A Maga dos olhos de estrelas escrita por Spring001


Capítulo 8
Capítulo 8 - As tarefas do pergaminho


Notas iniciais do capítulo

Yooooo! Espero que estejam gostando, apesar de vocês não falarem nada, estou amando escrever a fic e é isso ^_^



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Era realmente possível ver a lua, e mesmo com a altura a temperatura do lugar era perfeita, flores se espalhavam pelo chão entre meio a grama resplandecente, de todas as cores, mais belas ainda do que no campo florido que havia nas portas do castelo, as nuvens, que não ficavam a cima e sim envolta do topo, tão branca quanto algodões. O cheiro das flores misturados, não era nem um pouco enjoativo e sim hipnotizante, o sorriso se espalhou pelo rosto de Tony que ao virar para Marko estava na mesma situação.

– Aqui é tão lindo...- Tony comentou e viu Marko assentir.

Seren descera de sua mochila, ele também parecia um pouco impressionado, mas não se demorou muito em tentá-los tirar daquele transe.

– Se me permitem – Ele disse com a classe costumeira – Não há flor amarela alguma aqui.

Foi assim que Marko e Tony se tocaram do que estavam fazendo ali, e olharam em volta a procura da flor. Realmente nenhum traço de amarelo estava aparente naquele lugar.

– Isso não é possível – Tony falou – Tenho certeza que estava escrito rosa amarela no pergaminho.

Dizendo isso ela foi até Marko e o assustou pegando o pergaminho direto de seu bolso, sentando-se no chão e relendo as instruções. Leu várias vezes e depois colocou a mão na testa, inconformada.

– Viu? – Ela disse – “Uma rosa amarela vai encontrar”.

– Sabe-se lá – Marko respondeu pegando o pergaminho e a ajudando a levantar – Temos que procurar a flor mais bonita daqui.

– Nunca acharemos isso – Ela disse o surpreendendo – A flor mais bonita para mim pode não ser a mais bela para você...

Ficaram observando aquele lugar um longo tempo, não tinham ido ali a toa e era com certeza o lugar certo, não havia outro lugar com as descrições naquele mundo, e não podia ser fora dali, Ellin não viajava entre os mundos, comentara Marko. Tony se sentou no meio das flores depois de algum tempo e ficou olhando para a linha do horizonte, foi ali que pode perceber o verdadeiro significado do poema.

– Aonde o verde e o azul se encontram – Ela sussurrou, mesmo assim Marko a escutou.

– O que? – Ele perguntou e olhou para ela, Tony estava observando a linha aonde o sol estava tocando, finalmente, a ponta da montanha e do outro lado, exatamente estava a lua.

Na terra de Ingary, o sol e a lua eram acompanhantes e estavam sempre na mesma linha. Esta linha era o ponto exato que o horizonte, era formado, a linha reta perfeita que dividia cima e baixo e naquele momento sol e lua estavam nesta linha, e ali se formara, de repente uma flor, a rosa amarela. Tony, levantou devagar e seguiu para o sentido da flor, a segurou entre seus dedos e sorriu, depois o sol desceu e a lua tomou conta do céu.

Marko se aproximou da garota e Seren subiu no ombro dela, todos observavam a rosa, que na verdade era branca.

– Como? – Perguntou o gato.

– Não se engane – Respondeu Tony – Ela fica amarela no momento que sol e lua se encontram.

– Genial – Disse Marko segurando a rosa e a colocando em uma caixinha protegida que haviam trazido.

***

Desceram o monte alguns passos com as botas, estavam no fim da colina, perto a uma cidade minúscula Alberia, apesar do acontecimento em cima das montanhas, ainda era tarde, antes das seis horas, para baixo.

– Qual o próximo passo? – Perguntou Tony.

– Você quem leu o pergaminho – Observou Marko, enquanto Tony acariciava as costas de Seren, ele parecia mais satisfeito que nunca.

– Verdade – Ela respondeu e parou o que estava fazendo, pediu o pergaminho e voltou a ler – Temos que ir a um lugar longínquo e precisaremos de f fôlego...Embaixo d’água?

– Possível – Marko respondeu – O que temos que achar?

– O objeto mais belo de lá...- Ela disse.

– Só temos que descobrir o que é lá – Ele concluiu, irônico.

