What We Are Today escrita por Pocky


Capítulo 4
Injustiçada VS Humilhada


Notas iniciais do capítulo

Ei pessoal >///< TODOS ME DESCULPEM POR FAVOOOOR.

Eu esqueci que eu tinha uma apresentação esses dias >//< Desculpem, eu realmente tive que ensaiar duro esse dias então não tive tempo algum para escrever.

Mas agora, eu trago esse capítulo tenso para vocês, eu acho que não sou muito boa como minha mãe diz que eu sou. Sumo e depois trago uma coisa dessas pra vocês ;~;

Oh, agradecendo os comentários animadores aqui *-* Super amei, continuem assim heuhuehuehue Eu gosto :3

Bem, tem uma parte do capítulo que está em terceira pessoa, então automaticamente vocês terão que tirar sua conclusões sobre quem é... o que está muito fácil xD



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/601986/chapter/4

– ... Ooh, the good life!

Eu cheguei em casa cantarolando, inevitavelmente, a canção daquele babaca. Não me orgulho disso, mas a voz dele ficou ecoando em minha cabeça o tempo todo.

Eu estava tão distraída que me assustei com a figura de Angie sentada no sofá me encarando com uma aura... Deprimida? Assustadora? Que diabos de aura é essa mesmo?

– Violetta.

Acho que estou com problemas, Angie não costuma ser tão séria, isso soou como um aviso de morte.

Hesitante, eu me aproximei, já tremendo. O que eu fiz para tanto?

– Você se divertiu? – ela me perguntou com um sorriso forçado. Agora ela me parecia triste.

– Angie... O que...? – eu gaguejei não sabendo muito se devia perguntar o porquê daquilo, ficar preocupada, ou correr.

– Não faça essa cara. – ela deu uma risada fraca.

– Seria mais fácil se eu soubesse o que está acontecendo. – eu respondi, dessa vez mais firme.

– Não acredito que seria. – suspirando, ela levantou massageando as têmporas. – Estou indo dar aula para turma de dança...

– Agora? Você não dar aula só de dia? Me diz o que aconteceu!

– Outra hora, é um assunto... complicado. Você vem? – sua voz era pesada assim como seus olhos, eles pareciam querer dizer algo, mas eu não entendi.

Eu não era de me expor publicamente, mas às vezes eu ajudava Angie com as aulas, sempre na teoria, raramente na prática. Porém os alunos sempre pediam uma demonstração, então eu evitava ir.

– Eu... prefiro ficar.

Angie continuou sorrindo forçado e foi em direção a porta. Aquela ação pesou em mim, toda a euforia do show tinha desaparecido, eu estava preocupada com o que estava por vir com essa reação.

***

– Ei, Vilu? Está ouvindo?

A voz da Cami me fez despertar de... não sei o que. Eu estava muito distraída por causa da ação de Angie. Ela ainda não havia me falado nada, e eu estou me perguntando o porquê.

– Anh? – eu disse vagamente, sem realmente querer saber.

– Você não está nem aí, não é? – a voz da Cami ficou séria e ressentida e eu a vi se distanciando antes que eu pudesse fazer algo a respeito disso.

– Cami!? – a chamei quando descobri que tinha dando mancada. Suspirei batendo em minha própria testa.

– Não se culpe muito, ela só está eufórica e preocupada com tudo. – disse Naty, que estava em meu lado e eu nem percebi, estranhamente séria.

Ok, todo mundo resolveu ficar com essas expressões de seriedade agora?

– O que há com todo mundo?! – eu questionei estressada. E Naty olhou para mim com compreensão.

– Você realmente não ouviu nada do que ela falou? O que houve?

– Não, eu realmente não ouvi, não sei nada sobre isso. E eu que deveria fazer essa pergunta... O há com todos vocês?! – eu apontei.

– Você realmente esqueceu. – Naty agora parecia decepcionada.

– O quê? – agora eu estava começando a ficar com medo, vai que eu havia esquecido que hoje é aniversário da Cami. Eu estaria morta.

Naty arfou totalmente incrédula.

– Como pôde esquecer do evento beneficente?

E de repente minha cabeça começou a girar, e eu me senti a pior das idiotas. O evento beneficente! Não me admira que Cami tenha saído irritada. Como eu pude esquecer justamente disso?

