Outro lado do amor escrita por Ju


Capítulo 5
Encontro com a mãe




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Uma semana se passou desde então, nos víamos praticamente todos os dias, e cada dia me apaixonava mais pela Júlia. Era uma coisa nova e esquisita dentro de mim, mas um esquisito bom. Minha mãe já estava no meu pé pra conhecer a Júlia, então marcamos de sair e depois eu a levaria na minha casa. No sábado, depois da aula de música dela, fomos naquele restaurante que ficava lá perto. E depois a levei pra conhecer minha mãe. Quando entramos eu gritei por ela, mas só depois de algum tempo ela apareceu. Estava saindo da cozinha, usando a camisola de sempre.
– Droga! Esqueci completamente filho, me desculpem, vou me vestir.- Ela subiu correndo.
– Desculpa, ela ainda não está totalmente bem.- Eu disse a Júlia.
– Ei, ninguém precisa se desculpar.- Ela me deu um beijo no rosto.- Ta tudo bem...
– Oi querida, agora sim estou apresentável. Meu nome é Renata, é um prazer finalmente lhe conhecer.- Elas se cumprimentaram.
– O prazer é todo meu, o Léo fala bastante da senhora.
– Senhora não, pelo amor de Deus, acho que não estou tão velha assim.- Elas riram e eu respirei aliviado. Elas estavam se dando bem, pelo que parecia.
As duas esqueceram completamente de mim, entraram em todos os assuntos que as mulheres podiam ter, e até no que não faziam parte do roteiro. Confesso que fiquei querendo um pouco de atenção das duas, mas não tive nenhuma. Fui na cozinha pegar um suco e quando voltei as duas sumiram. Subi e as achei no quarto da minha mãe, estavam revirando as coisas do guarda roupa dela. A Júlia parecia estar a ajudando com as roupas, não entendia nada daquele assunto de look e combinação de cores.
– Você devia tirar um dia pra ir as compras, eu poderia te ajudar com isso.- Disse a Júlia para sua nova amiga, que no caso, era a minha mãe.
– Eu sei que vocês estão se amando nesse momento, mas eu poderia participar disso ou ta difícil?- As duas olharam na mesma hora pra porta e depois riram. Era isso que você ganhava em troca...
– Tudo bem, vou devolver sua namorada.- Nos olhamos quando minha mãe disse isso, namorada...Era algo que nunca havia sido dito, então ficamos nos encarando e ela sorriu, bom sinal.
– Obrigado mãe, acho melhor a gente ir Ju...A Sara deve ta esperando a gente.
– É, temos que ir. Tchau Renata, foi mesmo um prazer te conhecer.- Elas se abraçaram e finalmente estávamos saindo de lá.
– Ela já ta lá ou temos que passar na casa dela?
– Ela mandou dizer que encontrava a gente lá, parece que o pai pode levar...- A Sara tinha combinado de ir no circo com a gente, o circo tinha acabado de chegar na cidade e todos estavam falando disso, parecia ser bem legal. Então lá estávamos nós, esperando a Sara na entrada do circo.- Outra coisa sobre mim, amo algodão doce, tipo muito mesmo.
– Vou pegar um pra você.- Disse rindo, era engraçado ela gostar de algodão doce.- Fica aqui esperando a Sara que eu já volto.- Fui até o algodão doce e comprei um, demorei um pouco por conta da fila, parece que todas as crianças queriam aquilo. Quando voltei a Júlia não estava mais sozinha, a Fernanda estava com ela, e quando me viu ficou assustada.
– Oi Léo.- Ela disse sem graça.- Vejo vocês lá dentro.- E saiu em direção as amigas.
– O que ela queria?- Perguntei sem entender nada.
– Nada...- Ela olhou na direção da Fernanda e depois ficou encarando o chão. Não deu tempo nem de perguntar outra coisa, a Sara já chegou toda feliz pulando e nos empurrando pra entrar.
– Você não imagina quem está no circo! Aquele cantor que eu amava do The Voice, o de cabelo cacheado que saiu bem cedo!- Ela só faltava gritar isso com a Júlia. A Júlia estava com a mesma cara de quando falou com a Fernanda, e eu não via a hora de falar com ela sobre isso. Sentamos bem na frente porque a Sara queria ver o tal cantor de perto.
– Ta tudo bem?- Perguntei segurando na sua mão, ela apenas fez que sim e uma tentativa de sorriso mal sucedida.- Não mente pra mim...Depois a gente fala sobre isso, mas não fica assim.- Dei um beijo na sua mão e logo em seguida o circo deu suas caras com vários bailarinos fazendo a abertura.
