Marvel: Os Maiores Heróis da Terra escrita por Larenu


Capítulo 39
Chacal e Lagarto


Notas iniciais do capítulo

Já estou preparando a retomada de "Doutor Estranho: O Diário de Agamotto", mas, como o Nyah! estava em manutenção, a postagem vai demorar um pouco. Por causa disso também, atraso no QF sábado. Postarei, se possível, no domingo.



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Jessica Drew e Peter Parker estavam amarrados em um canto da sala que pertencia a Miles Warren. Jessica acordou, mas Peter permanecia desmaiado. Ela olhou em volta e viu, em cima de uma mesa, a maleta aberta com seu uniforme e a carta de seu pai. Seus lançadores também estavam ali.

Ela se ajeitou e analisou o ambiente à sua volta. Não parecia haver ninguém ali. De repente, seus olhos se voltaram para uma cabine pequena no canto. Viu, lá dentro, uma criatura horrenda caindo aos pedaços e uma espécie de duende de pele verde.

O duende pulava agitado pela sala e dizia algo para a criatura, que estava presa à parede. A cabine, porém, abafava o som. Ótimo, não vão escutar se eu fizer algum barulho, pensou. Movimentou as mãos de forma que a corda ficou enrolada em seu pulso. Em seguida, tirou a outra mão da corda que estava frouxa. Usou a mão livre para se soltar e se levantou.

Com um suspiro, caminhou até a mesa e pegou seus lançadores. Sem querer, porém, derrubou um dos frascos na mesa. O vidro se partiu e olhou para a cabine. Felizmente, o duende permanecia pulando em volta da criatura. Esta, porém, fitava Jessica com seus olhos vazios.

Jessica olhou para Peter e desejou que ele acordasse. Mas não deu certo. Bom, não podia sair dali sem ele, mas seria reconhecida pelo duende quando ele saísse da sala. A não ser que... é claro! Jessica checou se Peter estava mesmo dormindo e, ainda sob os olhares da criatura, se despiu.

Pegou o uniforme na maleta e o vestiu. Era apertado, mas dava para o gasto. Pegou então a máscara e prendeu ao rosto. Ela parecia presa ao uniforme, mas, como o cabelo ficava para fora, percebia-se que era uma máscara.

Prendeu os lançadores em pequenos vãos que haviam nos pulsos da fantasia e olhou em volta, procurando por algo útil. Viu alguns frascos de vidro com fios de cabelo, sempre um loiro e um castanho. Ao lado, um livro. Se aproximou e reconheceu aquilo como sendo um diário.

Abriu em uma página aleatória e começou a ler. Se tratava de uma curta nota com letra típica de um professor: "Conquista do dia: um fio de cabelo da querida Gwen". Virou para a próxima: "Conquista do dia: um fio de cabelo do senhor Osborn". Cada página um aluno. Sempre. Mas então, chegou a um nome que reconheceu.

"Conquista do dia: um fio de cabelo do senhor Parker"





Uma série de quinjets sobrevoava o gelo da Antártica. No horizonte, podiam enxergar uma mata verdejante em meio ao gelo: a Terra Selvagem. Uma quinjet intrusa seguia as outras despercebida: a quinjet dos Vingadores.

— Muitos anos atrás, pessoas importantes foram sequestradas e forçadas a trabalhar aqui — disse Stark para todos.

— Sequestradas por quem? — questionou Thor.

— Nunca descobriram. Ele assinava as mensagens com A.E., sempre.

Visão olhou para o painel e ficou parado um pouco.

— A.E. são as iniciais de um terrorista, o Alto Evolucionário. Sua identidade é um mistério, mas muitos o consideram responsável por esses sequestros que você mencionou.

— Muito obrigado, J.A... Visão. Desculpe, força do hábito.

— Sem problemas, senhor Stark.

O doutor Banner estava sentado em um canto com fones de ouvido, fitando os outros com um ar distante. Ninguém percebeu, mas havia um brilho verde em seus olhos. Estava escutando uma música clássica calma, "Für Elise" de Beethoven, mas uma voz se sobrepunha à música e o irritava.

"Acorde, monstro, acorde. O Líder te ordena."

Ele começou a apertar sua perna com força. Percebendo isso, Natasha Rommanoff se aproximou de Tony Stark.

— Tony, olhe para o Banner.

