Eu te odeio, eu te amo escrita por Nutella


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sei que esse capítulo ficou pequeno, que demorei para postar e sei que talvez não tenha ficado tão bom. Estava sem criatividade mas não poderia deixar vocês na mão. Apareçam! Essa semana tem um capítulo especial para vocês.



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Finalmente as aulas começaram e a escola estava um caos. Havia muita gente nos corredores, se arrumando, gritando para apressar os amigos ou atrasados para aula. E eu estava tentando tirar o Felipe dos meus pensamentos. Alias, eu falei que sonhei com ele? Pois é, e não posso negar que o sonho foi maravilhoso! Estávamos prestes a nos beijar,mas a parte chata foi que a Gabi atrapalhou. Meu Deus, que amiga má eu sou, sonhando com o garoto que a minha amiga gosta. Me senti mal por isso. Dei lugar a outros pensamentos e continuei fazendo uma maquiagem bem chamativa para aquele dia.

– Bia, eu vou descendo porque preciso encontrar o ítalo! - A suh disse enquanto passava perfume

– Okay, diz a ele que preciso muito falar com ele. - Avisei. Eu precisava me desabafar urgentemente com meu melhor amigo. Eu não podia esconder isso de mais ninguém.

A Mariana continuava deitada na cama, de pernas abertas e dançando uma música que nunca ouvi. Eu tinha decidido ignorar a presença daquela garota contanto que ela não mexesse comigo.

– Que demora, Bia! - A Gabi estava na escrivaninha impaciente.

– SHIU! Eu preciso me concentrar senão eu borro todo o deliniador. E você também está aí desenhando não sei o que. - Apontei

– Ah! Eh só o nome do Felipe dentro de um coração. - Ela disse com um ar sonhador. Meu estômago embrulhou.

– Quanta melosidade! - A cabelinho azul finalmente falou alguma coisa.

A Gabi fez uma cara de nojo.

– Talvez nunca tenha se apaixonado. - A Gabi soou na defensiva

Mariana gargalhou.

– Mas é claro que já! Mas o que torna hilário é você falando aí de um garoto como se nada mais importasse no mundo enquanto não observa a cara de sua amiguinha aí.

Isso definitivamente me chamou a atenção.

– O que você quer dizer com isso? Borrei a maquiagem? - Me desesperei. Depois de horas eu não poderia ter que refazer aquilo

– Ai, garota, para de ser fresca. Não é disso que estou falando. - Ela revirou os olhos para mim. - Olha a sua cara. Esta com uma cara de quem comeu e não gostou. Se eu prestasse atenção um pouquinho mais diria que..

– Diria que o que? - Perguntei com a minha paciência fugindo pelas janelas. Aquela garota era uma abusada, não poderia estar cogitando que eu estivesse apaixonada. E mesmo que cogitasse, ela não tinha esse direito de plantar discordia entre eu e a Gabi.

– Nada, Bia. Ela só está com inveja. - A Gabi pousa o desenho na minha penteadeira e sorri. - Olha como ficou.

Peguei o desenho e apesar de tudo sorri, pois finalmente eu vi a Gabi feliz depois que aquele seu ex fez o que fez.

O sinal finalmente tocou. Peguei minha mochila, coloquei o desenho dentro do caderno e sai as pressas olhando para a Mariana que me dava um sorriso de lado.

Entrei na sala junto com o professor de artes e sentei. A aula foi interessante falando sobre literatura e os desenhos daquela época inspirados em momentos. A Mariana e o Ítalo entraram juntos na segunda aula. Acenei para o ítalo e ele soltou um beijinho no ar para mim. Não acreditei que o Ítalo tão boa pessoa pudesse estar de amizade com aquela garota encrenca.

E quando penso que o dia não poderia ficar tao mal, o Felipe entra em meu campo de visão e a Gabi me cutucou . Abaixei a cabeça para evitar falar com ele. Eu tinha chegado a conclusão de que precisava manter distancia dele, pois assim tudo ficaria mais facil para todos. Eu não sei o que estava acontecendo e eu não queria mais me sentir assim tão vulnerável. Só eu percebia o quão era cômica aquela situação? Eu, Bia Alcântara, nunca me senti dessa forma e eu odiava me sentir assim como uma completa idiota.

Tentei me concentrar na aula e deu tudo certo. No intervalo todo mundo conversava sobre o festival de verão que iria acontecer daqui a uma semana e eu estava nervosa , as garotas me procuravam para pedir dicas de vestidos para utilizar no festival e isso me animou um pouco.

– E aí, gatinha? - Me virei para o dono daquela voz e não pude evitar de abrir um sorriso. Pulei no pescoço do Italo e enchi a bochecha dele de beijos.

– Ityyy, saudades de você. Como foram suas férias?- Perguntei empolgada

– Muito bem! Estou pronto para montar uma banda. O que acha da ideia? - Ele perguntou cheio de expectativas. Eu e o ítalo éramos como irmãos, então a opinião um do outro é muito importante para ambos. Se bem que as vezes por eu ser um pouco rebelde ligo o foda-se para ele. Mas o amo muito.

