Agilidade escrita por Diane


Capítulo 30
Capitulo 30 - Agulhas são perigosas




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Perspectiva de Christine.

— A partir de agora, detesto montanhas russas oficialmente — Damien falou.

Claro que ele estava sendo dramático. Um dia atrás, um amável bichinho voador o atacou e Rosie na montanha russa. Não foi nada sério, simplificando, ninguém morreu, bom, o morcego louco morreu, mas não importa. O pior foi quando dez bichinhos morcegos invadiram o meu quarto. E Damien estava fazendo drama por causa de um.

Para resumir, Idia e eu fatiamos os morceguinhos que entraram no nosso quarto. Só um conselho: Se você é um lobo-morcego gigante e quer invadir um quarto, não entre em um que tem uma onça gigante e uma garota armada com uma adaga.

O pior não foi os cortes, foi a dor muscular.

Eu, Rosie e Damien estávamos sentados em uma mesa do saguão do hotel e Idia estava esparramada em uma folhagem dentro de um vaso, já que não permitem animais onde se consomem alimentos. Isso, eles não permitem, mas Idia não obedece regras. Nenhuma.

— Asas de morcegos tem um gosto ruim — Idia falou.

Não posso concordar, por que nunca mordi um morcego. Já mordi um pit bull uma vez — Longa história — e pelo de pit bull não tem gosto bom.

— Vamos ficar aqui muito tempo? Eu quero dormir — Damien reclamou de novo. Parecia que ele tinha acordado no modo “velhinha reclamona”.

Alec me disse por telepatia que um feiticeiro, um amigo de Raphael e que estava no helicóptero, iria abrir um portal que os levasse até Las Vegas. Pelo menos aqui eles iriam ajudar a acabar com os generais restantes. E depois, sei lá o que iriamos fazer da vida. Invadir a casa de Trivia e arrancar a cabeça dela enquanto ela dorme? Parecia um ideia a se considerar.

Agora vocês perguntam: Nossa, Christine, por que você tem tanto ódio assim?

Vamos começar com a parte que ela matou minha melhor amiga Layla, assumiu a forma dela e me fez acreditar que minha amiga era um monstro por quase um ano. Depois tem a parte que ela é louca e fez uma chacina no Campo de Treinamento. Ela quase matou Alec. E também tem aquela parte sobre os crimes que ela cometeu na minha vida passada e que não lembro deles, mas tenho certeza que foram muitos.

É, eu quero arrancar a cabeça dela, só depois de torturar ela bastante.

Desculpem meus pensamentos psicopatas. Acontece.

Senti uma mão encostar no meu ombro. Não me culpem, depois do episódio da noite anterior, eu estava um pouco nervosa. Tipo, a qualquer momento um bando de monstros poderiam entrar no saguão ou um general podia me atacar.

Segurei o pulso no meu ombro, me levantei abruptamente e girei o braço.

Demorou quase cinco segundo para perceber que o braço era de Alec. E Vanessa estava me olhando como se tivesse se decidindo se ligava para o hospício ou saia correndo.

Soltei o braço dele e ele ergueu as mãos.

— Ui, alguém está nervosa hoje.

Ah, sério? Nem percebi, mesmo.

Então abracei ele. 1- Por que Trivia tinha quase assassinado ele e 2- Por que quase torci o braço dele. Alec tinha cheiro de amêndoas e menta era muito gostoso de se abraçar, o que era muito bom, mas resolvi não pensar muito nisso. Por que pensar muito nisso podia me levar para uma área de pensamentos que não é bom ter, principalmente quando ele podia acabar percebendo o que eu estava pensando. Mas era um alivio saber que ele estava vivo e bem ali, perto de mim.

— Sei que é muito mais divertido abraçar um garoto atraente — Ouvi Vanessa falar — Mas você podia dizer “Oi Vanessa, como vai?”.

Vanessa é assim, ela pensa que todas as garotas são como ela: ninfomaníacas.

Soltei Alec e encarei Vanessa.

— Olá Nessa, precisamos conversar sobre seus misteriosos desaparecimentos no deserto.

Ela não teve nem a decência de corar.

— Para a minha defesa, tenho que dizer que ele e extremamente gostoso.

Franzi o nariz.

— Argh, eu pretendia comer o café da manhã.

