Dentro de um prédio abandonado em Nova York, Linda Carter tirou sua máscara. Não gostara de deixar Sharon a sós com os agentes da S.T.R.I.K.E., mas a mensagem escrita no papel que a irmã jogara para cima era clara: deveria encontrar a Safira nas coordenadas indicadas.

Caminhou pelas ruas de Nova York um tanto apressada. Cruzou o Central Park e finalmente chegou a um estacionamento em frente ao porto. Lá, uma mulher de cabelos roxos lutava contra um homem de cabelos castanhos compridos, armadura prateada e chicotes brilhantes.

Ela estava voando, os chicotes presos em uma de suas pernas. Estendeu a mão para baixo e disparou uma rajada roxa. O homem dos chicotes foi jogado para trás, enquanto a Safira aterrissava no chão e olhava para Linda.

– Quem é você?

– Linda Carter, irmã da Agente 13 da S.H.I.E.L.D., Sharon Carter. Meu codinome é Enfermeira Noturna.

Jessica Jones deu um mortal para trás, escapando de uma chicotada de seu oponente. Voou por cima dele e o empurrou para o chão.

– Vamos, me ajude!

A Enfermeira Noturna tirou um bisturi do bolso e usou-o para abrir uma fresta entre o capacete e a armadura do homem. Lá estava escrito o nome de uma empresa: Indústrias Stark. Linda prosseguiu, pegando uma seringa com sedativos e injetando no pescoço dele.

– Quem é ele?

– Ivan Vanko, o Chicote Negro. Fugitivo da Balsa.

Ela saiu de cima de Vanko e suspirou, aliviada.

– Ele está inconsciente. Agora podemos conversar?

– Sim. Enquanto isso, pode me ajudar a levá-lo para o carro?

– Claro.

Don Silvio Manfredi, comandante da S.T.R.I.K.E., observava atentamente a Enfermeira Noturna e a Safira carregando o desmaiado Chicote Negro para dentro do carro. Essa câmera no carro se provou muito útil, pensou.

– Preciso escapar da S.T.R.I.K.E. o quanto antes – pedia a Enfermeira Noturna.

– Te levarei para uma base secreta da A.K.A., onde, creio eu, um amigo meu poderá te ajudar.

– Como ele se chama?

– Wyatt Wingfoot.

Cabelo-de-Prata observou enquanto elas sentavam nos bancos da frente e suspirou. Vou ter que solicitar a adição de mais uma escuta, concluiu. Ligou o rastreador e pôde ver, em um monitor, um mapa com a localização delas. O pontinho vermelho começou a se movimentar.

Steve Rogers olhou para Henry McCoy.

– Como assim vocês perderam o Mandarim?!

– Não foi culpa nossa – disse Bobby Drake.

– Os Mestres do Terror vieram atrás dele – contou Jean Grey.

– E nos atacaram – confirmou Kitty Pride.

– Como pode ver, estamos bem fracos – disse o Ciclope, que estava em uma cadeira de rodas.

Ororo Munroe começou a descer as escadas, trazendo consigo o Professor Xavier em sua cadeira flutuante. Ao ver o professor calvo, Nick Fury se aproximou.

– Professor X.

– Diretor Fury.

– Preciso de dois favores. Primeiro: você poderia tomar conta destes três prisioneiros? – Fury indicou Deadpool, Justiceiro e Elektra amarrados perto da entrada.

– Estamos desenvolvendo uma nova sala para manter prisioneiros. Se o senhor não ver problemas em mantê-los nela, sem problemas.

– Muito obrigado. Segundo: precisamos de seus X-Men emprestados um pouco.

– Para quê?

– Recuperar o Triskelion.

– Hidra?

– Sim.

– Deixe pelo menos um deles aqui comigo. Jean Grey.

– Certo. Muito obrigado, professor. Vamos ter que ir.

Xavier sussurrou algo para a Tempestade.

– Diretor Fury, eu e os outros X-Men acompanharemos você e o Capitão América.

Todos os X-Men, exceto Jean Grey, começaram a sair da sala, seguidos por Rogers e Fury. Nick se despediu de Xavier antes de sair. Lá fora, Steve Rogers começou seu discurso de apoio.

Jessica Jones dirigiu aquele veículo da Hidra até uma loja de suplementos. Estacionaram em frente a ela e desceram. Jessica pediu que Linda esperasse no carro. A Safira entrou na loja.

Lá dentro havia um balcão. Do outro lado, um homem musculoso estava sentado. Ele anotava coisas em uma prancheta.

