Furacão Iminente escrita por Son Killua Liones Hyuuga Gold


Capítulo 3
O labirinto do Coelho


Notas iniciais do capítulo

Oieee, desculpem o atraso, mas tudo anda meio corrido! Msm assim, aproveitem!



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Acordei numa caverna. Estava escuro. Eu senti medo. Muito medo. Até perceber que elas estavam comigo. Quando vi isso, todo o medo que eu tinha se dissipou. Me senti quente, percebi que estava de casaco. Um casaco de pele de corço! E minha perna estava enfaixada. Latejava como nunca. Doía e queimava apesar das folhas de salgueiro tranquilizarem um pouco da dor. Havia uma fogueira acesa:

– Onde está o João?- Perguntei com a garganta ardendo.

– Foi caçar. Você melhorou?

– É, um pouco. Quem teceu esse casaco?

– Eu. Meu Clã me ensinou. - Manuela respondeu.

É mesmo, eu me lembro que no ensinamento das culturas dos Clãs minha mãe me ensinou que o Clã do Panda é o que tem as melhores mãos pra tecer.

Escutei o barulho de alguém chegando.

– E aí? Como ela está?- João perguntou.

– Ela está bem e está acordada.

Ele olhou pra mim:

– Nos deu um belo susto, não?

– Desculpe.

– Tudo bem. A correnteza aumentou porque estava chovendo muito do outro lado. E a tempestade já nos alcançou....- Ele disse apontando à chuva forte lá de fora.

– Puxa! Que chuva!- Gritou uma menina estranha entrando na caverna.

Manuela rapidamente alcançou sua lança e João sua faca.

– Quem é você? - Nicole perguntou dura.

– Calma gente! Vocês estão acampando ao lado do nosso Clã. Só vim oferecer abrigo!- Ela disse erguendo as mãos pro alto em sinal de paz.

– Qual é o seu Clã?- João perguntou sem soltar a arma.

– O Clã do Coelho.- Ao dizer isso, todos largaram as armas na hora. Achei estranho na hora, mas me recordei que o Clã do Coelho é o Clã mais pacífico existente. E são conhecidos pela sua imensa hospitalidade. Eles não aceitam estrangeiros com armas no seu acampamento.

Olhamos uns pros outros e fizemos que sim com a cabeça. A seguimos num temporal com um vento horrivelmente forte. Graças a Deus, o Clã dela era perto.

Quando chegamos lá, a entrada estava vazia e todas as tendas fechadas.

Ela abriu uma tenda vazia e nós entramos. Lá dentro estava tão quentinho e aconchegante. Tão confortável que nem parecia que lá fora, durante a Lua, estava chovendo.

Ela nos trouxe roupas secas e comida, uma fartura de frutas e carne de cordeiro.

– Qual seu nome?

– Bia.- respondeu e fiquei observando sua aparência. Cabelos encaracolados pretos , sua pele era morena e ela falava serenamente. As vezes tão baixo que era pedido que falasse de novo para podermos ouvir. Conversamos bastante, sobre nossos Clãs.

Mas ela ouviu uma estranha agitação lá fora.

– Só um minuto, vou ver o que é.

Assim que ela saiu, Manuela foi espionar por um buraquinho na tenda.

– Essa não! É o Clã do Urso!

Nos levantamos apressados, mas acabei caindo, pois minha perna doeu tanto que não consegui me manter de pé.

– Temos que sair daqui rápido!- Disse Manuela me ajudando levantar.

Saímos pelo fundo da tenda e corremos pela floresta.

– Esperem!- Ouvimos um grito mas não demos atenção. Só continuamos a correr, minha perna queimava, doía, como se estivesse gritando: "Pare pelo amor de Deus, não estou mais aguentando!".

Entramos num lugar escuro e úmido. As densas árvores impediam a passagem das gotas de chuva. Tudo ali parecia ser diferente. E ao mesmo tempo nada era o que parecia.

Passamos numa curva e o túnel de arvores continuava. E assim seguimos correndo; quando nos demos conta, estávamos no meu de caminhos cheios de curvas, retos, subidas decidas.....

– E agora? O que faremos?

– Não sei Nicole. Não sei se estamos perdidos, ou se já passamos por aqui....- João reclamou.

– O que estão fazendo?!- Ouvimos a voz de Bia repreender.

– Fugindo!

– Vocês ficaram loucos?! Entraram no Labirinto do Coelho! Um meio de defesa que usamos sem ser a guerra!

– Labirinto do Coelho? E como saímos daqui?- Manuela exclamou de confusão.

– É simples. Vocês não saem. - Ela falou.

– E onde isso vai dar?

– Do outro lado do vale......

– Espera!- Eu disse me mantendo de pé. - Existe um Clã no meio do labirinto!- Gritei apontando pra fumaça de uma fogueira ao longe.

– É o Clã do Canário. Fizemos uma aliança a uns tempos atrás.

