Furacão Iminente escrita por Son Killua Liones Hyuuga Gold
Notas iniciais do capítulo
Oieee, desculpem o atraso, mas tudo anda meio corrido! Msm assim, aproveitem!
Acordei numa caverna. Estava escuro. Eu senti medo. Muito medo. Até perceber que elas estavam comigo. Quando vi isso, todo o medo que eu tinha se dissipou. Me senti quente, percebi que estava de casaco. Um casaco de pele de corço! E minha perna estava enfaixada. Latejava como nunca. Doía e queimava apesar das folhas de salgueiro tranquilizarem um pouco da dor. Havia uma fogueira acesa:
– Onde está o João?- Perguntei com a garganta ardendo.
– Foi caçar. Você melhorou?
– É, um pouco. Quem teceu esse casaco?
– Eu. Meu Clã me ensinou. - Manuela respondeu.
É mesmo, eu me lembro que no ensinamento das culturas dos Clãs minha mãe me ensinou que o Clã do Panda é o que tem as melhores mãos pra tecer.
Escutei o barulho de alguém chegando.
– E aí? Como ela está?- João perguntou.
– Ela está bem e está acordada.
Ele olhou pra mim:
– Nos deu um belo susto, não?
– Desculpe.
– Tudo bem. A correnteza aumentou porque estava chovendo muito do outro lado. E a tempestade já nos alcançou....- Ele disse apontando à chuva forte lá de fora.
– Puxa! Que chuva!- Gritou uma menina estranha entrando na caverna.
Manuela rapidamente alcançou sua lança e João sua faca.
– Quem é você? - Nicole perguntou dura.
– Calma gente! Vocês estão acampando ao lado do nosso Clã. Só vim oferecer abrigo!- Ela disse erguendo as mãos pro alto em sinal de paz.
– Qual é o seu Clã?- João perguntou sem soltar a arma.
– O Clã do Coelho.- Ao dizer isso, todos largaram as armas na hora. Achei estranho na hora, mas me recordei que o Clã do Coelho é o Clã mais pacífico existente. E são conhecidos pela sua imensa hospitalidade. Eles não aceitam estrangeiros com armas no seu acampamento.
Olhamos uns pros outros e fizemos que sim com a cabeça. A seguimos num temporal com um vento horrivelmente forte. Graças a Deus, o Clã dela era perto.
Quando chegamos lá, a entrada estava vazia e todas as tendas fechadas.
Ela abriu uma tenda vazia e nós entramos. Lá dentro estava tão quentinho e aconchegante. Tão confortável que nem parecia que lá fora, durante a Lua, estava chovendo.
Ela nos trouxe roupas secas e comida, uma fartura de frutas e carne de cordeiro.
– Qual seu nome?
– Bia.- respondeu e fiquei observando sua aparência. Cabelos encaracolados pretos , sua pele era morena e ela falava serenamente. As vezes tão baixo que era pedido que falasse de novo para podermos ouvir. Conversamos bastante, sobre nossos Clãs.
Mas ela ouviu uma estranha agitação lá fora.
– Só um minuto, vou ver o que é.
Assim que ela saiu, Manuela foi espionar por um buraquinho na tenda.
– Essa não! É o Clã do Urso!
Nos levantamos apressados, mas acabei caindo, pois minha perna doeu tanto que não consegui me manter de pé.
– Temos que sair daqui rápido!- Disse Manuela me ajudando levantar.
Saímos pelo fundo da tenda e corremos pela floresta.
– Esperem!- Ouvimos um grito mas não demos atenção. Só continuamos a correr, minha perna queimava, doía, como se estivesse gritando: "Pare pelo amor de Deus, não estou mais aguentando!".
Entramos num lugar escuro e úmido. As densas árvores impediam a passagem das gotas de chuva. Tudo ali parecia ser diferente. E ao mesmo tempo nada era o que parecia.
Passamos numa curva e o túnel de arvores continuava. E assim seguimos correndo; quando nos demos conta, estávamos no meu de caminhos cheios de curvas, retos, subidas decidas.....
– E agora? O que faremos?
– Não sei Nicole. Não sei se estamos perdidos, ou se já passamos por aqui....- João reclamou.
– O que estão fazendo?!- Ouvimos a voz de Bia repreender.
– Fugindo!
– Vocês ficaram loucos?! Entraram no Labirinto do Coelho! Um meio de defesa que usamos sem ser a guerra!
– Labirinto do Coelho? E como saímos daqui?- Manuela exclamou de confusão.
– É simples. Vocês não saem. - Ela falou.
– E onde isso vai dar?
– Do outro lado do vale......
– Espera!- Eu disse me mantendo de pé. - Existe um Clã no meio do labirinto!- Gritei apontando pra fumaça de uma fogueira ao longe.
– É o Clã do Canário. Fizemos uma aliança a uns tempos atrás.
