The Big Four - A Nova Geração escrita por Excalibur


Capítulo 20
Yetis Sentimentais, Garotos Gatos e Salas Esquisitas


Notas iniciais do capítulo

Oieeeee voltei
Estou feliz q estou conseguindo escrever com certa regularidade, é uma conquista.
Sobre a atualização dos caps: Ignorem, só estou corrigindo uns erros. Não sei se já comentei, mas tenho transtorno de déficit de atenção e uma leve dislexia, então troco muitas letras e palavras. Sou mestre em escrever "moco" querendo falar "como".Troco muito "d" com "t" e 'f" com "v' também. E quando leio para revisar passo batido pelos erros. Se acharem algo bizarro podem falar, que eu agradeço.
Até,
bjks lokas, Excalibur



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Capítulo 19

 

  Todos estavam quietos dentro do quarto e o silêncio já estava começando a me irritar, queria sair xingando e atirando flechas na Ceifadora. Pelo menos temos uma pista agora, e esse será o nosso começo. O fato é que, não confio em quem quer que tenha nos dado a boneca da garota, só sei que fico agradecida; Posso chamá-la de surtada sem me sentir culpada. Qualquer um que tenha o Centro “Insanidade” é uma pessoa surtada. Ah, caguei.

  Hic estava com a boneca em mãos, analisando cada pedaço dela, a procura de alguma outra inscrição ou algo assim. Já Punzie, ela estava encostada na parede e abraçava os joelhos. O Albino estava ao seu lado, pensativo e com a cara fechada. Soltei um resmungo e dei um pulo, me desprendendo baixo astral que o quarto estava.

— Vamos ficar aqui com cara de cú ou vamos fazer alguma coisa? Se entendi bem, o objetivo é pegar o cilindro e depois descobrir onde essa maluca está. É complicado? — Perguntei mal humorada, encarando a todos com minha melhor cara irritada.

Soluço abriu um de seus melhores sorrisos, e eu o xinguei mentalmente por ter me feito sorrir também. Idiota.

— Ela está certa, ficar prolongando não vai dar em nada. Temos que seguir com o plano. — Suas palavras surgem efeito instantâneo em Punzie e em Frost, o que me irrita. O que Soluço faz é basicamente repetir o que eu falo só que com palavras bonitas e um sorriso mais bonito ainda. O que eu acabei de pensar? Só pode ser alguém de sacanagem com a minha cara. Lá no céu alguém não gosta de mim, e aposto que é a minha avó. Maldita velhinha esclerosada.

— Só temos que tomar cuidado, se a Fada nos ver o assunto com certeza vai passar a ser público. — Frost disse se levantando e estendendo a mão para Punzie fazer o mesmo. Franzi as sobrancelhas e fechei um pouco os olhos. Que intimidade esse Albino tá achando que tem com ela? — Temos também qu... — O garoto foi interrompido, pois um Chewbacca batia na porta.

  Suspendi minhas mangas imaginarias e a abri. Phill estava do outro lado, aquele Yeti que andou comigo e Soluço pelo castelo. Ele estava com as duas mãos escondidas nas costas, o que me deixou apreensiva. O mesmo emitiu um resmungo, e eu olhei para Hic, esperando uma tradução. O garoto segurou uma risada, e eu não entendi porra nenhuma.

— Phill está com medo de você, porque o ameaçou dizendo que ia enfiar o Jack no traseiro dele. — Ele disse e todos seguraram o riso. Eu passei a mão na cara e me virei para o Chewbacca de novo, era só o que me faltava, um Yeti sentimental.

— Se liga, Phill, eu não vou enfiar o Jack no seu traseiro, falei aquilo porque você estava me irritando. — Respondi segurando a raiva e imaginando que estava dando a explicação para uma criança. Assim que terminei de falar ele emitiu outro resmungo, e olhou para o chão.

— Ahn, ele disse que quer te dar um presente de desculpas. — Soluço traduziu já entre risadas. Assim que terminou de falar o Yeti se ajoelhou e tirou as mãos das costas, fazendo um barulho parecido com  “Tah Daaaaaah” e revelando umas três flores murchas com as raízes penduradas e um pouco de grama. Quando abri a boca para falar, trompetes começaram a tocar desafinados e dois duendes saíram de trás dele e começaram a rodar no próprio eixo, tudo isso enquanto tocavam.

