A mocinha e o vilão escrita por Tia Lety


Capítulo 5
Capítulo 05- Minha maldita dupla


Notas iniciais do capítulo

oiiiii!! Gnt, eu sequestrei o computador da minha tia pra postar esse capítulo!! Por favor não desistam dessa história! TT__TT



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narração de: Agnes

O que diabos aconteceu aqui?! O que diabos está acontecendo comigo? Eu nunca fui assim... Violenta. Acabei de dar um soco em Eric, o garoto mais irritante e egoísta da face da Terra. Mas eu não sou assim. Sou simplesmente Agnes, a garota calma, equilibrada e pacífica, que gosta de música clássica e se orgulha da sua vida monótona. Eric está me mudando? Ele está me fazendo uma garota violenta?

Sentei na minha cadeira e respirei. Eric tinha me dado um beijo no rosto, e ardia na minha pele. Esfreguei a mão no canto do beijo. Ele estava ao meu lado, mexendo sua maxilar, tentando confirmar que eu não quebrei nada. Aaah! Que mostro que eu me tornei.

Sem falar que eu vou ter que fazer um trabalho com aquela peste! E o meu gelo? Como fica? A professora começou a falar do nosso livro paradidático, e disse que esse seria o tema do trabalho nojento. Tentava não pensar. Minha cabeça doía com os flashbacks, que aconteceram agorinha afinal. Pensei em como faria esse trabalho, já que nunca eu poderia levar Eric para a minha casa, já que Jorge me proibiu de falar com o suposto garoto de alargador. Eu não vou para casa dele, não tenho motivos específicos para isso, mas eu não vou.

Graças a Deus hoje era sexta-feira, queria chegar em casa, tirar meu sapato, colocar minha sonhada roupa de mendiga e ficar com a cara na televisão, assistindo romances mel com açúcar. Não vamos nos esquecer do sorvete que Jorge comprou pra mim. A alça do meu violão caiu no meu ombro. Eu quase sempre levava ele comigo, e as vezes tocava no colégio. Esse era o meu programa de final de semana. Senti cutucadas no meu ombro, e era Karine e Cody, o novo namorado dela.

—Amiga, eu já vou indo.— disse Karine

—Tudo bem... Tchau para vocês dois.— falei. Eu não sabia como tratá-los, usá-los no plural ou não

—Tchau!

Me vi sozinha no corredor. Peguei meu celular para ligar para Wesley vir me buscar, mas senti cutucadas de novo no meu ombro. Era Eric. Mereço... Ele suspirou e disse:

—Você quer começar logo o trabalho? Eu trouxe meu notebook para preparar os slides.

—Hã... Você carrega consigo um notebook? — Eric girou o olhar. Eu queria me livrar logo desse trabalho— Tudo bem, tudo bem.

Sabe o que é irônico? As pessoas te magoam e depois perguntam: "o que você tem?". Eric era esse tipo de pessoa. Ele nem deve saber que eu fiquei com raiva dele por causa do sebo.

Fomos para uma sorveteria e sentamos numa mesa. Eric tira o computador da mochila e começa a fazer os slides comigo.

Já eram três horas da tarde e não tínhamos terminado a desgraça desse trabalho. Eric cruzou os braços, cansado. Seus dedos gelados encostaram na minha pele, me fazendo quase levar um choque. O observei pelo canto dos olhos e ele me observava também. Desviei o olhar. Isso é uma das coisas mais constrangedoras do mundo! Você vai olhar para uma pessoa, e ela está olhando pra você! Eric deu leves risadas e tentou esconder o sorriso com uma das mãos. Me afastei um pouco e suspirei.

—Quer tomar alguma coisa? Amanhã terminamos essa porcaria.— sugeriu ele

—É, pode ser.

Guardamos nossas coisas e fomos para uma pracinha. Sentei no banco e Eric foi comprar dois sorvetes. Tirei meu violão da capa e comecei a tocar um pouco. Eu não sou aquela musicista, mas acho que sei o básico do violão. Eric sentou no banco e me deu sorvete. Ficamos olhando para o horizonte até ele dizer:

—Eu odeio pedir desculpas, mas se eu pedir, é porque eu realmente me importo.

—Está me pedindo desculpas?— perguntei

—Em outras palavras... estou.— Eric lambeu o sorvete

Eu não sabia se ria, ou se falava alguma coisa, apenas sorri, confirmando o pedido de desculpas. Mas eu não deletei tudo! Esse garoto precisa ralar muito para ganhar minha confiança.

Eric pegou meu violão e começou a tocar desafinadamente. Peguei o violão das mãos dele e disse:

—Aprenda com os mestres.

—Ah ta...— debochou Eric, rindo

Comecei a tocar e ele balançava a cabeça, dançando.

—Quer algumas aulas?— perguntei

—Você vai me dar aulas?

—Claro que não. Não preciso ficar com você mais que o necessário.

Percebi que fui um pouco grosseira. Mas ao contrário de ficar magoado, Eric riu.

—Gosto do seu jeito.— disse ele, limpando os olhos

—Você é bipolar de verdade?— ri— Eu te dei um murro.

—Eu sei. E que murro hein! Já fez artes marciais ou algo do tipo.

Ri. Ei! Por que eu estava rindo? Ele é o inimigo lembra? Eu acho...

Balancei a cabeça, em sinal negativo. Ficamos nos olhando por um tempo. Tentei desviar o olhar, mas era como se eu fosse o lado positivo, e ele o negativo de uma pilha. Nos atraímos. Papo de nerd, foi mal.

Virei a cabeça e olhei o relógio. Estava bem tarde, tinha que voltar. Nem fui para o sebo hoje, Wesley vai me matar.

—É melhor eu ir. Tenho horário na minha casa.— falei

—Ah! Sobre eu trabalhar no sebo, ainda está de pé?— perguntou Eric

—Não sei te responder isso ainda.

—Eu recupero isso de volta.

Eric bebeu na garrafinha de plástico dele, ele leva essa coisa pra todo o lugar. Será que ele já teve pedras nos rins para beber tanta água? Levantei uma sobrancelha e tomei a garrafa das mãos de Eric. Abri a tampa e senti o cheiro. Minha pupila dilatou. Era vodka! Aquela bebida que matou minha mãe! Larguei a garrafa no chão, como se tivesse me queimado. As lembranças do velório da minha mãe me deixavam nervosa, insegura e com medo. Estava ofegante, até o cheiro me fazia mal. Eric se aproximou de mim e perguntou:

—Ei... Você está legal?— eu neguei— Para com isso. É só vodka. Uma bebida simples.

—Só vodka?! Só vodka?! Foi essa sua bebida simples que matou minha mãe!

—Me desculpe! Mas fala sério! Você nunca vai beber por causa que a sua mãe morreu?!

—Eric! Seu... Eu e minha bela mania! Achando que as pessoas podem mudar!

Dei as costas e sai da praça, mas Eric agarrou meu pulso.


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