The Last Taste - Season 3 escrita por Henry Petrov


Capítulo 1
Sweet 16


Notas iniciais do capítulo

Que saudades disso aqui! Ah, pessoal, nem me falem desses dois meses sem postar The Last Taste. Nem eu me aguentava mais, pra vocês terem uma ideia, tive tempo pra quase terminar a temporada nesse hiatus. De qualquer jeito, Terceira Temporada o/

Para os novatos na história, olá. Bom, como podem ver pelo nome, Season 3, tem duas outras temporadas (Season = Temporada), mas não se preocupem em ler. Se quiserem ler só a terceira, tudo vai ser explicado para a personagem principal, então, indiretamente, vocês também vão receber um resumão de tudo o que aconteceu nas duas outras temporadas, então relaxem, não entrem em desespero por não acompanhar desde o início ( pra falar a verdade, a primeira temporada é vergonhosa, porque eu não tinha prática ainda, então...).
Como eu disse antes, eu quase terminei a temporada inteira, to no capítulo 17 de 30. Então assim, eu acho que dá pra postar todo dia um capítulo, pra não deixar vocês esperando. Caso eu alcance o capítulo atual, talvez demore uns três dias pra eu postar, nada muito longo.
O que eu posso dizer sobre essa temporada? Bom, ela não tem revelações das outras temporadas, como aconteceu com a primeira e a segunda, mas vão ter revelações internas, sobre os eventos da própria temporada. Muita gente (muita gente = uma pessoa) me perguntou se eu ia falar sobre Deus, porque afinal, é uma história de Anjos e Demônios. Essa temporada é exatamente isso. Deus. Eu tenho grandes expectativas pra ela. Espero que eu não estrague tudo com escrita ruim :)

Enfim, era tudo isso. Boa Leitura :)

PS: Hoje, pra quem acompanha desde a primeira temporada, é um ano desde a postagem do capítulo um. Então, estou dançando loucamente aqui em casa ao som de Rangatanga o/ Vou deixar os agradecimentos e depoimentos emocionantes para o capítulo 30.
PS¹: Isso ficou enorme O.O



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Clair Montgomery

O sol brilhava lá fora. O céu estava azul e límpido. Observei a Sra. Berry acenar para a enfermeira. O dia parecia rir na minha cara. Eu me sentia como uma daquelas meninas invejosas da escola, que só porque seu dia estava uma droga, precisava estragar o dos outros também. A diferença é que seus dias estavam uma droga porque a babyliss quebrou ou porque seu namorado acabou de terminar a relação. Meu dia já estava ruim desde a noite anterior. Mas se eu não estava feliz, eu guardaria isso pra mim mesma. ­

No vidro da janela, meu rosto refletia. Meus cabelos castanhos caídos em meus ombros, meus olhos azuis e minha pele bronzeada e sem falhas eram motivo de orgulho para meu pai. Ele costumava dizer que eu era como uma joia feita por encomenda: única. Apesar de tudo, eu lamentava por não ser angelical como a minha... Mãe.

— Clair?

Graças a Deus, alguém me chamara. Assim, não precisava pensar naquilo. Eu me virei para ver quem chamava. A bolsa tiracolo balançou durante o movimento. Era Ryan. Ele usava uma blusa branca com poucos botões no topo e uma calça jeans.

Seus cabelos louro-escuros estavam penteados, como sempre. Eu costumava me sentir injustiçada ao pensar que ele nunca precisava pentear o cabelo. Seus cabelos alongados sempre estavam maravilhosos, brilhantes ao sol. Adicionando isso ao seu corpo musculoso, ele tinha tudo para ser um menino convencido. Ele também nunca foi muito atirado. Ryan era quieto e calado, sempre muito sério. Raramente eu o via rir. Principalmente naquele dia.

— Oi — disse.

Ele molhou os lábios, escolhendo suas palavras com cautela.

— Você está bem? — perguntou, com as mãos nos bolsos.

Engoli seco. Ele me abraçou. Apoiei minha cabeça em seu peito, entristecida. Ele afagou minha cabeça, entrelaçando seus dedos em meus cabelos. Nos afastamos e suspirei, olhando para Ryan.

— Não — respondi. — Mas vou ficar.

Ryan assentiu.

— Papai vai ficar com o carro hoje — explicou, afastando alguns fios de cabelo do meu rosto. — Ele vai te deixar na escola, depois me deixar na faculdade. Daí, no almoço, ele vem nos pegar para irmos visitar a mamãe.

Assenti e, juntos, seguimos para fora. Entrei no carro, no banco de trás, enquanto Ryan tomou o banco passageiro.

— Oi, pai — disse.

— Oi, filha — respondeu meu pai.