Alec fez um barulho de vômito atrás de mim. Damien, coitado, nem entendeu do que se estava sendo falado, o que é típico. Pobre Damien, as vezes parece que o cérebro dele pausa no 43%.

Quando todos estavam sentados na mesa e o garçom passou, pedi uma pizza. Qual é o problema de comer uma pizza no café da manhã?

— Oi, eu sou Rosie — A ruivinha estendeu a mão para Vanessa.

— Ah, sei, a garota que gosta do Damien — Vanessa falou e apertou a mão dela.

Rosie corou e tentou gaguejar uma resposta decente. Sabe, Vanessa tem esse dom, o de deixar as pessoas nervosas usando referencias a vida amorosa delas.

— Para minha defesa, foi Alec que me contou isso — Ela apontou para o irmão.

Alec piscou, tão inocente que poderia ser confundido com anjos do céu.

— Foi a Chris que contou para mim.

Traidor. Pensei na hipótese de jogar um garfo na cara hipócrita dele, mas achei que os funcionários do hotel já no achavam estranhos o suficiente sem isso.

— É mentira! — Rosie se defendeu gaguejando enquanto lançava um olhar de “Eu quero te matar” para mim.

Damien estava parado com as sobrancelhas unidas. Ó santa deusa da lerdeza, livrai esse garoto.

Acho que eu podia dizer algo para deixar Rosie embaraçada, mas um guincho cortou qualquer resposta engraçadinha que eu pretendia dar.

Olhando para as janelas dava para perceber um ser metade leopardo e metade águia tamanho big GG indo ao encontro do vidro. E obviamente, ele não estava lá para fazer tour, devia estar para nos matar.

Já estava me preparando para pegar a adaga de dentro da minha bota, mas o bichinho entrou em combustão espontânea antes que eu tivesse a oportunidade de piscar. E não era qualquer chamas que irradiavam dele, eram chamas negras.

Olhei para Alec ao meu lado. Ele estava pálido e através da ligação mental percebi que ele estava cansado. Incendiar um corredor inteiro, passar por um portal e incendiar um monstro que estava á metros de distancia, obviamente, tinha cansado ele.

— Bom, acho que podemos continuar o café da manhã — Ele disse.

Já vi isso. Casos de descendentes dos deuses se cansarem tanto graças a usos de seus poderes, tanto que eles podiam desmaiar e em piores casos, entrar em combustão.

Quando você vê casos de combustão espontânea em noticiários, saiba que a causa para as células dessas pessoas começarem a incendiar foi que elas tinham poderes e os usaram ao máximo, pelo menos é isso na maioria dos casos.

Fiquei olhando ele por um tempo, só para verificar que ele não ia entrar em chamas.

E graças aos deuses isso não aconteceu.

Isso era mesmo necessário? Você pode se matar, idiota, reclamei via telepatia.

Não foi nada demais.

Se eu entrasse em combustão espontânea por causa de você... juro que iria fazer o titio Hades te mandar para os Campos de Punição.

— Christine, você pode me dar a chave do seu quarto. Acho que preciso dormir, sinto como se fosse desmaiar de cansaço — Ele falou.

Eu poderia ser um ser malvado e deixar desmaiar na cadeira, mas eu joguei a chave na direção da cara dele. Infelizmente ele ainda tinha os reflexos rápidos e desviou dela.

Tente não desmaiar no elevador, falei.

Acho que ele nãos escutou por que fez uma parede mental. Obviamente alguém queria dormir sem ouvir um sermão.

[...]

Estava começando a entardecer quando acabei o livro. Eu tinha trazido cerca de cinco livros para Las Vegas, só para ler nos intervalos de tempo em que não ocorriam ataques. E esse era o último.

O que se fazer em Las Vegas quando não se tem um livro para ler? Bom, eu podia torrar meu dinheiro em um cassino, mas lamento informar: Não sei jogar pôquer e nem esses joguinhos estranhos. Para falar a verdade, nem gosto disso. E muito menos de ficar fazendo apostas com traficantes de férias em cassinos.

Aí eu resolvi ir para livraria comprar mais alguns livros.

Era por volta das seis da tarde, o sol estava começando a desaparecer. Eu poderia ficar observando pôr do sol igual uma obcecada, mas não, eu estava observando os livros igual a uma obcecada.

