Paraíso Proibido-Leonetta escrita por Nay Stockler


Capítulo 8
Amigos?




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Eu estava muito confuso e um pouco abalado. Era pra ser apenas uma noite, mas isso se tornou algo mais... Profundo?! Não vou negar que a Violetta mexe muito comigo e que eu gosto muito dela, mas eu sou apaixonado pela Francesca, não sou?

Essa pergunta não saía da minha cabeça.

–Leonard! - a voz grossa do Diego me assustou e eu olhei para trás, ficando cara a cara com ele.

–Aqui não Diego, por favor. - pedi com a voz fraca e vi um sorriso leve brotar em seus lábios.

–Não se preocupe,eu não vim te bater e nem vou mais fazer isso.-ele suspirou.

–Como assim? - perguntei confuso.

–Eu estou indo embora de Buenos Aires. - ele falou trêmulo. - Eu não consigo mais ficar aqui.

–Por causa de mim e da Fran?

–Também. - ele falou triste. - Eu não consigo me perdoar por ter perdido ela e preciso me afastar de tudo isso. - ela falou sincero.

–Tudo bem, se isso é o melhor pra você. - falei surpreso. - Mas eu não entendo o porque de você ter falado isso pra mim.

–Porque eu quero te pedir uma coisa. - ele respirou fundo e segurou meus ombros. - Não faça o mesmo que eu fiz com ela Leonard. Sei que você é bem diferente de mim e que ama verdadeiramente ela, mas mesmo assim eu te peço que não magoe a Francesca. Ela não merece isso de novo.

Dava pra ver na cara dele que ele estava completamente arrasado em falar isso. Amar dói, mas abrir mão do seu grande amor é pior ainda. E é isso que o Diego está fazendo.

–Não se preocupa Diego, eu irei cuidar da Francesca da melhor forma possível. Eu a amo e nunca machucarei ela.

–Obrigado Leonard. - ele deu um leve sorriso e um pequeno soco no meu braço,o que me fez rir. - E como está a professora Castillo?

–Está bem, só quebrou a perna e teve uns arranhões. Se quiser ir vê-la... - ele me interrompeu.

–Não dá, eu tenho que arrumar algumas coisas. Depois eu falo com ela.

–Tudo bem. - sorri assentindo.

–Então... Tchau. - ele falou meio sem jeito. Nem parecia aquele babaca que me atormentava todos os dias...

–Tchau. - falei também sem jeito e vi ele sair do meu campo de visão.

(...)

–Está se sentindo melhor? - perguntei baixinho enquanto eu sentava na poltrona ao seu lado.

–Estou sim. - ela deu um sorriso leve. - Se quiser ir embora tudo bem, você já fez muito por mim.

–Quem diria que você seria simpática, hein? - brinquei rindo e ela me acompanhou.

–Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim. - ela me olhou fixamente. - Mas se você quiser descobrir...

–Quem sabe outra hora, né? - retruquei tentando mudar de assunto. - Se eu for embora, você vai ficar bem?

–Claro que sim, pode ir.-ela sorriu tranquila e eu depositei um pequeno beijo na sua mão e caminhei em direção à porta.

–Leonard! - ela me chamou e eu imediatamente a olhei. - Podemos ser amigos?

–Claro. - sorri. - Tchau Violetta.

–Tchau Leonard. - ouvi seu último suspiro e saí do quarto.

(...)

Acordei às seis e quarenta da manhã. Ainda bem que hoje é sexta e que amanhã eu poderei dormir até a noite.

Tomei um rápido banho, me vesti e fui tomar café, já que sobrou um bom tempo antes de bater o sinal da primeira aula.

–Como está a sua professora? - minha irmã perguntou meio triste e se sentou ao meu lado.

–Está bem, ela só sofreu alguns ferimentos leves.-suspirei. - Mas me conta, o que o Jorge fez dessa vez?

–Não foi o Jorge, foi o Pablo - ela me olhou receosa.

O Pablo era o nosso pai, mas já fazia alguns anos que ele tinha sumido. Só que ele voltou há dois anos e não para de nos atormentar.

–O que ele fez Mari? - perguntei preocupado.

–Bom, ele conseguiu pegar a sua guarda Leon. - ela me olhou preocupada. - E parece que você irá morar com ele na Alemanha.

–Ah, mais eu não vou mesmo!-dei um forte soco na mesa e levantei da cadeira. - Esse cara não vai destruir minha vida.

–Não temos escolha Leon. - ela se aproximou de mim e ficou em minha frente. - Eu vou tentar recorrer dessa decisão, mas você vai ter que colaborar.

–Eu já disse que não Mariana. Eu só vou te avisar que se eu não ficar em Buenos Aires com você eu irei fugir.

–Leonard...

–Eu não vou pra Alemanha com aquele cara, eu não vou e fim de papo. - encerrei o assunto, peguei minha mochila e saí de casa batendo o pé.

Aquele cara não vai me tirar daqui, mas não vai mesmo.

–Oi amor. - Francesca falou meio cabisbaixa.

Ah qual é, todo mundo tá triste hoje?

–Oi. - falei seco. - O que aconteceu?

–Parece que o Diego vai embora. - ela deu um sorriso fraco.

–E porque você se preocupa com isso? Por acaso você ainda sente alguma coisa por ele? - falei irritado.

–Eita, tô vendo que alguém aqui está de mal humor. - ela se assustou. - Mas me fala o que aconteceu.

–O Pablo, que é meu pai, conseguiu a minha guarda e quer me levar para a Alemanha.

–Mas ele não pode fazer isso!

–E ele não vai, eu posso fugir de casa, mas eu não vou ficar na mesma casa que aquele homem.

–Calma amor. - ela me abraçou. - Sua irmã não vai deixar que ele te leve, fica tranquilo.

–Tá bom. - suspirei e beijei seu pescoço, fazendo-a se arrepiar. - Desculpa ter falado com você daquele jeito, sei que o Diego ainda é importante pra você. - me afastei do abraço dela e a fitei.

–Não se preocupa, você estava nervoso e eu te entendo. - ela sorriu tranquila e selou nossos lábios rapidamente. - Eu te amo e sempre vou estar ao seu lado.

Sorri.

–Eu também te amo. - dei mais um beijo nela e entrelacei nossas mãos. Logo começamos a caminhar em direção ao colégio.

–Amor. - ela me chamou e eu a olhei. - Podemos ir nos despedir do Diego na semana que vem? - ela perguntou cautelosa.

–Claro amor. - concordei sem muita preocupação e seguimos o resto do caminho em silêncio.

(...)

–Bom dia alunos. - a professora Ferro nos comprimentou. - Infelizmente a professora Castillo não pôde comparecer hoje, então a diretora me mandou entregar alguns exercícios de matemática.

–Aff, eu odeio matemática. - Federico falou bufando e logo atraiu o olhar da professora.

–Mas a matemática pode te ajudar em várias coisas. - a professora lançou um sorriso malicioso pra ele, que foi retribuído na hora.

–Acho que irei precisar de aulas extras.

Sério, eu não tô acreditando que a Ferro está cantando um aluno no meio da aula. Pelo menos a Castillo não fazia isso em público...

–Claro, depois combinamos direitinho. - ela acariciou o queixo dele e voltou para a lousa.

Sinceramente eu pensei que nunca diria isso, mas... Eu estou com muita saudade da minha professora safada.


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