What We Are Today escrita por Pocky


Capítulo 2
Sem querer eu esbarrei em você.


Notas iniciais do capítulo

Oie, desculpem a demora ;-; Problemas com o pc. Estou com o da mãe.
O capítulo ficou meio grandinho @-@


PS-IMPORTANTE: Quero agradecer pelos coments e tudo mais. Realmente obrigada seres divinos. A fic foi bem recebida nesse site, sendo assim vou continuar a história. Tãndãn o/



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– Aah! Leon você foi fantástico ontem...

–... e estava tão gostoso e lindo naquela jaqueta, Leon...

–... a gente poderia sair qualquer dia, Leon...

–... Leon, eu sou linda não sou?

–... Leon? Pode dizer pra elas que aquelas músicas foram todas para mim?

–... Leon! Você é maravilhoso!

Leon.

Leon.

Leon!

Fala sério, essas garotas não conseguem não ser tão escandalosas. Puff. Ele parece tão irritado, por que ainda não as expulsou de perto?! Ah, qual é o garoto que não gostaria de ter belas garotas a sua volta? Se bem que a maioria ali não possui um cérebro, mas as pessoas não dão muita importância para isso, né verdade?

Eu me inclinava sobre a mesa, apoiando minha cabeça nos braços enquanto olhava frustrada para a mesa no outro lado do refeitório. Ou melhor, para mesa onde ele estava. Leonard Vargas, ou simplesmente Leon, o garoto prodígio, popular, mais cobiçado, e talvez – para mim é certeza – o mais lindo do colégio. Ele é tão perfeito aos meus olhos que me sinto idiotamente encantada, e talvez até estúpida, mas o que posso dizer? Em todo lugar, nos tempos de escola, acontece um típico clichê da garota nerd se apaixonar pelo cara popular e inclusive também acontece o inverso. Mas eu não sou nerd, há! E nem popular também. Eu não sei em que classe da “cadeia alimentar do colegial” eu estou, isso não importa muito também.

Enfim, a questão é que eu já observo o Leon a um tempo, nós estudamos juntos desde o 7º ano, quando eu sai daquele “infernato” e fui estudar em uma escola “normal” para então – depois do fundamental – ir para o colegial prestigioso que é On Beat Highschool, mas nunca sequer nos falamos, talvez ele nem tenha notado minha existência em todos esses anos.

Na verdade, não sei muito sobre ele, apenas que ele quebra o clichê de ser popular por fazer parte do time da escola, ele é apenas um membro da turma de música que encanta por tocar muito bem sua guitarra e possuir uma banda conhecida como PnI – abreviação de Perfect and Imperfect. Ele tem esse ar de mistério e parece ser indiferente a tudo, apesar disso torná-lo mais lindo e tudo mais, é meio intimidante. Eu nunca consegui chegar perto dele sem tremer na base, e muito menos falar com ele. Sou uma idiota por ainda gostar dele. Mas penso que isso uma hora vai acabar, afinal todos descrevem isso como uma paixonite, nem sei de nada, mas dizem que acaba um dia, eu tô esperando esse dia chegar.

Até lá eu continuou observando, e é engraçado vê-lo ignorando aquelas garotas de plástico. Realmente, apesar de me incomodar, eu acho graça.

– Ei Naty, olha só. A Vilu tá fazendo aquilo de novo. – ouvi Camila dizer com uma voz debochada, logo sentindo minhas bochechas queimarem, mas me recompus rapidamente e pra disfarçar brinquei com as batatinhas do meu lanche entre os dedos.

– Hãn? O que disse? – Naty parecia tão "avoada" quanto eu estava a momentos a atrás. Tá aí, minha onda de escape.

Deixei que um sorriso debochado começasse a crescer em meu rosto.

– Me diz, Naty. A vista de lá é interessante? – perguntei enquanto mexia as sobrancelhas sugestivamente. Naty ficou toda vermelhinha na hora, e eu comecei a rir sendo acompanhada por Camila. Como eu estou malvada hoje, não me reconheço. Touché.

– Que feio Vilu. Já está constrangendo a pobrezinha da Naty? Eu bem que vi você olhando pra aquela mesa também, ou melhor, você comia o Leon com os olhos. – logo fechei a cara e meu sorriso foi ao escambau e não voltou. Francesca havia acabado de chegar à mesa com seu comentário desnecessário, e com sua bunda e peitos apertados naquele uniforme muito justo e pequeno que é o das garotas da torcida.

Francesca faz parte das bonecas plásticas, digo as líderes de torcida, porém não é fútil ao extremo apesar de ser uma megera que gosta de pegar no eu pé de mais, é minha melhor amiga, e eu odeio ela, quer dizer... Bem, não me forcem a dizer.

– Não faça essa cara de maracujá murcho, não é segredo pra ninguém aqui. – ela disse como se fosse nada, puxando a cadeira ao meu lado para sentar-se. Essa garota tá testando minha paciência, só pode.

