A Maga dos olhos de estrelas escrita por Spring001


Capítulo 3
Capítulo 3 - Marko


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo, tanto quanto eu gostei de escreve-lo para vocês e por favor participem comentando e acompanhando porque isso me faz gostar ainda mais de escrever ^_^



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Tony se sentiu mal ao dizer para o rapaz que não tinha recordação nenhuma de sua existência, mas ele simplesmente sorriu e lhe disse que era normal, ele tinha partido quando ela estava com 5 anos, era normal que não se lembrasse, a garota ainda parecia duvidosa em relação a Marko, então para provar que conhecia Howl mostrou a Tony uma carta do próprio, que pela letra, irreconhecível, confirmava completa e plenamente o que ele dizia, mesmo assim Tony ficou com um pé atrás.

– Sei que talvez não queira falar com um estranho, mas acho melhor do que ficar aqui sozinha, esperando seu castelo – Ele disse e ela assentiu.

Marko lhe parecia uma boa pessoa, e por ter sido aprendiz seu pai devia realmente ser alguém de bom coração. Fez com que uma mesa e duas cadeiras saíssem de sua bolsa, deixando Tony um pouco confusa, mas ela não se importou momentaneamente, ficou curiosa em aceitou o convite dele em se sentar em uma das cadeiras. Estavam na frente do lugar preferido dela em todo o mundo, o lago fora o lugar onde ela passara maior parte da infância, a única época da vida em que o castelo voador não passava de um recinto onde eles mantinham seus objetos e tinham onde dormir. Nessa época, entre os 6 e 8 anos dela, ela não se importava em obedecer os limites dados pelos pais ou de ficar com eles a todo tempo. Afinal, estava aonde queria.

– Quantos anos você tem? – Ela perguntou a Marko de repente.

– Eu? – Ele falou com cara de bobo.

– Somos as únicas pessoas aqui, acho eu – falou sorrindo para ele.

– Ah! Verdade – Ele exclamou – e eu tenho 25 anos.

– Hum...

– Você fez 18 ontem, não? – Ele concluiu a surpreendendo, lembrava-se até o dia de seu aniversário e ela sequer lembrava de seu nome.

– Isso...- Ela disse abaixando o rosto constrangida – sinto muito, não lembrar de você, queria saber algo, mas não consigo achar recordação alguma.

O sorriso dele era charmoso, mas um pouco triste, parecia preocupado com algo. Olhava atentamente para o lago, o vento batia em seus cabelos, empurrando os fiozinhos mais longos para trás. Parecia se lembrar de alguma coisa, até que voltou a conversar com Tony, sem retirar os olhos do lago.

– Não a culpo por não lembrar – ele falou – acho até compreensível, quando se treina magia desde criança tende-se a memorizar outras coisas que não nomes de pessoas de sua infância.

– Prometo não esquecer mais – ela falou como em resposta, dando um sincero sorriso.

Quando o vi sorrindo para mim, vi também uma nuvem se formando ao seu lado, bem atrás dele e sem mais nem menos, observei Ren, o meu cachorro vir correndo em minha direção e pular em cima da mesa, rosnando para Marko. A única reação dele foi rir e depois colocar a mão para ele cheirar, antes que pudesse avisar que ele não era manso, percebi que Ren o adorava.

– Vocês já se conhecem – murmurei, mas dando para eles escutarem.

Marko deu um riso.

– Sim, ele foi meu cachorro um dia – explicou – mas não pude leva-lo embora comigo, então o deixei no castelo.

Olhei para Ren alguns instantes e notei que ele tentava se esconder da minha área de visão, olhei para ele com uma cara feia e finalmente ele saiu do esconderijo, que nada mais era do que o braço de Marko. Pulou do colo dele e foi até o seu lado.

– Onde estão os meus pais? – perguntou e ele simplesmente levantou uma orelha – Eles já estão chegando? – levantando a mesma orelha ele me respondia que sim – Como você chegou aqui? Veio pela porta? – A mesma orelha novamente.

– Você conseguiu adestrar essa coisa? – Marko perguntou incrédulo.

– Claro... – respondeu ela um pouco constrangida

Saber que Ren tinha sido dele fazia-a pensar se estava certo dar ordens nele na frente do antigo dono, mesmo assim terminou sua curta conversa com um compreensível cachorro velho.

– Não devia ter descido sem eles, vão ficar preocupados, achar que eu fugi de vez – Ren se encolheu novamente – Volte para o castelo e finja que nunca saiu.

– Não será necessário – Tony ouviu a voz de seu pai atrás de mim e apertou os olhos – Na verdade, nós o deixamos sair para ver se te achávamos mais facilmente, pronto.