Não me culpem. Livros são fascinantes.

E aquela livraria era tranquila. Ficava perto da Street, mas a rua estava vazia, já que grande parte da população já estava nos cassinos. E a livraria era um paraíso se comparada ás de Nova York. Você não sabe o que é o caos se nunca foi em uma Saraiva de Nova York. Para chegar até um livro você tem que atravessar uma multidão e se acostumar com esbarrões e cotoveladas.

É, tipo, a terceira guerra mundial, só que os tanques são as pessoas.

Aquela estava praticamente vazia. Tinha uma moça no caixa que estava no celular e cantarolando uma musiquinha em uma língua estranha, talvez russo ou inglês mal falado. E também tinha uma velhinha de óculos e bengalinha andando por aí. É desnecessário falar que ela quase decepou meus dedos do pé com a bengala.

— Minha filha, o que tá escrito aqui? — A velhinha me apontou um livro que estava escrito 101 Técnicas de Crochê com uma letra gigante.

— 101 Técnicas de Crochê — Falei, pacientemente, como uma boa cidadã, mas no fundo estava me perguntando como ela iria ler o livro se não conseguia nem ler a capa. Mas ok, sou uma pessoa educada. Pelo menos um pouco.

Dei meia volta para voltar a olhar os livros na sessão de química e sentia a bengalinha dela me cutucar novamente.

— O que tá escrito aqui, meu anjinho? — Cara, a voz dela era tão irritante, igual àquelas vozes que usam para dublar as vovozinhas nos filmes.

Olhei o livro.

— Receitas para diabéticos.

Ela pegou outro livro da estante.

— E esse?

— Como se Livrar da Atrite, primeira edição.

E ela me fez ler o título de quase todos os livros da estante ao lado. E pior, todos eles estavam escritos em letras imensas, tão grandes que até o ser mais míope do universo conseguiria ler.

Quando estava prestes a ler o titulo do décimo livro — Veja só, minha paciência durou um pouco pelo menos — me senti tentada a arremessar o livro Tipos de Atrite que por acaso tinha capa dura, na cabeça da velhinha.

Não fiz isso. Claro que não. Que tipo de louca seria eu se arremessasse livros em vovozinhas?

Mas não tinha nenhuma regra mandando ser educada.

— Sinceramente, você tem que ir ao oftalmologista, por que o caso deve estar grave — Falei.

A velhinha me encarou feio e abaixou os óculos redondos estilo vovozinha-que- faz-crochê.

— Você é uma jovenzinha muito má educada.

— E você é uma velhinha muito chata.

Foi então que eu reparei que os olhinhos da vovozinha eram dourados. E que a rua estava muito vazia para ser normal. Que tudo estava muito quieto e silencioso e que a moça do balcão tinha ido para o banheiro.

Muito discretamente, ergui meu pé e apoiei-o na estante. Minha adaga estava dentro da bota, e deslizei a minha mão até ela e tirei a arma da bainha.

Dane-se se era apenas uma velhinha com os olhos inusitados. Precaução é precaução.

— Bela arma, filha de Nyx — Uma voz masculina falou no lugar da voz de velhinha.

Viram? Ela não era só uma vovozinha chata. Por que vovozinhas chatas não sabem o nome da minha mãe.

— É, adoro minha adaga. Não sei quem você é, provavelmente é um louco querendo me matar, mas por que tinha que me fazer ler o titulo de todos aqueles livros? — Falei — Queria tentar me matar de tedio antes, praga?

A pele enrugada deu lugar á uma pele pálida e branca. O cabelo se tornou curto e claro, os olhos estavam dourados e brilhantes. A bolsinha rosa e a bengala caíram no chão, espatifando várias agulhas, lãs e aqueles palitinhos que se usa para fazer crochê, acho. E num instante, Alaric estava na minha frente.

Demorou cerca de alguns segundos para me lembrar de que Alaric tinha sido morto e possuído por um general. Se não me engano, Alaric tinha olhos verdes, não dourados.

E uma velhinha era um general. Se eu soubesse disso antes, tinha jogado um daqueles livros na cara da velha.

— Eu prefiro matar pelo método antigo — Ele sorriu.

