Inside escrita por maradyer


Capítulo 7
Feeling Good


Notas iniciais do capítulo

Olá!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/603256/chapter/7

Minha relação com minha mãe tinha melhorado um pouco. Jamais trocaríamos sorrisos que não fossem forçados, disso eu sabia, mas estávamos nos suportando com um agradável silêncio ultimamente. Sem insultos, algo inusitado.

– Você tem algum modelo de carro em mente? - ela me pergunta.

Estávamos jantando em silêncio até ela decidir quebrá-lo.

– O quê?

Ela suspira.

– Seu aniversário está chegando...

– Você vai me dar um carro? - pergunto, surpresa. Quem é você e o que fez com a minha mãe?, penso em falar, mas decido que é melhor ficar quieta.

– Suas idas ao colégio de táxi estão me custando caro. Não tenho 60% da herança da minha mãe para receber como você - ela leva seu prato já vazio até a pia. - E também, não gosto de ficar emprestando meu carro. Ele me faz falta.

Sorrio diante da ideia de ter um carro só meu e ignoro sua alfinetada.

– Algum modelo novo.

– Óbvio.

– Preto - digo. - Bem moderno e bonito.

Ela assente com a cabeça e está indo embora sem dizer nada quando a chamo:

– Mãe - minha voz é apenas um sussurro, mas sua leve ruga na testa se desfaz. - Obrigada.

–--

Coloco um short jeans rasgado curto cujos bolsos ficam levemente para fora. Por cima, uma blusa soltinha de mangas listrada cinza e branca. Nos pés, uma sapatilha preta confortável. Não passo nenhuma maquiagem.

Já atrasada, faço um café rápido e coloco em uma garrafinha térmica para levar para o colégio. Não haveria tempo para tomar em casa.

Pego um táxi e o peço para o motorista se apressar até o Alastair High School.

Ele escuta uma música horrível e agradeço a Deus por ter me lembrado de trazer meus fones de ouvido. Coloco no aleatório do Spotify e começa a tocar Champagne Supernova. Mudo imediatamente.

Suspiro.

Travis havia estragado minha música preferida.

Birds flying high you know how I feel

Sun in the sky you know how I feel

Breeze driftin' on by you know how I feel

Reconheço a voz de Nina Simone. Feeling Good.

Imediatamente lembro da minha cidade. New Orleans. O piano ao fundo, a bela voz, a melodia... tudo me lembrava minha casa. Uma bonita construção de dois andares no French Quarter com a típica varanda em ferro forjado.

It's a new dawn

It's a new day

It's a new life

For me

And I'm feeling good

Eu sentia tanta falta da música, das comidas, do movimento. Nunca fui de ter muitos amigos, mas eu me sentia realmente a vontade em New Orleans. Era o suficiente para mim. Eu não via a hora de pegar o dinheiro da minha avó e voltar para lá.

Sinto meus olhos embaçarem e limpo as lágrimas antes que elas possam cair. Pago o taxista e desço do carro, indo apressada até o colégio.

Oh freedom is mine

And I know how I feel

Vejo Enzo indo para a aula de Laboratório e o sigo. Ele só me vê quando está entrando na sala.

– Courtney! - ele sorri para mim. - Pronta para mais uma feliz aula com o sr. Ryan?

Thomas Ryan era, definitivamente, nosso professor mais chato. Haviam duas turmas de laboratório e nós tivemos a incrível sorte de cair na sala do pior de todos.

Dou risada para não chorar. Cinquenta minutos seriam tortura.

Não consegui me concentrar na aula. Não havia pensado em Travis desde que ele me beijou na semana passada e ele não dava as caras desde então. Havia simplesmente desaparecido. Durante o intervalo, resisti a tentação de perguntar ao nosso grupo o que havia acontecido. No quarto tempo, quando tive aula de Inglês Avançado com Aisha, também me segurei para não falar sobre nada.

Charlotte, por outro lado, não fazia questão de ter a mesma discrição. Quando ficamos sozinhas no banheiro feminino após o primeiro intervalo, ela me perguntou se eu havia falado com Travis. Neguei. Então ela me perguntou se eu já havia pensado em algum plano para colocar em ação. Neguei também.

