Já caminhavam há um bom tempo, mas estava sendo mais agradável do que imaginaram que seria, apesar da preocupação que tomava conta da mente dos dois conversavam animados sobre a vida de Marko após ter saído do castelo, ele decidira viajar o mundo que viviam e explorar até alguns além, encontrara magos que lhe ensinaram magias de diversos tipos, e apesar de não se considerar melhor que Howl, conhecia algumas magias que provavelmente não eram de sabedoria do mago, a cada instante uma pergunta surgia de Tony, sobre como era o mundo além daquele que ela conhecia e cada uma ele respondia com animação e foram assim, andando ao destino que planejaram.

Quando Marko se tocou que a situação se causara devido ao mago Perilum ele soube dizer a quem recorrer para a busca de ajuda, Ellin, um mago eremita que vivia nas terras desoladas, quando Marko falou desse fato a sobrancelha de Tony se ergueu em questionamento e ele explicou que depois da saída da bruxa muitos magos foram para lá em busca do isolamento sendo que este lhes daria mais paciência, tempo e provavelmente aumentaria o poder deles com isso. Fora uma explicação plausível, até ser repensada e Perilum ir para as terra igualmente, mas em busca de suas vítimas. Concluíram que o tal mago maligno estava em busca dos magos, unicamente, aqueles que tinham mais experiência vital e por isso também havia pegado a vovó, todos sabiam que ela era a bruxa, o que não sabia era como ela continuava viva.

– Esse mago, Ellin – falou Tony – Ele é de confiança?

– Sim – Marko falou tranquilo – Tanto minha quanto de seu pai, nos conhecemos em Megasia, um reino bem longe que tem uma flor mágica que ajuda na hora de fazer um feitiço que eu não lembro mais o nome.

Tony riu com o comentário do rapaz, e ele sorriu com o riso dela. Fazia mais de uma hora que estavam caminhando quando finalmente avistaram, ainda um pouco distante a casa do mago. Sorriram rapidamente um por outro e continuaram a caminhada que parecia ficar mais longe a cada passo.

– O que é? – Perguntou Marko quando Tony parou.

– Tem algo errado – Ela disse – Estamos andando há horas e cada vez estamos mais longe.

Ele olhou pra frente e esgueirou os olhos a procura de uma resposta, a frente deles tudo parecia normal, a mesma neblina natural das terras desoladas, as mesma plantas úmidas e flores incomuns, o cheiro de umidade e o frio que se projetava unicamente ali. Olhou em volta, de um lado para o outro, ambos procuraram algo que explicasse a distância.

Tony para ter uma amplitude maior se afastou, andando de costas e conseguia realmente ver uma paisagem maior a cada passo que ia para trás, até tropeçar numa pedra e cair.

– Ai! – Ela gritou e Marko se apressou em ajudá-la – Bati o cotovelo...

Ela esgueirou os olhos e colocou a cabeça um pouco mais pra frente, havia meio buraco um pouco adiante deles. Pediu que Marko a ajuda-se a levantar, quando estava de pé, pegou a mão dele e o puxou para o lugar que tinha visto. Apenas um pedacinho de terra estava cavado, formando um buraco na terra que podia ir até o outro lado do mundo, ela olhou para Marko que elevou as sobrancelhas dizendo que talvez devessem pular ali.

– Mas, e se acabarmos no lugar errado? – Tony disse.

– Tentaremos fugir de problemas ok? – Marko falou oferecendo a mão a garota, ela entregou sem relutar e juntos pularam para a pontinha que sobrava do buraco e para a surpresa dos dois foram sugados.

***

Estavam em um lugar desconhecido, uma casa com paredes cobertas de tecidos vermelhos com arabescos dourados, parecia mais uma tenda indiana que uma casa comum de Market Chipping ou lugares mais próximos dali, era uma sala redonda e nela estavam espalhadas cortas enfeitadas que surgiam do teto, espíritos do vento e outros amuletos da sorte.

– Parece o quarto antigo do meu pai – Tony falou e repensou – Talvez mais organizado.

Marko riu e apenas elevou a sobrancelha em concordância, ele sabia exatamente do que a garota falava. Estavam caídos em um monte de almofadas, também pareciam de estilo árabe, de várias cores. Então quando finalmente levantaram se apressaram a tentar descobrir onde estavam.

– Parece que foi revirado – Comentou Marko – Ou como se alguém tivesse pegado o que precisava o mais rápido possível.

– Mago Ellin – Disse Tony.

– O que? – Marko exclamou e se aproximou de Tony rapidamente.

– É a casa dele, veja a correspondência.

– Ótimo! – Disse ele nervoso, passando a mão pelos cabelos – A única chance que tínhamos, sumiu.

– Calma vamos encontrar...

Tony foi interrompida por um susto. Algo pequeno e preto se jogou entre ela e Marko, fazendo com que eles se assustassem, até perceberem que era um gato.

– O que? – Marko sussurrou.

– Um gato...- Começou Tony se apressando em fazer carinho nele – Será que é de Ellin.

– Tem de ser, ninguém consegue entrar aqui se não parar e pensar – Ele falou pensativo – O que isso no pescoço dele?

Tony virou a cabeça a procura do item e viu que um pequeno papel estava enrolado e preso a coleirinha do gato. Era um pergaminho e tinha uma escrita incomum.

– Que língua é? – Marko perguntou.

– É da região de Anatnom, meu pai me ensinou – E então ela se pôs a ler.

“Olá a você que está com esta carta em mãos, creio que se está com isso é porque invadiu a minha casa por eu não estar ai, afinal ou eu morri ou eu fui sequestrado, Seren, o gato, foi treinado para dar esse pergaminho apenas a alguém que fosse confiável e não me pergunte como ele sabe, ele só sabe. Essa carta está ficando muito longa então vamos lá. Se você está com isso é porque foi atrás de mim a procura de soluções e que não me encontrou porque ou eu morri ou fui sequestrado, então, deve saber este é o pergaminho Salertse, nele há 3 coisas que tem que fazer para receber 3 desejos de estrelas cadentes, faça o que estiver nas instruções e tudo ficará bem. Espero que receba seu desejo.

Ellin

OBS: Leve o gato.

OBS da OBS: Não esqueça da comida e dele.

OBS DA OBS DA OBS: Qualquer dúvida fale com Seren (O gato).

Tony e Marko se olharam atentamente e mantiveram um longo silêncio