Eram seis e meia da tarde, o céu estava um pouco nublado e dava para sentir o cheiro de chuva por uma janela que estava aberta. Eu olhei em volta e percebi que estava num quarto de hospital, senti uma sensação estranha diante daquele quarto, era como se eu tivesse acordado e tudo o que eu tinha vivido não passava de um sonho. Eu estava com o braço direito preso a uma bolsa de sangue, e estava um cheiro horrível vindo de mim mesmo, eu devia ter apodrecido ali. Realmente estava em dúvida do que fazer, esperar quieto para ver se alguém aparecesse, ou, ir tomar um banho, porque aquele odor estava me deixando tonto.

Fiquei parado, pensando como havia sido meu "sonho", aquela luta, aquela garotinha e todas aqueles que estavam envolvidos naquilo tudo, o que será tinha acontecido?

Eu estava totalmente perdido na data atual, mas foi quando vi um buquê de rosas brancas em cima de uma mesinha que ficava do lado direito da cama, onde estava escrito: "Feliz Aniversário Acce, sei que flores não faz o seu tipo mas, é a única coisa que posso lhe dar em seu estado atual". Não tinha remetente, talvez a pessoa que tenha me dado aquilo esquecido de colocar o nome. Quem diabos me chamaria de Acce?

Nesse mesmo instante entrou uma enfermeira, que ao me ver ficou surpresa, então disse:

- Accelerator? Está acordado?!

Eu não disse nada, apenas olhei para ela com uma expressão calma e voltei a olhar o teto do quarto. Ela saiu correndo deixando a porta aberta. Depois de 10 minutos ela voltou junto com um médico com cara de sapo:

- Accelerator! Finalmente está acordado. É um milagre!

Eu não estava entendendo nada, aquele pessoal só poderia ter algum problema, um milagre eu acordado? Como assim? O que significava tudo aquilo? O hospital, a expressão de felicidade daquele médio? Eu precisava de uma explicação urgente. Até que resolvi falar alguma coisa, para quebrar um parte daquele silêncio, já uma parte já havia quebrado com o barulho daquele médico.

- Ã... Olá?

- Accelerator! Como se sente?

- eh... Normal

Nesse mesmo momento, ele virou-se para a enfermeira e falou com uma expressão alegre:

- Enfermeira, peça para a recepção ligar para a Yomikawa Aiho, rápido!

Quando ele falou aquele nome, uma sensação meio que, eu a conhecia de algum lugar, mas estava difícil de lembrar. O doutor começou a tirar toda aquela "tralha de hospital" do meu corpo e fez alguns exames, mas durante esses exames, não conseguir deixar de perguntar o que era tudo aquilo, e o que estava acontecendo. Mas ele disse que seria melhor esperar a Aiho chegar, que ela explicaria melhor para mim. Depois de toda aquela baboseira, ele falou que eu já poderia ir tomar um banho, pelo visto ele também não estava aguentando aquele fedor que vinha de mim. Abri o armário que tinha no meu quarto e vi que tinha uma calça, sapatos, meias e uma camisa branca com listras cinzas, exatamente igual a que eu estava vestindo, exceto pela cores trocadas. Eu vestia uma branca de listras pretas e aquela era de listras cinzas.

Entrei no banheiro e não pude deixar de notar minha palidez no espelho do banheiro. Eu sabia que era um pouco albino, mas aquela palidez toda já era demais. Fiquei olhando pro espelho durante um tempinho, foi então que eu resolvi entrar no box e tomar do um banho de uma vez, aquele fedor havia piorado quando tinha tirado a camisa. Tomei um banho bem lento, eu não iria descansar até saber o que havia acontecido comigo. Me vesti rapidamente e percebi que tinha vozes vindo do quarto.

Quando saí do banheiro, vi que o doutor com cara de sapo estava acompanhado de duas mulheres, uma tinha cabelos pretos e curtos, e trajava um jaleco, a outra tinha cabelos longos meio azulados e trajava uma roupa verde. Aquelas duas pareciam bem familiar.

- Accelerator! Vejo que não mudou muita coisa desde aquele dia. - Falou a mulher dos cabelos azuis escuro enquanto me abraçava.

- Como assim? - Eu respondi meio atordoado com a situação.

- Accelerator, lembra de mim? Yomikawa Aiho?

- Bem, mais ou menos, e no que isso importa agora?

- Pois bem, vamos para casa?

- Para casa?

- Sim e vamos rápido, preciso terminar de corrigir alguns relatórios dos meus alunos.

- Como assim? Eu moro com você desde quando?

- Desde seis anos atrás.

- Seis anos?! Mas eu nem me lembro de você direito!

- Acontece que você ficou em coma durante todo esse tempo.

Em comam? Eu como assim? Seis anos?! Isso explicava aquele fedor todo em mim antes daquele banho milagroso. Quando ela tinha falado aquilo, fiquei pensado no que ela tinha dito, mas ela acabou cortando meus pensamentos, e me puxando para fora do quarto.

- Vamos logo Accelerator, senão vou me atrasar! Vamos fazer assim: eu te deixo em casa, e vou para o colégio o mais rápido possível e, quando chegar te explicarei melhor e esclarecerei suas dúvidas.

Eu não disse nada, apenas fui atrás dela, que me levou até um carro que estava estacionado, no mesmo instante em que eu iria entrar no carro, o doutor sapo veio correndo.

- Você esqueceu isso. - Disse ele me entregando um aparelho que tinha ligação com meu pescoço e tinha uns fios que dava a impressão de que eram fones de ouvido e um celular preto.

Peguei o aparelho e o celular, e em seguida fechei a porta do carro sem dizer nada.