– Sinceramente, não acho que eu seja a mais indicada. Eu já tive, C: ele não gosta de mim.

– Você não o conhece como eu conheço, Courtney. Se eu estou dizendo, é porque é verdade - ela me encara com desconfiança nos olhos azuis. - Você está com dó dele?

– Não! - nego rápido demais.

– Você quem propôs a nossa revanche. Espero que não dê pra trás.

– Eu não vou dar pra trás - afirmo.

– Se na primeira tentação você quase cai...

Percebo que Charlotte está me testando.

– Eu não vou cair. Prometo.

– Prove.

Óbvio que ela está me testando.

– O que você quer que eu faça?

–--

Encaro o quadro como se Charlotte fosse louca.

– Você não pode estar falando sério.

Ela usa uma régua para apontar para o quadro.

– Aqui está tudo o que você precisa saber.

No quadro, ela havia escrito várias coisas sobre Travis. Coisas que ele não come e o que ele gosta de comer, onde gosta de ir e onde jamais pisaria, o tipo de garota com quem ele costuma ficar e o que ele costuma dizer a elas. Resumindo, Charlotte sabia tudo sobre ele.

– Eu não sei se preciso saber disso tudo - a verdade é que eu não queria imaginar o que ele havia dito para outras garotas ou o que costumava planejar para ficar com elas. Eu queria descobrir por conta e esse pensamento me assustava.

– Precisa, sim. Para não cometer nenhuma gafe - ela suspira. - Você é a chance de todas as garotas que ele já humilhou, Courtney. Nós contamos com você.

– Mas elas nem sabem do nosso plano...

– Saberão quando chegar a hora.

Franzo a testa.

– É serio isso?

– Claro. Quando Travis estiver completamente apaixonado por você, revelaremos o nosso plano para todos. Ele vai passar por tudo que as garotas já passaram.

Tento me lembrar da raiva que um dia senti dele. Era difícil sentir isso de novo, ainda mais depois dele ter sido tão legal comigo. Não tinhamos que ser amigos, mas não sentia que era certo fazer aquilo com ele.

De qualquer forma, ela havia tido a ideia do plano e agora não podia dar para trás.

–--

Na sexta-feira durante a noite, pego um táxi até o Ewer & Oak, uma mistura de lanchonete e choperia. Lá eram servidos hambúrgueres deliciosos e também cerveja de vários países. Charlotte disse que Travis adorava ir lá no final de semana.

Fiquei no balcão mesmo e pedi um suco. A garçonete estranhou, provavelmente todo mundo vinha ali para encher a cara, mas logo o trouxe.

Como Charlotte havia dito, Travis estava realmente ali. Na mesa de sinuca com alguns amigos. Ele não me vê e eu o espio de canto de olho. Está usando uma camisa de manga comprida, gola V, preta e o cabelo escuro está jogado para trás em uma bagunça linda.

Alguns minutos depois, quando ele ganha, os amigos dele desistem do jogo e vão embora, não sem antes parabenizá-lo. Então ele vem até o bar. Viro para o outro lado e finjo que não o vi e nem que vim até ali porque Charlotte praticamente me arrastou.

– Court - ele começa me irritando de propósito. - Não sabia que você frequentava esse tipo de lugar.

Olho ao redor. Realmente, há mais homens do que mulheres ali. Há jogos de azar e bebida demais. Não é um ambiente onde mulheres vão, mas eu jamais liguei para esse tipo de rótulo. Sempre fui a bares e nunca me importei.

– Há muitas coisas que você não sabe sobre mim.

– Se você me permitisse descobrir...

Ele estende a mão para mim. Me levanto sem aceitá-la.

– Não vai me dizer que você vai embora? - ele pergunta.

– Não - digo, me dirigindo até uma mesa. - Vou comer. Estou com fome.

Travis não consegue deixar de sorrir ao ver que eu pedi um hambúrguer com bacon e fritas.

– Achei que você fosse aquelas garotas que vivem de salada.

– Eu gosto de comer o que eu tenho vontade.

– Impressionante... - ele fala com um humor debochado. Dou um tapa em seu braço. - Você costuma sair sozinha por aí sempre?