– Eu acho o máximo! Já tem todos os integrantes? - Perguntei caminhando com ele e deixando a Gabi e a Suh conversarem enquanto isso.

– Não! Falta um guitarrista e um que toque violão. - Ele me diz

– Vai levar adiante tudo isso?

– Não sei! Só o tempo dirá.

Sorri para ele.

– Eu tava morrendo de saudades de você. - Ele para e me puxa para me abraçar forte. - Soube que precisa me contar umas coisas. E ai? Do que se trata?

– É complicado. - Abaixo a cabeça.

– Temos tempo. - Ele me incentiva a falar. E eu juro que iria falar sobre toda a confusão de sentimentos que havia dentro de mim, mas não tive chance.

– Bia! - Alguém me chama em um tom de desespero. Me viro e fico sem fala. - Tudo bem? Fiquei preocupado com você ontem. - O Felipe corre para se juntar a mim e fica parado como se estivesse num impasse pensando se me dava um abraço ou esperava até eu me pronunciar. Ele sorria.

– Não precisa de preocupar comigo, tá?- Falei desaforada. - Eu estou bem. E se me der licença, preciso resol... - Eu ia sair dali antes que meu pensamento pecasse outra vez, mas a Gabi hoje estava praticamente implorando para que eu me torturasse.

– Felipe! - Gabi chegou toda feliz. Olhou para todos desconfiada e finalmente abriu um sorriso enorme. - Então já se conhecem?

– Claro! - Eu falei sorrindo.- Impossível não conhecer uma pessoa assim como o Felipe, não é? - Tarde demais percebi o tom irônico que coloquei na voz. O pior é que eu estava abrindo espaço no meu coração para uma mistura de ódio e amor.

– Não entendi. - Ele parecia bastante confuso e eu não poderia culpa-lo. Não é de se achar normal que uma garota seja prestativa com você e de uma hora para outra haja como se você fosse o cara que ela mais odeia no mundo. E quer saber? Eu estava bem perto disso.

– Bom, eu estou saindo. Preciso conversar com as meninas alí antes que o intervalo acabe. Beijos. - A Gabi se retirou.

– Tchau, amiga! - gritei e ela mandou um beijo no ar para mim

Finalmente ficamos apenas eu, o ítalo e o Felipe. O silêncio constrangedor predominou por alí e eu resolvi quebrar.

– Felipe, o Ítalo é o amigo do qual te falei. Ele está para montar uma banda e está precisando de um guitarrista ou uma pessoa que toca violão. Você não tem interesse? - Perguntei tentando acrescentar humor aquela situação.

– Sério? - Santo remédio. Pude perceber que o Felipe estava com os olhos brilhando.

– Que maneiro, cara! A Bia não me contou que tem um amigo que toca. Bia, eu te amo, porra! - O Ítalo como sempre sabendo se adequar as situações.

Sorri para ele e não pude evitar de cair na gargalhada

– Como não me amar, não é verdade, maninho? -Falei sorridente e ele disse um "convencida" me dando um beijo na bochecha.

........X..........

A aula tinha sido um saco, mas sobrevivi. Estava planejando sair um pouco para trilhar e ver se assim eu melhorava e tirava a culpa que estava me consumindo. Coloquei um short de cintura alta, um crooped rosa de crochê e um tênis tribal. Estava fashion apesar de tudo. A Gabi estava dormindo, a Suh estava paquerando pelo colégio e eu tinha que ir sozinha. Por uma parte era bom, eu precisava as vezes de um momento só. Peguei meu fone de ouvido e saí para uma aventura sozinha.

Hoje acordei com uma vontade
De deixar pra lá
Todos os problemas que inventei

(...) Tudo que sei é que a gente vai curtir
E vai dançar a noite inteira
Sem se cansar
Porque essa festa
Não tem hora pra acabar
O som aumenta e a galera inteira grita
E eu tô usando minha bota favorita
Daqui pra frente
Eu não quero nem pensar
Eu vou deixar pra lá ( Deixar pra lá- Manu Gavassi)

O lugar que escolhi para trilhar era bem bonito e aquilo alí me acalmava, sentei e me escorei em uma arvore cantarolando a música de Manu Gavassi em um tom desafinado. Pela primeira vez desde que voltei as aulas eu pude ter sossego. Quando a música parou, ouvi um barulho de alguém caminhando por perto e paraliso. Ninguém conhecia aquele lugar além de mim, só poderia ser algum sequestrador ou estuprador. Eles são famosos por adorar esses lugares para capturar suas vítimas e pensar naquilo não ajudou muito.

Tá, Eu sei que deveria ter pensado naquilo antes de escolher caminhar por lá mas é que eu vivia rodeada de tanta gente, e apesar de eu amar tanto essas pessoas, eu precisava ficar sozinha e me curtir sozinha.Então aquele lugar me parecia uma ótima ideia até aquele momento.

Os passos se aproximavam e eu me gelava cada vez mais. Não tinha para onde fugir, pois eu estava perto de um precipício. O que eu faria agora, meu Deus? E por mais patética que fosse, eu devo confessar que eu comecei a chorar baixinho.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem o que acharam. Beijinhos :* Até mais



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