— Mas que porra foi essa? — Perguntei olhando aquilo tudo muito, muito chocada. Punzie estava admirada, com as mãos no rosto, e Soluço e Jack riam de chorar.

— Pelo visto tem um admirador não tão secreto. — O Albino disse, me deixando vermelha de raiva.

— Quer saber, mudança de planos, vou enfiar o Phill na tua bunda, Albino. — Disparei quase explodindo. O Chewbacca abaixou a flor e a deixou cair no chão, enquanto várias lágrimas escorriam pelo seu rosto, assim como um pouco de meleca do seu nariz. Os duendes estavam ainda rodando e tocando os pequenos e insuportáveis trompetes, eu queria poder dar um bico neles. Phill olhou para os lados e pegou um duende com cada mão, e um serviu de lenço para os olhos, e o outro para o nariz. Mesmo assim eles ainda tocavam aquelas merdas desafinadas.

— Okay........................ — Eu disse dando um pequeno empurrão na porta com o pé, e ela se fechou lentamente, isolando o show de horrores que acabei de presenciar.

  Nos próximos dez minutos tive que ouvir Punzie falando que estava com pena de Phill, e como eu tinha sido grossa. Na verdade, até que agora a cena foi até que engraçada, embora extremamente bizarra. Discutimos um pouco mais e a decisão ficou nas mãos de Jack, já que ele conhece os Guardiões muito melhor que qualquer um de nós três.

 Como a Fada estava completamente focada nos problemas do cristal, não ia nem se tocar se nós déssemos uma fugidinha. O idiota do Albino nem nos esperou, simplesmente pegou Punzie no colo que nem uma princesinha e saiu voando. Genial, fiquei sozinha com Soluço de novo. Valeu vovó, valeu. Amo a senhora também.

Velha escrota do caralho.

  Acabou que Banguela foi nosso meio de transporte, e logo chegamos ao castelo da Fada. Tivemos que passar por um daqueles portais muito loucos, o que me deu vontade de vomitar, como se minha pressão tivesse baixado e subido muito rápido. Tive que segurar em Hic um pouco mais forte, e o idiota tirou uma das mãos de Banguela para por sobre as minhas.

 

 

 A construção era completamente diferente da de Norte. Começando pelo tamanho, que era bem menor, e ela não parecia uma fortaleza, e sim um castelo de princesa. Antes de pousarmos, o Dragão-Gato deu uma volta completa no lugar, e pousou bem na entrada. Os portões logo se abriram assim que Jack encostou a ponta do cajado neles, e eu me senti no mundo mágico da Barbie dentista. Pilhas e pilhas de dentes estavam espalhados por aí, e tudo era roxo, rosa e dourado.

  Algumas fadinhas faziam os delicados cilindros, e outras tinham a chata missão de colocar cada dente no cilindro certo.

  Jack deu uma tossida falsa, nos tirando dos devaneios.

— É melhor alguém ficar por aqui, se a Fada chegar temos que ter uma boa desculpa. — Punzie se voluntaria, e a deixamos com Banguela.

  O caminho até onde a Fada guarda os cilindros foi silencioso, mas foi quebrado pelo barulho metálico de várias coisas rolando pelo chão. Fiquei alerta. Meus sentidos não poderiam estar me enganando assim, mas a principio os meninos não pareciam ter notado. O Albino nos guia por uma pequena ponte, que dá em uma enorme porta dupla e dourada. Gravado na porta tinha a silhueta da mesma, com os braços e asas abertas.

— Temos que nos apresar, achar o cilindro sem o nome vai ser complicado. — Porém, assim que ele abre a porta somos acertados por uma enxurrada de cilindros. Não vi o que aconteceu com os garotos, pois estava muito ocupada gritando e tentando me agarrar a qualquer coisa que desse. Com a força dos objetos metálicos tive que dar vários passos para trás. Logo procurei o chão e não o encontrei, mergulhando no espaço que tinha dos lados da pequena ponte.

