Pretty little liars escrita por wendy


Capítulo 20
20. Tudo o que Emily precisa é de um sabre de luz e um capacete preto




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Estava escurecendo quando Emily entrou no Jeep Cherokee verde de Ben.

— Obrigada por convencer meus pais a só começarem o castigo amanhã.

— Sem problemas — respondeu Ben. Ele não havia dado um beijo de boas-vindas nela.

E estava tocando Fall Out Boy no CD player, que ele sabia que Emily detestava.

— Eles estão bem bravos comigo.

— Ouvi dizer. — Ele manteve os olhos no caminho.

O interessante é que Ben não perguntou por quê. Talvez ele já soubesse. E, mais estranho ainda, o pai de Emily entrara no quarto dela mais cedo e dissera:

— Ben vem apanhar você em vinte minutos, esteja pronta.

Tudo bem. Emily havia pensado que estava de castigo para o resto da vida por ter renegado os Deuses da Natação, mas sentiu que eles queriam mesmo que ela saísse com Ben.

Talvez ele conseguisse colocá-la nos eixos de novo.

Emily suspirou.

— Me desculpe pelo o que aconteceu no treino de ontem. Estou um pouco estressada.

Ben finalmente abaixou o volume.

— Tudo bem. Você só está um pouco confusa.

Emily lambeu os lábios cheios de ChapStick. Confusa? Sobre o quê?

—Vou perdoar você desta vez — acrescentou Ben. Ele esticou o braço e apertou a mão dela.

Emily ficou furiosa. Desta vez? E ele não deveria ter pedido desculpas também? Afinal de contas, ele havia corrido para o vestiário todo nervosinho, como se fosse um bebê.

Eles atravessaram os portões de ferro abertos da casa dos Kahn. A propriedade era bem afastada da estrada, então, o caminho que levava à casa tinha meio quilômetro de comprimento e era ladeado por pinheiros altos e espigados. Até o ar parecia mais limpo. A casa de tijolos vermelhos repousava atrás de enormes colunas dóricas. Tinha um pórtico com uma estatueta de cavalo no alto, e uma varanda maravilhosa, toda envidraçada ao lado da casa. Emily contou catorze janelas no segundo andar, de uma ponta a outra.

Mas não era a casa que importava naquela noite. Eles iam ficar no campo, que ficava separado da propriedade por cercas vivas altas de hera e por um muro de pedras que se estendia por quilômetros. Metade do campo abrigava o haras da família Kahn; e do outro lado havia um enorme gramado e um lago com patos. Todo o lugar era cercado por um bosque denso. Depois que Ben parou o carro no estacionamento improvisado num gramado, Emily saltou e ouviu The Killers vindo dos fundos da propriedade. Rostos conhecidos de Rosewood saíam de seus Jeeps, Escalades e Saabs, um grupo de garotas perfeitamente maquiadas pegaram maços de cigarro de suas bolsinhas com alça de correntinha e os acenderam, sempre falando em seus minúsculos celulares. Emily olhou para seu All-Star azul meio gasto e tocou em seu rabo de cavalo bagunçado.

Ben começou a andar ao seu lado e, cortando pela hera e através de um trecho estreito do bosque, entraram na área da festa. Havia um monte de gente que Emily não conhecia, mas

isso se devia ao fato de os Kahn convidarem todos os estudantes de escolas particulares descolados da região, além da turma de Rosewood. Havia um barril e uma mesa de bebidas perto dos arbustos, uma pista de dança com chão de madeira, lanternas penduradas e tendas no meio do terreno. E do outro lado, perto das árvores, uma cabine de fotografia antiga toda enfeitada com luzinhas de Natal. Os Kahn tiravam aquilo do porão para a festa todos os anos. Noel os saudou. Ele vestia uma camiseta cinza, onde se lia QUALQUER COISA EM TROCA DE COMIDA, usava um jeans desbotado e rasgado, e estava sem sapatos nem meias.

— E aí? — Ele deu cerveja para os dois.

— Obrigado, cara — Ben pegou seu copo e começou a beber. Um pouco da cerveja escorreu pelo queixo dele. — Bela festa.

Alguém bateu no ombro de Emily.

Emily se virou. Era Aria Montgomery, vestindo uma camiseta justa e vermelha, que dizia Universidade da Islândia, minissaia jeans com a barra desfiada e botas caubói vermelhas John Fluevog. Seu cabelo preto estava preso num rabo de cavalo.