— Eu preferia Alaric. Ele era um carinha estranho e chato, mas pelo menos não se fingia de velha — disse.

É, sim, eu sou muito sincera.

— Vocês conseguiram matar dois generais. E eu sou o terceiro. Vocês não podem prender minhas mãos como fizeram com ele. E você não pode me atingir pelas costas como fizeram com Ankn — Ele sorriu novamente. Na minha opinião, ele estava muito sorridente para um cara que ia morrer — Meu poder está na minha mente, não nas minhas mãos. Como você vai me matar?

Segurei minha adaga e saltei para cima dele, a adaga na direção do pescoço branco dele.

— Acho que vou começar arrancando sua cabeça — eu disse.

Seria um timing perfeito se eu realmente cortasse a cabeça dele.

Mas não, ele colocou a mão a minha frente e um campo de força mandou a adaga voando para fora da minha mão.

O hilário é que tem hora que meus poderes não querem funcionar. Ilithya tentava me ensinar, temos que dar crédito á ela, mas meus poderes parecem inexistentes. O bom é que em casos de emergência-quase-morte, eles funcionam.

Só que naquela vez não funcionou.

— Vamos, faça alguma coisa — ele zombou.

Virei na direção da bengala e das agulhas caídas. Tive uma ideia louca.

Levantei uma agulha usando o poder da mente. Tipo, foi o máximo que consegui, tanto que a bengala nem se moveu.

Tudo bem, melhor uma agulha do que nada, certo?

Olhei para o pescoço dele, para o azar do cara, ele tinha escolhido um corpo muito pálido, onde as veias podiam ser facilmente visíveis.

Aí eu mandei a agulha voando na direção de uma certa veia em particular.

O general deu um pulo. Acho que ele não esperava isso. Ele só queria me ver tentando usar meus poderes e não conseguindo, só para pisar na minha cara antes de matar. Obviamente, ele não esperava que a agulha voasse no seu pescoço.

— Que porra é essa? — Ele gritou. Cara mal educado. Mamãe teria lavado a boca dele com sabão e álcool em gel.

— Uma agulha — Eu tive a gentileza de avisar.

Como ele não tinha nascido em uma época onde as pessoas aprendem sobre circulação sanguínea, ele apenas quebrou a agulha e tirou uma parte para fora do pescoço. A outra parte, bem, entrou pela veia dele. Uma parte pequena, mas tanto faz.

Apesar dele não saber o que ia acontecer, ele não achou educado da minha parte lançar uma agulha nele e me encarou furiosamente.

Como conheço feiticeiros malucos, sei que o primeiro instinto deles é arremessar as pessoas na parede. Por isso saí do lado da parede, infelizmente, fui para o lado da vitrine.

O lado bom é que as vitrines de Nova York, em sua maioria, são de vidro resistente ou plástico transparente. As de Las Vegas não são assim, e eu descobri isso da pior maneira possível.

Por que ele me arremessou na direção da vitrine. Ele nem usou as mãos, foi como se uma parede invisível tivesse me arremessado. Aí eu atravessei a vitrine.

Nos filmes, os heróis atravessam janelas e nunca acontece nada. Sinto em dizer isso, mas quando você atravessa algo feito de vidro, vai voar vidro para todo o lado.

Trágico, mas é verdade.

Rolei no chão para evitar o impacto, mas minhas costas receberam uma chuva de caquinhos de vidro. Confesso, na hora eu xinguei o cara até em chinês. Duvido que ele tenha entendido, mas valeu a intenção.

— Você não passa de uma garotinha fraca — Ele disse. E então começou a arquejar.

Aí ele caiu no chão e começou a fazer uns sonzinhos esquisitos.

Me levantei com um pouco de dificuldade, já que minhas costas estavam doendo infernalmente, e fui à direção dele. Ele estava vivo ainda.

— Então, camarada, isso é ciência — Apertei o pontinho vermelho por onde a agulha entrou no pescoço dele — A agulha foi parar na sua corrente sanguínea e perfurou seu coração. Um conselho: Na sua próxima vida ou talvez na temporada que você vai passar no inferno, estude biologia, com ênfase sobre a corrente sanguínea. Tchau!

Aí ele morreu.

Me senti o máximo quando dava aula de biologia para um general.