   A massa de cabelo ruivo impedia de ver o que estava acontecendo lá em cima, até que senti alguém segurar o meu pulso muito forte, e fui puxada para o lado. Assim que toquei o chão levei a mão até o pulso, para segurar quem quer que tivesse me salvado. Óbvio que sabia que era Soluço. Assoprei os cabelos da frente da minha cara e me levantei num pulo.

 — Olha aqui Soluço, você tem meio segundo pra me largar. — Eu disse com a voz carregada de nervosismo, até saiu um pouco mais fina. Ele solta o meu pulso, mas não fala nada. — Não me diga que você se mago... — Me interrompi assim que virei e não o encontrei do meu lado. O garoto que estava ali devia ter uns dezoito ou vinte anos, e era muito gato. Olha que eu cago e ando para esse tipo de coisa, mas socorro, o cara era lindo. Suas roupas eram completamente escuras, e em uma de suas mãos ele carregava um cilindro.

— Ei, por que está segurando um desses? — Perguntei estreitando os olhos. — E quem é tú, criatura?

  Como resposta ele só abriu um grande sorriso e saiu correndo. Mas que porra.....? Puxei o ar com força e saí correndo atrás dele. Me considero uma pessoa com porte atlético, gosto de esportes e estou sempre me exercitando, mas admito, aquele garoto estava me dando uma surra. Eu o segui por um longo corredor, e ele deu uma guinada para a esquerda, chegando em em secundário. Virei atrás dele já preparando um soco, mas encontrei o lugar vazio. No final do local tinha mais uma daquelas enormes portas duplas, toda dourada também. Dessa vez, nada havia sido entalhado em sua superfície.

  A encarei por alguns segundos, e voltei o olhar para o corredor principal que eu tinha vindo. Não faço a mínima ideia de qual é o caminho de volta até os garotos. Suspirei e andei até a tal porta dourada. Não havia maçaneta nem nada que a abrisse, então por instinto, a toquei com a palma da mão, sentindo seu material frio. A porta respondeu ao meu toque imediatamente, e quando meus olhos vasculharam a sala, dei um passo para trás, surpresa.

  O lugar a minha frente não era grande, tinha a forma cilíndrica e estava completamente destruído. O tapete peludo e vermelho que cobria o chão estava rasgado em várias partes, o papel de parede dourado estava escuro e os quadros nas paredes eram mais farrapos pendurados. Não havia mobília e nem ninguém. O que aquele garoto queria me trazendo aqui? Será que o filho da puta que fez isso? Engraçado, ele não parecia ser uma pessoa ruim.

   Socos na claraboia perto do teto me trouxeram de volta a realidade, e pisquei os olhos, confusa. Agora o cômodo estava impecável. Nada de tapete rasgado ou quadros detonados. O silencio reinava. Atrás de mim a porta se fechou, sozinha e suavemente. Que caralhos é isso?

  Voltei o olhar para um pedestal que estava bem no meio da sala, em destaque. Tinha um livro sobre ele, que era enorme e coberto de vários símbolos estranhos. Me aproximei e toquei de leve sua capa. E tão rápido quanto tinha se transformado, a sala voltou a ser destruída. Franzi a testa e olhei mais atentamente o livro, pois um dos pequenos símbolos que cobriam a capa era familiar, embora não conseguisse lembrar. Com um tapa, fui folheando o mesmo, e encontrei várias páginas faltando.

Balancei um pouco a cabeça, com os olhos fechados, até que ouvi de novo os socos na claraboia, dessa vez mais forte ainda. Ao abrir-los de novo, encontrei a sala arrumada. Dei um grito interno, por estar tão confusa.

Só que os socos não pararam,  logo pequenas rachaduras apareceram pelo vidro, e vi o reflexo de olhos prateados. O que essa maluca faz aqui?!

Tirei o livro do pedestal e arrebentei uma fina fita que o prendia ali, e com a rapidez de um piscar de olhos, ela voltou a sua forma arrumada.

— Sala estranha da porra... — Comentei enfiando o livro embaixo de um dos braços e olhando pela claraboia. Um dos vidros tinha se soltado e se espalhado pelos ares. Alguns fragmentos provocaram pequenos cortes em mim, mas não é como se eu ligasse.