Ele a obedeceu. Assustado com o comportamento, caminhou discretamente até Stephen Strange em um canto.

— O que passa com ele, Stephen?

Doutor Estranho fitou Banner e se concentrou.

— Estão tentando invadir a mente dele. Posso sentir uma poderosa força telepática em volta dele.

— Pode parar isso?

— Acredito que sim.

Strange se concentrou e criou um campo de forças invisível ao redor de Banner, de forma que as forças telepáticas não o atingiam. A voz na mente de Bruce sumiu, e ele voltou a relaxar com a música.

— Obrigado, Stephen — agradeceu Tony, que decidiu ir falar com Osborn, pois este estava muito calado.

Ele se aproximou devagar, mas não deixou sua presença passar despercebida.

— Norman, como vãos os negócios?

— Err... Bem. É... obrigado por perguntar.

— E Harry, seu filho? O incidente com a namorada o afligiu muito?

— Harry...

O nome do filho lembrou Norman de quando chegara em casa anunciando que tinha que partir. Sua esposa Emilly chorava no ombro de Harry, sentada no sofá. Ele perguntou o que havia acontecido, e Harry falara um único nome feminino que provocou arrepios em Norman e lágrimas em Emilly: Gwen.

Ele pedira perdão, mas as palavras delas foram escassas, porém precisas: estava tudo acabado. O casamento do grande Norman Osborn, presidente da Oscorp, chegava ao fim. E que triste fim! Felizmente, partira com os Vingadores e se afastou das lágrimas de sua família e dos cacos de seu casamento quebrado.

— Ah, Harry vai bem — mentiu.

— Que bom... — Stark parecia tentado a prosseguir, mas não o fez. Apenas deixou Norman de lado.






Em uma sala na base do Alto Evolucionário na Terra Selvagem, o doutor Curt Connors admirava sua fórmula completa. De repente, duas pessoas entraram em sua sala. Eram a Madame Máscara e Kraven, o Caçador.

— Essa é a fórmula que o Lorde solicitou a você?

— Sim, Madame.

Ela indicou com Connors com a cabeça.

— A capacidade dela de regeneração com base em lagartos é garantida?

— Com certeza.

— Então Kraven, faça.

O Caçador pegou o frasco das mãos de Connors e o colocou contra uma mesa. Forçou-o a abrir a boca.

— E-e-espere, Sergei! Não devo engolir isso! Deve ser injetada no local que necessita de regeneração.

— Ah, é? — perguntou Madame Máscara, sorrindo por baixo da falsa face dourada.

Ela pegou uma seringa e o frasco da mão de Kraven, virando o líquido dentro da seringa e se aproximando de Connors.

— Bons sonhos, Curt Connors.

Ela cravou a seringa no toco que havia no lugar de um dos braços de Connors e liberou o líquido lá dentro. Em seguida, olhou para Kraven.

— Corra. Se o Lorde estiver certo, ele se transformará em um lagarto enorme.

A pele de Connors começou a ficar esverdeada. Kraven e Madame Máscara correram da sala e encostaram a porta, trancando-a. No lugar de Curt Connors, um enorme Lagarto surgiu. A porta não aguentaria, mas isso não era problema. Os dois passaram pela teia da qual Kraven a libertara e saíram daquele corredor.




Jessica continuou virando as páginas daquele livro. Conforme avançava, as conquistas deixavam de ser fios de cabelo dos alunos e passavam a ser experiências com clonagem. O autor detalhou uma doença chamada "Degeneração dos Clones" e como ela afetava as primeiras cópias, mas então houve uma mudança drástica nas páginas: a letra se tornou mais apressada, pelos verdes foram deixados nas folhas e uma assinatura surgiu, "Chacal".

A Mulher-Aranha ia se levantar, mas uma mão apertou seu pescoço. Ela se virou e se deparou com o duende verde que estava dentro da cabine, provavelmente o tal Chacal.

— Olá, senhorita Drew! Como vai seu pai? — ele não parava quieto.

— Chacal... me largue!

— Oh, você me reconhece, Mulher-Aranha! Que surpresa. Vejo que já conheceu meu amiguinho, Kaine, o monstro ali dentro. Kaine, diga oi!

A criatura parecia estar em coma.

— Bom, ele está dormindo. Uma pena, vai perder a comemoração.

— Comemoração?

— Sim. Comemoração do fim do Homem-Aranha!

