Raiva percorre o meu sangue, só consigo sentir raiva de Peeta, aquilo que ele falou de Gale é um absurdo (mesmo, que eles sejam inimigos, não importa). Não movo um dedo se quer, não grito, não berro (como todo mundo, Glimmer quase perde a voz de tanto gritar), eu simplesmente fico ali, vendo Gale dar socos e mais socos em Peeta (na verdade, eu queria ajudar Gale a bater em Peeta), mas por um rápido segundo, vejo Peeta se virar, e ficar em cima de Gale (em uma posição bem comprometedora, tanto que dois garotos começam a gravar), Peeta dá socos e mais socos em Gale, vejo sangue jorrar de seu rosto. Então por impulso, me movo rapidamente até eles, e me jogo no meio dos dois, começo a gritar para Peeta parar, mas ele não para, raiva está em seus olhos, de um azul claro como mar, se transformou em azul quase preto de ódio. Chega um momento, que ele realmente me machuca (por incrível que pareça, eu não sai dali, percebi o ódio de Peeta, mas não sai), ele está apertando meu pulso com força. Ele vai tentar socar Gale, por baixo de mim, mas acaba socando meu quadril, nesse momento o diretor Snow, vem até nós, puxa Peeta de cima de mim, e vai até Gale, vê que ele está muito machucado e o manda para enfermaria junto com Peeta e comigo, mal consigo respirar, pelo soco que o retardado do Peeta me deu. Chegamos na enfermaria, Peeta senta em um poltrona, e logo vem uma enfermeira para cuidar dele, a mesma coisa com Gale,comigo não, só pego uma bolsa de gelo e levo até meu quadril (nem percebo a presença de homens na sala, quando tiro a blusa e coloco a bolsa de gelo), coro quando percebo seus olhares em meus seios, cobertos apenas por um sutiã, Gale olha com desejo , e Peeta também?? Esqueça Peeta, se não você vai matá-lo. Meus pensamentos assassinos são interrompidos por Snow:

– Agora, alguém vai me explicar o que acaba de acontecer.

– Peeta provocou Gale, então ele foi fazer o que era justo, eu fui tentar intervir e acabei levando um soco no quadril de Peeta. A culpa é toda de Peeta.

– Mentirosa. Você só está defendendo seu peguete. A culpa não é minha, senhor Snow.

– Okay, Gale você, como está muito machucado, pode ir para casa, vocês dois não.

Vejo Peeta soltar um risinho, então logo eu falo:

– Por que eu?? Não fiz absolutamente nada.

– Eu sei senhorita Everdeen, mas você ainda tem que assistir e, senhor Melark, vai ficar de detenção, durante duas semanas, e irei comunicar seu pai.

O sorriso de Peeta desaparece, e eu abro um lago sorriso no rosto. Descemos juntos para a nossa sala (temos a primeira aula juntos hoje, ninguém merece). Ele fala quando estamos na metade da rampa:

– Desculpa, pelo soco no quadril- aponta para o meu quadril.

– Tudo bem. Vamos logo. – ele me puxa pelo pulso, e me faz virar para ele, agarra meu quadril e massageia (sinto um relaxamento, fecho meus olhos, aquilo é muito bom), acho que ele percebe que eu gostei, porque logo fala:

–Acho que você gostou, normal todas gostam, se quiser mais é só me avisar. – ele para de me massagear, eu abro os olhos e então percebo que aquele é Peeta, meu inimigo, o que eu estava pensando em permitir ele fazer aquilo?

– Você é muito iludido garoto.

– Não, sou não, eu sou realista, e a realidade é que você me quer agora.

– Essa realidade é a sua imaginação, então vou deixar você pensar que me tem, mas só pensar.

– Haha. Vamos ver queridinha. – odeio quem me chama de queridinha. Meu pai ama me chamar assim, e ele sabe que eu odeio, e agora tem Peeta para me chamar assim também, que ótimo. Descemos o final da rampa, em silencio – graças a Deus - vamos até a sala, a aula já começou é de História- que bom, nada melhor que um soninho agora- todos os olhares estão voltados para nós- afinal, eu estou vestindo a camisa de basquete de Peeta, porque a minha é muito colada, e estava doendo, o jeito foi vestir a camisa de Peeta, que por sinal é muito cheirosa, e grande, fica muito folgada em mim. Glimmer me fuzila com os olhos- ela com certeza é uma das vadias de Peeta- entramos na sala, só aí percebo, que todos estão em dupla, que MA-RA-VI-LHA, vou ter que fazer dupla com ele, mais perfeito, impossível. As aulas passam voando, logo vamos para o intervalo, percebo olhares furiosos de garotas para mim, e garotos me olhando com um enorme desejo, mas fico na minha, ao lado de Annie. Depois, no almoço, é a mesma coisa, olhares de desejo e olhares furiosos. As últimas aulas demoram um pouco para passar, mas fico pensando em Finnick (meu irmão), em meu pai, minha mãe, até meus pensamentos me levarem até Gale- em como ele é forte, e bonito e... GOSTOSO, meu Deus, como ele é gostoso. Sou interrompida bruscamente de meus pensamentos, com o sinal do toque. Vou até o banheiro, vejo Annie, mas ele vem correndo até mim e fala:

– Kat, hoje é quinta, eu e as meninas vamos sair, vamos no carro de Glimmer. Então você vai pra casa sozinha, Peeta consertou o carro, então não precisa dá carona para ele, e vai logo pegando o carro, porque hoje o Colégio fecha mais cedo.

–Okay, jaja eu vou. Beijo. Divirta-se

– Pode deixar prima. Beijinhos...

Ela saí com as meninas. Logo depois eu saio também, vou andando até o portão de entrada, mas percebo que está trancado. Fico desesperada, não acredito que fiquei presa no Colégio, não to crendo. Escuto um barulho de porta se fechando, corro imediatamente, sempre olhando para trás, para ver se estou sendo perseguida, quando esbarro em alguém, não percebo mais uma lágrima, escorre o meu rosto, o ser que eu derrubei fala:

– Ei Ei, calma, o que fizeram com você? Você está bem? – reconheço essa voz, é Peeta, mas em um tom mais calmo e preocupado?? Sem ironias e sarcasmos???

– Peeta é você? – falo soluçando

–Sim sou eu. Peraê Katniss??? – agora pronto, acabou a paz.

– Aham, estamos trancados no Colégio. Eu estou desesperada.

– Mas o que?? Como assim??? Você vai abusar de mim fisicamente. Sua estrupadora saí de cima de mim.
– Agora pronto, começou de novo, cala a boca. Imbecil. – ele me joga no chão, nesse momento, sinto meu quadril ranger de dor, solto um gemido de dor.

– Katniss??!! Me desculpa, eu não queria te machucar. – ele levanta minha/ sua blusa, e beija meu quadril... Beija??? Separo sua boca do meu quadril, ele me olha com desejo... Desejo??? Tento me levantar, em vão, ele se ergue e estende sua mão, eu aperto-a , e me levanto. Quase caio de novo no chão, mas Peeta me segura e me coloca em seu colo, me leva até a sala de dança do Colégio onde tem umas almofadas, ele me deita, e diz:

– Vou buscar algo para você comer, me espera aqui, okay?

– Tenho outra escolha?

– Não.

–Então tá.

Alguns minutos depois, ele volta com uns sanduíches e uma jarra de suco- acho que de laranja- comemos em silêncio. Estou tão cansada que acabo pegando no sono. Só sinto braços fortes, me girarem e me encaixarem em seu pescoço, onde o cheiro de colônia masculina predomina. É tão confortável, que não saio de seu aperto.