– O dia está lindo, não? – ele disse, ao vê-la.

– Está. Mas sempre trago meu guarda-chuva comigo.

Ele se levantou e sorriu. O homem mexeu em um quadro na parede e o entortou para o lado. A parede pareceu ir para trás. Ele a empurrou para o lado, abrindo uma passagem.

– Linda, pode vir! – ela chamou.

A Enfermeira Noturna entrou na loja e cumprimentou o homem. Em seguida, entrou na escuridão da passagem secreta.

– Wyatt, traga o prisioneiro, por favor.

– Sim, comandante Jones.

– Na verdade, agora é diretora Jones. Mas pode me chamar de Jessica.

Wyatt Wingfoot foi até o carro. Quando retornou, carregava o Chicote Negro em seus ombros.

– Muito obrigado, Wyatt.

Assim que ele entrou, Jessica fechou a passagem. Assim que a parede voltou à sua posição original, uma luz se acendeu. Estavam agora em um elevador sem botão algum.

– Linda? Este é Wyatt Wingfoot, agente do alto escalão da A.K.A. e grande amigo meu. Wyatt? Esta é Linda Carter, irmã da Agente 13 da S.H.I.E.L.D., Sharon Carter.

–Prazer – disse Linda.

– O prazer é todo meu – ele beijou a mão dela.

Cabelo-de-Prata passou o endereço da loja de suplementos de Wyatt Wingfoot para Masters e sua equipe. Em seguida, ligou o comunicador.

– Anthony, qual a situação da Agente 13?

– Don Manfredi, ela se recusa a dar as informações necessárias. Permissão para usar outros métodos?

– Permissão concedida. Apenas lembre-se que, se o Conde Nefária ou o Senhor Sinistro perguntarem, eu não tenho nada a ver com isso.

– Certo.

– Então faça, Anthony. Deixe o Treinador te dominar.

O elevador parou e suas portas se abriram. Eles agora estavam em uma sala no subsolo. Havia uma parede de metal com um painel ao lado. Jessica apertou alguns botões, e a parede se abriu no meio.

Do outro lado havia um enorme círculo metálico. Jessica subiu a rampa que levava a ele e mexeu em uma tela de vidro ao lado. Wyatt pegou algumas coisas em uma mesa, entre elas um cartão, que jogou para Jessica. Ela pegou e leu os números nele.

– Stark... Tão imprevisivelmente previsível...

– O que foi, Jessica? – perguntou Wyatt.

– As duas senhas numéricas do teletransporte são "20-15-14-25" e "19-20-1-18-11", a posição de cada uma das letras de "Tony Stark" no nosso alfabeto.

–Espere, teletransporte? – perguntou Linda.

– Oras, sim. De que outra forma pretende chegar em Washington D.C. tão rápido?

– Washington? Por que iríamos para Washington?

– É onde fica o QG da A.K.A. – respondeu Wyatt.

Uma luz azul apareceu no centro do círculo. Dela começou a surgir um vórtice azul. Jessica, Linda e Wyatt (este carregando Ivan Vanko) entraram nele. Quando abriram os olhos novamente, estavam em frente à Casa Branca.

– Onde fica o QG da A.K.A.? – ela perguntou ao ver a enorme mansão branca familiar.

– Bem... No Capitólio dos Estados Unidos – disse Jessica.

Ela se virou para a Safira, boquiaberta e incrédula.

Em algum lugar no meio do Oceano Pacífico, o Líder comandava uma tropa de soldados. Eles seguiam cegamente suas ordens – talvez por causa de seus poderes mentais. A porta atrás dele se abriu, e o Doutor Octopus entrou.

– Samuel?

– Diga, Otto.

– O Graviton quer vê-lo.

O Líder seguiu o Doutor Octopus por um corredor e entrou em uma sala escura. Lá dentro, os olhos do homem que um dia fora Franklin Hall brilhavam. Ele estava meditando enquanto pairava acima do ar.

– Mandou me chamar, Graviton?

– Sim – ele respondeu, falando sem abrir a boca.

– O que quer?

– Resultados.

– Das experiências?

– Isso mesmo.

– Bem, o simbionte reagiu de forma inesperada. Ele... ele decompôs seu hospedeiro.

– Explique melhor.

– A gosma preta primeiramente envolveu o corpo dele. Então, a pele do hospedeiro começou a derreter. Manchas pretas surgiram. E o Venom o engoliu completamente.