– Tem um mapa comum? – Tony perguntou.

Marko arqueou uma sobrancelha confuso, mas abriu a bolsa e dali retirou um papel com o mapa de Ingary, o colocou na frente de Tony que se arqueou um pouco para conseguir vê-lo completamente. Ela analisava todos os lagos e rios que tinham próximos e longes dali.

– O lago mais próximo daqui fica a cerca de 50 léguas – Tony falou – Já é bem longe, e o mais longe daqui, fica há 110 léguas...

– Está sugerindo que seja um desses dois? – Marko perguntou.

– É tão lerdo que nem isso pode perceber – Seren falou enquanto lambia a pata frontal, seu tom irônico manteve-se e deixou Marko nervoso, em reação Tony segurou sua mão e pediu calma.

– Sim Marko, é uma sugestão – Ela responde ignorando o comentário do gato – Ele diz que precisamos de fôlego e de uma longa viagem, a conclusão que chegamos é essa.

– E qual dos dois lagos você acha mais provável? – Ele pergunta.

Ela sacode a cabeça informando que não tem a menor ideia, nisso Marko torna a pegar o mapa e observá-lo com atenção, faz com que Tony repita novamente a charada e fica alguns minutos em silêncio.

– É este aqui – Ele finalmente diz – O que está no meio...

Tony olha para o mapa e fica confusa com a sugestão dele, o lago que ele apontava era o lago das estrelas.

– Por que este? – Ela diz.

– Preste atenção na charada – Ele diz – Meu nome os guiará, só assim poderão chegar, ele não se referia ao nome dele, mas ao de Seren e o nome do pergaminho.

– Como? – Ela perguntou arqueando a sobrancelha.

– Seren vem do galês e significa estrela assim como Salertse, ao contrário, é...

– Estrelas! – Tony exclamou e nisso se levantou, Marko a seguiu e se surpreendeu quando ela o abraçou – Obrigada.

No entanto, apenas sorriu e retribuiu.

– É a quantas léguas daqui? – Ela perguntou o soltando.

– Umas 60 léguas – Ele responde – Se dermos um passo só com uma bota depois do caminho todo, chegamos lá perfeitamente.

– Então vamos? – Ela perguntou animada.

– Vamos.

Juntos prepararam os calçados, Seren correu para se lugar na mochila, e como na outra vez eles ficaram abraçados na hora de pisar, juntos contaram os oito passos até três quartos do caminho e no último passo, Marko segurou Tony no colo, a surpreendendo e deu mais um pulinho, chegando a distância exata que precisavam.

– Ah! – Tony exclamou – Que susto!

– Desculpa – Marko falou rindo e se apressando em tirar a bota – Era o jeito mais prático...

– Apenas avise! – Ela falou rindo um pouco. Olhou para frente e viu o lago das estrelas, no entanto não era onde haviam deixado o castelo e sim o outro lado, onde as montanhas cobriam a sua casa.

– Vamos encontrá-los – Marko disse lendo seus pensamentos – Com certeza...

Antes que a garota pudesse responder qualquer coisa, Seren ficou no meio deles e informou a eles que o que precisavam provavelmente estava no fundo.

– Era tão óbvio, como pode só notar agora? – Marko falou, fazendo com que Tony soltasse uma discreta risada e que Seren se irritasse completamente.

O gato de deitou em algum lugar na cama e decidiu que se recusaria a sair dali, até que recebesse desculpas.

– Vai morrer neste mesmo lugar – Marko disse.

– Como vamos até o fundo? – Tony perguntou, totalmente por fora da discussão dos dois.

– Use um feitiço – Disse Seren, ele estava furioso.

– Eu não sei nadar – Respondeu Tony.

– Como?! – Falaram Marko e Seren em uníssono, estavam espantados, Tony tinha controle sobre magias avançadas, coisas complexas e compreensão vívida de tudo o que ocorria a sua volta e além, e não conseguia simplesmente, nadar.

– Nunca aprendi – Ela falou – Quase me afoguei uma vez, não sei como não, mas desde então não entro na água, pelo menos para nadar.

