Recomeçar. escrita por Srta Styles


Capítulo 3
Capítulo 3




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Acordo com o corpo dolorido, pois dormi no sofá, não vejo a hora de ter meu quarto mobiliado. Lembro-me do que aconteceu ontem à noite e dou um riso, ontem a noite foi louca.

Preciso falar com a Emily, minha melhor amiga, a deixei em Nova York, junto com outras lembranças... Mas infelizmente não sei que horas são lá agora, fuso horário de merda. Ela vai ficar muito brava comigo se caso eu ligar enquanto ela estiver se pegando com o namorado dela.

Levanto-me do sofá e vou lavar meu rosto no banheiro. Minha cara está toda amassada, igual à de um bulldog. Logo depois de lavar o rosto e escovar os dentes, vou para a cozinha comer algo, tomara que minha tia tenha comprado pão, não estou a fim de comer beterraba murcha. Abro a geladeira e vejo que a beterraba continua gelando sozinha, triste vida, Beterraba. Saudades de meu cereal Crocks Stars na minha tigela todo dia, vou pedir pra minha tia comprar. Aliás, tenho que devolver para ela o m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o vestido que me emprestou.

— Tia Agatha, onde você se enfiou? — Digo andando pelo apartamento em procura dela, o que não adiantou nada, ela deve ter saído.

Decido voltar para o meu quarto, vulgo sofá. Passo pelo espelho que cobre uma das paredes da sala e me assusto, de batom minha tia escreveu no vidro: Fui para o meu trabalho mágico, deixei folhas mágicas dentro do freezer, lá uma outra surpresa lhe aguarda! Obs.: Limpe o espelho depois :D

Odeio a minha tia, que diabos são folhas mágicas? Aposto que tem mais beterraba no freezer. E ainda terei que limpar o espelho. Vou até a geladeira batendo os pés, não tenho saco para coisas infantis, não acredito que terei que conviver com essa criança que ama rosa. Abro o freezer e encontro muitas notas de dinheiro já com cristais de gelo grudados, Cristo... Procuro pela outra surpresa e só vejo potes, os abro e dou um gritinho de felicidade, é sorvete!!

Escolho comer mais tarde, agora o que quero é me arrumar para sair de casa comprar baboseiras e conhecer a cidade. Visto uma camisa de Nova York, um jeans comum, meu moletom xadrez e meu All Star surrado. Faço um coque no meu cabelo e seco o dinheiro que minha tia havia posto no freezer. Como não especificou, acho que posso gastar com o que eu quiser.

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— Me desculpe, me desculpe! Não foi de propósito! — Uma garota ruiva de trança que acabou de me derrubar, caindo junto fala.

— Tudo bem! Eu também não estava prestando atenção por onde andava! —Digo a verdade. A garota do lado da ruiva dá um sorriso para mim, seu cabelo é lindo, roxo e com trancinhas, quero dizer isso a ela, mas fico com vergonha. Retribuo o sorriso e saio de lá.

Comprei um monte de comida congelada e também um livro. Para ler naquela casa onde não tem nada para comer e nem fazer, nem sequer cama ainda tenho.

Sento-me em um banco de uma praça que avisto, é muito arborizada e há uma fonte no meio, que está desligada. Começo a ler o livro e paro no mesmo instante. Começa a chuviscar, corro até um toldo de uma loja, tento me lembrar do caminho de volta, merda, acho que estou perdida, nem sequer sei o nome da rua que moro ou o nome do prédio. Coloco a touca de meu moletom e guardo o livro nas sacolas. Pelo menos tentarei me lembrar do caminho.

Avisto o ruivo do meu prédio, meu vizinho, provavelmente ele está voltando para seu apartamento, decido seguir ele de longe para chegar em casa.

Estou seguindo ele faz uns dez minutos, não me recordo de ter andado tanto para comprar minhas coisas, será mesmo que ele está voltando para casa? Será mesmo que fiz uma boa escolha?

Já está anoitecendo, só me ligo disso quando vejo que segui até uma ruazinha, o garoto entra em um bar onde consigo escutar a música de longe. Não vejo outra escolha a não ser esperar sentada o garoto sair do lugar e me guiar até em casa.

O lugar cheira a bebida, até que é “direitinho”, tem umas pessoas dançando e o resto conversando. Me sento próxima ao garoto, para não o perder de vista, não quero ficar aqui sozinha com esses cachaceiros. O barman pergunta se quero algo, peço um copo de suco de laranja.

— Garota, aqui não é uma lanchonete, esqueceu-se que está em um bar? — o cara fala grossamente.

— M-me desculpe, vou querer uma garrafa d’água então. — peço.

Espero que meu vizinho não seja daqueles que passam a madrugada bebendo.


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Notas finais do capítulo

*Roupa da Samantha: http://goo.gl/d3X1nx

Obrigada pelos comentários :)
Fico feliz em saber que estão gostando. :D