— Opa, e aí! — Emily a cumprimentou. Ela ouvira dizer que Aria estava de volta, mas não a tinha visto ainda. — Como estava a Europa?

— Maravilhosa —Aria sorriu. As meninas olharam uma para a outra por alguns segundos. Emily ficou parada, querendo dizer a Aria que estava feliz, que abandonara o piercing falso no nariz e as mechas cor-de-rosa no cabelo, mas depois se perguntou se não seria esquisito mencionar sua antiga amizade. Ela deu um gole em sua cerveja e fingiu estar interessadíssima no formato do copo.

Aria estava impaciente.

— Olha, estou feliz que você esteja aqui. Eu estava mesmo querendo falar com você.

— Estava? — Emily olhou em seus olhos e depois baixou o rosto.

— Bem... ou com você ou com Spencer.

— É mesmo? — Emily sentiu um aperto no coração. Spencer?

— Bem, prometa que você não vai me achar louca. Eu fiquei fora muito tempo, mas... —Aria fez uma careta de que Emily se lembrava bem. Isso significava que ela estava medindo as palavras.

— E então? — Emily ergueu as sobrancelhas, na expectativa. Talvez Aria quisesse que todas as suas velhas amigas se reunissem, claro. Estando fora, ela não tinha como saber que elas estavam muito afastadas. Isso seria muito chato.

— Bem... — Aria olhou em volta com muita atenção. — Houve alguma novidade sobre o desaparecimento de Ali enquanto eu estive fora?

Emily recuou ao ouvir o nome de Ali saindo da boca de sua antiga amiga.

— Sobre o desaparecimento dela? Como assim?

— Ah, assim... descobriram quem a levou? Ela voltou?

— Hum... não... — Sem graça, Emily roía a unha do dedão.

Aria se inclinou, chegando mais perto de Emily.

—Você acha que ela morreu?

Emily arregalou os olhos.

— Eu... eu não sei. Por quê?

Aria projetou o maxilar. Ela parecia imersa em pensamentos.

— O que você quer dizer com isso tudo? — Emily perguntou, com o coração disparado.

— Nada.

Então os olhos de Aria se fixaram em alguém para além dela. Ela fechou a boca.

— Oi — disse alguém com voz grave atrás de Emily.

Emily se virou. Era Maya.

— Ei — ela respondeu, quase derrubando o copo. — Eu... eu não sabia que você viria. — Nem eu — disse Maya. — Mas meu irmão queria vir. Ele está por aí, em algum lugar.

Emily se virou para apresentá-la a Aria, mas sua velha amiga havia desaparecido. — Então, essa é a Maya? — Ben se materializou ao lado delas. — A garota que levou Emily para o lado negro?

— Lado negro? — guinchou Emily. — Que lado negro?

— Abandonar a natação — respondeu Ben. Ele se virou para Maya. —Você sabe que ela está largando a natação, né?

— Está? — Maya se virou para Emily e sorriu, toda feliz.

Emily fuzilou Ben com os olhos.

— Maya não tem nada a ver com isso. E nós não temos que conversar sobre esse assunto.

Ben deu outro gole na cerveja.

— Por que não? Essa não é a sua grande novidade?

—Eu não sei...

— Bem, que seja. — Ele bateu com uma de suas mãos grandes no ombro dela, talvez um pouco forte demais. —Vou tomar outra cerveja. Você quer?

Emily concordou, apesar de beber, no máximo, uma cerveja quando ia a festas. Ben não perguntou se Maya queria outra cerveja. Enquanto ele se afastava, ela reparou em seus jeans lar-gos na bunda. Credo.

Maya pegou a mão de Emily e a apertou.

— Como está se sentindo?

Emily olhou para suas mãos enlaçadas e ruborizou, mas continuou de mãos dadas. — Bem. — Ou assustada. Ou, em alguns momentos, como num filme ruim. — Confusa, mas bem.

— Eu tenho exatamente a coisa certa para celebrar — sussurrou Maya. Ela pegou sua mochila Manhattan Portage e mostrou a Emily a ponta de uma garrafa de Jack Daniel's. — Roubei da mesa de bebidas. Quer me ajudar a acabar com ela?

Emily olhou para Maya. O cabelo dela estava preso e ela vestia uma camiseta simples, sem mangas, e uma saia cargo, verde-militar. Ela parecia efervescente e divertida — muito mais divertida que Ben com seus jeans largos na bunda.

— Por que não? — respondeu, e seguiu Maya na direção do bosque.


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