Meu pai já não era tão bonito. Victor Montgomery tinha sedosos cabelos louros e claros, o único na família. Seus olhos eram claros, como os meus, e sua barba sempre estava para fazer. Na verdade, ele só se barbeava de vez em quando. Dizia que sua barba mal aparada fora a imperfeição que lhe rendera minha mãe. Logo, não era tão ruim assim.

Quando chegamos à escola, observei o letreiro que dizia: Little Hangleton. Que tipo de escola tem um nome desses? De qualquer jeito, desci do carro.

— Clair! — chamou Ryan.

Corri de volta, quase tropeçando no meio-fio.

— O quê? — perguntei.

Ele sorriu.

— Feliz aniversário.

—E aí eu falei que só ia ficar com ele se ele largasse a feiosa da Phoebe — contava Lauren.

Quando o sinal tocou para o almoço, não fui direto para a calçada. Meu pai demoraria um pouco para pegar Ryan e vir à escola, então resolvi sentar com as meninas. Lauren contava uma história de um cara que ela namorou uma vez. Um cara que tinha namorada. Ela era a líder do nosso pequeno grupo de cinco. Eu era a mais excluída das outras quatro, pois eu nunca estava muito afim de atender os pedidos de Lauren, mas ela era a popular da escola e, ou você andava com a popular, ou você era lixo.

— E o que ele fez? — perguntou Helen.

— Largou a menina, claro — Lauren deu de ombros.

Desviei meu olhar para observar as outras mesas. Corri meus olhos para Harry, o novato, conversando com seu amigo, com o ombro apoiado na parede. Bom, ele não era bonito para os olhos de Lauren. Só para os dela. Claro que eu nunca contaria isso pra ele, mas eu costumava admirá-lo de longe. Ele acenou para seu amigo e os dois saíram em caminhos opostos.

Atrás de Harry, estava uma mulher. Seus cabelos, louros e longos, arranhavam seu ombro. Ela me olhava sem piscar. Sua blusa branca contrastava com suas calças de linho pretas. Aparentava não ter menos de trinta anos. Olhei para trás, tentando ver se havia outra pessoa para quem ela poderia olhar. Quando olhei de volta, ela havia sumido.

— Clair?!

Era Lauren, me acordando do transe.

— O quê? — perguntei, atordoada.

Lauren me olhou pela primeira vez naquela manhã. Ela franziu o cenho, como se lesse minha alma e soubesse de tudo o que eu estava passando.

— Saiam — disse para as outras meninas, com o canto da boca.

E assim, elas se levantaram, como se fossem marionetes. Olhei para Lauren com amargura.

— Não fala assim com elas. Sabe que odeio quando faz isso — reclamei.

Ela ignorou.

— Notei que você está triste desde que chegou — mentiu. — O que aconteceu?

— O que acontece todo ano. — expliquei. — Meu aniversário.

Ela me olhou, como se esperasse o resto da história.

— Não importa. — disse, levantando e seguindo para a calçada.

Ela me parou.

— Espera! — exclamou, me puxando pelo ombro. — Por favor, eu quero estar do seu lado para o que você precisar, mas preciso saber o que está acontecendo.

Cruzei meus braços e encarei Lauren, sentindo aquela coisa se aninhar dentro de mim.

— Hoje são dezesseis... — comecei.

— Eu sei. Hoje você completa dezesseis anos. — disse.

— Você não está entendendo. — retruquei, impaciente. — São dezesseis anos que minha mãe morreu.

Lauren soltou um “oh” baixo. Desviei o olhar, me sentindo incrivelmente desconfortável.

— O que aconteceu? — perguntou, fingindo preocupação, mas percebi seu olhar discreto para um dos jogadores da seleção de basquete.

Eu me recusava a contar aquela história para alguém tão inútil, então encerrei a conversa rapidamente.

— Ela morreu no parto. Preciso ir, tchau.

Ela nem tentou me impedir. Segui para a calçada sem olhar pra trás.

Meu pai e Ryan já me esperavam lá. Ryan encarava o vidro frontal do carro. Entrei, joguei minha bolsa sobre o banco e fechei a porta, irritada.

— Clair, está bem? — perguntou meu pai, tentando me ver pelo retrovisor.

— Sim, pai — menti.

Engoli o nó que se formava em minha garganta, apoiando meu queixo com a mão e virando meu rosto completamente para o vidro.

Foi Ryan quem me contou quando eu tinha cinco anos. Eu sempre notara que as pessoas não se animavam muito para o meu aniversário, mas eu costumava não me importar. Mas naquela idade, a curiosidade batia mais forte.

