The Big Four - A Nova Geração escrita por Excalibur


Capítulo 28
Corredores Assombrados e Bonecas Mentirosas


Notas iniciais do capítulo

E aí, estão gostando do rumo da história?
~~Abaixa e levanta as sobrancelhas
bjkssssssssssss
Excalibur



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— Tem certeza disso? — Merida perguntou pela milésima vez, se referindo à segurança do local.

— Eu já te meti em alguma furada, Ruiva? — Falei dando uma pequena risada, mas me esforçando para manter o tom de nossa voz baixa.

— Idiota. — Ela resmungou me dando um pequeno encontrão e passando os olhos rapidamente pelo grande cômodo. Virei minha cabeça para trás, no intuito de acompanhar o que Merida observava.

Logo Rapunzel e Soluço entraram no meu campo de visão, ambos se esgueirando calmamente para um corredor interno.

— Eles estão estranhos. — Ela comentou, apoiando o arco no ombro e me encarando séria.

— Eles estão irritados. — Eu a corrigi, dando ênfase à última palavra. — Sabem que estamos escondendo algo.

— Não estou escondendo nada, estou tentando entender essas coisas, pra depois poder explicar para eles. — Ruiva disse irritada, gesticulando com a mão e me olhando com um olhar severo. — Eu ouvi uma conversa estranha no castelo, algo sobre Norte estar doente.

— Não ficamos doentes. — Eu respondi logo, acompanhado de uma risada.

— É foi o que eu pensei também. — Nos  encaramos por alguns segundos, um tentando descobrir o que se passava na cabeça do outro.

— Jack? — A voz de Punzie soou, ecoando várias vezes antes de parar.

— Merda, vai lá ver, garoto. — Merida reclamou. — Já devem estar perdidos.

Suspirei e caminhei até o corredor onde eles tinham sumido. O lugar por si só era úmido e frio, então não parecia nada estranho o piso escorregar  um pouco.

— Jack? — Ela perguntou de novo, dessa vez vindo por um dos corredores secundários do lugar.

Por algum motivo, me detive bem na hora que abri a boca para falar. Algo parecia errado, e o pior é que eu não estava sentindo nada.

Dei um pequeno impulso para cima e comecei a flutuar, não queria que soubessem onde eu estava pelo sim dos meus passos.

Fui virando pelos corredores a medida que o vento me guiava, e logo ele parou de me empurrar pelos lugares. Eu me encontrava bem no meio do salão com o globo de Breu. Não havia nada, nem ninguém.

— Ei, cabeção, já achei os perdidinhos. — Merida disse com seu tom de voz normal. O som vinha do corredor bem a minha frente, o que levava para o lado de fora.

A garota não veio para a luz, mas eu podia ouvir Punzie e Soluço conversando e rindo baixinho.

Assim que dei um passo na direção deles, o barulho de alguém ofegando e correndo chegou aos meus ouvidos. Do corredor por onde eu vim, uma Punzie nervosa e de olhos assustados surgiu.

Sem pensar duas vezes, girei meu cajado na mão e lancei uma rajada de gelo na direção das vozes que ouvi antes, e rapidamente andei até lá. A escuridão não me permitia enxergar direto.

— Jack, eu fiquei tão assustada, ficava ouvindo vocês me chamando. — A garota disse, olhando em volta e me analisando dos pés à cabeça.

— Pode me dar uma ajuda? — Perguntei inclinando a cabeça para o corredor, me referindo ao escuro.

Com um simples aceno de cabeça a menina começou a murmurar uma canção, e logo seus longos fios de cabelo começaram a brilhar.

Punzie os arrumou em seu braço como se fosse um cobertor enorme e se posicionou ao meu lado, esperando que eu me movimentasse com ela.

Seguimos pelo corredor vazio, com as sombras pouco a pouco se dissipando por causa da luz da menina. O gelo que disparei se encontrava espalhado em vários fragmentos no chão, o que me deixou na dúvida de eu acertei algo que escapou ou então só bateu na parede e se quebrou.

Meio relutante, acabei indo até o final do túnel, onde a abertura para fora estava coberta de múltiplas placas de metal. Havia pequenas brechas, mas nada que fosse suficiente para alguém passar.

Meu olhar pousou em uma boneca russa que estava no chão. Franzi as sobrancelhas e lancei um olhar questionador para Punzie. Aquela era a boneca de Norte.

Andei até ela e a rodei em minhas mãos, para ver se não tinha nada errado ou fora do lugar.

— Tem alguma ideia de como isso parou aqui? — Perguntei ainda sem tirar os olhos do objeto.

— Não. — A garota fez uma pequena pausa, trocando o peso de um pé para o outro. — Será que tem algo a ver com o cara que morava aqui antes?

— Duvido muito. Breu não é muito de fazer essas brincadeirinhas de assombração. — Neguei com a cabeça, rodando a boneca e inspecionando seu interior.

— Jack, tem uma coisa que eu não te contei. — Ela disse dando uma passada grande e se aproximando de mim.

Mesmo que eu tenha a ouvido, suas palavras não pareciam fazer sentido, pois simplesmente entraram por um lado e saíram do outro.

Minhas mãos abriam camada por camada rapidamente, até que só sobrou uma. Com um tapa que eu realmente não esperava, Punzie a tirou da minha mão e a segurou próximo do corpo.

— Espera Jack, eu ... — Ela começou a falar, mas do mesmo jeito que havia tirado a boneca de mim, eu a arranquei de suas mãos, abrindo a última camada.

O centro de Norte havia desaparecido, e uma palavra estranha ocupava o seu lugar. Desviei o olhar lentamente para Punzie, com dúvidas até sobre a veracidade da menina.

— O que você fez ? — perguntei com a voz cheia de raiva. Meu corpo não vibrava com ela sensação tinha muito tempo.

— Eu não fiz nada! — Ela exclamou cerrando as mãos e batendo o pé forte no chão. — É o único que pode descobrir os mistérios sozinho?

Por algum motivo, suas palavras surtiram efeito em mim, e com um suspiro frustrado eu estiquei a boneca para ela.

— Eu conto o que sei, desde que você e Merida sejam transparentes comigo e Soluço. Sem segredos, Jack. — A Lourinha exigiu, com o mesmo olhar sério de antes.

— Certo, vamos achar os outros. — Disse vencido, com milhares de pensamentos na cabeça.

— A palavra significa ilusão. — Punzie afirmou após uns segundos de silêncio. — Acha que Norte tentou pegar a boneca de volta?

— Não, o centro dele não é esse. — Respondi rápido, sem nem pensar em minhas palavras.

— E você acredita nisso depois de tudo que aconteceu? — A garota perguntou, com os olhos igualmente confusos.

Não soube responder a sua pergunta. Eu passei a vida toda acreditando estar do lado certo, mas os acontecimentos recentes me fizeram repensar meus conceitos.

Por mais que eu odiasse admitir, Ceifadora podia estar certa.

Até que ponto os Guardiões iriam para proteger a si mesmos ?


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