Numa Noite Estrelada escrita por Juu Seikou


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Mais uma história que não faço ideia de onde me surgiu. Mas espero que gostem.



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Não a via há um tempo considerável. Na verdade, fazia anos que não se falavam. Por isso, ficou muito surpresa quando, numa noite de céu lindo estrelado, a campainha tocou, e ela abriu a porta para sua velha companheira da Organização. Abraçaram-se fortemente, e a anfitriã pediu que entrasse e sentasse numa das poltronas da sala de estar.

Sentou-se também, de frente a ela. Viu que admirava seu tapete de couro de vaca. Mas com certeza não estava ali para uma visita casual, daquelas em que elogia a casa toda e agradece imensamente pela hospitalidade. Antes que ela puxasse qualquer assunto que não aquele que a trouxera até ali, perguntou indo direto ao ponto:

— A que devo a sua visita? O que querem comigo agora?

— Uma nova missão. — Um sorriso brincalhão passou pelos lábios dela. — Das quentes! Lá na fronteira Sul, onde costumávamos trabalhar juntas, logo que entramos, lembra?

— Lembro, lembro, sim. Mas não, muito obrigada. Nada mais que faça relação à Organização me interessa e você sabe muito bem disso — sua voz saiu fria e cortante.

— Ora, vamos! Será bom tê-la conosco mais uma vez. Já reunimos quase todas do velho grupo. Só falta você! — Vendo a inabalável cara de insatisfação, insistiu com certo ar de mistério. — Caramba, se soubesse o que nos aguarda lá... Só posso te dizer se falar um mísero “sim”. Um gesto de cabeça e te conto tudo!

— Não, senhora! Já estou aposentada e nada fará com que eu saia da minha quente e confortável casa para ir atrás de coisa do tipo novamente. Nem toda a sua animação e nem mesmo essa sua carinha triste.

— Ah, para com isso! É a última missão de todas nós, quente e arrasadora, como merecemos para uma despedida ao melhor estilo — seus olhos brilhavam de emoção.

— Já falei que não. E não adianta continuar pressionando. Ambas sabemos o que aconteceu daquela vez e... foi demais para mim.

— Sei, sim. Foi realmente uma perda terrível — sua voz era pesarosa e parecia que finalmente ela entendera. — Sua filha era a melhor que já esteve na organização.

— Nem me fale, nem me fale... — Seus olhos já estavam cheios de lágrimas com a lembrança. Segurava-se para não desabar.

— Mas isso foi há muito tempo! Agora nada pode dar errado, é tudo especialmente feito para nós!

— Não! Estamos muito velhas para a Organização. Falei isso quando saí e repito agora: pare enquanto ainda há tempo!

— Vamos — suplicou. — A saideira. Estaremos amparadas por uma equipe de socorro, tem um novo posto naquela fronteira e três das Melhores atuais estarão lá apoiando!

— Não mesmo. Até porque, é sempre a saideira. É como jogar Poker. Só mais uma, só mais uma... E acabo perdendo tudo quando menos espero. Não — falou, resoluta.

A outra suspirou e finalmente cedeu:

— Está bem. Estou vendo que será mais fácil mover uma montanha do que convencê-la!

— E está certa!

—Mas... Faça-me um favor... — Pegou um papel, anotou alguma coisa e entregou-lhe. — Não percamos mais o contato. Mesmo que, como você disse, não seja realmente a última vez.

— O quê? Você burlando leis da Organização?!

— Mas é claro, né? Afinal, ninguém pode me proibir de ver minha própria irmã! Nem elas!

— Pois digo o mesmo! — Abriu para ela o melhor sorriso que tem. — Só me prometa uma coisa. Que voltará viva desta vez e de todas as demais!

— Pode deixar! — Seu olhar era sarcástico, mas carinhoso. — Bem, agora tenho que ir. Até. — Levantou-se.

Conduziu-a até a porta, despediram-se também com forte abraço e voltou solitária para a poltrona, pensando que talvez fosse divertido, apenas mais uma vez, servir à Organização.

Abanou a cabeça. “Estou pensando bobagens!” Arrumou suas coisas e deitou na cama. “Mas, pelo menos, consegui minha irmã gêmea de volta”. E, então, fechou seus olhos e sorriu. Sua última missão estava completa.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos nos comentários?



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