– Sim.

– Por quê?

– Eu gosto.

Ficamos em silêncio. Travis encara o cardápio em busca de algo. Quando ele pede uma cerveja alemã para a garçonete e entrega o cardápio, ela fica o encarando. Dou um leve chute em sua canela e ela parece acordar e ir embora rapidamente para trás do balcão. Travis parece feliz com o efeito que causou na menina.

Não consigo deixar de me sentir incomodada.

– Então, por que você veio para Alastair?

– Minha avó morreu.

– E você veio pelo testamento?

Ele é a primeira pessoa que não diz sinto muito para mim. Fico aliviada, pois não aguenta mais dizer coisas como tudo bem ou obrigada sendo que mal a conhecia.

– Sim.

– E você vai ficar aqui por muito tempo?

– Está querendo me expulsar da cidade?

Travis dá risada.

– Jamais. Só quero saber quanto tempo ainda teremos.

Não digo nada. Não tenho o que dizer. Charlotte estava certa: ele é muito bom nisso.

– Então, você andou fugindo de mim? - pergunto.

– Quê? - ele pergunta, distraído. Não sabia onde estava a cabeça dele, mas ele parecia estar em outro lugar naquele momento, mesmo que tivesse me encarando.

– Uma semana sem ir para o colégio - digo.

– Eu fui para a casa da minha mãe.

– Não sabia que seus pais eram separados.

Recentemente, havia descoberto que o advogado que cuidou do testamento da minha avó, Giancarlo, era pai de Travis e Aisha. Para falar a verdade, sempre me esquecia que os dois eram irmãos. Eram tão diferentes em tudo.

– Eu e Aisha ainda éramos pequenos quando ela foi embora - ele conta, desviando o olhar. Seus olhos, antes levemente tristes, se transformam. Há um brilho raivoso neles. Viro-me para onde ele está olhando. Na porta, Will está parado com alguns três amigos. - Esse é o inferno de viver em cidade pequena...

Sinto vontade de perguntar porque ele odeia tanto Will. Sabia que ele desaprovava ele com Aisha, mas, ainda assim, havia tanta raiva dentro dele, era impossível que fosse só por aquilo. Não pergunto.

Nossa comida chega e eu coloco um saquinho de ketchup em cima das minhas fritas, espalhadas pelo prato. Como enquanto ele fala sobre coisas idiotas e tem uma hora que quase me engasgo, pois estava mastigando e Travis me fez rir. Ele dá risada da minha cara enquanto me obrigo a dar um gole na cerveja dele para descer a comida.

– Tem um negócio aqui - ele sequer aponta para me mostrar onde, simplesmente se aproxima. Estamos na parede da lanchonete, em uma cabine vermelha confortável e privada. - É ketchup.

Travis não usa o polegar para tirá-lo. Se aproxima ainda mais de mim até que eu sinto a sua língua gelada por causa da cerveja no canto da minha boca, lambendo o ketchup. Depois disso, ele passa o polegar na parte superior dos meus lábios, levando o dedo com ketchup para sua boca.

O encaro. Ainda sentia queimar o local onde ele havia colocado sua língua. Ele estava tão próximo que eu conseguia sentir o cheiro da cerveja em seus lábios. Tento desviar o olhar, abaixando a cabeça, mas o seu perfume invade minhas narinas e tenho vontade de dormir sentindo aquele cheiro maravilhoso.

Travis não me deixa desviar o olhar. Pega o meu queixo e o levanta, me fazendo olhar para ele.

– Fugindo de mim, Court?

– Eu estou com gosto de batata frita.

Ele sorri quando seus lábios tocam os meus.

– Eu adoro batata frita.

–--

Deixei Travis pagar a conta. Eu disse que ia ao banheiro enquanto ele ficou na fila. Passei uma água na nuca no objetivo de diminuir minha temperatura corporal.

– O que você está fazendo com a sua vida, Courtney? - pergunto para o meu reflexo.

Respiro fundo.

Pense nas garotas que ele enganou, digo a mim mesma. Lembre quem ele é de verdade.

Mas era difícil agora. Ainda mais com o gosto da cerveja alemã nos meus lábios me lembrando constantemente do que ele era capaz de fazer.

