A mocinha e o vilão escrita por Tia Lety


Capítulo 4
Capítulo 04- Cervejas grátis valem a pena?


Notas iniciais do capítulo

Oi gnt, desculpem a demora!!



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narração de: Eric

Talvez eu tenha sido um pouco severo com Agnes, mas eu não tive escolha, ela estava me atrasando. Quando eu estava no sebo em minutos atrás, minha mãe me ligou chorando, dizendo que meu pai estava quebrando a casa inteira e que ela estava muito assustada. É esse o meu motivo de vida, proteger minha mãe do monstro de Luiz. Acho que pai é um nome muito significativo para alguém tão brutal e nojento, então prefiro chamá-lo pelo nome. Desde pequeno eu vi minha mãe sofrer, lutar e resistir. Insistia para denunciá-lo, coloca-lo atrás de grades enferrujadas, mas não importava o quando eu gritasse, ela jamais o denunciaria.

Entrei em casa e vi Luiz quebrando vasos e chutando quadros. Teresa (o nome de minha mãe) tapava os ouvidos e se escondia atrás do sofá. Ele ia quebrar mais uma coisa, mas eu segurei seu braço com força.

—Se não é o meu drogadinho preferido...

Ele se virou e me olhou, rindo, como se eu fosse a piada do ano. Eu o estudei. Sua imensa barriga escapava da bermuda jeans, a blusa regata revelava seus braços gordos, a barba mal feita e os olhos vermelhos de tanto beber me enojavam. Luiz levantou minha mãe do chão e bateu no seu rosto. Eu o empurrei e a levei para trás de mim. Luiz estava tão tonto que caiu na mesa de centro. Dei as costas com a minha mãe e subimos as escadas para o meu quarto, mas ele segurou a gola da minha camiseta, me fazendo rolar a escada. Tento me levantar, mas Luiz agarra meu pescoço, como se eu fosse um gato assustado. Ele bateu minhas costas na parede e começou a rir. Seu bafo fedia à cachaça. Minha mãe gritava:

—Solte-o Luiz! Solte-o! Por favor!

Mas não adiantava. Ele era corpulento, não importava o tanto que eu lutasse ou que a minha mãe berrasse, aquele cara tinha 90 quilos. Estava ficando sem ar... Então... Esse era o meu fim? Morto pelas mãos do meu próprio pai? Até que do nada, ele me soltou e correu para o banheiro, provavelmente para vomitar toda a cachaça que bebeu. Apalpei meu pescoço para certificar se ele ainda estava lá.

—Eric...—minha mãe me abraçou, chorando

Eu já estava acostumado com isso. Levei ela para o meu quarto e a esperei dormir. Eu não durmo, e já encaro isso como uma normalidade na minha vida caótica.

Pela manhã, acordei cedo para voltar às aulas. Eu precisava pedir... desculpas para Agnes. Quase que não uso essa palavra direito, e as vezes esqueço que ela existe. Mesmo Agnes sendo cabeça dura comigo na escola, levamos um papo legal no sebo.

Caminhei pelo corredor da escola e vi Agnes conversando com sua amiga, Karine e um garoto. Acho que ela não estava com muita raiva de mim, nem fiz algo tão grave. Me aproximei dela e tentei falar, meio encabulado:

—Olha... eu te machuquei lá no sebo?

Agnes não disse nada, nem sequer olhou para mim. Ela abriu um livro e começou a ler, ignorando minha pergunta. Fala sério! Eu tentei ser gentil! Tomei uma dose do meu líquido inocente da minha garrafa.

—Agnes.— chamei. Ela não respondeu.—Agnes!

Agnes fingia que nem me ouvia. O que eu fiz de errado? Claro que eu fui rude, mas mesmo assim! Agarrei os ombros dela, a fazendo olhar para mim. Finalmente olhei diretamente para os seus olhos. Que... lindos eles eram. Eram um pedaço de mal caminho... Agnes estava vermelha de raiva e serrava os punhos, se segurando para não me matar. Karina olhava a cena, apavorada. Abri a boca para dizer algo á Agnes, mas não saiu nada. Ela me empurrou.