Só que minha alegria dura pouco, por que a moça do balcão estava de pé ao meu lado e gritou.

Olhe, eu não queria me envolver com a policia, e gritos podem fazer as pessoas quererem ver o que está acontecendo. E eu suponho que quando vissem um cadáver, iriam ligar para a policia.

Por isso, eu nocauteei a moça.

Perspectiva de Alec.

Alec estava dormindo tranquilamente. O colchão de Christine era confortável e as cobertas, apesar de terem pelos de Idia, tinham um cheiro gostoso de limão. Ele poderia ficar dormindo até o dia seguinte, mas foi acordado por uma sensação estranha.

Ele deixou o bloqueio mental cair quase que imediatamente.

Acorda, criatura! Acabei de matar um general, minhas costas estão uma droga e preciso que você venha me buscar. De carro, por que não vou andar na rua com as costas sangrando.

Christine tinha um jeito especialmente delicado de acordar as pessoas.

E o pior, ela estava tão eufórica que ele nem conseguia vasculhar sua mente para descobrir o que estava acontecendo. O máximo que ele conseguia captar era: Matei um general! Matei você, idiota! Toma, velhinha idiota, matei você!

Ahn? Velhinha?

— Volte a deitar, por favor, travesseiro — Idia que estava deitada e dormindo no peito dele, murmurou.

Sabe, ele nunca pensou que iria dormir com um gato perto dele. Mas olhe o que estava acontecendo.

— Christine está com problemas, Idia.

Isso foi o suficiente para fazer Idia pular.

— O que aconteceu? — Os olhos claros da gata pareciam incrivelmente alertas.

— Sei lá, mas ela está repetindo frases estranhas. Tipo, morte ás velhinhas. Isso faz algum sentido para você?

— Ela fez o que? Ah, santos deuses. Se ela assassinou um idoso, Nyx vai me matar...

E murmurando coisas desse tipo, Idia foi até a gaveta e tirou uma chave de carro.

— Vamos até ela. Se ela matou uma velhinha inocente, ah...

[...]

— Posso dirigir? — Idia olhou para ele, esperançosamente.

— Não.

Idia parou na frente do carro prateado e o encarou.

— Por que não? Christine me deixou dirigir uma vez.

Alec fez uma nota mental de ter uma conversa com Christine sobre a importância de animais não dirigirem

Idia parecia muito convencida do talento dela de dirigir. Mas Alec se achava jovem demais para morrer em acidente de trânsito. Descendentes de deuses podem não morrer de velhice e nem de doenças, mas sim em casos de acidentes de transito. E seria uma forma muito patética de morrer.

E por fim, ele conseguiu dirigir. Não que Idia não ficasse reclamando todo minuto dentro do carro:

— Eu dirijo mais rápido! Ande, ande.

Não demorou muito para chegar até a livraria. Era bem perto. Alec percebeu que algo estava errado assim que reparou que a rua estava vazia. Vazia demais para Las Vegas.

Christine estava na porta da loja. Apesar de estar com as costas sangrando, ela estava sorrindo quase que euforicamente. Quando Idia saiu do carro, Christine pegou ela no colo, girou a gata umas dez vezes e a abraçou.

A morena puxou Alec pelo gola da camiseta, e beijou a bochecha dele. Alec virou a cabeça um milésimo de segundos antes e os lábios dela acertaram o cantinho da sua boca. Alec sentiu como se tivesse levado um choque de mil volts, e pelo visto Christine também, já que ela cravou os dedos no seu pulso.

Então ele se virou para o lado e viu um cadáver pálido, uma moça desmaiada e agulhas e lã espalhadas pelo chão. Aí o efeito do choque passou bem rapidinho.

— Chris, Chris, Chris — Ele falou bem lentamente — O que aconteceu aqui.

Ela olhou para ele quase que inocentemente.

— Não é minha culpa. É culpa da velha maldita.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, acho que a fic vai até o capitulo 32 mais ou menos, aí vou fazer a continuação da fic: Chaos. Caramba, eu não sei escrever uma fic pequena. Imagine isso como uma série de livros. Vai ir até o livro 4 com direito a adicionais.
Vocês querem me aturar por tanto tempo?
Ah, mas eu amo tanto a minha Chris e meu Alec.