O circo era mesmo muito legal, as pessoas tinham toda razão. A Júlia até entrou no clima e por um momento deve ter esquecido o papo com a Fernanda. Mas logo na saída esbarramos com ela e a Júlia voltou a ficar daquele jeito. Notei que a Fernanda tinha falado algo que atingia a segurança da Júlia, então segurei na sua mão e a trouxe mais pra perto.
– Eu to ficando louca ou aquela menina estava encarando a gente?- Perguntou a Sara, estávamos procurando o carro no estacionamento que agora estava tão lotado que não sabia mais onde ele estava.
– Ela estava.- Respondeu a Júlia com raiva.
– Ihhh...- Foi a única coisa que a Sara comentou. Achamos o carro finalmente
– Querem parar em algum lugar pra comer?- Perguntei pra elas.
– Ah, eu quero, to morta de fome.- Sara respondeu de imediato, então olhei pra Júlia que estava meio distante.
– E você, ta com fome?
– Um pouco.- Ela respondeu meio assustada.
– Onde querem comer?
– Pode ser naquela lanchonete que tem umas comidas árabes...- Sugeriu a Sara.
– Ok.- Chegamos lá uns dez minutos depois, a Júlia não quis comer nada além de alguns kibes, já a Sara pediu basicamente um banquete pra trinta pessoas.
– O que foi Ju? Você ta estranha...
– Nada não amiga, to cansada...Quero apenas chegar em casa, tomar um belo banho e deitar na minha cama.
– Ah, você devia ter dito, daí a gente ia direto pra casa.
– Não, não se preocupa com isso. Come de boa aí.- Segurei na sua mão pra ter certeza de que ela não estava com raiva de mim. Ela não tirou a mão da minha, era um ótimo sinal.
– Ta melhor?- Perguntei chegando mais perto dela. Ela fez sinal de mais ou menos com a mão e eu lhe dei um beijo.
– Ah não gente! Sem mimimi enquanto eu como.- Nós rimos. Quando acabamos de comer fomos levar a Sara em casa.- Obrigada por me aguentarem de vela, vocês são ótimos, beijinhos e juízo.
– O que foi que aconteceu com a Fernanda?- Perguntei depois de um longo silêncio.
– Ela nunca falou comigo na vida, daí chega do nada pra falar sobre meu cabelo...
– Seu cabelo?
– Ela veio falando "bonito penteado...mãe do Léo que fez? Ela fez a mesma coisa quando me conheceu" e começou a falar de vocês como se eu tivesse perguntado alguma coisa.- Eu deveria estar morrendo de vontade de matar a Fernanda, mas no momento estava achando graça da Júlia imitando a voz da dela.- Ah que ótimo, que bom que você acha graça disso...
– Eu não acho graça disso que ela fez...Ela é uma pessoa complicada. To achando graça de você imitando a Fernanda.
– Não gostei nada disso, só pra deixar claro. Eu não me importo se vocês namoraram ou seja lá o que for, talvez um pouco se ela continuar provocando...Mas você me entendeu, ai que droga, já perdi até a concentração.- Eu parei o carro na frente da casa dela.
– Ei! Calma tá? Vem aqui.- Tentei lhe acalmar e ainda bem que funcionou.- Eu não namorei com ela, ela é totalmente maluca e fica correndo atrás de mim...Porque em algum momento, numa festa qualquer, eu fiquei com ela. Mas é só isso, eu não gosto dela, nunca gostei dela.
– Eu vi vocês, naquela festa que a gente saiu.
– Ela me agarrou, espero que você tenha notado isso.
– Meio que notei, não sei bem. To tão confusa com isso tudo, sua mãe fazendo o mesmo penteado que o dela...
– Quanto a isso...É o único que ela sabe fazer, espero que isso ajude.- Eu ri e ela se rendeu e riu também.- Esquece isso, a gente ta bem, isso que importa. Podem vir duzentas Fernandas, o que importa é isso aqui, nós.
– É bom ouvir isso.- Ela colou seu rosto no meu e fechou os olhos. Dava pra sentir sua respiração diminuindo cada vez mais.- Muito bom.- E me beijou em seguida.
– Promete que só vai ficar com raiva depois de falar comigo? Porque se você conversar comigo, e tiver motivo de ficar com raiva, tudo bem...
– Ok, eu prometo.- Ela me deu um beijo rápido.- Agora eu vou entrar porque eu realmente to cansada.- Desci pra deixar ela na porta.
– Dorme bem tá?- Lhe dei um beijo.- Até amanhã.
– Até.


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