– Talvez se você tivesse dito mais alto, de fato não seria segredo pra mais ninguém. – retruquei mal-humorada enquanto esmagava a batatinha entre os dedos.

– Eu estaria fazendo um favor pra você, não é? – Fran como a boa provocadora que é, estava com aquele sorrisinho malicioso irritante. Puff.

– É lindo de ver o amor de vocês duas, mas dá pra parar? – Camila interrompeu o que eu ia dizer em seguida. Por fim, resolvi apenas virar a cara para o lado e ignorar aquela coisa irritante, se não acabaríamos discutindo.

– E pensar que um “olá” mudaria a sua vida. – Fran continuou, com aquele ar de deboche, porém dessa vez fazendo um drama forçado. Abaixei a cabeça contando mentalmente até onde me sentisse melhor, essa garota sabe como me irritar, ahen. Mas ela tem razão, e admitir isso me faz sentir-me derrotada.

– Você está exagerando, Fran. – Naty disse mascarando o nervosismo com um ar brincalhão.

– E você, Naty. – percebi o tom provocador de Fran mudar de alvo. – Em assuntos assim você consegue ser quase tão ruim quanto essa queridinha aqui. – Senti meus ombros serem puxados e abraçados por aqueles braços magrelos e duros de tanto exercícios da Fran – Ainda mais quando se trata do Max, não é mesmo, Vilu? – ela colou seu rosto ao meu, e fez uma vozinha infantil ao dizer meu nome. Doida.

– Fran! Alguém pode te ouvir. – sussurrou Naty toda nervosinha.

Fran e Camila começaram a rir e foi inevitável não acompanhar. Naty era uma graça quando nervosa, toda atrapalha e tudo mais.

Fran, Cami, Naty e eu. Não sei quando ao certo nos tornamos amigas, somos tão diferentes, é estranho como tudo aconteceu, mas isso é assunto pra outra hora.

– PnI!? Eles foram ótimos ontem, e são tão lindos...

– Ouvia dizer que eles estarão se apresentando no Oasis toda noite!!!

– Aaaah! Temos que ir cedo para guardar lugares na fileira da frente.

Tch, sinceramente. Não sei se aguento essas histéricas, tão me dando nos nervos.

– Ah, é sobre isso que eu vim falar com vocês! – disse com a voz mas alta do mundo minha querida pior amiga, Fran. Essa querida quer estourar meus tímpanos.

– Dar pra parar de gritar? Já não basta essas doidas lunáticas... – resmunguei entre dentes com uma imensa vontade de socar ela. Mas levei um beliscão de Camila que me olhou como se dissesse: "Não começa". Por fim, eu só revirei os olhos e me apoiei na mesa de novo, mal-humorada.

– Continue, Fran.

– Tenho entradas para a apresentação da PnI... – continuou Fran, e seu olhar e dedo apontaram para mim – E você Vilu, e você Naty, como sei que vão fazer doce para não ir, se sintam obrigadas a ir.

Fiz um barulho debochado, aquele que sai do fundo da garganta, sabe? Ela odeia.

– E desde quando você tem alguma autoridade aqui. Vá treinar suas cadelas minha filha. – Eu disse pingando sarcasmo. Eu viro outra pessoa quando estou de mal-humor, licença? Obrigado.

Ouvi a querida rosnar. Que dó.

– É claro que elas vão! – Camila tratou de romper a discussão que viria com sua voz animada. Para minha derrota, quando Camila concordava com a boneca musculosa, não tinha como contrariar. Vilu se ferra quando isso acontece.

O sorriso que Fran me lançou quase me fez taca meu copo de suco nela. Mas seria uma droga para o suco, deixa ele aqui. Naty apenas assentiu toda vermelhinha, é claro que ela iria. Mas eu? Eu nunca. Eu posso até gostar muito desse cara, mas não vou bancar a fã. Não mesmo.

– ... Leon, eu estarei lá esta noite por você...

–... Eu deixo você assinar em meu sutiã...

–... Aaaah! Olha ele ali, não é lindo?

Tch. Porcaria, essas garotas realmente não têm limites.

– Vocês terão que me arrastar, eu não vou me misturar com essas histéricas. – o nojo era evidente em minha voz.

– Quem disse que terá que se misturar? Esqueceu quem eu namoro fofa?

Eu realmente perdi, né? Vamos ver se eu consigo me trancar em casa antes delas me pegarem.

***

– Porque mesmo vocês me arrastaram para o banheiro? Temos aula. – falei enquanto bocejava. Bateu um sono agora, puts.

– Ah, você precisa dar um jeito nessa cara pálida, você conhece os milagres da maquiagem? – Fran cuspiu seu sarcasmo.

Vi Camila por uma mão na testa e suspirar. Ela é tão mãe.

– Vocês...

– Essa coisa que reboca sua cara? É muito milagrosa mesmo. – rebati, Fran rosnou se preparando pra discussão.

– P-parem vocês duas. – interrompeu Naty que vinha para mim, com um pano molhado. Eu estava meio lenta e só percebi quando ela começou a passar o pano na minha cara.