Acontece que há algum tempo nós, Naty, Fran e eu, havíamos descobrido que o irmão mais novo de Cami tinha leucemia e estava internado, então decidimos fazer uma visita. Eu inevitavelmente pensei em meu passado, ao lado de um leito cantando para minha mãe, Cami estava passando pela mesma coisa, tanto que ela resolveu estagiar como enfermeira naquele hospital para ficar mais tempo perto de seu irmão, mas sua idade não permitia, então ela apenas tinha que acompanhar o tratamento como uma mera visitante, nós íamos junto a ela muitas vezes, principalmente eu, mesmo que eu soubesse como aquilo terminaria, eu fui fisgada novamente pelos sonhos perdidos daquelas pessoas que tanto precisavam de atenção. Aquele hospital estava repleto de sonhos e sonhadores assim como no tempo de minha mãe.

Havia terminado, seu irmão havia falecido, ele tinha o sonho de ser um músico bem sucedido, mas sabia que não teria como realizá-lo. Mesmo sendo recente e Cami tê-lo amado muito, ela nunca se permitiu ficar triste, ela dizia que estava fazendo o que havia prometido para seu irmão, eu estava lá quando ele disse: "Não quero que fique desperdiçando sua vida ao lado de um leito, se não for pedir muito, viva a vida que eu não vou poder ter..." e ele tinha apenas 11 anos e já parecia carregar o mundo nas costas. Eu admiro a Camila por poder cumprir esse desejo... Eu não tenho feito o que minha mãe pediu...

Mas então, em uma dessas visitas eu conheci Maria, ela era "amiga" de Victor, irmão da Cami, ela tinha uma aura única, mesmo doente ela era tão alegre e sorria tanto, ela não tinha apenas o nome da minha mãe, sua aura era totalmente igual também, inevitavelmente eu me apeguei a ela e àquele lugar, não somente eu, as outras garotas haviam desenvolvidos certo carinho por ela também, e por aquele lugar com várias crianças como ela, e então, mesmo com a morte de Victor, nós ainda visitamos aquele lugar.

Então nesse ano havíamos concordado em fazer um evento musical por todas aquelas crianças que tinham um sonho e que se encontravam sem esperança e também pelo sonho de Victor que se foi, mas sobretudo, para arrecadar recursos para doar ao hospital e ajudar no melhor tratamento para aquelas crianças. Eu fui motivada pela admiração que eu tinha por Cami e o carinho que desenvolvi pela pequena Maria que queria se torna uma pop-star, e minha vontade de fazer alguma coisa para me livrar da culpa que sentia por não poder cumprir o desejo de minha mãe apenas cooperou para isso... Mesmo não conseguindo cantar para os outros, eu fazia o possível para ajudar no que fosse necessário.

– Eu... não esqueci. Me desculpe, mas poderia me repassar o que ela disse?– eu disse cabisbaixa.

– Ela quer chamar PnI para tocar...

PnI?! Não brinque comigo! – eu arfei incrédula. Ela realmente acha que eles irão topar?

Naty sorriu gentilmente.

– Não estou brincando, ela está chamando toda a turma de música.

Meu queixo foi ao chão.

– Confesse, é uma boa ideia, além disso Fran já falou com o Diego, então ele disse que conversaria com os "caras". – e então ela corou em 10 tons de vermelho, mas resolveu continuar. – E... Ela está preparando um dueto com a Fran, você sabe, elas são boas nisso, mas estava querendo que você fizesse uma parte com o piano ou violino já que...

Eu a interrompi antes que ela terminasse.

– Não posso fazer isso. – eu disse com uma voz cortante, minha aura havia mudado completamente.

– Ma.. mas...

– Eu posso fazer os arranjos e passar para elas, mas eu não vou...

Braços magricelos e duros foram enlaçados em meus ombros, quase me fazendo infartar.

– Olá Rapunzel! Você deveria cortar esse cabelo, olha só, está enooorme! – era a Fran e ela estava puxando meu cabelo, me deixando irritada. Estava muito estranho ela não ter aparecido ainda mesmo. – Olha, eu estava ouvindo e... Vilu, você deveria...

Meu rosto se contorceu completamente em frustração.

– E desde quando eu tenho que fazer o que você diz? Puff, olha só, eu faço os arranjos sem problemas, agora não tentem me obrigar a... puff, estou indo. – eu me irritei, e eu estava quase surtando, juro, então saí pisando duro antes que começasse a gritar.

***

Eu já estava um pouco mais calma, procurando um lugar para eu sentar na biblioteca, que estranhamente estava cheia hoje, ah claro foi instalada uma rede de internet aqui, o bom é que ninguém aqui faz barulho, então é tipo, o lugar perfeito para relaxar.