Saio do banheiro feminino e quando estou para sair do banheiro, atravessando um estreito corredor, esbarro em Will.

– A gente precisa conversar - ele sussurra, me segurando. Seu braço musculoso pressionando-me contra a parede.

– Nós não temos nada para conversar.

– Você sumiu, Courtney. Simplesmente parou de falar comigo, de ficar comigo... O que está acontecendo?

Suspiro. Ele está lindo com uma camisa social branca, provavelmente acabou de sair do hotel do pai.

– Eu não quero ser a outra na vida de alguém. Eu quero ser a única. Isso é algo que você jamais poderá me dar.

– E você acha que vai conseguir isso com Travis? - ele ri. - Se você acha que eu sou ruim, é porque você ainda não o conhece.

– Eu sei quem ele é e do que ele é capaz. Pelo menos com Travis não terei nenhuma surpresa.

– Ele está com Natalie. Ele nunca vai deixá-la.

Respiro fundo. Não sei mais o que dizer. Eu sentia uma atração inexplicável por Will, isso era algo que não podia negar. Tudo o que ele me fez experimentar quando estávamos entre quatro paredes era algo que eu jamais senti em toda a minha vida. Mas eu não podia deixar isso ir adiante, pois eu sabia qual era o próximo passo. Eu não podia me apegar, não podia me deixar envolver, porque se eu deixasse... jamais teria volta. Eu perderia a amizade de Aisha para sempre e tantos outros amigos que eu fiz. Pior: perderia a mim mesma.

– Eu... eu não posso mais, Will. Sinto muito.

Me desfaço do seu aperto e saio de lá. Travis está me esperando na porta do estabelecimento.

– Vou te deixar em casa - ele me diz e eu concordo sem prestar muita atenção.

Se você acha que eu sou ruim, é porque você ainda não o conhece.

O que havia acontecido para que eles se odiassem tanto? Já me indaguei muito sobre isso. Era hora de descobrir.

–--

No dia seguinte, Travis apareceu no colégio. Me mantive longe dele e das perguntas de Charlotte. Disse a ela que a hora que eu cheguei ele já estava indo embora. Não sabia o porquê, mas não queria contar para ela o que havia acontecido.

Treinamos no auditório na aula de teatro para a apresentação que aconteceria no final do mês: a dita releitura de Alice no País das Maravilhas. Depois disso, eu e Enzo fomos para a aula de Laboratório.

O professor tinha nos encarregado de observar a reação dos elementos e escrever tudo no papel e entregar no final da aula. Como Enzo era melhor em química do que eu, ele me falava tudo o que eu deveria escrever.

– Fiquei sabendo de você e do Travis...

Paro de escrever para encará-lo, surpresa.

– Como q...

Paro no meio da frase, adivinhando o nome que ele irá falar:

– Will viu vocês ontem a noite - ele o becker maior. - Síntese.

Volto a escrever.

– Não aconteceu nada - sussurro.

– Análise - Enzo fala. - Eu não quero me meter na sua vida, C. Você faz o que quiser. Só... tome cuidado, sim? Travis é meu amigo, mas não vou deixar ele te enganar como...

Ele para.

– Como ele fez com Charlotte - completo. - É isso que você iria falar, né?

– Como ele fez com várias meninas - ele me corrige -, entre elas Charlotte.

Suspiro.

– Eu sei do que ele é capaz, Enzo. Ele não pode me enganar.

– Eu espero que você esteja certa.

Sorrio para ele para quebrar a tensão da conversa.

– Obrigada pela preocupação - o abraço de lado.

– Algum problema aqui? - uma voz ranzinza nos atrapalha.

– Não, Sr. Ryan - arranco a folha do meu caderno. - Inclusive, nós já terminamos. Será que podemos sair?

Ele pega a folha com desagrado.

– Vocês só podem sair da sala quando bater o sinal.

Por benção divina, o sinal toca assim que ele para de falar. O homem bufa e eu sorrio, vitoriosa.

Eu e Enzo vamos para a área verde, mas ele para no meio do caminho.

– Preciso ir no banheiro - ele tira o dinheiro da carteira e me entrega. - Compra uma Coca pra mim, sim?