Eu ia responder, mas de repente eu não senti mais a minha perna. Eu tinha me esforçado demais. As folhas de salgueiro deviam ter caído no meio do caminho, deixando o ferimento exposto. Um roxo imenso acompanhado de um corte, que devia ter se aberto quando eu cai.
Murmurei alguma coisa e cai no chão.
– O que ela tem?- Nicole perguntou vindo até mim.
– É o corte!- João exclamou.- Está infeccionando! Temos que chegar rápido ao Canário!
– Mas temos que tampar o ferimento agora!- Manuela falou esfregando raízes do chão na mão.
– São raizes de abeto. Essa pasta vai neutralizar a dor. Mas não curar.
– Então vamos rápido!- Nicole disse pegando um dos meus braços e João pegando o outro. E assim, começaram a correr.
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Eu me sentia tão quente, que mesmo naquele vento horrivel eu queria tirar o casaco que Bia me dera. Um enjoo me abateu de repente e eu mal conseguia abrir os olhos.
– João, ela está muito quente.- Não sei quem disse isso. Não pude distinguir a voz. Então paramos, e Manuela ou Bia foi ver minha perna. Soltei um grito quando colocaram a mão.
– Está muito pior. Já está inchado e não melhorou nem um pouco!
– Analice, aguenta firme! O acampamento do Clã do Canário é logo na frente.
Quando nos aproximamos do Clã do Canário eu senti o maravilhoso cheiro de comida. Parece que apenas o cheiro já me deu novas forças.
– Ajudem! Temos uma amiga ferida!
Alguém do grupo gritou e eu ouvi passos curiosos se aproximando.
– Sou eu! Bia do Clã do Coelho!
– Bia?- Ouvi alguém chamar.
– Thais! Nos ajude! Ela está piorando cada vez mais!
A tal Thais olhou pra mim. Me observou atentamente e depois falou.:
– Levem ela até Chrisalys! A médica do Clã! Ela vai dar um jeito.....
Me carregaram até uma tenda. Tiveram tempo de me por numa dormideira, e depois eu cai no sono.
Acordei com gosto de mel na boca. Era tão bom. Eu já até me sentia melhor. Olhei envolta e vi uma moça jovem fazendo algum tipo de mistura.
– Que bom que acordou. Você acordou algumas vezes em quanto dormia. Chamava por seu Clã. Variou a noite toda, mas pelo menos conseguimos lhe dar alguns remédios.- A voz daquela moça de cabelos ruivos era tão doce que eu me reconfortava naquele som.
– A quanto tempo estou aqui?
– Faz quatro dias que você chegou.
– Quatro dias?!
– Sim. Você estava muito mal. A febre poderia ter ganho a sua vida.
– E meus amigos?
– A zebra e a panda vieram te ver todo dia. O garoto ficou meio apreensivo em te ver. Mas eles estão bem. Já até fizeram amizade com minha prima Thais.
Eu relaxei a cabeça. Estavam todos bem, graças a Deus. Só não entendi porque João ficou "apreensivo em me ver" como ela disse.
– Eu já posso me levantar?- Perguntei sem olhar pra ela.
– Correr e andar vão ser difíceis, mas você pode dar uns passinhos.- Eu ia perguntar se podia sair da tenda, mas Nicole entrou.
– Oi.- Ela sorriu. - Como você está?
– Melhor do que antes, ainda bem.
– Chrisalys, pode nos dar licença por um momento?
– Claro.- E ela saiu.
– O que foi?- Perguntei à Nicole. Ela parecia preocupada.
– Os Ursos entraram no labirinto. É questão de dias até que nos alcancem.
– Temos que ir embora!- Disse levantando dolorosamente.
– Não!- Nicole me disse, empurrando meus ombros pra trás de volta na dormideira.- Você tem que descansar!
Eu não estava a fim de discutir, então deitei sem reagir.
– Chrisalys disse que eu acordei chamando por meu Clã, isso é verdade?
– Sim, várias vezes você acordou nos chamando, gritando pelo Clã do Lince e até mesmo gritou chamando um nome.
– Nome?- Me assombrei.- Que nome?
– Vânia.- Quando ela pronunciou esse nome, senti uma imensa vontade de chorar. "Vânia" era o nome da minha mãe! Resolvi mudar de assunto, pro meu próprio bem.
– E o João?
– Ele não quis te ver. Não o leve a mal. Ele se sente muito culpado.
– Culpado?
– Ele acha que poderia ter visto a enchente e te avisado, disse que poderia ter te segurado e evitado tudo isso.
– Que tolice! É impossível ver quando a enchente vem. Só se ve ela quando ela já chegou!
– Diga isso pra ele então.- Ela murmurou.
– Ainda temos que chegar no Clã da Coruja!
– Fique calma. Lembra que eu te disse que era do outro lado do vale? Este labirinto funcionou como uma atalho pra nós!- Nicole afirmou sorrindo. Eu também sorri. Era um peso a menos pra todos nós
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