School of Life escrita por Lola Brachovinsk


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Tudo bem, tudo bem. Eu sei que demorei demais para postar.
Acontece que como as coisas são comigo, então elas nunca saem do jeito que eu esperava. E dessa vez não foi diferente.
Meu PC quebrou DE NOVO! Vocês devem estar achando que isso é desculpa, mas não é.
Primeiro tinha sido o Dcjack, arrumei, ai depois a tela e a placa mãe, arrumei. Ai foi o HD, arranjei outro. Agora o Dcjack de novo. Chega! Não vou mais arrumar essa birosca.

Sobre o capítulo: é o maior capítulo que eu já fiz. Mais de três mil palavras, dez páginas em sua maioria só de pensamento e desenvolvimento de caráter dos personagens. Acho que é o capítulo com menos diálogo que já fiz.
Então tenham paciência, pessoal. Eu to fechando um ciclo, eu to fazendo o que eu pretendia desde o começo. Os personagens estão tomando a forma de quando eu os imaginei pela primeira vez.
Mais uma coisa: O capítulo acaba em treta. Porque né, treta is love, treta is life. História sem treta não tem graça. Porém não é a treta que eu pretendia. Eu pretendia por uma algopior. Mas como esse capítulo necessitou de uma reflexão maior sobre os eventos e também por ele ser um capítulo muito grande eu tive que escolher entre o que que eu queria por e o que está no final do capítulo.
Por dois eventos grandes em um capítulo só acaba ofuscando um ao outro e também é informação demais.
Então a confusão que não entrou será posta no capítulo 10 com maior desenvolvimento.
Então, por favor, tomem a história de canudinho e bom proveito!



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Fernanda

Cada palavra que Bia dizia era uma martelada na cabeça de Fernanda.

Camila, uma das amantes de Viviane estava saindo com Bia, sua melhor amiga.

Era claro que Bia tentava esconder seu entusiasmo, mas era em vão. Seus olhos estavam perdidos nas lembranças e volta e meia dava pequenos sorrisos. Aquilo tudo irritava Fernanda.

–... e quando o cachorro quente chegou, ela me falou…

– Eu não acredito que você caiu nessa historinha…

– Fernanda!

A voz de Carlos era de total indignação.

– Olha o jeito que você tá falando.

Fernanda olhou para Bia, que claramente estava sem graça.

– Fê, eu sei que você tá chateada por que você gostava da Viviane, mas a Camila não sabia que era você que saia com ela. Ela sabia que a Viviane saia com outras garotas, mas ela não sabia que era você! Aliás, ela nem ligava da Viviane sair com outras garotas por que não era nada sério. Você disse que ela não era sua namorada. Então…

– Faça o que você quiser... É a sua vida no final das contas.

Fernanda levantou e saiu da sala vazia de música, deixando Carlos e Beatriz para trás.

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Carlos

Carlos não estava prestando atenção na aula. Mensagens chegavam a seu celular a cada trinta segundos. Samuel estava no trabalho nesse momento, mas seu expediente era tranquilo. Não tinha patrão em cima dele, tinha certa liberdade.

Mais uma mensagem havia chego, mas não era de Samuel, era de Fernanda.

“Presta atenção na aula, idiota. Professor tá olhando para você direto.”

Fernanda sentava atrás de Carlos. Ele prontamente respondeu:

“O que você tem hoje que está tão nervosa? TPM? Coitada da Bia que está tendo que aguentar isso”.

Fernanda chutou sua canela tão forte que Carlos não pode segurar o grito. O professor de Economia virou-se para a sala.

– Carlos, vai ficar tumultuando ou vai assistir à aula? Guarda esse celular e presta atenção ou fora daqui.

Carlos colocou o celular no bolso e virou-se para Fernanda e sussurrou:

– Vaca…

Fernanda sorriu debochadamente antes de Carlos virar para o quadro.

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Beatriz

Bia saia da sala do técnico junto com Daniela. Conversavam sobre a aula passada e das provas.

Beatriz não se sentia bem. Tinha o corpo pesado, uma angustia e inquietação, parecia que algo estava presa na sua garganta. Tudo isso por que havia brigado com Fernanda. Estava angustiada com a possibilidade de ter perdido a amizade de uma das pessoas que mais havia se aproximado nos últimos meses. Adorava Daniela, mas Fernanda havia se tornado muito mais próxima a ela. Beatriz sentia que a garota realmente entendia seus sentimentos.