Concordo com a cabeça e sigo para onde sempre lanchamos. Lá, encontro todos já reunidos.

– E Enzo? - Charlotte pergunta, sabendo que ele deveria ter vindo da aula comigo.

– Foi no banheiro - explico. - O que vocês vão querer?

Ed pede uma Coca também e Charlotte prefere uma salada de frutas. Os outros meninos não pedem nada, mas Travis pede um hambúrguer. Todos me entregam o dinheiro, mas sem condições de eu pegar tudo sozinha.

– Eu vou com você - Travis levanta do gramado. O repreendo com o olhar, mas se ele percebeu, ignorou.

Para chegar até o refeitório, temos que dar a volta na quadra. No meio do caminho, percebo Travis olhando para os lados e então me empurrar para baixo das arquibancadas.

– O que você está fazendo? - pergunto, exasperada.

Ele sorri maliciosamente para mim.

– Isso.

Seu beijo é urgente, provavelmente porque qualquer um poderia nos ver ali. Mordo seu lábio inferior quando fico sem ar e ele suspira antes de se afastar.

– Você não pode sair por ai me empurrando e me beijando - sussurro.

– Você gosta que eu sei.

Não negaria. Não mentiria.

– Vamos - ele pega minha mão - antes que alguém dê pela nossa falta.

Solto sua mão rapidamente. Ele para de caminhar e me encara.

– O que foi?

– Eu pensei que... bom, tem Natalie. Você...

Ele se aproxima e toca o meu rosto.

– Eu não ligo para ela - ele sussurra.

A falta de sentimento em sua voz me assusta. Ele havia ficado meses com ela e agora, simplesmente, a descartava.

– Mas você deveria falar com ela antes. Não me sinto bem com essa situação...

– Mais tarde eu falo com ela, sim?

Concordo, mas quando ele pega minha mão de novo, me afasto.

– Enquanto isso, nada de aproximação demais - murmuro.

Travis me encara.

– É sério isso?

– Eu não quero ser a outra na vida de ninguém - falo, brava. - Se é esse espaço que você tem para mim, sinto muito, mas não quero fazer parte disso.

– Você jamais vai ser a outra na minha vida.

Então ele me beija, ali, na frente de todo mundo. Há várias pessoas nos encarando - e ele sabe disso - mas não dá a mínima.

Não consigo deixar de sorrir.

– Viu? - ele sussurra em meu ouvido, me puxando para um abraço de lado. - Agora vamos comprar o lanche que eu estou morrendo de fome.

–--

– Você mentiu pra mim.

Depois do intervalo, fui até o banheiro. Não havia visto que Charlotte havia me seguido.

– Do que você está falando? - pergunto, confusa. Se bem que ela só podia estar falando de uma coisa...

– Eu soube que Travis a beijou hoje na frente de todo mundo.

Pronto.

– Quem é q...

– Eu posso não ser a capitã das líderes de torcida, mas ainda sou uma pessoa muito influente.

– Eu... não tinha como adivinhar o que ele faria.

– Ele não desapareceria por uma semana e depois simplesmente voltaria a beijando. Você mentiu para mim, Courtney. Você chegou no Ewer & Oak a tempo e o encontrou.

Não havia mais como mentir. Charlotte descobriu tudo.

– Por que você mentiu? Não quer mais seguir com o plano, é isso?

– Eu não acho que Travis seja uma má pessoa, só isso. As garotas sabem exatamente como ele é antes de ficar com ele.

– A maioria das garotas acredita que o bad boy irá mudar por elas. Até mesmo você - ela suspira -, mas você está errada, Courtney. Travis jamais mudará, nem mesmo por você.

– Eu nunca disse que queria que ele mudasse - disparo. - Sinceramente, Charlotte, não quero brigar com você. Vamos esquecer tudo isso, sim?

– Vai chegar a hora em que você vai se arrepender de ter defendido aquele idiota.

Ela abre a porta do banheiro, brava.

– Não tem problema. Eu sou uma pessoa paciente. Quando ele a deixar de lado, como já fez com tantas outras antes, você sabe onde me encontrar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inside" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.