Take Me Under escrita por Holly


Capítulo 3
Never Too Late


Notas iniciais do capítulo

Olá, anjos!
Em primeiríssimo lugar eu queria agradecer de todas as formas a linda recomendação da Anonymous Writer! Muito obrigado mesmo, você não sabe o quanto fiquei feliz quando entrei aqui e vi. hsahsahsa.
Enfim, obrigado a todos que comentaram tbm. Sei que devo desculpas pela demora, mas essa semana inteira eu tive provas e precisei estudar... Por enquanto é isso!
Enjoy. :*



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O mundo que nós conhecíamos não vai voltar. O tempo que nós perdemos não podemos recuperar. A vida que tínhamos não vai ser nossa novamente.  Never Too Late, Three Days Grace.

 

Ainda que estivesse chegando ao limite do meu cansaço, eu não havia conseguido mais fechar meus olhos depois do acontecido com Dixon. Havia passado o resto daquela noite com a consciência pesada por tê-lo ferido. Talvez fosse o momento correto ao qual pudesse afogar meus medos e dar um voto de confiança a aquelas pessoas.

Ao amanhecer Maggie apareceu na cela, entregando roupas novas e limpas para mim e Savannah. Ela também apresentou onde ficavam os sanitários, que mesmo sendo improvisados, eram muito organizados e limpos. Aproveitei e optei por tomar banho. Nada melhor. Liguei o chuveiro, permitindo que a agua gelada chocasse contra meu corpo. Como havia sentido falta daquela sensação de limpeza mais uma vez em tanto tempo.

Senti um pequeno espasmo próximo à parte esquerda da minha cintura. Franzi o cenho, passando os dedos levemente na região, percebendo o liquido vermelho manchar a palma da minha mão enquanto se dissolvia com a água. Levei meu olhar até a região, vendo o corte profundo estava piorando e corria o risco de infeccionar, caso não houvesse tratamento. Mas, naquele momento ninguém poderia ficar sabendo. Eles questionariam o que havia acontecido e causaria sérios problemas.

Respirei fundo, terminando e voltando, depois colocando a muda de roupas novas, retornando ao nosso dormitório. Deixei que Savannah dormisse por alguns minutos, aproveitando para arrumasse as mochilas no devido lugar. Quando ela acordou levei para tomar banho e vestisse as roupas novas. Ian apareceu em seguida, chamando para irmos ao refeitório. Encontramos um pouco de dificuldade, pois o número de corredores sombrios era quase idêntico dentro daquela prisão.

Ao entrarmos no corredor principal vimos muitas pessoas caminhando até o pátio, assim como outras crianças passavam por nós, correndo e brincando. Pela primeira vez em muito tempo vi o rosto de Savannah se iluminando de verdade. Adentramos o refeitório – que não era muito grande -; havia algumas mesas de cimentos espalhadas com cadeiras, outra no centro, suportando os alimentos e panelas enquanto uma mulher de cabelos grisalhos servia os membros do grupo, sorridente, ela olhou na nossa direção, acenando.

Glenn apareceu nos apresentando para algumas pessoas, consequentemente descobri que Maggie era irmã de Beth, e também conheci o pai das duas, Hershel Greene. Um homem com a idade avançada de cabelos grisalhos, ele parecia ser um membro muito importante a todos. Sentamos numa mesa separada, sendo acompanhadas pelos mesmos e me senti incomodada. Era difícil lidar com tanto calor humano de um dia para o outro. Rick apareceu na entrada, sendo seguido por Daryl. Nossos olhares se cruzaram por instantes e pude reparar no pequeno corte no seu rosto. Desviei meu olhar me concentrando na minha torrada, mas voltei a observa-lo, vendo acenar para alguns conhecidos, indo diretamente até a Carol, como havia sido apresentada de longe. Ele trocou algumas palavras, próximo ao rosto da mulher, em seguida a mesma olhou na minha direção, com uma expressão indecifrável enquanto balançava a cabeça concordando.

— Vocês passarão pelo conselho daqui a pouco. — acordei do meu devaneio pela voz masculina. Virei minha cabeça fitando Hershel, tentando me concentrar de novo.

— Desculpe, mas um conselho? — Ian perguntou confuso, cruzando os braços em cima da mesa.

— É apenas um grupo de pessoas responsáveis que decidem as funções das pessoas na prisão. Eles organizam tudo, desde as atividades até quem fica e saí deste lugar. — Maggie explicou calmamente, em seguida olhando para mim, tentando notar alguma surpresa de minha parte. Porém, permaneci indiferente.

Carol apareceu de repente, chamando Maggie e Glenn para a acompanharem, eles de despediram brevemente enquanto Ian e Hershel continuaram conversando sobre um assunto aleatório. Observei Savannah que encarava as outras duas meninas do outro lado do pátio, ambas conversavam de maneira alegre. Elas pareceram perceber, se aproximando e apresentando como Lizzie e Mika, convidando Sav para ir até a biblioteca onde teriam leitura para todas as crianças. Ainda querendo mantê-la por perto, caso acontecesse algo de errado poderia proteger.

Ian sorriu animado, respirei contrariada, não resistindo a par de olhos pidões a minha frente e deixei. Ela sorriu animada, deixando um beijo na minha bochecha e se juntou as outras duas meninas totalmente extrovertida. Era bom vê-la depois de tudo.

