – a névoa, o onírico. Os cabelos dela eram na altura dos ombros, caindo em camadas castanho-escuras.

– Nos casamos aos 15 anos – ela continuava. Mas seus olhos não desgrudavam de mim. Todos olhavam pra mim. – E nossos pais escolhem os noivos, até os 12 anos.

Sabrina estreitou as sobrancelhas.

– Por que não podemos escolher?

– Presume-se que os Anima sejam obedientes. – Alessa murmurou, afagando os cabelos loiros de Sabrina. – E a forma de obedecer a seus pais, é aceitando as decisões deles sobre sua vida. Seu casamento é a benção que seus pais lhe dão para o resto da vida, assim como seu nome.

Sabrina entortou a boca. Não aceitara a resposta assim tão facilmente.

– Vamos? Luca vai ter aulas de piano hoje! – Sabrina disse. Suspirei. Não achava nada muito legal vê-lo errar nove notas para acertar a décima, mas Sabrina era tão poucas coisas que tínhamos a fazer aos sábados que concordei.

Alessa olhou torto para Sabrina. Não é que ela não gostasse de Sabrina, mas parecia ressentida com algo. Quando chegamos à sala onde o piano estava, não havia ninguém. Sentei-me de frente a ele – também tocava. Era uma forma de me expressar.

– Toca pra mim! – Sabrina pediu. Comecei a tocar algo animado, até que ouvi a porta se abrir. Bina estava tão entretida que nem notou. Luca entrou na sala. Ao lado dele, estava Alessandro, pai de Sabrina.

Foi num piscar de olhos. Quando encarei, o vi mais alto e musculoso. Estava com uma blusa púrpura, em frente a um espelho. O espelho de duas faces. Ofeguei e a música parou. Alessandro parou ao meu lado, me ajudando a estabilizar.

– Ora, ora... temos outra Vidente entre nós.


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Notas finais do capítulo

Calma que tem mais...



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