Era uma vez ... escrita por Aniie Granger


Capítulo 18
A nós!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e espero que gostem!!



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– Érr... Bom dia ? – Eu disse , a vergonha dominava meu corpo , imagina? Ser pega , num mine “vestido” pelo irmão gato do seu melhor amigo? Parabéns pra quem já fez isso , é uma sorte e tanto heim?! (Ó minha doce ironia, aqui tão cedo?)

– Bom dia Julia – Disse ele , ainda com o sorrisinho

– Na verdade , eu sou a Valentina – Respondi corrigindo o erro do garoto , mas claro educadamente (porque eu sou dessas )

– Desculpe-me , é que as vezes me confundo , meu irmão tem tantas “amigas”- Disse, pela primeira vez sem graça , fazendo aspas com a mão na palavra “amigas”

– Ei não use as aspas não ok? Somos apenas amigos , no preto e no branco nada de “amizade colorida “ entre seu irmão e eu- Expliquei sincera , pode não parecer , mas é verdade , eu e Artur desde que vim pra Nova York somos amigos , nunca rolou nada demais .

– Que bom- disse voltando estampar um sorriso . Oi ? Como assim ele disse que era bom eu ser apenas amiga do irmão dele? Será? Não! Não crie coisas na sua cabeça Valentina ele só foi educado...

Não resisti e acabei dando um risinho que chamou sua atenção:

– O que foi ?- perguntou confuso olhando pros lados caçando o motivo do riso

– Nada , eu só- nem tive chance de completar a frase pois o sensível do Artur abriu a porta derre pende me dando um susto , e pra completar? Eu ‘tava escorada na bendita da porta. Quase cai se não fosse pelo saco de músculos (apelido carinhoso do Tu) que me segurou.

– Claro que a bendita da Vá tinha que começar o dia caindo , e ... espera ?! essa blusa é minha – Fez uma cara de indignado ao reparar esse “detalhe”

– Pra você vê como é a vida e sim ,é , essa blusa é sua . Vamos tomar café da manha pois estou com fome.

Ouvi ele murmurar algo como “folgada” mas não liguei , hoje era domingo , isso que dizer que papai chega hoje , e que hoje tia Clara (pra que não lembra é a mãe do Tu) tem plantão no hospital até as 14:00.

Chegamos na cozinha , na mesa tinha um típico café da manhã nova-iorquino , com pão , salsicha , bacon, ovos , suco enfim tudo que sabemos que tem de gorduroso e gostoso , vendo aquela mesa me dirigi a ela , sentei-me , peguei uma xícara de café , um pão com presunto e comecei a comer , enquanto meu amigo comia as coisas gordurosas típicas . Sou brasileira , e um habito que cultivamos lá em casa , mesmo sendo estranho pras pessoas daqui , é não exagerar no café da manhã e almoçar coisas como arroz, feijão enfim , refeições a modo brasileiro .

Terminando as coisas que comi peguei uma “tigela” e coloquei uma salada de fruta e , ó céus como estava boa , não resisti e perguntei :

– Quem preparou isso tudo?

– Eu.- disse sem rodeios o mais velho dos irmãos , murmurei que estava de parabéns , ele não me respondeu , mas ok , a família do Artur não tem muita mania de falar no café da manhã , diferente da minha casa , que é uma bagunça que só , mas é prazerosa aquela bagunça ...

Saí de meus pensamentos , com a música Bad Blood da Taylor (porque eu tenho essa intimidade com ela) tocando , ou seja , meu celular estava tocando.

– Alô?- perguntei meio sonolenta

Valentina sua jumenta, sou eu Miguel se arruma que eu vou passar daqui a pouco aí na casa do Artur pra te buscar ok? O papai chega pro almoço!– Disse Miguel com uma pressa desnecessária afinal ainda eram 10 :36 da manhã , putz esqueci nosso almoço é 12:00 como lá no Brasil

– Ok , estou de esperando jumento chefe – e desliguei sem nem dar tchau.

–Bom gente - olhei pros dois garotos á minha frente fantasticamente parecidos até nas expressões de confusão e dúvida.-, O meu irmão vai passar aqui pra me buscar , papai ta chegando , então eu vou me arrumar, até.

Nem esperei respostas e subi as escadas correndo , vesti a mesma roupa da festa ontem e desci tentando fazer um coque no cabelo por fim consegui e voltei a mesa onde estavam os dois calados apenas apreciando a comida .

– Você não está nem um pouco curiosa para saber que merdas fez ontem?- perguntou Alex

– De verdade? Não ! não faço o tipo que bebe e no outro dia fica apreensiva , tentando lembrar o que aconteceu , se aconteceu , eu ficar louca não vai mudar nada .

– É , descobri com quem meu irmão aprendeu essa filosofia – disse rindo

Fiquei esperando mais um pouco , até que ouvi buzinas , despedi dos meninos abri a porta e vi meu irmão num carro em que dividíamos , vocês devem estar se perguntando como se divide um carro ? Simples , eu tenho carteira e ele também , papai nos deu esse e disse que só daria outro carro pra ele na faculdade , ou seja ano que vem , mas acabou que nos apegamos ao carro .

Entrei , nos cumprimentamos e partimos de volta pra casa , antes passando na casa da Tati a amiga de cabelo rosa da minha irmã , para busca-la devido a “noite do pijama só para garotas” , dei bom dia pra minha irmã e fomos –finalmente- para casa. Mal cheguei corri pro meu quarto , troquei de roupa , e desci para sala onde fiquei jogando conversa fora com minha irmã , sobre séries até que o papai chegou e aí foi festa .

Depois que colocou a comida na mesa (sem nos contar o cardápio) Zezé sentou-se com a gente , oque era normal , e quando finalmente abriu o misterioso prato , pensei que papai ia ficar sem queixo de tanto que abria a boca para babar .

Adivinhem o prato? Feijoada , sim aquela típica brasileira cheia de pedaço de porco , linguiça , arroz , couve , laranja e até farinha caseira tinha .

– Zezé você é um anjo – Declarou meu pai , esta apenas sorriu de tão modesta que é.

Zezé sempre foi uma mãe pra mim , desde que viemos para Nova York papai a contratou , sempre cuidou muito bem da gente com um carinho maternal , dedicou boa parte da sua vida a nossa família , já que era viúva e não tinha filhos, espero do fundo do meu coração que um dia meus filhos conheçam a pessoa maravilhosa que é aquela senhora baixinha e gordinha com cara de vovó boazinha que só de chegar , já que te empanturrar de comida . Eu amo todas essas pessoas aqui , apesar das brigas, das implicâncias , dos gritos, das broncas , eu amo minha família assim , bagunçada mas feliz. Acho que o destino não dá ponto sem nó , se tantas coisas não tivessem acontecido , talvez não estaríamos aqui agora curtindo esse momento.

Mesmo com alguns fatos tristes , que são minoria , eu prefiro sorrir , e curtir aquela família diferente , mas que ainda sim é minha família .

– Vamos brindar – gritei no meio da bagunça.

Todos estenderam seus copos e eu gritei : A nós

– A nós – repetiram em coro .

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Notas finais do capítulo

Pessoal , qualquer erro avisem ok? Beijos e até o próximo !!