Era uma vez ... escrita por Aniie Granger


Capítulo 25
Não acredito ! 1° encontro


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas , tudo bem ? Desculpem a demora , bloqueio criativo :(
Porém hoje espero agradar com esse capitulo meio grandinho :)
Boa leitura :)



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– E ai , vai me contar?- perguntou Julia assim que o sinal bateu dando fim as aulas do dia .

– Claro , o que quer saber?- perguntei desinteressada

– Por que você mudou de lugar no quarto horário ?- Perguntou virando-se para mim – tá com raiva de mim ou algo assim?

– Você ‘tá de TPM?- preguntei brincando , mas parei vendo a cara de séria dela – Não Juju eu não ‘tô com raiva de ninguém , que coisa infantil.

Ela suspirou , sorriu e caminhamos em direção á porta da sala , lá topamos com Artur e Henry , conversando e rindo , tadinho do Henry , nem lembrei que hoje era seu primeiro dia aqui .

– E ai ? Como foi o seu primeiro dia nesse inferno particular?- perguntei brincando

– Mais calmo do que pensava ... A claro tirando uma parte , sabe , no recreio que um pedaço de gente trombou com 2 muralhas porque aquilo foi hilário !– Disse me provocando rindo

Mandei a língua pra ele e saímos em direção as escadas , descemos em meio o amontoado de alunos e seguimos para a portaria ,lá , saímos e fomos em direção a uma calçada perto do estacionamento , era comum nosso ficar de vez em quando lá depois da aula .

– O que estamos fazendo aqui ?- perguntou Henry

– A gente costuma ficar aqui de vez em quando – respondeu Artur , Henry consentiu com a cabeça e sentou-se junto de nós , batemos um papo , ouvimos umas músicas e brincamos bastante , até eu receber uma mensagem :

De : Papai

Para : Valentina Malfoy

Filha avisa ao Henry que ele almoçará aqui em casa com a gente a pedido de Greta okay? Volte com seu irmão que está esperando vocês no estacionamento , sua irmã já está lá . Beijão

Suspirei ao ler a mensagem , joguei o telefone na mochila e olhei para o estacionamento , lá estava meu irmão , porém Lu , ao contrário do que o papai disse , não estava lá . Olhei para Henry e lhe dirigi a palavra :

– Henry , sua tia pediu para você ir almoçar com a gente hoje , e Miguel esta nos esperando .

– Vamos então – disse , dando logo em seguida, um tchau pros amigos e parando ao meu lado , mandei um beijo no ar para eles e seguimos para o carro .

– Cadê a Lu? Papai disse que ela estaria aqui.- perguntei assim que cheguei ao carro , antes porém dando um beijo em Miguel

– E ela deveria.- confirmou meu irmão que parecia irritado- porém ela não chegou até agora e eu já mandei várias mensagens e ela só diz okay– respondeu meu irmão tentando inutilmente imitar a voz de Lu.

– Hum – comentei desinteressada , assim que avistei um cabeleira morena correndo até nós percebi que era ela , entrei no carro no banco de trás , pra evitar contato direto , sim eu sou infantil , mas ela é mais .

Ela discutiu com Miguel por um tempo e por fim , bufando, entrou no carro , também atrás , logo após os garotos na frente e por fim fomos pra casa , no caminho coloquei um fone e fui escutando músicas ignorando o mundo lá fora (Todo mundo já fez isso confessem )assim que abri minha playlist e acabei me decidindo por uma música brasileira não muito conhecida.

“Moça, sai da sacada

Você é muito nova pra brincar de morrer

Me diz o que há, o que que a vida aprontou dessa vez”

...

“Moça, não olha pra baixo

Aí é muito alto pra você se jogar

Vou te ouvir, e tentar te convencer

(Somos programados pra cair)”

...

“Moço, ninguém é de ferro

Somos programados pra cair”

É eu sei a letra é MEIO triste , mas a sociedade em si é triste e considerados loucos são aqueles que dizem isso com todas as letras , nesse caso , em todas as letras , melodia ...

Ouvi umas outras , sem dar muita atenção , encostei-me á janela e fiquei observando a paisagem ao redor , Nova York minha linda e amada NY , mesmo saboreando da vista da linda cidade em que vivo , comecei a divagar o porque de estarmos ali .

Eu era bem pequena , precisamente 2 anos , vivia feliz com mamãe , papai e Miguel e estes também pareciam felizes , vivíamos no Brasil na capital mineira : Belo Horizonte , porém tínhamos planos para irmos para Porto Alegre , que sempre foi a paixão minha e de mamãe , seu nome era Maia , tão linda , tinha os olhos mais verdes que chegavam a doer se olhássemos muito fixamente , cabelos loiros escuros caídos em cascatas onduladas , não muito grande na altura do ombro mas parecia sempre lindo , alegre como a própria se mostrava , era jovem para ter 2 filhos , nos amava incondicionalmente (pobre de mim , tão iludida ) papai e mamãe era o casal que eu queria seguir o exemplo e eu via nos olhos de cada um , que havia mais amor lá do que qualquer outra coisa , passamos por muita coisa até estabilizarmos nossas vidas , mas mesmo esses momentos eram os mais felizes lembro me vagamente de que quando criança , ainda nessa época, mamãe colocava a mim e Miguel em dois tanques de lavar roupa cheios de água e nos fazíamos a festa , como se fossem os 6 números sorteados da loteria ... Essa é a magia da inocência de uma criança...

