Let me hold you escrita por Pietra Regino


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu de novo, começando, recomeçando e tentando dar certo com uma fanfic. Rezem, porque dessa vez vai, to achando que toda a sexta vai ter capítulo novo, e eu já to com o segundo capítulo escrito, porém eu preciso de vocês, de críticas, de conselhos, de visualizações, não sejam fantasmas que eu não serei.
Beijos de luzzz



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Acordei com uma rajada de vento entrando pela minha janela, e foi quando eu percebi que mais um dia começaria, eu teria que enfrentar mais um dia aonde eu me sentia sozinha, que a minha única companhia seria meus fones de ouvido, minha música alta que ecoava pela minha mente. Fazia um tempo que eu não sabia o que era ser feliz, meus pais brigavam diariamente, e eu já estava cansada daquela situação, papai bebida muito e chegava todos os dias em casa visivelmente alterado e mamãe entrada na minha briga minha com ele para não me ver apanhar, infelizmente quem saia ferida em toda essa situação era ela. Eu já não aguentava mais chegar em casa e ver minha mãe com roxos espalhados por todo o corpo, e ela simplesmente não fazer nada sobre aquilo.

E mais um dia amanhecia e eu estava com os olhos pesados por conta da noite em claro, causadas por gritarias de minha mãe, e pelo meu choro que nunca cessava. Primeiro dia das aulas em uma escola nova, aonde provavelmente eu seria a menina isolada que nunca conversava com ninguém e sua única companhia era o seu ipod, seria a menina problemática da sala, que andava com blusas de manga comprida por causa dos cortes que haviam em seus braços, a menina em que escondia todos os seus segredos por trás de um computador, que não se abria com ninguém, e mal saia de casa porque não tinha amigos. Mas vamos enfrentar essa situação, porque pior que isso só ficar em casa ouvindo os gritos de minha mãe com o meu pai.

Me levantei calmamente, e vesti a minha roupa, pelo menos nessa escola eu não teria que usar uniforme, vesti uma calça jeans e uma blusa, como já citado acima de manga comprida, as cicatrizes vinham ficando pior que eu imaginava, fiz minha higiene matinal e passei uma maquiagem, sinto que vocês estão imaginando que eu me pareço com aquelas meninas góticas que só usam preto e coisa e tal, mas não, eu adoro branco, adoro vestir shorts, e blusas pretas com detalhes bonitos, nada me tira um bom moletom, e eu não uso lápis fortes nos meus olhos, pareço até uma garota normal, de cabelos escuros com algumas californianas, de estatura média, de pele clara e olhos castanhos, nada me tira o esmalte preto ou chumbo das unhas, mas não por algum motivo especial, só porque eu acho que eles combinam comigo mesmo. Peguei meu material (um estojo e a agenda, já que ainda não sabia qual seriam as minhas aulas do dia) e coloquei dentro da mochila que mamãe tinha comprado para mim, minha família tem uma boa condição, então minha mãe está sempre comprando coisas novas para mim ou para ela, meu pai gasta quase todo o seu salário em bebida, então quem acaba sustentando a casa é a minha mãe. Segui até o quatro dela para ela me levar a escola, e lá estava ela, colocando uma blusa de manga comprida e maquiagem para que ninguém reparasse que ela estava machucada.

- Vamos mãe? Estou pronta. – eu disse com lágrimas nos olhos, meu pai já tinha saído para trabalhar ou nem tinha dormido em casa.

- Vamos querida, já comeu? – ela me disse com um sorriso no canto dos lábios, como se tivesse pedindo desculpas por toda a situação que estava acontecendo.

- Ainda não. Queria tomar café com você – ela me abraçou de lado e descemos para nos sentarmos a mesa, tomamos café e ela me levou a escola, fomos o caminho conversando de como seria o meu primeiro dia de aula, ela estava animada para que eu me enturmasse logo, razões pela qual eu sai do meu antigo colégio, eu não tinha amigos, me chamavam de depressiva e todos os nomes que podem se dar a alguém isolado. Porém eu estava com medo, minhas mãos tremiam como de uma menininha de quatro anos de idade quando vai para a escola a primeira vez, queria chorar e dizer a minha mãe que eu gostaria de ficar em casa, que eu estava passando mal e aquele momento não seria o melhor para eu ir...

­- Chegamos Sam – mamãe disse e me tirou dos meus pensamentos. Ah, eu me esqueci de me apresentar... Meu nome é Samantha, minha mãe sempre quis uma filha chamada Samantha e ai eu nasci, e ela implorou para o meu pai para esse ser meu nome, e bom aqui estou eu, moro Londres, apesar daqui ser a cidade aonde nunca faz sol, as pessoas estranham de eu só andar com blusas de mangas compridas.

- Tchau mãe, até mais tarde – eu disse, porém eu queria dizer “me leva de volta pra casa, eu não quero estar aqui.”.

Entrei na escola, que tinham portões enormes, todos ao meu redor conversavam, e eu estava com os meus fones, como sempre, minhas verdadeiras companhias e foi quando down do Jason Walker começou a tocar e foi exatamente como eu me sentia naquele momento, fui até me localizando até a recepção por meio de placas que haviam ao longo do campus para receber meus horários, pausei a música e falei:

- Oi, é... Meu nome é Samantha Smith, eu sou nova aqui e eu tenho que pegar meu horário das aulas e o número do meu armário.