Mamãe estava em casa quando começou a sentir as contrações de parto. Meu pai correu para colocá-la no carro e dirigi-la até o hospital, socando Ryan no banco de trás. Ele não tinha tempo para deixá-lo na Sra. Berry, tampouco podia deixá-lo em casa sozinho, era mais rápido levá-lo junto. Porém, no meio do caminho, o carro bateu e capotou. Minha mãe, temendo a morte do bebê, se jogou para fora do carro antes da batida. Ela não queria saber se havia chances do carro permanecer inteiro, com as quatro rodas no chão, após a batida. Não quis arriscar. Ela queria ter certeza que eu ficaria bem. Assim, ela se jogou para longe e caiu no asfalto. O bebê começou a empurrar e ela não tinha tempo para ligar por socorro. Ela se sentou na rua e começou o trabalho de parto. Meu pai desmaiara, mas Ryan conseguiu sair do meio das ferragens, apenas com arranhões, graças ao cinto de segurança. Ele ajudou minha mãe a dar luz a mim. Eu nasci, mas ela perdeu muito sangue e morreu ali mesmo, ao lado de Ryan. Ele precisou fazer terapia para superar o trauma.

Desde esse dia, meu aniversário era um dia de visita ao cemitério. Meu pai tentava ser racional e comemorar o meu nascimento, mas eu não conseguia, então resolvemos manter só a visita mesmo. Se fosse comemorar, que a festa fosse no outro dia, mas não no dia da morte de minha mãe.

Às vezes, eu me perguntava se eu me sentia triste pelo fato de que alguém morrera pra que eu nascesse, ou porque minha mãe morrera. Eu não entendia direito. Mas não impor...

Meus pensamentos foram brutalmente interrompidos por um grito.

— Pai, cuidado! — gritou Ryan.

Uma mulher ruiva estava no meio da estrada. Os braços cruzados, apenas assistindo meu pai se desesperar. Ele girou o volante com voracidade, tentando manter o controle e desviar da mulher. Mas não foi o bastante. O carro atravessou a calçada, capotando três vezes, deixando a mulher ilesa.

Acordei sentindo uma forte vertigem, como se eu estivesse de cabeça para baixo. Abri meus olhos com cuidado. Meu rosto ainda estava virado para a janela. Minha vista, ainda embaçada, tentava se acostumar com a luz.

Mais uma vez, ela estava lá. A mulher loira da escola. Ela me observava pela janela quebrada, como se tentasse ver se eu estava machucada. Ela pareceu desconcertada ao me ver acordar. Pisquei por alguns instantes e ela desapareceu. Foi quando notei que o carro capotara e eu estava com minha cabeça “encolhida” dentro do carro, graças à falta de uso do cinto. Parti para ajudar meu pai. Ele estava acordado, mas sua boca sangrava loucamente.

— Pai! — exclamei.

— Salve... Seu... Irmão! — ordenou desesperadamente.

Olhei para ele, assustada.

— Pai...

— Seu... Irmão! — exclamou com dificuldade.

Resolvi não pestanejar. Saí do carro com dificuldade. Puxei a porta de Ryan, que estava amassada para dentro do veículo, por conta do acidente. Depois de muito esforço, tirei a porta destruída e puxei Ryan para fora do carro. Ele estava quase desacordado. Uma enorme poça de sangue se alastrava em mais da metade de sua blusa.

— Ryan! — exclamei, sentindo as lágrimas se formarem.

— Desculpa, pai — disse ele, delirando. — Mas não foi culpa minha, Tony...

E desmaiou. Eu não sabia quem era Tony, mas isso não importava. Corri de volta para o carro, para tirar meu pai das ferragens.

— Pai? Vamos! — exclamei.

Foi aí que vi o seu rosto. O sangue não jorrava mais. Seus olhos estavam vidrados, voltados para Ryan. Uma lágrima escorria de seu olho. Fechei seus olhos e voltei para banco de trás, procurando pela minha bolsa.

Corri para o celular. Por algum motivo, o celular só estava trincado, mas ainda funcionava. Liguei para o 911, número de emergência nos Estados Unidos.

— 911, qual sua emergência? — perguntou a mulher do outro lado.

— Meu pai, meu irmão e eu sofremos um acidente na Quarta Avenida! — exclamei, apavorada com o estado de Ryan. — Estamos seriamente feridos!

— Certo — disse a mulher, pausando por alguns instantes. — Qual o nome da senhora, por favor?

— Clair. Clair... Mont...

Senti uma dor imensa crescer gradativamente em minha cabeça, como se alguém tentasse me martelar. Todo o meu corpo estremeceu e minha visão ficou turva, enquanto tudo escurecia e meus sentidos se esvaíam. Caí ao lado de Ryan.

— Senhora? — a mulher continuou a perguntar. — Senhora?


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Notas finais do capítulo

Comentem o/



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