Ele revelou um controle em sua mão e apertou um botão nele. Um gás foi liberado na cabine em que Kaine estava. Quando se dissipou, ele estava igualzinho a Peter, porém nu. Jessica desviou o olhar, e o Chacal riu disso, mas um uniforme semelhante ao do Homem-Aranha foi vestido em Kaine por garras mecânicas.

— Senhorita Drew, apresento a você Kaine Parker, o Aranha Escarlate. Se me dá licença — Ele a jogou no chão com força. —, tenho um inimigo para derrotar. Kaine, teias nela!

O Aranha Escarlate se soltou da parede, parecendo bem desperto.

— Não, Chacal. Não!

Ele estendeu o braço e disparou teias orgânicas como as de Peter na direção de Chacal. Jessica fitou Kaine, espantada.

— Tenho paciência e penso: todo mal traz consigo algum bem.

Jessica não pôde deixar de sorrir ao som dos gritos do Chacal.

— Obrigado pela ajuda, Kaine Parker. Se me permite, vou acordar meu amigo Homem-Aranha e ir embora.

Ela disparou algumas teias em Peter o impacto foi suficiente para acordá-lo.

— Já vai, Tia May! — gritou ele, provavelmente de olhos fechados.

— Não tem graça. Se não quiser vir, deixo você aqui para morrer quando o Chacal se libertar.

— Chacal?

Ele se levantou logo.

— Sim, aquele monstrinho verde na parede.

Peter olhou para ele.

— É impossível, mas ele me lembra meu professor, Miles Warren, que está desaparecido.

O Chacal soltou uma risada seca.

— Estúpido. Eu sou Miles Warren. E não sou nenhum idiota. Passei quatro meses vendo o Homem-Aranha surgir perto da Universidade Empire State e desaparecendo perto da casa dos Parker. Sei que você é Peter.

Eles não perceberam, mas Chacal estava forçando a teia com suas garras.

— Está bem, você venceu professor. Vejo você na aula. Quer que eu mande lembranças para Gwen?

— Gwen Stacy...

Jessica puxou Peter para fora da sala no exato momento em que Chacal se libertou e voou em cima de Kaine. Ela encostou a porta e observou criador e criatura lutarem.

— Vamos, Homem-Aranha. Temos que correr para sobreviver.

O chão tremeu. Do lado oposto do corredor, um enorme lagarto com jaleco de laboratório rasgado surgiu.

— Homem-Aranha! — ele gritou.

O vidro atrás deles se quebrou, permitindo que Chacal e Kaine pulassem para fora da sala. Fora Kaine que quebrara, provavelmente para escapar dos vários clones de Peter, Gwen, Miles e vários outros alunos que saíram junto. Kaine se juntou ao Homem e à Mulher-Aranha. Atrás deles, Chacal e os clones. à frente, Lagarto.

— No três — disse Peter. — Um!

— Dois! — gritou Jess.

— Três! — terminou Kaine.

Kaine e Jessica avançaram em Chacal e os clones, já Peter no Lagarto.





As quinjets estacionaram no enorme hangar da base. Da primeira quinjet desceram vários Novos Homens, incluindo Dempsey e Bova, mas também desceram Wanda Maximoff e Cassandra Webb. Contaram todas as sete quinjets e, estranhamente, mais uma.

— Preparem-se, pode ser uma ameaça! — berrou Dempsey para todos os Novos Homens.

Eles se posicionaram adequadamente e cercaram a nave. Primeiro, porém, uma armadura vermelha e amarela surgiu de dentro de uma das outras quinjets. Isso distraiu a todos para o momento em que os Vingadores saíram de dentro da quinjet intrusa.

Todos avançaram ao mesmo tempo, fazendo o caos se instalar no hangar. Toda a energia caótica no ar estava aumentando os poderes de Wanda e, estranhamente, de Dempsey também. Antes que a batalha prosseguisse, porém, a entrada para o hangar se abre. Várias pessoas iguais entram, acompanhadas de um duende verde (Chacal), uma garota (Mulher-Aranha), o Homem-Aranha, alguém semelhante ao Homem-Aranha (Aranha Escarlate) e um lagarto (bem... Lagarto).