—Me deixe em paz.

Agnes ia me deixar falando sozinho no corredor? Eu berrei uma coisa, sabendo que ela ia debater:

—Maluca bipolar!

Agnes parou no meio do corredor. Karine e o garoto olharam para ela, e até a chamaram para continuar seguindo caminho, mas a sua sede por debater comigo era maior. Agnes caminhou até mim com passos pesados e colocou o dedo na minha cara.

—Eu sou a bipolar?! Você surta na porcaria do sebo e eu sou a bipolar?! Vá para o inferno Eric.

—Posso até ser bipolar, no entanto eu tenho motivos, não sou que nem você, que fica atacada sem motivo algum!— rugi. Plantei um sorriso cínico no rosto

O garoto que acompanhava elas segurou Agnes. Se não fosse por ele, talvez eu teria levado um soco ou coisa assim. Agnes lutava para se libertar e trincava os dentes de tanta raiva. Era o meu prazer...

Mas mesmo sendo divertido, Agnes era meio maluca. Lembrei-me da aposta... ah... cerveja grátis. Vale apena encarar a esquentadinha por cerveja grátis pelo resto da vida. E como vale. Mas ela me odeia. Por que ficaria com um garoto que odeia? Preciso me aproximar de Agnes, entendê-la e estudá-la.

Me esbarrei na professora de literatura, a senhora Zacky. Seus papéis voaram e eu ajudei a pegar um. E esse papel dizia: "trabalhos de etapas. Duplas. Trabalho impresso e filmado.". Pisquei. Era da minha sala! Sabe o que isso quer dizer? Que eu posso tentar fazer dupla com Agnes! Só assim eu teria um tempo para ficar com ela, talvez assim ela goste de mim.

—Sra. Zacky... quer uma sugestão para o trabalho de literatura?— falei, tentando fazer meu olhar mais angelical possível

—Diga.

—Sorteio de duplas! Mas...— funguei, tentando parecer real— eu estou gostando de uma garota... Agnes. Eu queria que a senhora me colocasse com ela... pode ser?

—Hum... é. É uma ótima ideia sr. Padilla. E não se preocupe.— sra. Zacky piscou— Conte comigo.

É uma das qualidades de ser meio insensível, você não se importa muito com o que os outros pensam, ou o que podem sentir. E eu vou conseguir minhas cervejas grátis em meses.

Fui para a sala e sentei perto de Agnes. Ela esfregou as mãos no rosto, tentando controlar sua ira. A professora de literatura entrou na sala e eu tentei sorrir para ela, Sra. Zacky piscou pra mim e limpou a garganta.

—Atenção alunos, vamos começar o nosso trabalho da primeira etapa. Quero o trabalho em duplas. O trabalho é em slides e filmado, falando do nosso paradidático, Viagem ao Centro da Terra.— a sala ficou agitada— Mas...! Eu escolho as duplas.

Sra. Zacky começou o sorteio. Agnes pareceu preocupada, seu nome não aparecia.

—E por fim, Agnes e Eric.

—O quê?!— ela gritou, batendo as mãos na mesa

Tentei fazer a maior cara de surpreso que consegui, mas por dentro, eu estava rindo que nem um maluco.

—Fazer o quê né Agnes...? É melhor que levar zero.— falei

—Você!— Agnes se voltou para mim. Nunca a vi tão enfurecida— Você planejou isso não foi?

—Pode ser que sim... mas também pode ser que não.

Agnes me deu um soco. A professora de literatura nem percebeu, já que um monte de alunos estavam aglomerados em cima dela. Agnes caiu por cima de mim, me socando. Virei ela e a segurei pelos pulsos, pressionando contra o chão.

—Eu sei que está ansiosa.— falei e Agnes rugiu

Beijei sua bochecha e sai de cima dela, dando leves risadas.


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Notas finais do capítulo

gnt, não vai dar pra eu postar amanhã, eu acho. Mas se eu postar sla... POSTEI!

Tia Lety



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