Sorte de nós dois. escrita por jugil


Capítulo 1
A descoberta.


Notas iniciais do capítulo

Gente espero que gostem,qualquer coisa é só comentar... bjoo



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-Já saíram os resultados dos exames. Está pronta para ouvir? Claro que não, eu não queria ouvir uma má notícia. – Sim doutor, diga- me, eu tenho algum problema?

-Karina você é uma jovem bonita e inteligente, o que eu tenho para te dizer não é nada bom. Você tem leucemia linfoblástica aguda, algo raro para alguém da sua idade. É algo raro para alguém da sua idade apresentar esse tipo de leucemia, o pressupõe que talvez você já tivesse. Ele fez uma pausa e suspirou. – De acordo com os seus exames Karina, você tem pouquíssimas chances devido ao estágio avançado da doença e sem o tratamento correto você terá aproximadamente um ano de vida.

Quando o ouvi falar, senti todo meu corpo adormecer e minha respiração ficar pesada, pareciam que as paredes daquela sala se estreitavam sobre mim, Eu estava em choque, tinha dificuldade em organizar meus pensamentos. Não tinha medo de morrer, sempre tive uma opinião positiva em relação a morte. Todos nós morreremos um dia, e nem por isso estamos esperando esse dia chegar. Mas saber que sua vida está limitada há 365 dias nos faz ter medo da morte, nos faz querer viver.

Começou quando eu tinha 17 anos. No início era só tonteira, depois vieram os enjôos e os desmaios. Meus pais não sabiam o que havia comigo, pensaram que eu estivesse grávida, mas depois descartaram essa possibilidade, afinal eu ainda era virgem (e que idéia, eu grávida?!). Até que um dia pela manhã depois de um leve mal estar, tive uma hemorragia e desmaiei logo em seguida. Nem eu sabia o que tinha. Fui levada para o hospital, mas parecia não que não era nada demais.

Fiquei lá apenas uma noite e depois pude vir para casa. Os médicos disseram que na verdade eu poderia ter tido um distúrbio hormonal devido ao excesso de fadiga, por causa de múltiplas atividades escolares. Apesar de não ter acreditado nem um pouco nesse diagnóstico, nunca mais houve qualquer problema depois que deixei algumas atividades de lado.

Passei o restante do semestre estudando, quase não tinha tempo pra nada. Não podia ir ás festas, porque tinha que ajudar no comitê de limpeza. Minhas amigas sempre me chamavam para ir ao shopping ou na praia, nem sempre eu ia, mas ás vezes arrumava um tempinho.

Morávamos no litoral de Lisboa, numa casa que só de olhá-la, veríamos a história de Portugal no meado século XIX. Meus pais se mudaram para Portugal quando eu tinha 2 anos, mas nunca falavam em voltar ao pais de origem. Sempre tive vontade de voltar e conhecer o Brasil, minha terra natal, afinal, com minha pouca idade eu não tive oportunidade de conhecer nada.

Foi no final de novembro que algo surpreendente aconteceu, e que mudaria minha vida para sempre. Eu estava deitada no sofá quando meu pai me chamou dizendo que alguém queria falar comigo urgente. Levantei correndo e peguei o telefone, quem poderia querer falar comigo tão urgentemente?

-Karina. Ouvi uma voz rouca dizer. – Sou a mãe da Fabi. Falou com um pesar. Não pude deixar de ficar preocupada, então perguntei:

-Algum problema dona Marta? Falei preocupada com sua agonia. Mas era evidente que havia algum problema.

- Karina... Disse engasgando. – Fabi faleceu. Fiquei sem palavras, elas estavam entaladas na minha garganta. Senti as lágrimas inundarem meus olhos. Mas como? Eu não entendia. Minha melhor amiga morreu? Eu não podia ficar ali, calada, tinha que saber como aconteceu e se era realmente verdade, pois eu não acreditava.

-Não pode ser verdade, nós nos falamos ontem a noite. Tentei argumentar.

- Sim Karina, eu sei. Dona Marta tentou dizer. – Mas ontem... Não conseguiu terminar. O mais rápido que pude corri para casa dela, que ficava há dois quarteirões da minha.

Fabi havia sido atropelada, quando voltava do trabalho. Seu funeral foi lindo. Ao redor de seu túmulo ficou um verdadeiro jardim. Dona Marta não me deixou sair do seu lado, afinal eu era a melhor amiga de sua filha.

Quando cheguei em casa, fui direto pro meu quarto, não conseguia comer nada. Sentia- me cansada e triste, as lágrimas desciam como cascata dos meus olhos, Fabi era como uma irmã pra mim, minha companheira e meu apoio de todas as horas. Ela não deveria ter morrido, nenhuma pessoa de bom coração como ela, deveria morrer, Peguei no sono pensando nas pessoas boas e más, nas que morriam e nas que viviam.

Acordei com o rosto inchado e marcado pelas lágrimas que se secaram. Levei um maior susto quando vi meu travesseiro respingando sangue. O que é isso? Será que tive outra hemorragia? Mas por quê?

Mesmo assustada e preocupada com o que havia acontecido, chamei minha mãe para que ela talvez pudesse me dizer. Quando entrou no meu quarto, olhou pra mim e logo depois viu o travesseiro, sua expressão denotava um misto de tranqüilidade e angústia. Olhou para mim com seriedade, como fazia quando ia me chamar atenção e sentou-se do meu lado.

- Karina o que aconteceu?

- Mãe eu não sei, acho que tive uma hemorragia enquanto dormia. Ela olhou o travesseiro e disse:

-Acho que devemos te levar no médico outra vez. Talvez aquele problema tenha voltado.

- Tem certeza. Preciso mesmo voltar àquele hospital? Falei desgostosa.

-Sim, isso não é normal. Falou pensativa. – Se arrume, pois vamos agora mesmo.

Eu não gostava de hospital, não gostava de me sentir mal. Se eu pudesse nunca ficaria doente. Vesti-me devagar, olhando para o tempo, amanhã estava chuvosa, como se os céus estivessem chorando pela morte de Fabi.

Chegamos ao hospital uma hora depois. O médico que me atendeu disse que aparentemente eu estava bem, mas que mandaria fazer alguns exames. Como eu tive uma hemorragia, o primeiro que fiz foi um hemograma completo. Depois fiz outros exames básicos e fiquei esperando pelos resultados.

Minha mãe e eu tomamos café na cantina do hospital. Eu não sentia fome, estava ansiosa para saber os resultados. A meu ver, eu estava bem e queria comprovar minha intuição. Mal sabia eu o que me esperava.

Os resultados saíram e foi aí que eu soube o quanto minha intuição tinha falhado. Minhas expectativas haviam ido por água a baixo. Eu estava muito doente e isso era pouco comparado ao meu fim. Chorei muitíssimo naquela noite. Por que estava acontecendo isso comigo? Eu ainda tinha muito que fazer, eu precisava viver.

Minha família ficou arrasada, meus pais estavam preocupados comigo. Eu estava sob vigilância constante deles, minha mãe principalmente, nem queria me deixar ir á escola sozinha mais. Eu discutia dizendo, que se fosse para eu ficar e casa desse jeito, era melhor ficar internada em um hospital. Eles diziam apenas que era para o meu próprio bem e que estavam seguindo a s prescrições médicas.


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Notas finais do capítulo

Gente muito depre esse cap da fic né?! Mas esse cap é fundamental porq explica toda doença. No próximo já tem a vida dela tomando um rumo diferente, e conhecendo pessoas novas.... Espero por vocês, se gostarem é só pedir bis!!!!



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