Eles se misturaram com os já presentes, aumentando ainda mais o caos. A luta prosseguiu de forma que os caminhos de Feiticeira Escarlate e Lagarto se cruzaram. A força dele era descomunal, talvez ela não suportasse sem usar seus poderes de forma que arriscaria a vida de todos ali, incluindo seus amigos.

De repente, ele a agarrou e a ergueu nos ombros. Para escapar, disparou várias rajadas, mas apenas cortou fora o rabo dele, que logo cresceu de novo. Ele não reagia aos ataques, apenas a carregava para longe. Um ser derrubou Lagarto e a agarrou, levantando-a no ar. Virou-se e se viu cara a cara com Visão, membro dos Vingadores.

— Você... você me salvou...

— Não posso arriscar a vida de uma dama.

Ele a colocou no chão. Wanda permaneceu encarando a face vermelha de Visão.

— Mas somos inimigos...

— Tenho princípios que ultrapassam tais barreiras.

Ele não pôde ouvir a resposta dela, pois foi atacado por Lagarto e começou uma batalha. Terminando de nocauteá-lo, voltou a falar com ela.

— Deseja que eu te leve para outro local?

— Não, obrigada. Como posso te chamar?

— Visão.

Assim, Visão largou-a ali e voltou para a batalha.





Em Nova York, uma mulher de pele branca descia do táxi de Jake Lockley. Ela não deu nome, apenas umas meras moedas para o simpático taxista. Ele, porém, a estava observando. Assim que ela desceu em seu destino, o cais, ele ligou o rádio e começou a dirigir. Um painel surgiu.

— Jessica, a águia chegou ao ninho.





Silvio Manfredi olhou para o homem à sua frente.

— Espião Mestre, Dominó acaba de chegar ao cais. Está na hora. Você deve se infiltrar no barco dela, que partirá para Genosha, e quando lá chegar encontrar o Cubo Cósmico. Mas cuidado. A capitã daquele barco é Raven Darkholme.

Espião Mestre assentiu, vendo uma grande missão à sua frente.





Em outro local, Charles Xavier usava o aparelho conhecido como "Cérebro". Ao lado dele, Ororo Munroe explicava o ocorrido.

— Kurt afirma ter visto a Mística por aqui, senhor. Consegue localizá-la com o Cérebro?

Raven, pensou Xavier, enxergando a jovem que conhecera.

— Sim, Ororo. O Cérebro localiza qualquer mutante na face da Terra e além.

Ela assentiu. Quando ele entrou no Cérebro, viu um enorme poder brilhando na região próxima ao Edifício Baxter. Ele usou seus poderes para se guiar até lá e ver o que se passava. A visão foi aterrorizante. Sue Richards, grávida, caminhava pelas ruas junto de Johnny Storm, com sacolas de compras. A barriga já estava maior e visível.

Ele pensou que o poder podia estar vindo dela, mas sabia que não era verdade. O poder vinha da barriga dela, ou seja, dos bebês. tentando esquecer, procurou por Raven Darkholme em Nova York. Encontrou-a em um cais, recebendo outra mutante. A outra mutante era Dominó, que matara agentes da S.H.I.E.L.D. no enterro de Peggy Carter.

— Ororo, chame os outros. Evite brigas entre Logan e Scott, pois devemos ser rápidos. Raven está no cais e irá fugir com Dominó. Quando entrarem em Genosha, os poderes de alguém com Magneto nos impedirão de identificá-las.





BÔNUS

Gamora reconheceu as naves. Eram xandarianas, da Tropa Nova. Estavam descendo em sua direção e, em poucos minutos, os três Guardiões da Galáxia estavam cercados. As naves pousaram. Uma delas se abriu, revelando soldados com armaduras da Tropa Nova. Então, seus comandantes surgiram. Korath, Nebulosa e Espectro desceram a rampa que ligava a nave ao solo. Eles gritaram ordens para os soldados, ordenando que algemassem os três.

— Inclusive o cão, senhor? — perguntou um para Korath.

— Sim.

Drax, Gamora e Cosmo foram algemados e levados para dentro das naves. Em seguida, Nebulosa gesticulou para Espectro.

— Zak, encontre Ronan dentro de Ego. Precisamos partir logo, pois Thanos não vai gostar da demora.


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Notas finais do capítulo

Quando Kaine se vira e fala "Tenho paciência e penso: todo mal traz consigo algum bem", quero que saibam que a frase não é de autoria minha. Essa é uma das belíssimas frases de Beethoven.