Marko olhou para o lago e então lembrou-se da cena, ele tinha quinze anos e ela quatro, estavam nadando, naquele mesmo lago, e ela entrara sem ninguém olhar, tinha visto algo dentro da água e queria pegar, apenas ele a viu, e ela já estavam boiando, correu para a água e sem pensar duas vezes se jogou, sentiu seu pulso e a levou para Howl na maior velocidade possível. Foi quando ele decidiu ir embora, ele queria mais daquilo, ajudar as pessoas, era o que ele vivia para, e ela tinha sido o começo daquilo.

– Marko? – Ela o chamou, tirando-o do devaneio – Você pode ir?

– Vamos juntos – Ele respondeu enquanto tirava as botas e as meias, além do casaco.

– Você ouviu o que eu disse? – Tony o questionou um pouco aborrecida.

– Sim, mas hoje tem feitiços que te impedirão de afogar e não posso ir sozinho, o que é mais belo pra mim, pode não ser pra você...

Ela ficou em silêncio, respirou fundo e seguiu os passos de Marko depois de um tempo, tirou os sapatos as meias e jogou a bolsa na grama.

– Beba isso – Disse Marko lhe entregando um frasco de feitiço, sem hesitar a garota bebeu e sabia que depois daquilo poderia respirar embaixo da água – Vamos?

Ele ofereceu a mão a Tony, que de bom grado foi com Marko para direção do lago, não conseguiam enxergar muito bem, na verdade nada por causa da escuridão, Tony então se lembrou do brilho do mapa e pediu, por sinais, que Marko o entregasse, esse estava sempre segurando a menina, para que ela não caísse ou se machucasse ou se desesperasse, por isso teve uma dificuldade quando procurou em seus bolsos pelo papel que quando encontrou, notou que era resistente á água e assim, eles conseguiram ver o fundo do lago perfeitamente, se entreolharam e tiveram a mesma ideia, soltaram o pergaminho e deixaram que ele fosse até o fundo, apenas o seguindo para ver onde daria.

No fundo do lago, havia mais coisas do que se podia imaginar, estruturas de pedras diferentes, com certeza feitas por magia, formatos de peixes e pessoas, pedras preciosas e diferentes, mas o que mais chamava atenção, era uma estátua, com formato de sereia, que estava afundada ali, parecia ter a mesma idade que o próprio lago de tão deteriorada, mas estava ao mesmo tempo tão bela, sem pensar duas vezes eles foram nesta exata direção, olhavam-se constantemente, procurando compreender o que o outro estava fazendo. Passaram a tatear a estátua em busca de algo incomum e juntos tocaram no rosto da estátua, mais especificamente, no olho direito dela, e sentiram o liso de uma pérola, novamente se encontraram no olhar e juntos tentaram tirá-la da li, demorou vários puxões e variações de força para no momento em que foi tirada, a pérola demonstrasse seus segredos.

Na ponta, o que era o olho, era uma simples pedra redonda, bonita e pequena, mas a parte que estava encravada na parte interna da estátua era uma rosa perfeitamente lapidada e formatada.

***

Eles ainda estavam debaixo d’água quando sentiram a água do lago diminuir, escutaram-na descer, pouco a pouco sentiram a pressão diminuir e Marko começou a nadar para cima, puxando Tony que estava com a pérola na mão. Demoraram algum tempo para subir completamente e até ali, quando sentiram o vento tocar seu rosto, e por impulso sugar o ar que tinha ali fora, a água já estava em suas cinturas e não era mais água do lago e sim água de um pântano.

– Tony! – exclamou Marko pegando a garota em seus braços e a puxando para fora. Quando chegaram em terra, ele a colocou deitada no chão e tirou seus cabelos castanhos molhados da frente, segurou o rosto observando detalhadamente se ela tinha se machucado ou algo do tipo – Está bem?

Ela apenas assentiu, Marko estava acariciando sua bochecha na verdade, e ele não percebia isso, na verdade nem ela. Apenas Seren.

– Cof, Cof! – Fez o gato, Marko se sentou apressado ao lado de Tony e passou as mãos no cabelo em um gesto de tentar secá-lo – Encontraram o que procuravam.

– Sim – Disse Tony mostrando a pérola, era realmente maravilhosa – O olho da sereia.

– E onde estamos agora? – Perguntou Marko.

– No campo estrelado – Tony falou rapidamente levantando – Temos que pegar uma estrela cadente...


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