O silencio gritava em meus ouvidos, e do nada uma forte lufada de ar entrou, arrancando os quadros das paredes e quase me fazendo cair. Agarrei o livro e fiz a única coisa que poderia ter feito, saí correndo. O vento atrás de mim parecia ganhar cada vez mais velocidade, e eu não queria que ele me alcançasse, não sei porquê.

Meus cachos balançavam de um lado para o outro, e minha expressão devia estar desesperada. O que eu poderia fazer contra o vento? Com certeza jogar um tijolo em chamas não ajudaria de nada. Uma pena. Já com a irritação muito acumulada, fiz a única coisa que restou, muito contrariada.

— SOLUÇO! — Gritei tropeçando nos meus próprios pés. — SOLUÇO! FROST! — Gritei novamente, já recobrando o equilíbrio.

Pela primeira vez a vida coopera comigo, e vejo bem no final do longo corredor os dois  garotos andando por entre o mar de cilindros. Ambos os idiotas abrem um sorriso ao me ver gritando e correndo, mas logo ficam sérios quando veem o vento derrubar as coisas e arrancar tudo da parede. Jack segura forte o cajado, e Soluço começa a correr em minha direção. Ele é estúpido? É pra correr para o outro lado!

Ele agarra o meu braço e volta a correr, meio que me puxando. Sério que ele fez isso só pra me ajudar a correr? Pelo amor de Deus...

A expressão de Frost estava congelada, como se ele não entendesse o que estava vendo. Eu e Hic passamos por ele, mas o IDIOTA continuou parado e com cara de paisagem, enquanto o vento avançava. Soltei Hic e puxei a gola da sua camisa com força, para que ele se aproximasse.

— PUNZIE! ACHA ELA! — Gritei o soltando de novo e correndo até o Albino. Ele segurava o cajado agora com as duas mãos, um pouco acima da cabeça. Eu gritava com ele, para irmos logo. O livro parecia pesar toneladas, e o vento era tanto que dificultava minha respiração. Assim que toquei o ombro do garoto com a mão livre, ele bateu com toda força o cajado no chão, provocando uma onda fria. Como se tivesse forma, o vento foi congelado, e parecia uma nuvem enorme e invisível.

Jack arfava, e se apoiou no cajado, caindo de joelhos.

— NÃO TEM TEMPO NÃO! — Gritei o arrancando dali e fazendo o caminho para a saída. Mesmo com o silêncio do local, o meu coração produzia um barulho tão alto que parecia tambores. Espera, esse não é o meu coração. Olhei para trás e vi que a “nuvem” congelada parecia vibrar, fazendo o chão tremer de leve. Frost meteu a mão no bolso e pegou um daqueles globos de neve e o segurou firme.

  Do lado de fora vi Soluço tentar acalmar Banguela, que parecia querer sair voando de qualquer jeito.

— VAI LOGO! VAI, VAI, VAI!  — Gritei acenando com a mão livre. Os olhos do menino encontraram os meus, mas logo ele olhou para algum ponto atrás de mim, e abriu a boca, chocado.

  Punzie apareceu e começou a puxar o braço de Soluço, para que ele subisse no dragão. Ele estava imóvel, alternando o olhar entre mim e a “nuvem”. Acompanhei o seu olhar e dei um pequeno grito assustado. O treco gigante agora estava completamente escuro, como se fosse sombras. Quando olhei de volta para os dois vi que Punzie já estava montada e puxava Hic para subir também.

  Jack passou um dos braços pela minha cintura e me virou, me deixando de frente para ele. Não esperei um convite formal não, abracei o seu pescoço e com mais alguns passos saímos voando. Como estava de frente para a coisa, vi quando a camada de gelo estourou, derrubando algumas paredes do castelo. Um pouco abaixo de nós vi Banguela planando desgovernado, pois não estava tão acostumado assim a voar. Num movimento rápido Frost jogou o globo no ar, mas o FILHO DA PUTA do vento o arremessou para o lado. Soluço viu e foi rápido também, desviando a rota de Banguela, para que o globo os acertasse.

Assim que tocou o dragão o portal se formou, os engolindo. O Albino me segurou um pouco mais forte e mergulhamos nele também.

Minha última visão foi a fumaça negra se misturando com as nuvens cinza e desaparecendo aos poucos.

A Fada ia nos matar.


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Notas finais do capítulo

Muitas bjks e vamo q vamo
;3



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