Eu achei um lugar vazio em uma das mesas, em frente à um garoto que estava debruçado sobre a mesa parecendo estar dormindo.

Com livros e cadernos abertos, eu comecei a pensar sobre o que as garotas queriam que eu fizesse, e ainda tinha o problema com a Angie. O que eu farei no meio dessa confusão? Eu estou tão ferrada.

Suspirei me recostando na cadeira enquanto olhava para o teto, como se nesse gesto eu fosse receber a solução para todos os problemas. Porém, um vulto passando por mim prendeu minha atenção, era uma garotinha do primeiro ano, colocando uma cesta de chocolates toda enfeitada de corações rosas na mesa do garoto que dormia na mesa da frente.

Puff, que romântica, ela não deveria se arriscar tanto, seu orgulho está em jogo...

O garoto pareceu despertar e estava erguendo-se preguiçosamente. E adivinhem... Era ninguém menos que o príncipe narcisista, Leon. Eu quase engasguei com o ar ao percebê-lo, ele olhou para mim bocejando antes de dar atenção a cesta e depois subir os olhos até encontrar os daquela pirralha.

Não pude evitar de sorrir ao lembrar da cena de outro dia, quando ele rejeitou Gery. E pena por saber do futuro dessa garota, mas vá, é chocolate ele deve ser gentil e aceitar.

– O que é isso? – ele perguntou com a voz rouca e, juro por Deus, os olhos da garota brilharam como naqueles desenhos animados.

– E.. eu.. err... Você foi incrível ontem... espero que aceite meus sentimentos. – a garota estava tremendo, juro. E eu, ao mesmo tempo que achei aquilo patético, me senti solidária.

Ele suspirou cansado e a olhou com indiferença

– Eu queria dormir.

– Desculpe...

– Não gosto de doces, nem de criancinhas – ele a encarou diretamente nos olhos – Suma daqui.

A garota teve seus olhos marejados antes de correr para longe recebendo ordens de silêncio. Eu a acompanhei com os olhos até que sumisse, não muito surpresa com aquela reação por já ter presenciado algo assim ontem, mas senti pena, juro. Quando voltei meus olhos para Leon, ele me encarava intensamente, eu desvie rapidamente os olhos para os livros, aquele olhar era triturador e eu o sentia pesar um mundo sobre mim, meu Deus. E então ele se levantou, não dizendo nada e nem levando a cesta.

– A cesta. – eu disse alto o suficiente para que ele ouvisse – Você deveria levar isso. – peguei a cesta e estendi para ele que havia parado ao meu lado, olhando a cesta como se fosse um inseto.

– Você pode ficar com isso. – antes que eu rebatesse ele já estava se retirando da biblioteca.

Eu até gostava muito de chocolate e tudo mais, só que meu senso ético me disse que eu deveria fazê-lo levar aquela cesta. Eu nunca quis me importar com isso, mas inevitavelmente me peguei indo atrás dele com a cesta em mãos.

– Ei! – eu chamei, e todos que andavam pelo corredor olharam para mim, menos ele – Leon! – por impulso, gritei seu nome, mas me arrependi, quando ele olhou, eu não deveria saber o nome dele mesmo ele sendo tão popular, então por orgulho eu acrescentei "ou alguma coisa" quando me aproximei.

Ele me lançou um olhar preguiçoso.

– Aquela garota deu isso a você, é seu, então leve. – eu empurrei a cesta para ele sutilmente. Ele a segurou antes que se chocasse contra seu torso.

– Você é o que? Falando desse jeito... – ele me encarava com aqueles olhos rudes e aquilo me dava nos nervos.

– E o que é você também? Falando com uma garota daquele jeito escroto e julgando as pessoas pela aparência, está tão bem assim? – eu rebati enquanto cruzava os braços, me sentindo injustiçada por aquela pequena garota. Eu sentia como se estivesse procurando briga.

– Alguém disse que eu estava? – ele se mantinha calmo, sem reação alguma, e aquela pergunta junto àquela postura me desconcertou e eu me encolhi um pouco, minha confiança murchando.

– Não... Mas... você não deveria julgar as pes...

– Hipocrisia? Vocês fazem isso também. – sua voz cortante me interrompeu.

Eu fiquei confusa com o "Vocês". Eu o quê? Não é sobre mim a discussão, do que ele está falando?

– Anh? – eu só soltei isso.

Ele sorriu seco.

