Accelerator e Last Order- 6 anos depois... escrita por Emili Elens


Capítulo 17
Operação: investigar a pirralha IV




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A Last Order continuava me encarando, e não parava de sorrir.

– Está esperando alguém, Acce?

– Por que essa pergunta de repente?

–... Hum... Por... Curiosidade.

Ela estava parecendo mais suspeita do quê antes. A cada uma palavra, a Last Order fazia uma pausa de três ou quatro segudos, e isso já era uma prova de quê (provavelmente) ela estivesse mentindo. Mas, ainda era um pouco complicado saber a pirralha estaria mentindo ou não. Ela é calma e aguenta pressão, quase não aparenta estar mentindo. Mas, eu sou mais esperto que a pirralha...

– Se estiver esperando pela Aiho, só lembrando que ela não vai voltar tão cedo...

– Por que acha que estou esperando pela Aiho?

– Foi apenas uma hipótese, é o quê qualquer um pensaria se te visse parado ao lado da porta do quarto da Aiho.

– Você é bem espertinha, pirralha.

– Obrigada pelo elogio, Acce.

Não era para ser um elogio!

–... P-p-por nada!
Eu estava na entrada do quarto de Last Order, e dava para ver que a “corda de fuga” não estava mais na janela e a caixa que os recortes de papéis com aqueles números, também não estavam lá. Por que a pirralha havia “escondido” a caixa? Será que ela havia notado que “alguém” tinha entrado em seu quarto, quando estava no Daihasei? E onde ela havia colocado a “corda de fuga”? As moedas que estavam no tapete do quarto, também não estavam mais... Tirando isso, o quarto continuava a mesma bagunça. Era estranho ela ter escondido justamente os objetos mais “suspeitos” que havia no quarto.

A braçadeira da Judgment estava no meu bolso, eu havia colocado antes mesmo da pirralha quase me matar de susto. Será que ela sabia alguma coisa sobre o dono daquela braçadeira?

Eu estava com receio de o mesmo que aconteceu com a moeda, quando estava comprando refrigerante no Daihasei, acontecer com a braçadeira.

– irei tomar um banho agora, Acce.

– Vai lá, pirralha. Ah, mais uma coisa!

–O quê?

– Tranque a porta!

– Certo Accel.

Ela entrou no quarto e demorou uns dois minutos lá dentro. Não deu para ver o quê estava fazendo, e quando ela saiu estava segurando uma toalha e uma bolsa pequena. Fiquei um pouco curioso sobre o quê havia dentro daquela bolsa.

No momento em que Last Order tinha acabado de fechar a porta do banheiro, tirei a braçadeira do meu bolso, e desci as escadas até onde estava a braçadeira antes de eu ter pegado, talvez mais coisas estranhas pudessem aparecer por lá.

Não havia nada de estranho, era apenas a minha imaginação, que por sinal, é muito fértil! O telefone, que estava na cozinha, começou a tocar, e eu resolvi ir lá e atender. Atendi ao telefone, e era a Aiho.

– Accelerator, poderia chamar a Kikyou? O celular dela deve estar desligado ou algo do tipo...

– Irei chama-la.

Fui até a biblioteca, mas ela não estava lá; também não estava na sala de estar, ou na sala de televisão. Talvez ela pudesse estar em uma das salas que tinham no corredor, onde ficava a biblioteca. Bati na porta, mas não tinha ninguém; na segunda porta, resolvi abrir de vez, mas infelizmente estava trancada. E a ultima porta (a única que eu havia conseguido entrar), estava totalmente escura. Tentei achar o interruptor, mas estava praticamente impossível. Usei a lanterna do celular para “clarear” um pouco o meu caminho, e mesmo assim não achei o interruptor. Aquela sala tinha umas quatro estantes, e em todas as estantes, haviam vários potes de vidro, e muitos deles com um rótulo. Peguei um dos potes, e tentei ler o quê estava escrito, mas eram uns ideogramas tão estranhos, que eu nem fazia ideia do quê aquilo poderia significar. Todos os potes eram de tamanhos e cores diferentes, e muitos deles estavam gelados. Aquele lugar parecia uma espécie de laboratório, ou algo do gênero. E como havia sido a primeira vez que eu tinha entrado lá, fiquei um pouco assustado no começo.

Saí daquele laboratório estranho em direção à cozinha. Avisei a Aiho que a Kikyou não estava em casa, e ela ficou um tanto “contrariada”. Desliguei o telefone, e fui até o corredor onde ficavam os quartos, para poder ficar “vigiando” a pirralha. Conforme eu ia subindo as escadas, vi que tinha algo estranho perto do meu quarto. Andei depressa, e avistei a mesma porcaria que estava na porta do meu quarto, meia hora atrás...

Perdi a paciência, e chutei o vaso da planta, o quê acabou sendo uma péssima ideia! Quando o vaso de planta virou, algo mais além de terra havia caído no chão... Uma câmera! Tinha uma câmera de mais ou menos um quarto do meu dedo de tamanho. Quem havia colocado aquilo dentro da planta?! Com certeza tinha alguém dentro da casa, e era esse “alguém” que estaria colocando a planta na porta do meu quarto, e provavelmente o dono daquela câmera. Tinha alguém me vigiando!

Posicionei minha mão no eletrodo, e fui andando devagar até o final do corredor. Tinha uma varanda no final do corredor, mas a porta estava trancada. Talvez, o dono daquela câmera, pode ter deixado a braçadeira da Judgment caída no degrau da escada. Alguém da Judgment estaria me vigiando? Será que a pirralha sabe disso? Ou a própria pirralha era dona daquela câmera e da braçadeira? Aquela historia estava ficando cada vez mais misteriosa...

E para onde a Kikyou havia ido? Sei que não é de minha conta, mas... Ela não havia avisado aonde iria, e ela sempre avisa, por mais desnecessário que seja. Se ela não estava em casa, e também não estava com a Aiho...

Comecei a pensar, será que a Kikyou é a dona da câmera que estava dentro da planta? Ela vivia com um olhar desconfiado para mim, mas também não seria burra o bastante para colocar uma câmera dentro de uma planta, que por sinal, estava na porta do meu quarto...

Ouvi alguns barulhos vindos do banheiro, logo, subi as escadas o mais rápido que pude para ver se tinha acontecido alguma coisa lá em cima. Será que a pirralha estaria bem?

Ao chegar lá em cima, a pirralha estava abriu a porta do banheiro e estava (de toalha) indo em direção ao seu quarto.

– Acce! – Disse a pirralha indo até mim.

– O-o-o quê é?

Ela rapidamente me abraçou, e não queria soltar, por mais que eu tentasse tirá-la.

– P-p-p-pirralha! V-vai vestir u-u-uma r-roupa!

– Calma, Acce. Não precisa de tanta pressa...

– o quê você está querendo dizer com isso?!

– Que você poderia ser mais calminho um pouco...

A pirralha não me soltava de jeito nenhum, e eu estava sentindo “certa parte” do corpo da pirralha. Não sou nenhum pervertido! Eu apenas estava sentindo... É muito diferente. O rabo de cavalo que estava no cabelo da pirralha se desfez, e o cabelo soltou-se de vez.

– P-pirralha, vai logo vestir uma roupa!

– Antes que mais um abraço.

– Você já está me abraçando!

Ela me soltou devagar, mas em seguida quase “pulou” para me abraçar de novo. Quase bati as costas na parede, e novamente, a Last Order estava em meus braços.


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