Descendo as escadas para ir em direção ao portão de saída, Beatriz se deparou com Carlos e Fernanda indo na mesma direção. O estômago de Bia despencou. Queria encontrar Fernanda e conversar para resolverem o que ocorreu mais cedo, mas ela não estava preparada naquele momento.

Dani começou a andar na direção deles.

– Ei! Fê! Carlos!

Os dois pararam e enquanto Dani conversava com eles, os olhos de Beatriz encontraram os de Fernanda. Fernanda não tinha mais o semblante de raiva, mas estava longe de ser uma feição amistosa. Na verdade era mais algo como cabisbaixo. Beatriz se perguntava se Fernanda estaria tão chateada com a briga quanto Beatriz.

O silêncio entre as duas entregava a situação e logo Daniela perceberia.

– Eu tô morrendo de fome. Vou à cantina comprar alguma coisa.

– Eu vou com você.

Carlos esperou até que os dois estivessem consideravelmente longe para falar.

– Como você está?

– Ah, Cara! Tá realmente um clima chato entre eu e a Fernanda. Eu não quero isso. Pelo jeito vou ter que terminar da Camila.

– Ela não está mais nervosa. Ela só não vai querer falar hoje, mas não vai durar muito isso. E assim que ela desencanar daquela garota, ela vai perdoar o fato de você estar saindo com a Camila. Então fica calma e curte.

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Viviane

Viviane andava de um lado para o outro sem perceber.

Ia para a cozinha, mexia em algumas panelas sem motivo algum e voltava para a sala.

Toda vez que se lembrava das palavras de Camila, via a tona uma mistura de sentimentos diversos. Raiva, dor, angustia, inquietação.

– Não era para ser assim.

Viviane repetia isso várias e várias vezes para si mesma.

– É um lance e acabou. Isso aconteceu várias vezes, não tem o porquê ficar dessa forma. Por que eu estou dessa forma?!

Mas toda vez que falava isso para si mesma, Viviane lembrava-se dos lábios de Camila na sua orelha, gemendo enquanto dava pequenas mordidas. Suas mãos que não hesitavam estavam perdidas no corpo de Viviane. A temperatura alta do seu corpo era sempre reconfortante.

Quando se deu conta estava de novo na cozinha. Percebendo que não havia nada que tivesse que fazer lá, voltou-se para ir novamente para a sala, sentou em frente ao sofá e ligou o vídeo – game. Viviane preferiu o Playstation 4. Vendo a página inicial do console, uma lembrança dolorosa veio a sua mente.

Camila havia deixado seu gosto por games de lado aos doze anos, quando passou a mergulhar-se nos livros. Dessa forma, o único console que tinha tido era o Nintendo velho do primo, ao qual eventualmente usava para jogar PAC-man e Mário.

Esse fato era motivo de piadas por parte de Viviane, que toda vez que a convidava para jogar, Camila se sentia perdida.

Quando Camila jogava no Nintendo de Viviane, esta sempre deitada em seu colo. Muitas das vezes, a jogatina vinha acompanhada de histórias de infância de Camila. Suas peripécias com seus primos. Histórias engraçadas ou até mesmo perigosas, mas que no final sempre escapavam, com no máximo, uma pequena cicatriz de recordação.

Viviane não dividia momentos íntimos dessa forma com ninguém, exceto com Fernanda, mas esta, Viviane sabia, era apenas um capricho seu. Uma garota para saciar seu ego, massagear seu orgulho de saber que meninas jovens a admiravam e a amavam. Saber que marcaria a vida delas para sempre era algo que fazia bem para Viviane.

Não que não gostasse sinceramente de Fernanda, mas sabia que mais tarde ou mais cedo ela a largaria para ter algo que Viviane não lhe traria: fidelidade, compromisso.

Agora, todo ego inflado, sua moral elevada que as meninas bonitas, esguias e exuberantes lhe trouxeram foram tiradas por uma pessoa não tão mais nova e de uma beleza discreta.