– Ou vocês não nos olham apenas por nossa boa aparência, música e sucesso? – ele perguntou enquanto prendia meu olhar. Ele tem um dom de hipnotismo ou quê?

Eu ainda estava me perguntando sobre o que diabos ele estava falando, minha cabeça havia bugado no "vocês".

– O quê?

– Vocês são todas iguais, todas sobre aparência também. – e então ele empurrou a cesta rudemente até mim.

Eu gemi por ter acertado meus seios, sabe a dor? Pois é.

Ele ainda estava ali, esperando alguma coisa, e eu não sabia o que responder.

– Você deveria ser mais gentil pelo menos. – eu decidi reclamar, tanto pelo motivo anterior quanto pelo de agora, enquanto massageava discretamente meu busto por trás da cesta, estava dolorido.

– Eu tenho meus motivos para não ser.

– Que motivos?

Ele me encarou por um tempo antes de resolver responder.

– Ter bajulações e declarações todos os dias... É repugnante. – seu tom de voz se tonou superficial – Mas acho que uma garota como você não entenderia.

– O que você está insinuando? – o encarei encabulada. Ele vai ter coragem mesmo? Eu vou bater nesse garoto!

Ele desceu seus olhos até meus pés, antes de subir de novo até estar me encarando novamente, agora com sorriso irônico no lábios, e inclinou sua cabeça para o lado fazendo com que seu olhar crítico ficasse mais evidente por debaixo do cabelo.

Ok, acho que entendi.

Eu respirei fundo para manter o equilíbrio mental. Como eu pude gostar de alguém assim?

– Tudo bem, mas eu quero dizer que...

– Você já sabe disso... – ele disse mais alto me interrompendo outra vez, mas agora ele me fitava com um olhar maldoso – Eu não suporto as pessoas que são feias, falar com você está sendo... desagradável. Então pare de me perseguir.

Minha mente travou outra vez, e eu fiquei sem reação. Apenas despertando quando vi que ele se distanciava.

– Ei! Leve is...! – meus pés ainda estavam pesados, e mesmo assim eu tentei dar alguns passos, resultado, eu estava tropeçando e nem consegui concluir minha fala.

Sabemos que quando estamos caindo, não nos importamos com o que, só nós seguramos em qualquer coisa. Essa "coisa", para mim, foi o casaco de Leon, não deu muito certo então acabei parando em seus tornozelos.

Cena humilhante? Não acha. Imagine de novo. Eu caindo aos pés de Leon em um corredor cheio de pessoas transitando, ainda por cima com uma caixa de bombons enfeitada de corações rosas.

"Ela deve ter sido rejeitada."

"Oh, que lamentável."

Aquela situação era tão humilhante, que eu quis chorar. Maldita hora que eu me importei em ser ética!!!

Eu estava incapaz de me levantar, assim como meu orgulho que havia caído junto comigo.

– Você está bem? – ouvi Leon dizer com a voz quase alterada, mas forçada a se conter.

Eu apenas acenei com a cabeça, incapaz de dizer alguma coisa sem chorar, por raiva e por vergonha.

– Está mesmo tudo bem? – ele havia se aproximado um pouco mais de mim agora.

Eu não queria que ele visse minha expressão humilhada.

– Apenas dê o fora daqui. – eu disse com toda a raiva que tinha naquele momento, saiu um pouco tremida, mas no fim..

Ele havia ido embora.

E eu e me orgulho ficamos no chão.

***

"...Você ainda poderá vê-la se deixar que ela venha sem restrições. Mas se eu tiver que lutar por isso suas chances acabarão, e dessa vez, eu juro, que posso ganhar."

"Por que agora? Você nunca se importou com ela desde a morte de..."

"Você não sabe de nada! Faça isso, você tem prazo, fale com ela. Ela com certeza entenderá."

"Você é tão egoísta, não pensa em todo mal que fez a ela?!"

"Eu penso todos os dias, por isso a quero de volta."

"Você não me engana!"

"Você tem um prazo..."

Ela tocava uma melodia triste no piano de calda enquanto esperava seus alunos chegarem, aquela conversa a atormentava. Como ela diria isso a Violetta?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tenso não?
Leon não é tão legal. E vou explicar o porque de eu tê-lo feito assim... u.u É porque na novel e principalmente na 1º Temporada, a Violetta foi muito ruim para meu lindo. Ta aí o troco dela ~aquela cara de cão~
Mas não se preocupem tanto ^^

Então? Gostaram? Não? Por quê? conversem comigo XD

Até o próximo :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "What We Are Today" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.