- Oi Samantha, você está no segundo ano correto? – Apenas balancei minha cabeça em afirmação. – Seu armário é o 430, e aqui está o horário das suas aulas, na hora da saída vamos entregar os livros para os novatos, porque por ser o primeiro dia os professores não vão utiliza-los, sua primeira aula é Literatura, na sala 201, você pode subir as escadas e virar a sua primeira a esquerda e ali vão ter placas indicando aonde é a sua sala.

Sorri em forma de agradecimento e fui em direção às escadas, mas não antes de colocar os meus fones e escutar a música que eu tinha parado, chegando a um corredor, vi que haviam placas indicando aonde era a sala de literatura, fui seguindo até chegar a sala aonde eu teria aula e vi que alguns alunos já se encontravam ali, todos rindo e conversando, entrei e me sentei no fundo, como eu esperava ninguém notou a minha presença, fiquei ouvindo música até o professor entrar na sala, ele se sentou e eu desliguei meu ipod e meu celular, ele começou a fazer a chamada e assim que chegou ao meu nome, parou e perguntou:

- Aluna nova senhorita Smith? – todos se viraram pra mim e eu não sabia aonde enfiar a minha cara, simplesmente respondi.

- Sim, senhor Perrot – dei um sorriso de lado – Seja bem vinda – ele disse amigavelmente e voltou a fazer o que estava fazendo.

Ao decorrer da aula ele explicou como seria o curso e o que aprenderíamos naquele ano, a aula não demorou para acabar, e eu estava perdida, minha segunda aula seria de Física e eu não fazia ideia de onde era, e obvio que eu não iria perguntar para alguém. Sai da sala e fiquei algum tempo olhando todos aqueles alunos se movimentando, foi quando eu senti alguém me cutucando.

- Está tudo bem?

- Ah... Está sim, estou meio perdida, tenho aula de física agora e não sei aonde é – olhei nos olhos verdes de um menino bonito e que parecia ser cercados de amigos.

- Olha só, tenho aula de física, vamos comigo, eu te explico como funciona aqui. – Apenas assenti e o segui – Bom, é o seguinte, aqui temos cada aula em uma sala, não deve ser novidade para você – concordei com a cabeça – no seu horário deve ter um parênteses em baixo de cada aula que você tem – olhei para o meu horário e realmente tinha – então nele você vai anotar aonde é a sua sala, e no final da semana você vai saber quais são as suas salas, mas um conselho, anote de lápis porque as vezes eles mudam os números das salas e por isso eles não escrevem direto nos horários. – Sorri agradecida – bom chegamos, essa é a sala 204 – peguei meu horário e anotei assim que ele disse o número da sala, entramos e eu me sentei ao lado dele.

- Ah, meu nome é Samantha – sorri de lado – mas me chamam de Sam.

- Meu nome é Scott, me chamam de Scott – ele deu uma leve risada e ficamos conversando até a hora do professor entrar, tivemos duas aulas seguidas de física por isso o tempo demorou mais para passar, teríamos a hora do intervalo e em seguida mais três aulas. – Você quer se sentar comigo e com os meus amigos na hora do intervalo?

- Ah, me desculpa Scott, mas não acho uma boa ideia – dei um sorriso e abaixei a minha cabeça, sai andando em direção à cantina. Peguei um pão de queijo e me sentei de baixo de uma árvore, coloquei meus fones e de longe vi Scott com os seus amigos rindo e se sentando em uma das mesas, ele me viu também e me deu um sorriso torto, me senti mal por ter recusado, mas eu sou a menina problemática, não gostaria que as pessoas se aproximassem de mim, porque depois que elas descobrirem a verdadeira eu, talvez elas se afastem e eu não posso lidar com a dor da perda.

Meus olhos se encheram de lágrimas, perda... Essa era uma palavra que vinha fazendo parte do meu cotidiano, eu havia perdido minha avó não havia nem seis meses, havia perdido meu pai para a bebida, e minha melhor amiga havia morrido em um acidente de carro a mais ou menos dois anos atrás, após essas lembranças virem à tona e de eu lembrar que quando eu chegasse em casa eu teria que enfrentar meu pai, não conseguir conter as minhas lágrimas, levantei-me e antes que pude perceber, recebi um abraço, que era confortável, que estava me acalmando e fazendo o meu coração se recompor. Obvio, que era o Scott, a única pessoa que talvez se importasse comigo no momento.

- Ei, não chora, vai ficar tudo bem – neguei com a cabeça e olhei para ele

- Não vai não, por favor, se afasta de mim. – A única coisa que eu consegui foi sair correndo, quando eu vi, eu estava perto de uma floresta, sim, dentro da escola e dali eu conseguia ver o movimento, então me sentei ali e matei os três últimos períodos de aula, liguei para minha mãe e disse que ela não precisaria me buscar, iria almoçar em algum lugar sozinha com os meus pensamentos e voltar a pé, minha casa não era tão longe da escola quanto eu imaginava. Ao sinal da saída tocar, eu me levantei e fui em direção ao portão, foi quando eu senti alguém pegando no meu braço, tão forte que estava me machucando.


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