Ainda sentada no sofá, em frente à TV desligada por inatividade, Viviane deu-se conta de algo. Em seu rosto escoria lágrimas. Havia chorado por ter lembrando-se de Camila e de saber que não seria possível tê-la apenas mandando uma mensagem.

Viviane largou o controle do console na mesinha de centro, debruçou-se no sofá e chorou ainda mais. Chorou descontroladamente, soluçando de dor por saber que aquele seria o primeiro de muitos choros que teria por ter perdido alguém.

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Carlos

Ouvia os gemidos perto de sua nuca. Samuel alternava suas mordidas entre a orelha e os ombros de Carlos. Enquanto pressionado contra a parede, Carlos tinha uma de suas mãos apoiada na parede e a outra segurava forte a coxa de Samuel.

Carlos segurava-se ao máximo para não fazer barulhos altos, com medo dos vizinhos de Samuel escutar, mas parecia que Samuel queria o ouvir gemer e fazia movimentos mais bruscos.

As mãos de Samuel estavam seguras em torno de Carlos, que já sentia suas pernas tremer e perderem a força.

Samuel aumentou a força dos movimentos por um minuto e depois foi diminuindo. Samuel abraçou Carlos, beijou o no pescoço e foi para o banheiro. Carlos tentava recuperar o folego. Quando Samuel saiu do banheiro perguntou:

–Tá a fim de sair para comer alguma coisa?

– Vamos. Só me deixa tomar um banho rápido.

Havia algum tempo que Carlos saia com Samuel e isso o deixava muito feliz.

Mas com a felicidade de estar bem com uma pessoa que gostava, Carlos lembrou que talvez jamais pudesse assumir abertamente, ou até mesmo ter que escolher entre seu namorado e sua família e amigos.

Com esse pensamento, o estomago de Carlos despencou e os ombros ficaram com um peso enorme. Um dia ele teria que tomar uma decisão, entre ficar escondido pelo resto da vida, enganando a mulher que estaria com ele, enganando seus pais e seus irmãos ou escancarar tudo e estar só no mundo.

Carlos saiu do banheiro e seu humor era outro. Lembrar desses assuntos o deixava depressivo. Samuel já estava trocado e esperando por ele. Carlos trocou-se e saiu com Samuel.

Ao chegarem ao estacionamento do condomínio de Samuel, este falou:

– Você ficou diferente do nada. O que aconteceu?

– Eu lembrei agora que tinha várias coisas para fazer do técnico e vou ter que ficar até tarde fazendo.

– Se quiser, eu te levo perto da sua casa para você terminar.

– Não, precisa, não vai fazer diferença mesmo.

Samuel sorriu para ele e o segurou pela cintura de Carlos e o beijou.

Quando Carlos virou para frente, havia um homem parado há uns 5 metros à frente olhando boquiaberto para os dois.

Samuel o encarou de forma intimidadora. Carlos ficou tão surpreso que não quis encarar o homem e entrou logo no carro.
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Beatriz

Bia estava no elevador com Camila, a caminho do apartamento dela.

Estava saindo com Camila havia algumas semanas e tinha deixado escapar que nunca havia entrado em uma república e que tinha curiosidade em saber como era.

Obviamente, quando Camila ouviu isso, tratou de arranjar um dia para mostrar a Bia como era seu apartamento onde vivia mais duas garotas.

Ao entrar, Bia tomou um susto. Achou que seria um apartamento muito pequeno com apenas um quarto, mas no final das contas, o lugar tinha um espaço relativamente amplo. Não era grande, mas estava longe de ser um apartamento pequeno. A sala tinha apenas dois sofás, uma mesa de centro, uma mesa de canto onde se encontrava uma planta que Beatriz não saberia dizer de que espécie era. Mais a direita estava a varanda, onde havia duas cadeiras.

Nas paredes havias quadros sóbrios.

O corredor terminava na cozinha, que também tinha um espaço razoável e a esquerda estava uma pequena área de serviço.

Camila pediu que Bia senta-se a mesa que ela iria pegar alguma coisa para as duas comerem.

– Esse apartamento é alugado pela faculdade para pessoas que não moram na cidade. Como eu vim do interior, estou morando com uma garota do Ceará e outra de Vitória. Daqui a pouco elas estarão aqui.

Camila colocou a mesa sanduiches de presunto e queijo e sentou-se.

– E como é viver numa república?

