Aterrado em Delírios escrita por Banshee


Capítulo 1
O Aterro


Notas iniciais do capítulo

Hey! Olha gente, essa é a primeira vez que escrevo uma não-original, eu talvez possa não conseguir retratar a personalidade dos personagens como na serie, mas espero que curtam.



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Tudo era calmo e nada passava de um doce silêncio, sons de bips de um monitor cardíaco. Era uma paz um tanto irônica e contagiante no pequeno hospital da cidade de Beacon Hills, no estado da Califórnia. Parecia até que a Senhora Morte e Dor decidiram tomar uma semana de folga, já que o número de mortes e doenças diminuiu consideravelmente naquele outono de 2015, entretanto o destino sempre curtiu brincar conosco, e nada poderia ser diferente na época das folhas de cobre. Tudo fez sentido quando seus olhos castanhos abriram pela primeira vez em longos quatro anos.

Não era como se o jovem Stilinski tivesse nascido outra vez, não mesmo. Ele apenas retornou à superfície, livrando-se dos seus delírios.
— Scott? — Disse ele como uma primeira palavra, a primeira em anos — Pai?
Mas ninguém veio em seu auxilio de imediato, ninguém para salva-lo. Sua visão ainda estava turva, a claridade quase o cegava e vários pontos giravam em seu campo de visão. Estava confuso, sua cabeça estava doendo e, por pouco, não grita o nome da sua mãe.
Mas mamãe já não pode lhe salvar dos monstros no armário, pequeno Stiles.
— Lydia? — Desta vez sua voz saiu mais baixa, um sussurro — Malia? Kira? Derek?
Alguém ouviu seu chamado desta vez, mas não foi Scott, Kira, Lydia ou qualquer outra pessoa por quem ele chamara. Uma enfermeira devidamente trajada com o uniforme do hospital veio ao seu auxilio, deixando cair de suas mãos uma grande bandeja repleta de gelatina e pasta de amendoim.
— Ai meu Deus. — Disse ela — Ai meu Deus, você acordou! Ai meu Deus, meu Deus...
— O q... O quê...?
— Doutor Summers! — Gritou ela, saindo do quarto e indo atrás de alguém — Doutor Summers, ele acordou. Doutor Summers...
Stiles deixou que sua voz se distanciasse para então notar onde estava. Deitado sob uma cama de lençóis brancos, com tubos de alimentação ligados ao seu braço, notou também que usava a roupa de um incluso e seu corpo formigava, não sentia direito suas pernas. Prestes a se perguntar o porquê de estar ali quando a enfermeira entrou em pânico pela porta do quarto, seguida de mais duas mulheres e um homem que deveria ser o medico.
— Então é verdade!? — Disse o Dr. Summers — Stiles, você está bem? Consegue me ouvir com clareza?
O garoto acamado não respondeu, apenas fez que sim com a cabeça.
— Senhorita Enders, por favor, ligue para o xerife Stilinski imediatamente. — Disse o médico.
A enfermeira saiu às pressas, quase bateu num dos pacientes enquanto se dirigia ao telefone. Summers tirou uma pequena lanterninha de seu bolso e pediu para que Stiles abrisse bem os olhos para então posicionar a luz em suas íris.
— As suas pupilas estão bem dilatadas, isso é muito bom. — Ele disse — Consegue falar algo?
— S... Sim.
O profissional se posicionou em cima de suas pernas e as moveu com delicadeza acima da linha cardíaca.
— Consegue sentir?
Ele fez que sim com a cabeça.
O médico repetiu o processo com os outros três membros e a resposta foi à mesma.
Em sua mente, Stiles se perguntava o que houve. Sua cabeça doía e poucas coisas lhe vinham... A última coisa da qual se lembrava era de ter interceptado o sinal de rádio da delegacia para seu pai, avisando que alguém havia sido desmembrado numa floresta próxima de casa. Ele e Scott haviam ido atrás do corpo, mas... Mas o quê? Sim. Scott fora atacado por um lobisomem e se transformado. Quatro anos se sucederam, mas por que aquela memória lhe vinha agora?
— Onde estão Scott e Lydia? — Ele enfim perguntou — Onde estão todos? Eu não...
O jovem tentou sentar, mas o médico o impediu colocando as mãos sobre seu peito. Kaleb Summers sabia que, quando Stilinski acordasse, aquela seria uma de suas primeiras perguntas.
Mas dói, mesmo para um médico, dar esse tipo de noticia.
Atrás da porta do quarto pode se ouvir um grito, alguém chamando por Stiles na recepção e uma voz feminina tentando-o acalmar.
— EU NÃO QUERO ÁGUA, EU SÓ QUERO VER MEU FILHO! — Gritava o xerife — STILES!
Seu pai entrou aos gritos no cômodo em que se encontrava e, por um milésimo de segundo, foi como se toda a esperança renascesse nos grandes olhos azuis daquele homem da lei.
— Stiles. — Disse ele, jogando-se no colo do filho e abraçando-o com força. — Eu não acredito. Stiles. Eu só posso estar sonhando, filho... Eu estou sonhando.
Foi um momento mágico para seu pai, mas tudo aquilo parecia tão confuso para ele. Não entendia o motivo de tanto escarcéu, não entendia o porquê de estar numa cama e, naquele momento, percebeu que seu pai já não tinha mais cabelos. Notou o quão enrugado e abatido seu progenitor parecia estar e notou também toda a vibração negativa daquele homem negro usando jaleco, que deveria ter lhe respondido sua pergunta.
Mas algo estava errado, agora ele notara.
— Pai. O que aconteceu? — Perguntou — Por que eu estou nessa cama? Cadê Scott? Cadê a Malia?
Foi um instante de silencio. Apenas um instante antes que tudo fosse abaixo. Apenas um instante até que ele notasse o quão profundo havia ido.
— Quem é Malia? — Seu pai perguntou, e a frase soou como um banho d’água fria.
— Como assim “quem é Malia”? — Ele exclamou, fitando o médico e puxando seu pai para perto de si — A garota Coiote, pai. — Sussurrou ao pé do ouvido do xerife — A minha namorada. Cadê ela? Cadê o Scott?
E se foram mais instantes de silêncio e era como se houvesse eletricidade entre eles... Isso parecia perigoso. Stiles se lembrou de uma tarde que passou na casa de Alison, quando ela lhe mostrou a musica Landfill, e parecia que a melodia doce e angelical combinava tanto com aquele momento, quase como uma trilha sonora amarga e sombria.
Empurre-me para o mar, para o pequeno barco que você confeccionou. Feito de folhagem, que você ajudou seu pai a cortar. Deixe-me nos trilhos, para esperar até que o trem da manhã chegue e, não se atreva a olhar para trás. Vá embora, para alcançar o nascer do Sol.
— Pai... — Ele murmurou, tentando romper a barreira em sua garganta que impedia que a pergunta fluísse — Onde está o Scott?
O xerife e o médico se entreolharam, a enfermeira notou toda a tensão da sala e decidiu se retirar. Tanto um quanto o outro já tiveram que dar aquela noticia em suas profissões, mas a situação era diferente.
Bem diferente.
— Stiles... — Disse seu pai — O Scott... Ele... Filho.
— O que o seu pai quer dizer é que Scott McCall está morto.


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Notas finais do capítulo

Então... O que acharam?



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