Eu ia responder, mas de repente eu não senti mais a minha perna. Eu tinha me esforçado demais. As folhas de salgueiro deviam ter caído no meio do caminho, deixando o ferimento exposto. Um roxo imenso acompanhado de um corte, que devia ter se aberto quando eu cai.

Murmurei alguma coisa e cai no chão.

– O que ela tem?- Nicole perguntou vindo até mim.

– É o corte!- João exclamou.- Está infeccionando! Temos que chegar rápido ao Canário!

– Mas temos que tampar o ferimento agora!- Manuela falou esfregando raízes do chão na mão.

– São raizes de abeto. Essa pasta vai neutralizar a dor. Mas não curar.

– Então vamos rápido!- Nicole disse pegando um dos meus braços e João pegando o outro. E assim, começaram a correr.

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Eu me sentia tão quente, que mesmo naquele vento horrivel eu queria tirar o casaco que Bia me dera. Um enjoo me abateu de repente e eu mal conseguia abrir os olhos.

– João, ela está muito quente.- Não sei quem disse isso. Não pude distinguir a voz. Então paramos, e Manuela ou Bia foi ver minha perna. Soltei um grito quando colocaram a mão.

– Está muito pior. Já está inchado e não melhorou nem um pouco!

– Analice, aguenta firme! O acampamento do Clã do Canário é logo na frente.

Quando nos aproximamos do Clã do Canário eu senti o maravilhoso cheiro de comida. Parece que apenas o cheiro já me deu novas forças.

– Ajudem! Temos uma amiga ferida!

Alguém do grupo gritou e eu ouvi passos curiosos se aproximando.

– Sou eu! Bia do Clã do Coelho!

– Bia?- Ouvi alguém chamar.

– Thais! Nos ajude! Ela está piorando cada vez mais!

A tal Thais olhou pra mim. Me observou atentamente e depois falou.:

– Levem ela até Chrisalys! A médica do Clã! Ela vai dar um jeito.....

Me carregaram até uma tenda. Tiveram tempo de me por numa dormideira, e depois eu cai no sono.

Acordei com gosto de mel na boca. Era tão bom. Eu já até me sentia melhor. Olhei envolta e vi uma moça jovem fazendo algum tipo de mistura.

– Que bom que acordou. Você acordou algumas vezes em quanto dormia. Chamava por seu Clã. Variou a noite toda, mas pelo menos conseguimos lhe dar alguns remédios.- A voz daquela moça de cabelos ruivos era tão doce que eu me reconfortava naquele som.

– A quanto tempo estou aqui?

– Faz quatro dias que você chegou.

– Quatro dias?!

– Sim. Você estava muito mal. A febre poderia ter ganho a sua vida.

– E meus amigos?

– A zebra e a panda vieram te ver todo dia. O garoto ficou meio apreensivo em te ver. Mas eles estão bem. Já até fizeram amizade com minha prima Thais.

Eu relaxei a cabeça. Estavam todos bem, graças a Deus. Só não entendi porque João ficou "apreensivo em me ver" como ela disse.

– Eu já posso me levantar?- Perguntei sem olhar pra ela.

– Correr e andar vão ser difíceis, mas você pode dar uns passinhos.- Eu ia perguntar se podia sair da tenda, mas Nicole entrou.

– Oi.- Ela sorriu. - Como você está?

– Melhor do que antes, ainda bem.

– Chrisalys, pode nos dar licença por um momento?

– Claro.- E ela saiu.

– O que foi?- Perguntei à Nicole. Ela parecia preocupada.

– Os Ursos entraram no labirinto. É questão de dias até que nos alcancem.

– Temos que ir embora!- Disse levantando dolorosamente.

– Não!- Nicole me disse, empurrando meus ombros pra trás de volta na dormideira.- Você tem que descansar!

Eu não estava a fim de discutir, então deitei sem reagir.

– Chrisalys disse que eu acordei chamando por meu Clã, isso é verdade?

– Sim, várias vezes você acordou nos chamando, gritando pelo Clã do Lince e até mesmo gritou chamando um nome.

– Nome?- Me assombrei.- Que nome?

– Vânia.- Quando ela pronunciou esse nome, senti uma imensa vontade de chorar. "Vânia" era o nome da minha mãe! Resolvi mudar de assunto, pro meu próprio bem.

– E o João?

– Ele não quis te ver. Não o leve a mal. Ele se sente muito culpado.

– Culpado?

– Ele acha que poderia ter visto a enchente e te avisado, disse que poderia ter te segurado e evitado tudo isso.

– Que tolice! É impossível ver quando a enchente vem. Só se ve ela quando ela já chegou!

– Diga isso pra ele então.- Ela murmurou.

– Ainda temos que chegar no Clã da Coruja!

– Fique calma. Lembra que eu te disse que era do outro lado do vale? Este labirinto funcionou como uma atalho pra nós!- Nicole afirmou sorrindo. Eu também sorri. Era um peso a menos pra todos nós


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Notas finais do capítulo

Comentem e me deem forças!



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