– Normal. Tem suas vantagens e desvantagens, assim como morar com pais ou parentes. As pessoas pensam que é oba – oba o tempo todo. Sem regras o tempo inteiro. A gente estabeleceu umas regras. O que fazemos é torcer para que todo mundo obedeça por que se houverem desentendimentos não será como em família, que se briga e depois tá de boa. Se brigar, a coisa é feia. Mas a gente não passa muito tempo aqui, ficamos mais na faculdade.

–Estudando?

– Algumas vezes sim, outras vezes trabalhando. Já que lá tem uma estrutura melhor para desempenharmos nosso trabalho. Eu mesmo faço isso. Outras vezes estamos fazendo outras coisas que não trabalho.

– Tipo o que?

– Tipo o Coletivo. Mas tem vezes que a gente está nas festas também.

Bia ouviu barulhos vindos da sala e poucos segundos depois duas mulheres surgiram na cozinha conversando. Uma delas exclamou ao ver Beatriz:

– Olá!

Beatriz se levantou para cumprimentar as duas.

– Bia, essa é a Cintia. Ela do Espírito Santo, ela faz Engenharia Civil. E essa é a Miriam, ela é do Ceará e faz Medicina Veterinária. Como você pode ver, cursos nada a ver comigo.

Miriam deu risada.

– Bem, pelo menos aqui temos as três áreas, humanas, exatas e biológicas.

A conversa seguiu por cerca de uma hora em que as meninas conversaram sobre seus respectivos cursos, como eram suas vidas antes de vieram para a faculdade e como era a vida na cidade nova.

Camila passou a falar de sua rotina no curso de História e como eram suas aulas e seus trabalhos.

– Estou com um vaso que tenho que analisar da onde é e de quando é. Eu sinceramente acho que deve ser Maia...

– Sério?! Onde está?

Beatriz se interessou rapidamente. Nunca havia chego perto de algo do tipo.

– Tá no meu quarto. Vamos lá que eu te mostro. Te mostro também as ferramentas esquisitas que eu uso para análise.

Camila entrou em uma das portas do corredor, Beatriz entrou em seguida.

Assim como o resto da casa, o quarto não era grande, mas também não era minúsculo. Muito dessa impressão se dava pelas quantidades de artefatos organizados em prateleiras.

De um lado havia uma mesa de mais ou menos um metro e vinte centímetros. Do outro uma cama de solteiro. O resto do quarto estava realmente infestado por prateleiras.

Beatriz foi até a mesa e pegou um vaso pequeno e mostrou para Beatriz.

–Aqui. Eu estou analisando pelos desenhos. Com certeza é latino, agora resta saber de onde é. Parecem com desenhos Maias, mas ainda preciso fazer umas pesquisas.

Beatriz pegou o vaso e o analisou. Parecia realmente antigo. Estava quebrado no bocal, mas dava para enxergar alguns desenhos que estavam apagados.

Deixou o vaso em cima da mesa, muito por ter medo de deixar quebrar, outro por querer olhar mais as coisas do quarto de Camila.

Havia fotos de máscaras estranhas nas paredes e objetos que Bia não fazia ideia do que era.

Beatriz sentiu braços em volta da sua cintura e o hálito quente de Camila na sua nuca.

– Gostou?

– É bastante impressionante...

Beatriz tentava não se sentir tensa com aquela situação para não deixar transparecer para Camila sua apreensão. Beatriz havia feito sexo apenas com um garoto e tinha achado que foi péssima na sua primeira vez. Tinha medo de não ser boa com Camila, até mesmo porque não fazia ideia de como se fazia sexo entre garotas.

Camila enterrou seu rosto na clavícula de Beatriz e depois beijou o seu pescoço. Bia sentiu seu corpo todo arrepiado e seu mamilo enrijecendo. Ela tentava se controlar, mas o medo era tamanho que sua mente foi inundada com as possibilidades daquilo dar errado ao mesmo tempo em que percebia que seu corpo pedia por mais.

Foi quando Camila apertou cintura de Beatriz e essa, por susto, pulou e bateu seu cotovelo no braço de Camila, que a soltou imediatamente.

– Desculpa, desculpa, desculpa descu....

–Calma! Tudo bem. Pelo jeito você tem cócegas.

–Não! Não é isso!