Seriamos felizes até acontecer o que mais nos chocou , mamãe estava grávida novamente , parecia preocupada mas logo passou (ou pelo menos aparentou passar )e meses depois nasceu uma menininha gordinha , branquinha que nem neve , com grandes olhos verdes e cabelos castanho mais claros que o meu . Todos nos apaixonamos por aquela bebê e mamãe parecia a pessoa mais feliz do mundo uma família feliz e unida . A menininha fora nomeada Luiza , que significa lutadora .E foi ai que aconteceu o que mais nos surpreendeu , depois de 6 meses Lu , saudável e forte , mostrava-se cada vez mais sapeca , mamãe não agia diferente nunca .Sempre sorrindo , até que um dia mandou-nos ,os três pirralhinhos, para a casa de titia , na cidade de Ouro Preto , uma cidade próxima de BH e não deu noticias por uma semana , nem ela nem papai , titia parecia sempre esconder as coisas da gente , acho que para não nos ver sofrer .

Um semana depois papai buscou-nos na casa de titia , ele parecia horrível , parecia não ter dormido a alguns dias , porém nos recebeu com abraços e beijos calorosos , fomos para casa , numa pequena distancia , já que as cidades são bem próximas , todos calados , só se ouvia Lulu fazendo barulhos que bebês fazem , de resto um silencio absoluto e chato . Assim que chegamos procuramos por mamãe , não a achando fomos perguntar a papai :

– Papai – começou eu receosa

– cadê a mamãe ?- completou Miguel com a voz chorosa

– A mamãe ‘tá brincando de esconde –esconde – respondeu papai segurando as lagrimas , que só anos mais tarde percebi que continha.

– e quando ela volta? – perguntei

– Eu não sei – disse nos abraçando e logo após virando-se pra Lu e deixando cair uma única lágrima .

Naquela época eu ainda não sabia , mas mais tarde vim a descobrir que esse esconde -esconde poderia ser eterno .

Não percebi que deixei lágrimas tímidas cair , assim que notei limpei rapidamente , odiava chorara ainda mais na frente das pessoas , Lu pareceu não perceber já que estava no outro extremo do carro também encostada na janela , os meninos parecia absorvidos em uma conversa pra prestar atenção em algo .

O caminho pra casa nunca fora tão longo .

...

Assim que chegamos subi , troquei de roupa e desci todos já se encontravam á mesa , sentei-me ao lado de meu irmão , percebi que Greta não estava , e num silencio comemos e cada um foi fazer suas obrigações . Subi , fui em direção ao meu quarto porém fui parada por Miguel no corredor que me deu um abraço , e saiu como se não tivesse feito nada , fiquei perplexa , será que ele viu? Ai meu Deus ,Valentina sua burra ,é claro que ele viu, você nunca fica calada , ele deve ter notado , mesmo sabendo que meu irmão presenciara um momento de fragilidade meu , sorri ,ele agiu da melhor forma possível , apenas me deu um abraço e saiu , sem perguntas e sem frases feitas como “Tudo bem “ , “você é forte” e etc , porque nós sabemos que isso não irá acontecer ,não vai ficar tudo bem , dúvidas nos cercam e nos fazem pensar em cada teoria , das mais prováveis para as absurdas , tudo a procura de uma explicação . Parei meu momento filosófico quando Henry passa no corredor , me dando um abraço e dizendo que vai sair com Miguel , cara, como ele é cheiroso , grudou em mim ... Se bem que isso não é ruim!

Lu passou por mim sem dizer uma palavra , arrumada pra sair e assim o fez , só ouvi o barulho da porta batendo , papai já fora trabalhar e Zezé odeia que a atrapalhem em seus deveres, estava sozinha , entrei em meu quarto fiz rapidamente as atividades que teriam que entregar amanhã , arrumei a mochila e fui ver as notificações no celular :

169 mensagens : 2°ano fodão – revirei os olhos , silenciei o grupo por 1 ano , a qual é ninguém é obrigado a aguentar esses grupos de escola , silencio mesmo sem dó.

2 mensagens : Família Monteiro – É o grupo da família de papai , li rapidamente eram só imagens daquelas do tipo “bom dia “, “boa tarde” , “eu amo minha família” e etc.

6 mensagens : Esquadrão suicida –Nesse momento eu sorri , vi que era o grupo que só tinha nós ,amigos , eram conversas leves e bobas não dei importância .

Decidi por fim , mandar uma mensagem no privado para Pê .

