Estava absorvida em meus pensamentos tentando descobrir o que Fernanda faria comigo. O que ela inventaria dessa vez? Quando senti uma mão em meu joelho me acariciando. Tentando me fazer esquecer. Suspirei e fechei os olhos. O garoto que eu amava e que tanto desejei, está do meu lado. E ele me ama. Estou voando. Me levantei em um pulo quando senti que aquela mão, no início tão... Angelical, agora estava próxima a minha coxa.

- GUSTAVO! – Gritei, surpresa.

- Que foi? – Ele fez aquela falsa cara inocente. Ele se levantou e agarrou minha cintura, colando nossos corpos. Senti sua respiração em meu rosto. Seus olhos, colados nos meus, fez com que eu pensasse que, Fernanda poderia inventar tudo que ela quisesse. Falar o que ela quisesse.

Poderia fazer qualquer coisa. Mas, depois daquele olhar, eu tive a absoluta certeza de que Gustavo me ama. Pela segunda vez naquela noite, seus lábios juntaram aos meus.  Sua língua se juntou a minha e juntas, começaram uma dança sincronizada e deliciosa. Seu gosto de menta me embriagava. Eu cheiro me deixava tonta de desejo. E apenas um toque. Um simples toque, me deixava louca. Senti minha toalha ser retirada, lentamente quando ouvimos batidas na porta.

- Gabi, você ainda está acordada filha? – Os  olhos de Gustavo quase saltaram das órbitas quando ouviu a voz de minha mãe. Se a cena não fosse tão séria, eu teria caído na gargalhada. A cara de Gustavo era tão hilária!

- Debaixo da cama! – Sussurrei.

- Gabi?

- Tô indo mãe! – Abri a porta quando vi que ele estava absolutamente escondido. – Oi mãe!

- Por que você ainda está de toalha?

 - Por que eu acabei de sair do banho! – sorri.

- Engraçado, a toalha parece tão seca...

- Mãe, o que você quer? – Sorri novamente.

- Vim te desejar boa noite! – Ela sorriu.

- Boa Noite! – Fechei a porta rapidamente. No mesmo segundo Gustavo saiu debaixo da cama. Ele ia se aproximando quando falei;

- shiu! Você fica aí, no seu canto. Eu vou embora e quando voltar, não quero ver você aqui.

- Eu posso dormir aqui! – Ele sorriu

- Se você ficar aqui, a última coisa que iremos fazer é dormir!

- Nada de brincadeirinhas?

- Não.

- Tá – Ele fez uma cara triste. Peguei meu pijama e ia indo em direção ao banheiro quando ele falou – Espera Gabi! Deixa apenas eu ver. Para eu ter alguma coisa divertida de noite...

- GUSTAVO! – Bati a porta.

      Poderia ser idiota, infantil e até um pouco egoísta. Mas sinto que ainda não estou totalmente preparada para... Transar. Ele é lindo e eu o amo. Mas eu ainda não estou pronta. Não ainda. E eu não sou piranha ao ponto de tirar a roupa pra ele me ver e... Se masturbar. Eu não. Não ainda.

- Sai do banhei já vestida.

- Aaaaaaaaaaaaaaah! – Ele exclamou.

- Você não vai embora?

- Eu juro que me comporto! – Ele sorriu novamente.

- E se seus pais ficarem preocupados?

- Relaxa! – Ele me deu um selinho – Eles já estão acostumados do filinho deles saírem de madrugada e voltar no outro dia – Ele deu um sorriso maligno, o que me fez imaginar o que ele fazia quando dava essas escapulidas. Certamente, eu corei. – Anda Gabi, vamos dormir! – Ele sentou na cama.

- Quem me garante que você vai agüentar dormir comigo, na mesma cama, sem me pegar? Ou tentar me pegar?

- Eu garanto! – Ele falou, seriamente.

- Duvido!

- Eu TENHO que agüentar. Eu preciso. É necessário. Venha, vamos dormir. – E me puxando para a cama, ele me envolveu com seus braços. E a última coisa que lembrei foi da respiração de Gustavo em meu pescoço, seu cheiro no ambiente e seus braços me envolvendo. E então, adormeci.