– Não tem cócegas?

– Não! Eu tenho cócegas. É que...

Beatriz procurava alguma coisa pelo quarto. Qualquer coisa que não fizesse olhar no olho de Camila. Quando se virou para a janela viu que já era noite.

– Nossa! Já escureceu...

– Você precisa ir embora?

Beatriz olhou de volta para Camila. Sabia que tinha estragado o dia.
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Fernanda

Desde que havia sido grossa com Beatriz, Fernanda andava de mau humor. Estava evitando Bia para que não tivesse que tocar numa ferida que ainda doía nela. Pedir desculpas seria a mesma coisa que reviver todo o sentimento que teve ao saber que Beatriz estava namorando. Fernanda mesmo não queria saber daquilo, pois não sabia dizer o que significava.

Com isso, Fernanda se dispôs a colocar todas as tarefas atrasadas para evitar ter que encontrar Beatriz durante os intervalos. Mas aquele dia Carlos havia insistido que ela fosse encontra-los por que Bia teria avisado que se a situação continuasse daquela forma, ela mesma procuraria Fernanda para saber o que teria acontecido. Fernanda sabia que se ela cumprisse o que prometessem elas teriam que discutir o que levou as atitudes estranhas de Fernanda e ela tinha um plano básico: chegar onde Carlos e Bia estariam e agir normalmente e tentar escapar de qualquer pergunta comprometedora.

Fernanda entrou na sala e Carlos estava rindo

–... e ai? O que você fez? Ah! Olha quem chegou.

Beatriz virou para ver quem havia chegado e abriu um sorriso ao ver Fernanda, que sorriu de volta.

– O que vocês estavam falando?

Na hora que Fernanda fez a pergunta sentiu o clima mudar.

– Nada.

Carlos respondeu muito rápido.

– Nós só estávamos falando de... de...

–Por que está mentido, Carlos?

– Você nem me deixou falar. Como é que vem falar que estou mentindo?

– Tá na sua ca...

– Eu estraguei o clima entre eu e a Camila. Foi isso.

Fernanda calou na hora. Parecia que havia algo preso na sua garganta que a impedia de falar e se estomago revirava.

Carlos parecia entusiasmado atrás de Beatriz.

– Por deus! Por que fez isso? É uma garota de quatorze anos virgem?

– Eu tive medo!

– Medo?! Como é que se tem medo de sexo se sabe que dá prazer?

– Eu tive medo de fazer tudo errado. Dela não gostar. De parecer idiota. De parecer inexperiente.

– Pois agora ela tem certeza de tudo isso.

– É isso que está me matando.

Fernanda resolveu tirar o material da bolsa para fazer a lição de matemática para poder se distrair e parar de ouvir a conversa dos dois.

– Sabe quem é a rainha dos dedos mágicos? Nossa amiguinha ali, Fernanda. Por que não pergunta pra ela algumas dicas? Aonde tocar, como enfi... AI! CARALHO!

Fernanda havia tacado a borracha e acertou em cheio o rosto de Carlos. Ela estava tremendo de raiva. Havia jogado com muita força.

Beatriz foi pega de surpresa.

– O que foi isso?!

– FERNANDA, VOCÊ É LOUCA! SUA RETARDADA!

– VOCÊ QUE É UM RETARDADO, CARLOS. OLHAS AS MERDAS QUE VOCÊ FALA!

– EU ESTAVA BRINCANDO CARALHO!

Carlos tinha levantado abruptamente da cadeira e Fernanda fez o mesmo.

– Você tá com raiva e está descontando nas pessoas!

– Você que não fica calado, seu merda!

Beatriz levantou rapidamente.

– CHEGA! JÁ CHEGA!

Bia foi em direção a Fernanda, afastando-a de Carlos.

– Cara, o que tá acontecendo com você? Por que você tá assim?

Fernanda olhou o rosto de Beatriz que claramente estava tentando entender o que tinha acontecido. O queixo de Fernanda começou a tremer involuntariamente. Olhou para Carlos que tinha um vergão na bochecha. Fernanda chorou.

Beatriz, sem reação, a abraçou acariciando sua cabeça. Fernanda escondeu o rosto no ombro da amiga. Chorava com tanta dor de saber que estava apaixonada pela garota que a abraçava.


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