De: Valentina Malfoy

Para: Pedroca o loiro que domina meu “core”

E ai sumido ? Não lembra mais dos amigos não é?? Chateada aqui , sentindo a falta do meu loiro preferido ... Como ‘tá a viajem ? Se divertindo ? Volta logo pelo amor ... Beijos ♥

Vi que como não estava online não responderia tão cedo , coloquei o telefone no criado mudo e fui procurar um livro , porém os que tinha , já havia lido todos alguns até relido... Teria que sair pra comprar , um novo , fui até minha penteadeira e chequei minha mesada ainda havia U$ 100.000 , daria pra comprar algum bebê novo.

Como era outono , Ny começava a esfriar , mas não chagava a nevar , devido a um vento frio , acabei optando por vestir uma calça “leg” preta de couro , uma blusa fina com mangas compridas numa tonalidade creme , um casaco da mesma cor , uma bota de cano alto preta sem salto e uma pequena bolsa branca , levando o telefone , chaves e claro o dinheiro , acabei deixando o cabelo solto então passei nada na cara ( normal eu sei ) . Dei um tchau rápido pra Zezé avisando que iria sair e que ela não se preocupasse, mesmo com carro estando na garagem decidi ir a pé mesmo , tinha uma livraria não muito longe dali , como supunha foi uma caminhada rápida , a livraria era pequena porém aconchegante , do lado de fora tinha a aparência de um chalezinho , com um pequeno degrau dando pra a porta , assim que entrei passando pela porta azul com vidrinhos na frente com um mosaico (só que transparente), uma “campainha” soou avisando minha entrada , lá dentro era bem aconchegante as paredes eram feitas de pedras que ficavam bem visíveis , havia ao fundo da loja uma lareira e um pouco ao lado o balcão , mas no geral tinha prateleiras separando os livros por categoria , como disse era um lugar aconchegante , se pudesse ficaria lá horas . antes de iniciar minha procura , pensei em que tema queria desta vez , e para mudar um pouco acabei decidindo-me por um livro no tipo romance policial , fui até a estante em que encontrava-se os livros com esse tema , lá também havia um rapaz alto procurando por um livro em especial , mas não ousei importuna-lo , olhei alguns títulos e sinopses mê interessando por algumas quando senti o calor humano de alguém para do ao meu lado , foi quando ouvi sua voz e o reconheci:

– Eu não acredito – exclamou fingindo surpresa- Valentina Monteiro procurando livros de ação ? é serio isso produção ?– Thomas brincava – pensei que só lesse livros filosóficos !– debochou

– Eu é que não acredito ...– retruquei – “Thomas o capitão do time de basquete” numa livraria ? ISSO é sério , quem te viu quem te vê heim! – o perturbei , sabia que era mentira ,apesar de ser popular o garoto era inteligente e gostava de ler.

– Engraçadinha – resmungou- você não viu um livro ai chamado “O Silencio do Túmulo “?- perguntou ainda olhando as prateleiras

– Acho que vi naquela lá de cima – respondi , pois lembrava-me vagamente de algum titulo parecido com esse

– Em qual prateleira ?- perguntou , procurando , é lerdo mesmo heim , bufei , subi nas pontas dos pés , senti um rápida pontada na cabeça que logo parou , e tentei a todo custo pegar o livro , assim que avistou meu alvo Thomas o pegou com facilidade , dirigindo a mim um sorriso debochado , bufei e voltei a minha procura por um livro que realmente me agradasse .

– Obrigada – disse ele , e tive a impressão que só o disse por muita educação

– Você me deve uma !– respondi sem lhe olhar

– Tudo bem ...vou lhe indicar um livro , já que percebi estar na duvida por qual escolher ...– olhei , procurando qualquer sinal de gracinha porém não achei , aceitei ,movendo a cabeça , ele olhou pros livros em minha mão , balançou a cabeça negativamente e colocou-os de novo na prateleira , procurou um pouco em me entregou um livro .

– “O Código de Da Vinci”?- indaguei , olhando pra ele , que apenas confirmou com a cabeça – acha que eu sou burra?- perguntei , ele fez cara de desentendido , bufei e tratei de explicar – este livro é um clássico , é meio obvio que eu já li né?!

Ele bufou , parecia perder a paciência , tomou o livro de mim , o devolveu a prateleira e voltou a sua procura de um livro pra mim ... tempos depois voltou com um novo titulo “O símbolo perdido “ este porém desconhecido por mim .

– Nunca li , mas já ouvi falar , quando você terminar de ler , me empresta?- Perguntou a mim , confirmei com a cabeça e após um tempo olhando outros títulos decidi por ficar com aquele mesmo , fui em direção ao balcão , Thomas já estava lá pagando seu livro , logo que pagou pôs se de lado ao balcão e esperou algo que eu não sei . Paguei o meu que deu U$35.00 e me preparei para sair , quando fui abordada pelo garoto .

– Ainda é viciada em café ?– perguntou-me sorrindo

– Esse vicio não tem cura.- respondi

–Então vamos! – e saiu me puxando pelas ruas de Nova York até um carrinho que vendia expresso .


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Notas finais do capítulo

Pessoal o capitulo não está revisado , então qualqe erro avisem okay?
Look valentina:http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=180888374
Espero que tenham gostado :)
Beijos
Imagem meramente ilustrativa