Eu bati em sua mão por reflexo.

– O que tá fazendo?

– Você dormiu a aula inteira e está com uma cara de bunda. Pensamos que estava morta, porque está parecendo um defunto. – o comentário de Fran me deixou confusa.

– Anh?

– Você apagou e perdeu a aula. Sacou? – Camila se aproximava com outro pano pra passa na minha cara. – Você tem que melhorar essa cara, daqui já vamos para o Oasis.

– E-espera, eu não quero ir.

– Mas vai, deixa de ser cu doce. – Fran segurou meu rosto e começou a esfregar o pano. Eu estava lenta e não fiz nada, apenas bati sem força nenhuma nela, mas funcionou um nada.

Tentei pedir ajuda pra Naty que era o único coração bom ali. Mas ela tava rebocando a cara.

Só acordei de verdade quando a querida da Fran veio com um palito com cabeça rosa, todo melado de brilho, cutucar a minha boca.

– Fica quieta, esse rosa combina com você!

– Me deixa! – eu me debatia, mas a monstra da minha amiga é forte como qualquer atleta.

Ouvi alguns passos e a porta sendo aberta, e a Fran me largou encarando a porta.

– Haha, querendo parecer bonita, Castilho? Isso é impossível pra você! – era a voz irritante de Gery, a garota que me inferniza desde o fundamental por ter descobrido que tenho um tombo por Leon, ela costumava ser legal antes disso.

Olhei para trás, e vi que estava certa. Ela e suas seguidoras estavam ali, sorriso com deboche.

– Você sabe... – devolvi com o mesmo deboche – Que você é a menos indicada para dizer isso...

– Claro que posso dizer, esqueceu-se da escala de popularidade?

– Gery, dá o fora. – a Fran estava séria, como poucas vezes se pode ver.

– Não esquece, Francesca, que eu sou sua superior, sabe... – ela olhava as unhas enquanto falava.

Fran trincou os dentes, e eu sentia que ela poderia voar no pescoço de Gery a qualquer momento. Mas surpreendentemente, foi Camila que arregaçou as mangas.

– Escala de popularidade? Você é a primeira na minha lista pra apanhar!!! –Camila avançou, mas foi segurada, com muito esforço, por Naty.

– Isso pode nos prejudicar, pare!

Eu apenas respirei fundo e sai caminhado em direção a porta, brigar não levaria a nada, e a Fran poderia ser expulsa da torcida.

– Vocês deveriam vir, não vale a pena gastar tempo com pouca coisa. – Eu disse já na porta, pronta para sair.

– Era de se esperar de uma covarde, Castilho. – Gery provocou e Camila avançou.

– Cami! Naty tem razão, podemos nos prejudicar, principalmente a Fran, devemos ir. - eu interrompi. – Aliás, essas atitudes mostram que vocês, bonecas de luxo, no fundo se sentem inferiores a nós. – eu tinha que provocar um pouquinho, claro.

– Porque não cala essa boca, seu lixo! – ouvi Gery dizer, e logo senti-me sendo empurrada porta a fora com tamanha força que tive certeza que iria cair.

– Violetta!!!

Eu esperei o choque contra o chão, a dor da queda, mas apenas senti algo macio, mas ainda assim firme, e até doeu, mas não tanto.

Eram braços? Alguém me segurou?

Levantei meu rosto e quase infartei. Não pode ser! Leon?! Que vergonha...

Tratei de me afastar. Eu estava tremendo, muito. Mal conseguia respirar, dirá falar algo.

Então como se fosse nada, ele continuou seu caminho com a pose inabalável, como se nem tivesse me visto.

Eu fiquei apenas ali, paralisada, remoendo minha vergonha e constrangimento, enquanto ouvia a risada de Gery e sua amigas.

– Que azar, né fofa? – debochou Gery.

– Violetta, vamos. – era Fran, séria. Ela saiu me arrastando, porque eu mal conseguia dar um passo.

– Vilu! - era Naty.

– Tudo bem? – Cami segurou meus ombros. – Você se machucou?

Não respondi nada.

– Não, ela apenas está tenho um ataque cardíaco por ter caído nos braços do Leon. – Fran respondeu por mim, não com deboche, mas forçando um tom brincalhão. Ela ainda está com raiva.

E eu? Também estou, por culpa de Gery eu caí e paguei mó mico. E aquela indiferença toda dele? Ele deve ter pensado que me joguei nele de propósito, que sou mais uma de suas fãs histéricas.

Eu espero que aquela megera caia e torça o pé.

– Recomponha-se logo, ainda temos que ir ao Oasis. – Cutucou-me Fran.

E eu apenas quis correr ou me enfiar em um buraco.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Eu posso continuar?

PS: o nome da banda é pra ser fictício, não sei se tem uma banda com esse nome, se tiver é mera coincidência. (Eu realmente não lembro o nome da banda do Leon em Violetta 'u' então saiu isso).

Até o próximo se permitirem xD Qualquer erro desculpem.