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Faz três anos desde a última carta, não sei se foi porque fiquei muito chateada, ou porque fui proibida de mandar cartas anônimas que logo iriam para a um livro que ela nem acreditava que seria publicado porque aquilo era muito estranho, eu sinceramente não sei, mas o que importa é que estou de volta. Ah, tem tanta coisa pra falar nem sei por onde começar! Agora tenho dezesseis anos (quer dizer, eu vou fazer 16 daqui a um mês) e nada mudou só que agora posso sair sozinha e minha mãe já desistiu de tentar arrancar todos os piercings que eu coloquei escondida. Ou o segundo brinco. Ou o earspike removível que eu falei que era permanente. Ou o brinco que eu comprei que imitava um alargador, que eu coloquei só pra assusta-la. Enfim, ela já desistiu, mas mesmo assim fiquei sem sair de casa por 1 ano quando forjei uma assinatura dela no papel que me autorizaria a fazer uma tatuagem, e eu fiz, nos pulsos então ficou meio difícil de esconder, eu fiz as palavras “we are” (nós somos, em inglês) puxando dele um símbolo do infinito. Tenho que admitir que todas as minhas tentativas de irritar a minha mãe e ser independente me causaram muita dor, principalmente nas orelhas, mas, depois do meu segundo furo na orelha, me acostumei. Caso você esteja achando que tenho uma orelha tão cheia de piercings que não dá nem pra vê-la, está errado, eu só tenho vários furos, pois ai eu posso escolherem em que lugar eu vou colocar meus piercings. Só os tenho na orelha, mas ás vezes uso um falso no nariz, mas enfim deixando de lado meus furos corporais eu meio que virei uma garota punk , mas eu tenho a aprovação do meu pai e das meus amigos então tá tudo bem, ele só não gostou quando viu que eu tinha pintado as pontas do meu cabelo de rosa, mas não pegou uma tesoura e tentou corta-lo que nem a minha mãe fez. Ainda não me apaixonei e fiquei tão obcecada em ser independente que nunca dei um beijo fora do “verdade ou desafio”, mas acho que fiz o certo porque minha real prioridade era essa. Devo ter pouco hormônio. Ou só nunca tive tempo de olhar em volta.

Vou me despedir de um jeito diferente agora, porque eu percebi que o jeito que eu fazia era ridículo então lá vai:

Acho que minha vida agora está mais interessante, porque até eu me interessei mais pela minha vida quando consegui minha independência, pelo menos parcialmente, ByeBye,

–-Shay M. (eu nunca mais vou me apresentar como Alexandra, nunca).