Howl, estava parado atrás de Tony, segurou as mãos em seus ombros fazendo com que se encolhesse um pouco e por graças ouviu a voz de sua mãe, pedindo que a soltasse e ele o fez, tiveram uma pequena discussão silenciosa atrás de dela, sem nem perceber a presença de Marko, pediu desculpas silenciosas a ele, e esperaram uns cinco minutos até que acabasse a discussão. Provavelmente, Sophie dizia a Howl que a postura de Tony era comum, pois ela queria se encontrar e nisso ele a criticava por usar as suas mágicas em coisas inúteis, como pular do castelo. Ficaram nisso até que Sophie simplesmente parou e observou a terceira pessoa ali.

– MARKO! – Ela disse quase gritando e correndo para abraça-lo, foi o tempo dele se levantar e retribuir o abraço – Como você está querido?!

Finalmente ela o deixou, para ganhar ar, Howl foi logo em seguida, dando-lhe um apertado abraço, e o convidando para ir ao castelo, Tony tentou sair dali de fininho, mas não funcionou, pois uma quarta voz, feminina e com sonoridade de velha, a dedurou.

– Onde pensa que vai mocinha? – A vovó disse de repente e todos olharam para ela. Sua mãe arqueou uma sobrancelha e sem dizer nada vez com que a garota fosse entrando no castelo e corresse para o seu quarto, sua única companhia, Ren.

***

– Eles pelo menos podiam entender que agora já sou adulta, Ren – disse Tony enquanto atira uma almofada com toda a força na cama, sabendo que aquilo não ajudaria em nada, respirou fundo e caiu na cama, com o rosto perto de Ren.

Virou de barriga para cima e começou a observar o céu de Kingsbury, estava com muitas nuvens e uma aparência chuvosa, decidiu então trocar para o céu do campo de flores de seus pais, se arrastou na cama até chegar na maçaneta que trocava o lugar que o teto mostrava. O campo sempre tinha um céu azul e sem nuvens, era o único lugar que tinha saída pelo seu quarto, a portinha do lado de sua cama. O lugar mais bonito do mundo, cedeu a tentação de ir para aquele lugar, se levantou da cama e atravessou a passagem.

Estava tudo tão lindo como sempre, flores coloridas tomavam conta do lugar todo, e alguns laguinhos eram o principal entretenimento dali, Ren a seguia com o rabo abanando e ela não queria ficar sozinha ali, viu o seu animalzinho correr por entre a grama e se apressou em ir atrás, rindo com a bagunça do cachorro. Quando se cansaram de correr já haviam se passado mais de três horas, devia ser por volta das 14 horas, ela se jogou no chão, formando sua corpo no meio de flores azuis e tocando em sua mão esquerda a água cristalina e fresca de um dos lagos. Olhava para cima tentando encontrar formas nas nuvens, algumas se pareciam com alguma coisa, outras eram apenas borrões para os seus olhos, optou então por fechá-los e deixar sua imaginação se formar sozinha.

Em sua mente formou o som de violinos e uma suava música tocava só para era, o som do vento acompanhava a doce melodia que a lembrava de um poema, quando a escutava conseguia ritmar o poema em conjunto a música e por isso começou a cantar sozinha.

“O amor vem,

Docemente

Plenamente

E Canta com a gente

Acompanha em todo lugar

Não existe amor incerto

Não existe amor correto

Existe o amor que se dá”

Sentia-se feliz, calma e descansada, até que a voz de sua mãe repercutiu de algum lugar da casa que dava para ser bem ouvido dali, ela abriu os olhos em um susto e viu que Sophie estava em sua porta acenando e dizendo que o jantar estava pronto, ela mandou um sinal dizendo que já estava indo, mas voltou a se deitar por uns cinco minutos. Respirou fundo e fez cafuné em Ren.

– Vamos? – Ele levantou alegre e correu para a porta enquanto ela ainda se sentava para pretender levantar.

Quando se sentou a cabeça girou um pouco, mas logo ela conseguiu se levantar e ir andando até o quarto. Fechou a porta do gramado e virou a maçaneta para o céu em Kingsbury, chovia fortemente naquele lugar, ela decidiu deixar ali para sentir mais refrescante o quarto. Foi então para a escada, de onde sentiu o maravilhoso cheiro da comida de Sophie. Andou o caminho normal até a cozinha e nisso passou em frente do escritório e a única coisa que pode ouvir foi a voz de Marko atentando o pai dela.

– Howl! Estou dizendo, algo muito perigoso toma contas das terras abandonadas!

Sentiu um arrepio tomar conta de seu corpo e correu para a cozinha.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim!
Bom só avisando, agora consegui me organizar e espero conseguir tornar a fic semanal, logo, toda quinta ou sexta, as vezes, tem capítulo novo! Ok? Bjs!



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