— Vocês estava há quanto tempo na estrada? — Hershel indagou logo depois que Savannah havia saído do nosso campo de visão. Acabei ficando surpresa pela pergunta, mas sabia desde o inicio que seriamos questionados sobre o assunto. Arrumei minha postura na cadeira ficando ereta, não demonstrando estar ainda mais incomodada.

— Três meses. — respondi indiferente, empurrando o prato contra a bandeja.

— Minha filha comentou que tinham um grupo, mas foram atacados por uma horda de infectados. Sobraram apenas os três?

— Não sabemos ao certo. — Ian se pronunciou, encarando um ponto fixo da parede à frente. Ele estava disposto a contar a real história e eu pela primeira vez não queria mentir também, se quiséssemos conquistar a confiança daquelas pessoas dali em diante. — Nosso grupo não foi atacado exatamente por uma horda de infectados, pelo menos, foi causado por um grupo de homens.

Ele parou de relatar, como se precisasse de um tempo para continuar. Era um assunto completamente delicado, do qual tentávamos esquecer todos os dias, lidando da nossa maneira estranha. O que havia acontecido de verdade era que nosso acampamento estava situado numa clareira aos redores de Macon, o lugar isolado, próximo ao lago e quase nunca enfrentava algum errante. Obtínhamos uma estrutura ótima, com pessoas fortes do exercito e munição suficiente. E isso fez que nos esquecêssemos de um grande detalhe: Não éramos invencíveis. Essa foi a maior prova quando eles chegaram.

No primeiro dia que aqueles dois homens e aquela mulher colocaram os pés naquele lugar, eu soube que existia algo de errado. Por mais que demonstrassem serem pessoas assustadas e vítimas. Era o contrário. Meu pai e David – ambos lideravam o grupo – aceitaram-nos sem desconfiar, dando abrigo, suprimentos e suporte médico.  Na segunda noite a primeira pessoa foi morta por dois tiros, em seguida aconteceu o rápido demais. Diversos homens desconhecidos invadiram o local de maneira agressiva, eles poderiam apenas ter saqueado os alimentos e as munições. Mas, fizeram pior. Eles derrubaram sangue de pessoas inocentes sem nenhuma piedade.

Eu por sorte estava como vigia consegui me defender, matando dois deles, logo depois encontrando Savannah perdida e assustada, afastada de onde se concentravam. Nós duas fugimos pela floresta, depois de dois dias encontramos meu irmão também refugiado em uma cabana. Nunca soubemos se mais alguém tinha sobrevivido. Por isso, daquele momento diante decidimos nunca mais tocarmos no assunto pelo nosso próprio bem, se quiséssemos continuar seguindo para frente, sem desistir, somente partilhando as mesmas perdas e lembranças daquele dia.

— Muitas pessoas inocentes morreram de modo cruel. Em meio aos gritos e tiros os infectados apareceram atraídos pelo barulho e a luz do fogo. Conseguimos escapar por muito pouco. — completei sem nenhuma emoção aparente na voz. Eu já não lamentava mais, nada adiantaria ou mudaria o passado. — Depois disto passamos a vagar pelas rodovias, procurando um lugar seguro por causa de Savannah. Até chegarmos aqui.

Hershel ficou quieto, as suas mãos em cima da mesma enquanto mantinha o olhar perdido como se assemelhasse a uma situação parecida. Meu irmão pigarreou quebrando o silêncio instalado, fazendo-o que o homem mais velho, nos encarasse.

— Sinto muito, todos nós perdemos pessoas importantes. — falou, suspirando fundo e sorrindo fracamente.

Retribui o sorriso também, não dizendo nenhuma palavra. Beth apareceu carregando um bebê em seus braços, avisando seu pai sobre alguém na enfermaria. A loira desejou bom dia, apresentando a pequena Judith, à filha mais nova de Rick. Confesso ter ficado surpresa por ver uma criança daquele tempo depois de longo período. Era definitivamente motivador.

Minutos depois do comunicado sobre o conselho, Carol apareceu nos chamando e guiando para a parte administrativa da prisão. Era uma sala simples, com uma mesa redonda no meio e várias cadeiras e uma prateleira pastas separadas aleatoriamente, provavelmente arquivos e documentos antigos. Havia cerca de seis pessoas no local, Maggie, Hershel, Sasha e Tyreese, do outro lado Carol, Glenn e Daryl. Querendo ou não, tornava-se um clima tanto quanto intimidador.

Eu fui à primeira entrar na sala e responder a três perguntas que fizeram para nós no supermercado. Carol era a única que mantinha um sorriso singelo nos lábios, como se tentasse me tranquilizar. Estava evitando ao máximo trocar olhares com o arqueiro, ele não se manifestou em nenhum momento, apenas observava cada movimento meu. Em seguida, fora a vez de Ian e não demorou muito para que o mesmo saísse.

— Como foi? — perguntei, me escorando na parede do corredor. Enquanto esperávamos o veredito.

— Um pouco intimidador, mas fui sincero. — confessou um pouco nervoso e respirando profundamente.

— Falamos o necessário, porém contamos a verdade. Ninguém precisa saber detalhadamente o que passamos antes de chegar aqui. — concretei, ele apenas concordou positivamente com a cabeça.

Ficamos quietos, Ian cruzou os braços e olhou para o forro mofado. Estávamos ao lado de fora da sala, mas não era possível escutar que discutiam. Glenn abriu a porta e tinha uma expressão indecifrável, ele parou em nossa frente.

— Vocês foram aceitos.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima amores.
Bjs!